Navegando por Assunto "Resistência"
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Artigo de Evento Acesso aberto (Open Access) Alegorias do sofrimento e da resistência: disposições afetivas da política em imagens fotográficas(Associação Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação, 2022-06) LAGE, Leandro RodriguesO objetivo do texto é apresentar as linhas gerais de uma proposta epistemológica e também metodológica no debate em torno das imagens enquanto expressões afetivas da indignação, da convicção e do desejo. Busca-se examinar fotografias dos regimes artístico e fotojornalístico enquanto alegorias do sofrimento e da resistência dos povos amazônicos, com a intenção de discutir como essas imagens agenciam e dão expressão visível e sensível a experiências de sofrimento, a fisionomias do tempo histórico, a sobrevivências do desejo e a subjetivações políticas. A proposta assume o experimentalismo do saber por alegorias, ensaiando a produtividade teórico metodológica da episteme alegórica benjaminiana na legibilidade das imagens e tensionando as formas, correspondências, temporalidades e convenções no exame de imagens que ofereçam uma apreensão da história como anacronia dos sofrimentos e das lutas. O pano de fundo dessa abordagem é o vínculo inextrincável entre imagem e política.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Os amigos da branquinha: entre a repressão e a resistência(Universidade Federal do Pará, 2014-12) MARTINS, Amilcar de SouzaA partir da década de 30, com a emergência de Getúlio Vargas ao poder foi criado um projeto de idealização do trabalhador brasileiro, onde hábitos como o consumo de bebidas deveria ser controlado. No Pará esse projeto de disciplinarização do trabalhador ganhou força na interventoria de Magalhães Barata, que proibiu o consumo e comércio de aguardente, interferindo numa prática comum entre as camadas populares do ParáDissertação Acesso aberto (Open Access) Araguaia em verso e prosa: os poemas da guerrilha veiculados pelo Resistência (o jornal em defesa dos direitos humanos)(Universidade Federal do Pará, 2018-08-30) MELO, Ivania da Silva Pereira de; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958A guerrilha do Araguaia, movimento revolucionário ocorrido no norte do Brasil durante a primeira metade da década de 1970, ganhou destaque nas páginas do jornal Resistência, tanto em verso como em prosa. Em fevereiro de 1979 o mensário alternativo de Belém do Pará publicou, com exclusividade, oito poemas transcritos do folheto Primeiras Cantigas do Araguaia, assinado por Libério de Campos. Com o propósito de identificar o enquadramento de tais textos na poética de resistência, buscou-se apoio nas aproximações de Alfredo Bosi sobre a resistência como tema e como processo. Por se tratar de produções inseridas em um contexto de militância política, adotou-se uma abordagem fenomenológica. Outras duas verificações, realizadas através dos procedimentos observacional e comparativo, merecem destaque no texto, são elas: a função desempenhada pelo jornal Resistência referente aos direitos humanos; e a semelhança entre a existência do guerrilheiro e a do homo sacer no sentido de “vida nua”, ou seja, aquele que passa à ilegalidade e é obrigado a viver em uma zona de indiferença sob a condição de matável, desprotegido juridicamente e com o corpo exposto à violência extrema, comparação realizada com base nos fundamentos de Giorgio Agamben. Este trabalho apresenta três sondagens que relacionam Literatura, Imprensa e História, sendo estas duas últimas importantes suportes para o desenvolvimento do estudo realizado sobre os “poemas da guerrilha do Araguaia”.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Aspectos resistentes e performáticos nas tragédias medeia, Electra e as Troianas de Eurípedes(Universidade Federal do Pará, 2015-12) PINTO, Rosane Castro; SARMENTO-PANTOJA, Carlos Augusto NascimentoEste artigo propõe um estudo das tragédias Medeia, Electra e as Troianas, de Eurípides, nas quais discutiremos como se dá a performance e a resistência. Deternos-emos em analisar as personagens femininas, os elementos do trágico e de que maneira a narrativa é importante para a compreensão das categorias violência, memória e esquecimento. Para compreendermos as teorias relacionadas à performance, resistência e trauma utilizaremos os textos de autores como Jorge Glusberg (1980) que assegura à performance um relacionamento com o delírio, manifestado através do desejo inconsciente do performer, pois “o discurso resultante é próximo do delírio e, também, da verdade que é sempre delirante” (GLUSBERG, 1980, p.124). Assim como Sarmento-Pantoja o qual afirma que a performance também pode ser considerada como um desempenho construído pelas personagens, “para nós este desempenho pode ser fundamental para compreendermos o que chamamos de performance do sofrimento” (SARMENTOPANTOJA, 2002 p.23). Alfredo Bosi observa que resistir é “opor a força própria à força alheia” (BOSI, 2002, p. 118) no qual compreendemos como oposição de forças que conflitam entre si.