Paleoambiente e isótopos de C e O da capa carbonática de Tangará da Serra (MT), margem Sul do Cráton Amazônico.

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2012-12-03

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SOARES, Joelson Lima. Paleoambiente e isótopos de C e O da capa carbonática de Tangará da Serra (MT), margem Sul do Cráton Amazônico. Orientador: Afonso César Rodrigues Nogueira. 2012. 152 fl. Tese (Doutorado em Geologia) - Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica. Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2012. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14608. Acesso em:.

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Rochas carbonáticas pós-glaciais de idade neoproterozóica têm sido, nas ultimas décadas, alvo de intensos debates quanto às condições climáticas e paleoceanográficas nas quais foram formadas. Estas condições do final do Neoproterozóico interferiram da forma crucial na evolução biológica do nosso planeta, pontuada por períodos de glaciações globais que alcançaram baixas latitudes. O registro pós-glacial consiste em camadas carbonáticas com estruturas sedimentares típicas que sobrepõem diretamente diamictitos glaciais. Estas capas carbonáticas foram intensamente investigadas nos últimos anos em diversos crátons pelo mundo, com base em análises geoquímicas, petrográficas, sedimentológicas e de isótopos de C e O. Esta mesma leitura foi feita para a nova ocorrência de capa carbonática no sudoeste do Cráton Amazônico, na região de Tangará da Serra, região central do Brasil, com 50m de espessura exposta na Mina de Calcário Tangará, similar àquela encontrada a 200 km a oeste, na região de Mirassol d’Oeste, correlacionada às principais capas carbonáticas do mundo. A capa carbonática de Tangará da Serra inclui duas unidades litoestratigráficas pertencentes à base do Grupo Araras, a Formação Mirassol d’Oeste composta por dolomitos microcristalinos que são recobertos por calcários intercalados com folhelhos da Formação Guia. Os dolograinstones peloidais e dolomudstones/dolopackstones rosados da Formação Mirassol d’Oeste exibem laminações plano-paralela e quasi-planar com truncamentos de baixo ângulo, por vezes, truncadas por estruturas em tubo, e passam verticalmente para acamamento de megamarca ondulada simétrica e com laminações onduladas internas assimétricas, interpretados como depósitos de plataforma rasa a moderadamente profunda influenciados por onda. A Formação Guia consiste em margas e calcários finos com acamamentos de megamarcas onduladas, calcários arenosos com laminações onduladas assimétricas intercaladas com mudstones escuros com hidrocarbonetos, interpretados como depósitos de plataforma mista moderadamente profunda dominada por corrente e onda. Em direção ao topo, ocorrem calcários finos rico em terrígenos, intercalados com folhelhos laminados, em camadas tabulares e lateralmente contínuas por dezenas de metros exibindo marcas onduladas, leques de cristais de calcita (neomorfismo de cristais de aragonita), diques neptunianos, estruturas de escorregamento, convoluções, falhas e brechas intraformacionais (clastos de dolomitos e calcários), interpretados como depósitos de plataforma profunda e supersaturada em CaCO3. Os valores de δ13C no contato entre as formações Mirassol d’Oeste e Guia são empobrecidos (-8‰) no contato, do que ao longo da sucessão (valores próximos de -5‰ nos dolomitos e calcários). Os sinais isotópicos da base da Formação Guia podem estar alterados por processos como dolomitização e neomorfismo. Com a análise petrográfica foi possível observar que: 1) os dolomitos são menos alterados diageneticamente que os calcários, conforme os dados petrográficos e de isótopos de C (-6‰ a -5‰) e O (-6‰ a -4‰); 2) A preservação de estruturas deposicionais (laminações), poros e macropelóides, sugerem que a dolomita da Formação Mirassol d’Oeste é primária. A fonte de Mg foi provavelmente a própria água do mar e o mecanismo para a precipitação da dolomita seria a ação de bactérias redutoras de sulfato e 3) Os hidrocarbonetos são escassos nos dolomitos quando comparados com os calcários da porção superior da sucessão. A hipótese mais provável é a baixa permeabilidade dos dolomitos. Os hidrocarbonetos da Formação Guia podem ter origem nos próprios calcários/folhelhos. Cinco sucessivos eventos de deformação sinsedimentar foram reconhecidos nas duas ocorrências de capa carbonática do Neoproterozóico: 1) estruturas de sobrecarga de pequena e grande escala na zona de contato entre os sedimentos glaciogênicos e os dolomitos; 2) deslocamento de laminação estromatolítica por estruturas em tubo; 3) geração de fraturas e falhas verticais e subverticais e dobras chevron com anticlinais e sinclinais de grande escala; 4) fraturas e falhas verticais e subverticais com subsequente preenchimento de conglomerados e brechas formando diques neptunianos entre camadas sem deformação; e 5) formação de depósitos de slump e sliding na parte superior da capa calcária. Enquanto os event layers 1, 2 e 5 são inerentes ao ambiente deposicional, uma consistente orientação de estruturas deformacionais dos events layers 3 e 4 são consistentes com tectônica regional relacionados a deslocamentos extencionais e sugere terremotos como o mecanismo responsável por deformações dos sedimentos e falhamentos de massas em grande escala. Os depósitos de escorregamento seriam gerados por fluxos gravitacionais ao longo de uma rampa, causados por alta produtividade de carbonato. A capa carbonática exposta na região de Tangará da Serra registra um ambiente plataformal em rampa com um declive acentuada na margem da plataforma (distally steepened ramp) eventualmente perturbada por choques sísmicos.

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SOARES, Joelson Lima. Paleoambiente e isótopos de C e O da capa carbonática de Tangará da Serra (MT), margem Sul do Cráton Amazônico. Orientador: Afonso César Rodrigues Nogueira. 2012. 152 fl. Tese (Doutorado em Geologia) - Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica. Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2012. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14608. Acesso em:.