A etnoictiologia de pescadores xikrin da terra indígena Trincheira Bacajá - Pará, Brasil

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2014

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Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária
Universidade Federal Rural da Amazônia

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CARVALHO JÚNIOR, Jaime Ribeiro. A etnoictiologia de pescadores xikrin da terra indígena Trincheira Bacajá - Pará, Brasil. 2014. 199 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2014. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal.

DOI

Esta tese foi desenvolvida em cinco aldeias da comunidade indígena Xikrin-Mebêngôkre, que habitam a Terra Indígena Trincheira Bacajá – TITB, Pará, Brasil. O objetivo geral foi analisar, por meio da etnoictiologia, os diversos aspectos ecológicos, cognitivos e comportamentais dos pescadores, visando entender as interações básicas que essa comunidade mantém com os recursos pesqueiros e outros elementos dos ecossistemas existentes na TITB. Com as devidas autorizações, conduzimos a pesquisa entre os meses de abril de 2011 a abril de 2013, em sete excursões a cinco aldeias, totalizando 153 dias. As informações foram obtidas por meio de abordagens etnobiológicas e etnoecológicas empregando um conjunto de métodos relacionados à pesquisa participativa. Participaram deste estudo 103 indígenas com idades entre 15 a 84 anos e residentes das aldeias: Mrotidjãm; Bakajá; Pytakô; Pàt-krô e Pykayakà. De acordo com o conhecimento dos Xikrin, os recursos aquáticos percebidos por eles no domínio ngô (água) e utilizados com maior frequência constituem-se de tep (peixes) e possibilitaram gerar uma listagem etnotaxonômica composta por 144 espécies de peixes que foram agrupadas em quatro categorias (consumo, comercial, iscas e artesanato) de acordo com a diversidade de uso na TITB, sendo 135 espécies declaradas para consumo (94% do total); cabe ressaltar que existe sobreposição de usos entre as espécies, ou seja, alguns peixes possuem múltiplas funções, sendo utilizados de diferentes maneiras, no entanto, a função primordial é a fonte proteica, garantindo a subsistência familiar. Conforme a sazonalidade, essa diversidade de peixes ocorreu em pelo menos 26 microhabitats preferenciais. A waki (tela) foi à modalidade utilizada em todos os períodos sazonais e oportunamente foi construído o calendário sazonal etnoecológico na TITB, no qual foram sumarizadas as conexões estreitas dos componentes bióticos e abióticos existentes na região. Esses registros etnoictiológicos das espécies de importância cultural Xikrin representam os primeiros passos para o entendimento do processo de uso dos peixes e considera-se que a continuidade destes saberes, dizeres e fazeres Xikrin, adquiridos ao longo de muitos anos e repassados pelos mebengêt (velhos), são imprescindíveis ao cotidiano de toda a população falante e leitora do idioma Mebêngôkre, não apenas pela sobrevivência e fortalecimento das comunidades, mas também pelo próprio valor intrínseco de pertencimento e ser Xikrin.

Agência de Fomento

FAPESPA - Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas

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CARVALHO JÚNIOR, Jaime Ribeiro. A etnoictiologia de pescadores xikrin da terra indígena Trincheira Bacajá - Pará, Brasil. 2014. 199 f. Tese (Doutorado) - Universidade Federal do Pará, Núcleo de Ciências Agrárias e Desenvolvimento Rural, Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, Universidade Federal Rural da Amazônia, Belém, 2014. Programa de Pós-Graduação em Ciência Animal.