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Bem viver vivido, conquistado e almejado: um estudo sobre comunidades tradicionais que lutam por reconhecimento territorial na Baixada Maranhense(Universidade Federal do Pará, 2018-03-29) BRITO, Ciro de Souza; SHIRAISHI NETO, Joaquim; http://lattes.cnpq.br/1945327707689415; PORRO, Noemi Sakiara Miyasaka; http://lattes.cnpq.br/3982338546545478A noção de bem viver emerge inspirada nos conhecimentos emanados de modos de vida de povos indígenas da América Latina, sendo apresentada por acadêmicos e militantes como uma alternativa aos modelos de consecução do Estado, baseados nas propostas hegemônicas de desenvolvimento. Desde sua incorporação no ordenamento constitucional da Bolívia e do Equador, com base nessa noção, elevou-se a natureza à posição de sujeita de direitos, antes ocupada historicamente apenas pelo homem. Nessa noção, aponta-se intrínseca relação entre coletivos de homens e mulheres e a natureza, e indica-se a forte vinculação de povos e comunidades tradicionais com os seus territórios. Neste sentido, esta dissertação buscou analisar a noção do bem viver à luz de um caso de regularização fundiária para povos e comunidades tradicionais no Brasil. Trata-se de reivindicação de regularização como quilombo por comunidades tradicionais do Território Sesmaria do Jardim, na Baixada Maranhense, área de campos naturais que são compostos por terras secas e terras inundáveis inseridas na Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense e considerada um sítio sob Convenção de Ramsar. A investigação se realizou a partir de revisão crítica da literatura à luz de empiria observada e participada por meio de pesquisa-ação junto às comunidades envolvidas e ao órgão fundiário que dá andamento ao processo de regularização fundiária. O trabalho é de cunho jurídico-antropológico, guarda caráter qualitativo e se realizou de julho de 2016 a janeiro de 2018, com trabalho de campo nos povoados e no Instituto de Colonização e Terras do Maranhão. Identificou-se complexa vinculação entre o processo e a forma de regularização fundiária com a noção de bem viver, dada a diversidade de grupos tradicionais em situação de conflito em território comum. Constatou-se que sobre o mesmo território há grupos com concepções distintas de como nele viver, no qual grupos auto-identificados como Quilombolas concebem coletivamente uma noção de bem viver estreitamente fundamentada no uso comum, enquanto outros rejeitam essa noção e suas consequências. Observou-se que esses antagonistas, mesmo aqueles com ancestralidade comum, não compartem com o bem viver fundado no uso comum de determinados componentes da natureza, pois suas práticas e formas de apropriação privada da natureza desqualificam e se incompatibilizam com essa noção. Isso gera conflitos que vêm obrigando as comunidades tradicionais a se mobilizar ante as violações de direitos que vêm passando e a buscar soluções que reconquistem o chamado tempo bom de viver e a garantia do seu direito à terra – terras secas e inundadas – que possibilita sua reprodução física e social. O caso investigado mostrou que o bem viver é construído a partir da articulação de territorialidades específicas, em que concepções e formas de apropriação da natureza divergentes podem ser responsáveis por quebrar a coesão da comunidade e do território, embora as comunidades tradicionais comportem um certo grau de dissenso, que se embasa no direito à diferença. O trabalho de campo mostrou ainda que o bem viver está sendo construído diariamente, por meio de práticas sociais e jurídicas que abarcam a resistência como prática atual e a liberdade como estágio almejado, mas não deixa de ser, no discurso, reivindicado como um futuro melhor. A pesquisa visa problematizar e melhor qualificar quem e em que situação sujeitos têm direitos a ter quais direitos e a eficácia dessa questão. Essa dissertação trata, portanto, de uma leitura e reflexão sobre processos sociais coletivos localizados como alternativas emergentes para a consecução do bem viver vivido, participado e almejado.