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Paleoambiente do Grupo Serra Grande, borda Leste da Bacia do Parnaíba, localidade de Ipueiras, Estado do Ceará

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25-04-2020

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ROMERO BARRERA, Ivan Alfredo. Paleoambiente do Grupo Serra Grande, borda Leste da Bacia do Parnaíba, localidade de Ipueiras, Estado do Ceará. Orientador: Afonso César Rodrigues Nogueira 2020. 58 f. Dissertação (Mestrado em Geologia e Geoquímica) - Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2020 Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13495. Acesso em:.

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A transição entre os períodos Ordoviciano e Siluriano na porção oeste do supercontinente Gondwana foi marcada por um longo período glacial, que teve seu máximo no Hirnantiano (~445 Ma). Este evento ocorreu durante um longo período climático de greenhouse, no qual o conteúdo de CO2 na atmosfera era cinco vezes maior que o atual. A migração do supercontinente Gondwana em direção ao Polo Sul foi concomitante com fatores astronômicos tais como mudanças da rotação da terra e diminuição da radiação solar que favoreceu o crescimento dos lençóis de gelo. O final da glaciação foi marcado pelo maior aumento do nível eustático do mar registrado na história da terra, gerando expressivas transgressões marinhas, que iniciaram no Llandovery (~443 Ma) e finalizaram no Ludlow (~423 Ma). Um dos melhores registros destes eventos dentro do contexto de Gondwana Oeste é o Grupo Serra Grande que representa uma sucessão siliciclástica ordoviciana-devoniana presente na Bacia do Parnaíba, nordeste do Brasil. Esta sequência aflorante na borda leste da bacia é dividida em três formações: Ipu, Tianguá e Jaicós. A maioria dos trabalhos prévios sobre este Grupo tem caráter estritamente regional e litoestratigráfico o que não tem permitido determinar os ambientes e sistemas deposicionais calcados em um arcabouço estratigráfico preciso. Este trabalho apresenta novas interpretações dos sistemas deposicionais presentes no registro do Grupo Serra Grande, baseados em análises sedimentológicas e estratigráficas de afloramentos da região de Ipueiras, Estado do Ceará, nordeste do Brasil. A descrição faciologica detalhada desta sucessão siliciclástica teve como objetivo principal propor um modelo deposicional e evolutivo para estes depósitos. Foram definidas sete associações de fácies (AF) representativas de depósitos gerados em sistemas fluviais, glaciais e costeiros. Depósitos de planície fluvial sheet braided (AF1), consistem em arenitos grossos e conglomerados com estratificação cruzada tabular e acanalada. Depósitos glaciais (AF2 e AF3) que correspondem a conglomerado maciço, arenito grosso com estratificação cruzada e diamictitos maciços. Diamictito estratificado com clastos caídos foram depositados em ambiente glacio-marinho (AF4). Folhelhos laminados são interpretados como depositados em ambientes marinhos distais (offshore) (AF5) depositados durante estágios pós-glaciais. Depósitos deltaicos (AF6) são constituídos por siltito laminado e arenito com estratificação cruzada sigmoidal com ocorrências do icnogênero Arthrophycus. Esta sucessão flúvio-glacialdeltaica é sobreposta erosivamente por arenitos com estratificação cruzada acanalada, depositados dentro de uma planície fluvial channeled braided (AF7). Esta proposta confirma parcialmente interpretações paleoambientais previas, descartando a presença depósitos gerados em leques aluviais e outwash plains. A interpretação das sequências estratigráficas presentes no Grupo Serra Grande foi refinada usando principalmente a interpretação coerente de superfícies chave e correlacionando os tratos de sistema com a curva global do nível do mar, fornecendo um modelo evolutivo sequencial de terceira ordem mais robusto que inclui três sequências deposicionais. O desenvolvimento de um amplo sistema fluvial (AF1, Formação Ipu) diretamente sobre o embasamento cristalino da bacia, com espessuras de centenas de metros sugere um rio perene provavelmente suprido por regiões montanhosas ao Oeste do Gondwana. Estes depósitos de idade Ordoviciano Médio foram gerados dentro de condições de mar baixo pertencentes à sequência 1, e são truncados por uma expressiva inconformidade que possivelmente removeu os estratos gerados em condições transgressivas e de mar alto. Essa inconformidade produzida pela dinâmica glacial retirou aproximadamente 25 Ma do registro sedimentar da bacia. A segunda sequência iniciou com o avanço das geleiras no Siluriano inferior, a partir da instalação de um ice-contact fan (AF2 e AF3, Formação Ipu), em condições de mar baixo. Durante o recuo das geleiras grandes quantidades de agua e detritos foram liberados permitindo a deposição de diamictitos estratificados com presença de clastos caídos (AF4, Formação Ipu). A fase de desgelo culminou no aumento do nível do mar e posterior deposição de folhelhos negros da AF5 (Formação Tianguá), durante o Siluriano médio a tardio. A fase de mar alto no Siluriano tardio é marcada instalação de um sistema deltaico (AF6, Formação Tianguá). No Devoniano inferior uma nova expressiva etapa de descida do nível do mar produziu uma discordância na plataforma concomitante com a progradação de sistemas fluviais entrelaçados (AF7, Formação Jaicós), em condições de mar baixo pertencentes à sequência 3. A reconstituição paleoambiental e paleoclimática do Grupo Serra Grande forneceu elementos sedimentológicos e estratigráficos importantes para o entendimento das fases transgressivas e regressivas pré e pós-glaciais, além de auxiliar na reconstrução paleogeografica dos lençóis de gelo do Gondwana Oeste durante os períodos Ordoviciano e Siluriano.

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Área de concentração

GEOLOGIA

Linha de pesquisa

ANÁLISE DE BACIAS SEDIMENTARES

CNPq

CNPQ::CIENCIAS EXATAS E DA TERRA::GEOCIENCIAS

País

Brasil

Instituição

Universidade Federal do Pará

Sigla da Instituição

UFPA

Instituto

Instituto de Geociências

Programa

Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica

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1 CD-ROM

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