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Capoeira: sobrevivência e resistência na sociedade do capital(Universidade Federal do Pará, 2023-08-14) SILVA, Francisco Márcio Costa da; SILVA, Élido Santiago da; http://lattes.cnpq.br/3584642268601018; https://orcid.org/0000-0003-2545-0860O presente estudo traz no seu escopo apontamentos que delineiam as configurações da Capoeira na atualidade e suas funções na conjuntura social cotidiana. Partindo do princípio de que a Capoeira é uma prática originada na diáspora, como forma de se contrapor a um sistema opressor (ABIB, 2004), e foi consolidada no Brasil ainda no período escravagista (Rego, 1968), a mesma ainda se mantém e possui abrangência nacional e internacional, fazendo-se presente em mais de 150 países nos cinco continentes segundo o último levantamento do IPHAN (2014). Assim, o problema da presente pesquisa é entender como uma prática secular oriunda da época da escravização mantém-se frente ao sistema vigente (o capitalista), que segundo Mészáros (2005), transforma tudo em mercadoria. Nessa busca foram utilizadas como referências deste trabalho: Marx (2007, 2008, 2011, 2013), Mészáros (2005, 2015), Antunes (2009), Vasquez (2011) dentre outros, que forneceram subsídios para compreender como funciona o sistema supracitado. No que tange a Capoeira, foram utilizados os trabalhos de Rego (1968), Brito e Granada (2021), Khol (2014), Araújo (2006, 2008), Campos (2001, 2009), Falcão (2004, 2011), Abib (2004) dentre outros, que delineiam as condições e demais aspectos que Capoeira vivenciou enquanto prática desportiva e cultural, (re)existindo ao tempo e as mudanças estruturais impulsionadas pelo capitalismo. Com o objetivo de entender como a Capoeira mantém-se até a atualidade e quais suas interfaces, foi buscado no âmbito nacional e internacional, pessoas capoeiristas que estão na prática há no mínimo 10 anos e lhes foi-lhes indagado acerca da maneira como a Capoeira faz-se presente em seus respectivos ambientes. Como resultado, verificou-se que houveram inúmeras mudanças nessa prática desde os primórdios, mas foi sua capacidade de se metamorfosear que a permitiu adaptar-se as demandas sociais transformando-se em uma prática plural. Entretanto, foi apontada sua condição enquanto mercadoria como preponderante, sendo esse caminho que garantiu outras possibilidades de sobrevivência frente ao sistema capitalista, sendo o trabalho (tanto no seu sentido formativo quanto no laboral, de subsistência) o pavimento que viabilizou sua longevidade e permanência até a atualidade, ratificando a condição embrionária da Capoeira enquanto resistências as mais diversas situações.Tese Acesso aberto (Open Access) O cinema de luta dos Mêbengôkre-Kayapó: as múltiplas dimensões de resistência nos filmes e práticas de produção do Coletivo Beture(Universidade Federal do Pará, 2024-08-30) GOMES, Angela Nelly dos Santos; LAGE, Leandro Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/2396184188116499; https://orcid.org/0000-0002-6814-9640Esta pesquisa analisa o cinema produzido por cineastas indígenas Mebêngôkre-Kayapó a partir dos filmes e práticas de produção do Coletivo Beture, que reúne cineastas dessa etnia no estado do Pará. O objetivo é compreender de que modo o cinema do Coletivo Beture MebêngôkreKayapó expressa dimensões ou sentidos de resistência a partir de suas obras e práticas de produção fílmicas, em relação com as lutas sociopolíticas ou culturais da etnia. Para compreender como o cinema é apropriado e transformado em aliado nessas lutas, e em quais dimensões isso ocorre ou se expressa, examinamos as obras do Coletivo Beture representativas de sua produção; observamos e analisamos a prática de produção do grupo visando entender como se relacionam aos processos de resistência do povo Mebêngôkre; quais são as motivações e finalidades do fazer cinematográfico e como o Coletivo Beture se apropria das técnicas, tecnologias e linguagem cinematográfica ou audiovisual e as adapta a seus objetivos de acordo com a sua cosmovisão. É uma pesquisa qualitativa desenvolvida através de análise fílmica e pesquisa de campo com entrevistas abertas e participação observante. O aporte teórico é interdisciplinar na medida em que alia aos estudos fílmicos e da imagem a crítica latinoamericana na perspectiva dos estudos decoloniais, assim como conceitos afins aos estudos indígenas advindos da antropologia, sociologia e geografia, que possuem convergência com o tema em análise, a fim de compreender os sentidos de resistência que se expressam, constituem ou que atravessam o cinema Mebêngôkre. A pesquisa destaca a complexidade do cinema Mebêngôkre e do Coletivo Beture, que nasce e se desenvolve de forma imbricada às questões sociopolíticas e culturais da etnia e dos povos originários como um todo. Concluímos que o cinema do Coletivo Beture é um cinema de luta e reexistência, uma prática de resistência multifacetada, pois surge e se expande de forma intrínseca às lutas por direitos em vários sentidos, pela preservação e demarcação de territórios, pela afirmação como produtor de suas imagens, narrativas e memórias, e apresentação de seus modos de ver e estar no mundo. Um cinema que é também operador de mediações na complexa inter-relação étnica e intercultural com a sociedade indígena e não indígena, e com isso transcende a produção de imagens enquanto forma de expressão artística.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Cinema e resistência: a ditadura militar brasileira em Zuzu Angel, de Sergio Rezende(Universidade Federal do Pará, 2015-12) CALEGARI, Lizandro CarlosNos anos compreendidos entre 1964 e 1985, o Brasil viveu a Ditadura Militar, a que se associam imagens de violência extrema. A produção artística desse momento passou a representar tal circunstância histórica, muitas vezes, procurando produzir obras que se colocavam contra a ideologia do poder autoritário em curso. Além de obras literárias e expressões musicais, muitos filmes foram produzidos para “falar” daquela experiência. O propósito deste artigo é arrolar sobre os conceitos de cinema e resistência, buscando verificar como as definições que caracterizam tais vocábulos prestam-se para uma análise da obra Zuzu Angel (2006), do diretor Sergio Rezende. Para o embasamento da proposta, buscou-se respaldo em autores como Walter Benjamin, Alfredo Bosi e Márcio Seligmann-Silva, entre outros.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Concreto reforçado com fibras de bambu (Dendrocalamus Giganteus)(Universidade Federal do Pará, 2019-11-14) FERNANDES, Robson da Silva; PICANÇO, Marcelo de Souza; http://lattes.cnpq.br/4535052395600357; https://orcid.org/0000-0001-7313-1229As fibras vegetais surgem como uma alternativa para fabricação de elementos estruturais em relação as fibras metálicas e sintéticas que apresentam custos elevados, causando também ao meio ambiente poluição devido ao seu processo de fabricação. Este estudo analisa os resultados de ensaios mecânicos de um concreto reforçado com fibras da casca do bambu (Dendrocalamus Giganteus), para utilização em placas cimentícias, obtidos experimentalmente em corpos de provas cilíndricos e prismáticos conforme as normas da ABNT e recomendações internacionais. Os traços do compósito foram determinados por meio de um estudo piloto, 1:2,12:2,88:0,58 sendo empregado o cimento pozolânico CP-IV. O programa experimental consistiu em um concreto de referência com Fck de 25 MPa e três dosagens correspondente a 0,5%, 1,0% e 1,5% em volume de fibra de bambu à massa do concreto, formando quatro dosagens no total. Após a cura, conforme a NBR 5738 (2003), foram ensaiados corpos de prova prismáticos para avaliar a resistência à tração na Flexão, conforme NBR 12142 (2010)/ norma JSCE-SF4 (1984) e corpos de prova cilíndricos para avaliar a resistência do CRB à compressão axial, conforme NBR 5739 (2018), à tração por compressão diametral, conforme NBR 7222 (2011) e módulo de elasticidade estático, conforme NBR 8522 (2008). No ensaio à compressão axial a presença do bambu não proporcionou um acréscimo de resistência em relação ao concreto de referência. No entanto para a resistência à tração e flexão, a mistura com adição de fibra de bambu, gerou um ganho de resistência de 7% e 9%, respectivamente em comparação ao concreto sem adição. Pode-se concluir que a inserção de fibra oriunda da casca do bambu aumenta a resistência à tração do compósito.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Criminologia crítica e apagamento político na compreensão do encarceramento no Brasil(Universidade Federal do Pará, 2023-01-05) FERREIRA, Nilton Carlos Noronha; GOMES, Marcus Alan de Melo; http://lattes.cnpq.br/0371519214729478O presente trabalho buscou compreender as dinâmicas que envolvem cárcere e resistência no Brasil. Trata-se de uma pesquisa do tipo explicativa e qualitativa, cujo método de abordagem utilizado foi o dedutivo, com o uso da técnica de pesquisa bibliográfica. Nesse sentido, o problema de pesquisa que guiou a análise foi: em que medida as dinâmicas de resistência no cárcere podem ser compreendidas a partir da criminologia marxista? Assim, a hipótese trabalhada consistiu em considerar que, de um lado, o exercício do poder punitivo mobiliza diversas gramáticas que sustentam o cárcere e, nesse contexto, promovendo um esvaziamento político dos sujeitos encarcerados ao entabulá-los numa posição de sujeição ao poder exercido sobre eles. De outro lado, considerando-se uma perspectiva analítica, parte-se da ideia de que a criminologia crítica tem formulado premissas que reafirmam essa lógica, em primeiro lugar, ao empreender uma incorporação limitada do aporte marxista e, em segundo lugar, ao não haver desenvolvido de forma consistente uma análise da forma como os sujeitos alcançados pelos processos de criminalização lidam com isso. O objetivo geral seria investigar em que medida as dinâmicas de resistência no cárcere podem ser compreendidas a partir da criminologia marxista, ao passo que os objetivos específicos são: a) verificar os desafios envolvidos na compreensão do contexto de cárcere e resistência pela criminologia crítica de base marxista; b) examinar os discursos que conformam as gramáticas do cárcere, a fim de vislumbrar qual papel é atribuído a ele; e c) analisar o encarceramento buscando compreender as articulações que visam a resistência ao poder punitivo. Nesse sentido, a pesquisa apresenta um panorama inicial que propõe articular questões epistemológicas e analíticas acerca das projeções de discursos sobre o cárcere em face das mobilizações políticas empreendidas por sujeitos que são submetidos às lógicas de encarceramento, dentro ou fora dos muros das prisões.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) De Carlos Eugênio à “Codinome Clemente”, entrevista com Isa Albuquerque(Universidade Federal do Pará, 2021-06) SARMENTO-PANTOJA, Carlos Augusto Nascimento; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria PereiraEntrevista realiza no dia 15 de outubro de 2020, como atividade do VII Seminário Internacional Literatura e Cinema de Resistência (SELCIR). A entrevista foi conduzida pelo Prof. Dr. Augusto Sarmento-Pantoja e contou com a colaboração da Profa. Dra. Tânia Sarmento-Pantoja e a participação da Cineasta Isa Albuquerque e pesquisadora e viúva de Carlos Eugênio, Dra. Maria Cláudia Badan Ribeiro. A seguir transcrevemos algumas passagens da entrevista de Isa Albuquerque. A entrevista na íntegra encontra-se disponível em vídeo https://www.youtube.com/watch?v=O9LQuU0pKsQ.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) (Des)silenciando os rastros da marujada de São Benedito em crônicas da revista Bragança ilustrada(Universidade Federal do Pará, 2013-06) ALENCAR, Larissa Fontinele dePropõem-se a análise das crônicas “O Esperado” de Lobão da Silveira e “O Chamado” de Jorge Ramos, ambas publicadas na década no ano de 1952, na revista Bragança Ilustrada, a partir da suposição do silenciamento de rastros reminiscentes ao período de escravidão dos negros e à religião afrodescendente no Brasil, que produzem múltiplos indicadores de uma resistência silenciosamente observada em códigos literários que omitem as evidências de uma cultura originariamente africana sincretizada com o catolicismo dominante na época do Brasil-Colônia. Deste modo, ressaltaremos estudos do rastro e do silêncio, assim como uma breve discussão teórica sobre a memória, dialogando com uma abordagem etnográfica sobre a Marujada de São Benedito de Bragança-Pa para, em seguida, analisarmos as crônicas.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Deste palácio que em breve se transformará em ruínas: o Brasil ditatorial na Brasília de Nicolas Behr(Universidade Federal do Pará, 2015-12) SALGUEIRO, Wilberth Claython Ferreira; CORDEIRO, Leandra PostayEste trabalho pretende demonstrar, por meio da análise de poemas, a aproximação entre a Brasília traçada pelo poeta Nicolas Behr em seus versos e o Brasil do regime militar. Considerando o conceito de literatura testemunhal, serão discutidas questões relacionadas ao autoritarismo, ao controle ideológico e à importância da literatura na elaboração de uma memória histórica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O Direito à consulta e consentimento prévio, livre e informado na construção de resistências: a elaboração do protocolo comunitário autônomo de consulta como instrumento de garantia de direitos fundamentais na Comunidade Quilombola de São José de Icatu - Baião/PA(Universidade Federal do Pará, 2021-11-08) PEREIRA, Adhara Abdala Nogueira Pereira; CASTRO, Fábio Fonseca de; http://lattes.cnpq.br/5700042332015787; http://orcid.org/0000-0002-8083-1415Em resposta ao movimento secular de ocupação e exploração que dinamiza Povos e Comunidades Tradicionais na Amazônia; houve um grande movimento desses grupos em se apropriar cada vez mais de instrumentos legais e normativos, para somar às suas lutas e resistências. Nesse contexto se destaca a Comunidade Quilombola São José de Icatu, situada entre os municípios de Baião e Mocajuba, na região do Baixo Tocantins, Estado do Pará; como sendo hoje um exemplo de mobilização e organização social para as comunidades no entorno. Nesse sentido, a Convenção 169 da Organização Internacional do Trabalho, tem sido o instrumento que mais se destaca no atual cenário enfrentado por estes, pois foi através do conhecimento do direito à Consulta e Consentimento Prévio, Livre e Informada – CCPLI, que passaram a reconhecer a importância da sua cultura e a garantia de direitos fundamentais; que motivou a elaboração do Protocolo Comunitário Autônomo de Consulta e Consentimento Prévio; sendo a primeira comunidade quilombola da região a ter essa iniciativa. Com isso, o presente trabalho busca compreender, a partir do entendimento da comunidade de São José de Icatu, de que forma o direito à Consulta Prévia, Livre e Informada e o processo de elaboração de Protocolos de Consulta pode ser considerado um instrumento de garantia de direitos fundamentais da Comunidade Quilombola frente às ameaças do processo de desenvolvimento, em que pese à ligação entre herança e ocupação, como construção simbólica e política na unidade do grupo no tempo. Para tanto, realizou-se pesquisa utilizando métodos interdisciplinares, em momentos distintos, primeiro através da realização de roda de conversa, em evento realizado na comunidade no ano de 2019, e o segundo por entrevistas semiestruturadas, no ano de 2021; amparado na análise de dados bibliográficos e documentais. Dessa forma, concluímos que a comunidade reconhece de fato na CPLI um instrumento de garantia de direitos, bem como se deposita na elaboração dos Protocolos de Consulta, a expectativa na eficácia de um documento legítimo, que atende as demandas internas e cosmovisões de seus sujeitos, ainda que haja entraves políticos e institucionais que tentam inviabilizar tal eficácia. Sendo assim, os comunitários consideram ambos os instrumentos como meios passíveis de solucionar demandas e conflitos externos e internos, bem como somar na defesa de sua cultura, território e direitos, assim como, somar na luta por resistência e existência dessa comunidade.Tese Acesso aberto (Open Access) Escrituras indígenas de autoria de mulheres Potiguara (Brasil) e Mapuche (Chile)(Universidade Federal do Pará, 2022-02-11) ALENCAR, Larissa Fontinele de; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958; https://orcid.org/0000-0003-1575-5679Nesta tese proponho um estudo no âmbito da literatura de resistência sobre as escrituras de autoria de mulheres dos povos originários Potiguara (Brasil) e Mapuche (Chile). Para tanto, esta pesquisa está configurada como uma grande tessitura, formada por fios e linhas teóricometodológicas em que as epistemologias de base se apoiam, inicialmente, no exercício de escovar a esteira da história a contrapelo para, assim, trançar, fio por fio, a trama literária (re)feita por mulheres indígenas. A priori, entendo que as literaturas de autoria indígena são literaturas de resistência, e que o corpo-território literário indígena, em meio e em conexão com a natureza, faz-se nas palavras em riste, bem como mantém-se firme em seus propósitos e ideologias próprias, mesmo com todas as imposições e subjugações engendradas pelo discurso hegemônico perpetuado pelo colonizador. É necessário frisar, também, que a literatura de resistência é um campo da teoria literária que estuda as literaturas que emergem em contextos de autoritarismo, estados de exceção, situações de barbárie, assim como em situações de traumas ou, ainda, que tematizam tais condições sócio-históricas e psicológicas. Sendo assim, esta subárea da literatura, configura-se como potencializadora da existência através da resistência, formando, desse modo, uma fratura poética de “rexistência”. Nesse sentido, considero que as escrituras de mulheres Potiguara e Mapuche são desenvolvidas por meio de palavras que transcendem a resistência sob a ótica tanto de gênero quanto de identidade étnica. Esta perspectiva é marcante no corpus literário desta pesquisa, e faz que o escopo da tese se dê pela expressão do corpo fraturado da mulher indígena, o qual, por isso mesmo, em resistência, tensiona, através da sua produção literária, a memória, a ancestralidade, as questões de gênero, a identidade étnica e as relações subjetivas e coletivas com o trauma colonial. Nessa perspectiva, o corpora literário desta investigação é composto por escrituras das autoras do povo Potiguara: Eliane Potiguara, Graça Graúna e Sulami Katy; do povo Mapuche foram selecionadas escrituras compostas pelas autoras: Graciela Huinao, Faumelisa Manquepillán e Daniela Catrileo. Ressalto, contudo, que, no decorrer da tese, também são feitas referências a uma significativa produção escrita de outras escritoras, inclusive, pertencentes a outros grupos étnicos. Assim sendo, esta pesquisa, de teor bibliográfico-qualitativo, foi desenvolvida a partir de uma abordagem analítico-descritiva e a partir das leituras interpretativas das escrituras literárias em questão. Para tanto, ao realizar a análise do corpora literário, busquei engendrar recortes que alinhavam a compressão dos aspectos poéticos das obras das escritoras indígenas na perspectiva de uma escrevivência ancestral, na construção de poéticas das identidades de gênero e identidades étnicas, além de uma perspectiva do olhar indígena sobre os traumas coloniais provocados pelo estado genocidário. E, por fim, lançando um olhar mais integral sobre esta pesquisa, considero que uma das contribuições mais significativas desta tese está na junção da literatura de resistência com as literaturas indígenas, posto que se agrega a esse campo uma narrativa outra, de fonte decolonial, que atravessa corpos e textos que foram, durante muito tempo, excluídos dos estudos literários.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Espetacularização da violência e a resistência na contística de Clarice Lispector e Caio Fernando Abreu(Universidade Federal do Pará, 2021-06) FERREIRA, Rennan Willian Vasconcelos; SARMENTO-PANTOJA, Carlos Augusto NascimentoEste artigo analisa a espetacularização da violência e resistência encontrados na contística brasileira produzida pós-64, em dois contos A língua do “P”, (1974) de Clarice Lispector, e Terça-feira gorda (1982), de Caio Fernando Abreu,. Essas produções, se aproximam por servirem como um importante mecanismo de contestação, de forma direta e/ou indireta, ao regime ditatorial instaurado no país. Tomaremos como fundamentação teórica os estudos de Alfredo Bosi (2002), Augusto Sarmento-Pantoja (2013) e Sandra Pesavento (2006), na tentativa de assimilar como os contos de tais décadas estão atrelados intrinsicamente a uma vontade de resistir, concebendo as vozes aos silenciados pela opressão e proporcionando reflexões a respeito das práticas coercivas que levaram o indivíduo a repensar sua condição humana.Tese Acesso aberto (Open Access) O Grito dos silenciados contra a devastação neoliberal na BR-163(Universidade Federal do Pará, 2020) ARAÚJO, Roseane de Seixas Brito; CASTRO, Edna Maria Ramos deA pesquisa objetiva analisar a atual fase da acumulação capitalista mundial a partir da intensificação dos conflitos sociais em Itaituba, na Amazônia brasileira, decorrente dos impactos socioeconômicos gerados pelo neoliberalismo. A localização estratégica do município na rodovia Santarém-Cuiabá, a BR-163, e às margens do rio Tapajós, no oeste do Pará, bem como as extraordinárias reservas minerais que possui, há muito vêm atraindo os interesses de corporações transnacionais ligadas ao agronegócio, à exploração e produção mineral e à construção de grandes obras de infraestrutura. No período tomado como referência para a análise, de 2007 a 2017, ocorreu na região vertiginoso crescimento das atividades vinculadas a esses interesses. Os extraordinários investimentos públicos e privados às margens da rodovia evidenciam o dinamismo do capitalismo neoliberal das últimas décadas, caracterizado pela associação de grandes capitais ao redor do mundo, desnacionalização do patrimônio público estatal e financeirização da economia. Prioritariamente, são visados países e regiões que, como o Brasil e a Amazônia, possuem riquíssimo patrimônio natural, débil controle ambiental, normas e legislações flexíveis, em contexto histórico agravado por frágil democracia e desrespeito aos direitos sociais e étnicos. A rodovia constitui grande eixo de circulação da produção de commodities agrícolas, o que levou à construção de grandes estruturas portuárias, em uma logística de transporte multimodal para viabilizar o embarque da produção brasileira destinada aos mercados mundiais. O neoextrativismo agrícola e mineral praticado sem limites na região exige também grandes infraestruturas para a produção de energia, o que implica construção de hidrelétricas. Caso o megaprojeto do Complexo Hidrelétrico do Tapajós seja executado pelo governo federal, serão inviabilizados a vida e o trabalho de milhares de pessoas e destruída a natureza ao redor, provocando desequilíbrio socioambiental de proporções incomensuráveis. Trata-se das prioridades da agenda neoliberal que reforçam a posição subalterna do Brasil na geopolítica mundial, como produtor de matérias-primas para atender aos países industrializados do centro do capitalismo. As leis e os acordos internacionais firmados pelo país têm sido sistematicamente violados para favorecer a pilhagem das riquezas da região. O Estado brasileiro atua como partícipe dos jogos de poder controlados pelos países dominantes mundialmente, levando a região a impasses desastrosos. Tal dinamismo sobrepõe-se e potencializa problemas estruturais e históricos, como a grilagem de terras públicas, o descontrole ambiental, a violência, o arbítrio e o desinvestimento na pequena produção, produzindo cada vez mais concentração da riqueza, que gera pobreza, miséria, precarização da vida e do trabalho da maioria das populações da região. A concepção teórico-metodológica da pesquisa combina proposições de Bourdieu (1983,1989,1997) e de Foucault (1999). De caráter qualitativo, a investigação visa a identificar, recorrendo a entrevistas semiestruturadas com diferentes atores sociais da área e à análise documental, como vem se dando a organização das contrarreações à dominação neocolonial, sob o protagonismo de indígenas, comunidades tradicionais, trabalhadores e movimentos sociais, e qual a força que tem ‘o lugar’ para provocar deslocamentos de poder e impor o reconhecimento de direitos territoriais e socioculturais. Os resultados apontam para o fortalecimento das redes de resistência, que demandam urgentemente a agregação de outras forças políticas do campo contra hegemônico.Dissertação Acesso aberto (Open Access) História na Beirada: memórias de quilombolas do Caldeirão(Universidade Federal do Pará, 2024-11-13) CASTRO, Laiane Katrine da Silva; ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth; http://lattes.cnpq.br/0087693866786684; https://orcid.org/0000-0002-7509-3884A memória é um elemento central nos estudos sobre grupos sociais, conectando o cotidiano ao passado histórico dessas comunidades. Esta dissertação adota uma abordagem decolonial e contra-hegemônica, priorizando as vozes dos membros mais velhos da Comunidade Quilombola do Caldeirão, em Salvaterra, Pará, enquanto articula essas narrativas com a análise das transformações históricas e contemporâneas do território. Discute-se o processo colonial na Ilha do Marajó, marcado pela imposição do latifúndio, pela apropriação fundiária das missões religiosas e pela presença africana e suas resistências. Esse contexto de colonização é essencial para compreender as dinâmicas identitárias do Caldeirão, que preserva práticas culturais insurgentes em oposição às marcas coloniais ainda presentes. A partir das memórias e da oralidade, busca-se compreender as trajetórias e expressões das identidades locais, valorizando experiências vividas como formas legítimas de conhecimento. Como comunidade quilombola em luta pela titulação de suas terras, a memória exerce papel essencial na (re)construção identitária, renovando-se sem romper com suas raízes. A metodologia — observação participante, história oral e entrevistas — possibilitou a imersão no cotidiano e a escuta de vozes deixadas de lado pela história oficial, revelando saberes locais e múltiplas temporalidades que estruturam a vida comunitária. Assim, a memória é valorizada como prática viva de transformação e resistência, compondo um panorama que integra as narrativas ancestrais, o impacto do colonialismo no Marajó e os desafios contemporâneos enfrentados pela comunidade quilombola do Caldeirão.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Imagens do espaço urbano e da violência em canções da música popular(Universidade Federal do Pará, 2021-12) CORNELSEN, Élcio LoureiroEste breve estudo tem por objetivo estabelecer uma relação entre espaço urbano e violência, e o modo como tal relação se faz presente em letras de canções da música popular. Foram selecionadas letras de quatro canções para comporem o corpus de análise: “De frente pro crime” (1975), de João Bosco, “Veraneio vascaína” (1986), do grupo Capital Inicial, “Periferia é periferia” (1997), do grupo Racionais MC’s, e “Minha alma” (1999), do grupo O Rappa. Partimos do conceito de violência, conforme proposto por Tânia Pellegrini enquanto “o uso da força para causar dano físico ou psicológico a outra pessoa”. O estudo evidenciou que o principal aspecto em comum entre as quatro canções é a crítica ao potencial de violência no espaço urbano brasileiro. Desse modo, tais questões podem ser entendidas também na chave do conceito de resistência, conforme postulado por Michael Foucault e, respectivamente, Alfredo Bosi.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Interações comunicativas de mulheres em prisão domiciliar: entre sociabilidades, aprisionamentos e resistências(Universidade Federal do Pará, 2019-03-14) PESSOA, Nara Cristina Moura; AMORIM, Célia Regina Trindade Chagas; http://lattes.cnpq.br/9650931755253248Esta pesquisa apresenta o tema ―Interações comunicativas e mulheres em prisão domiciliar: Entre sociabilidades, aprisionamentos e resistências‖. Essas mulheres, em sua grande maioria, apresentam situações de vulnerabilidade social, cometeram crime, passaram pelo regime fechado do cárcere e agora enfrentam o desafio de retornar ao ―convívio social‖. Mas só podemos entender este desafio a partir das interações comunicativas estabelecidas com as próprias mulheres. Por tal motivo esta pesquisa tem na sua centralidade o estabelecimento de processos comunicacionais com cinco mulheres que cumprem pena em prisão domiciliar em Belém do Pará, para que possamos compreender não só suas histórias de vida como também a sociabilidade construída nos espaços de sociabilidade. Nesse sentido, o problema da pesquisa apresenta o seguinte questionamento: Como são construídas as interações comunicativas das mulheres em prisão domiciliar nos espaços de sociabilidade em que circulam? Desse modo, parte-se da hipótese de que as mulheres em prisão domiciliar estabelecem nos espaços de sociabilidade em que convivem interações comunicativas de constantes tensionamentos, vivenciadas entre situações de exclusão/estigmas e situações de resistência. Trata-se de um constante jogo para sobreviverem numa sociedade desigual e injusta. Assim, o referencial teórico que nos permitiu refletir sobre comunicação e sociabilidade foi Freire (1983), Mead (1973), Simmel. Em relação à questão de gênero e cárcere recorremos a Davis (2016) e Artur (2011), e para discutir sobre as prisões nos ancoramos em Goffman (2004), Foucault (2011) e Thompson (2002). Quanto ao percurso metodológico, adotou-se o método comunicativo-dialógico usado em rodas de conversa com as cinco mulheres acusadas de terem cometido crime, além de entrevista formal com o juiz responsável pelo projeto ―Começar de Novo‖, ao qual elas estão vinculadas por meio do trabalho. Como resultado da pesquisa observamos que as relações comunicativas estabelecidas são de constantes tensionamentos, ora o diálogo e o entendimento são limitados pelos estigmas de condição de presa, ora elas rompem com essa relação de poder que tenta colocá-las num lugar de exclusão.
