Relações de amizade de adolescentes em situação de acolhimento institucional: fatores de risco e de proteção

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2016-01-29

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Universidade Federal do Pará

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COSTA, Amanda Cristina Ribeiro da. Relações de amizade de adolescentes em situação de acolhimento institucional: fatores de risco e de proteção. 2015. 122 f. Orientadora: Lília Iêda Chaves Cavalcante. Dissertação (Mestrado em Teoria e Pesquisa do Comportamento) - Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Belém, 2015. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10590. Acesso em:.

DOI

Estudos apontam que além da família, o grupo de pares constitui-se em um importante contexto de desenvolvimento para o adolescente, sendo as relações de amizade entre seus membros um influente fator de risco e de proteção nesse período da vida. Nesse sentido, esta dissertação objetivou investigar os fatores de risco e de proteção associados às relações de amizade e a percepção da qualidade desse tipo de relacionamento por adolescentes no contexto do acolhimento institucional. No primeiro estudo, quantitativo e com caráter descritivo e exploratório, buscou-se averiguar os fatores de risco e de proteção aos quais os adolescentes acolhidos institucionalmente estão expostos na Região Metropolitana de Belém (RMB), afora identificar a presença ou não dos amigos em eventos de vida que podem ser caracterizados como situação ou experimentação de risco ou proteção. Participaram da pesquisa 40 adolescentes acolhidos institucionalmente em cinco instituições da RMB, amostra esta que foi selecionada por conveniência. Foi utilizado o Questionário Juventude Brasileira (QJB) para coleta de dados. Os resultados apontaram que ser adolescente do sexo masculino esteve associado de forma estatisticamente significativa às variáveis: ‘ter sido expulso da escola’ (X²=4,09; p= 0.04), ‘acolhido em instituições’ (X²= 5,87; p=0,01) e ‘já trabalhado na rua’ (X²=8,67; p=0,003). O sexo feminino entre os adolescentes pesquisados esteve associado significativamente com a variável ter sofrido agressão por meio de soco ou surra (X²=4,73; p=0,02). Entre os fatores de risco que envolviam a relação de amizade do adolescente com seus pares, o sexo masculino demonstrou associação estatisticamente significativa com as variáveis: ‘você possui amigos que usam drogas’ (X²=4,5; p=0,03), ‘amigos que usam drogas lícitas’ (X²=3,74; p=0,05) e ‘amigos que usam drogas ilícitas’ (X²=6,34 e p=0,01). Nas situações que representavam fatores de proteção e envolviam os amigos não foi encontrada associação estaticamente significativa, embora seja importante ressaltar que os adolescentes revelaram altas expectativas de ter amigos que lhe darão apoio (72,5%). No segundo estudo, com abordagem qualitativa dos dados, buscou-se conhecer aspectos referentes à qualidade da amizade a partir da percepção de adolescentes acolhidos institucionalmente. Foi utilizada entrevista semiestruturada cujo roteiro foi elaborado especialmente para este trabalho. Participaram 20 adolescentes escolhidos por conveniência. Para compreensão das percepções dos participantes acerca da qualidade da amizade, o conteúdo das transcrições das entrevistas foi organizado em categorias pré-estabelecidas, sendo ‘ajuda e direção’ e ‘companheirismo’ as mais frequentes com 18 menções cada, seguidas por ‘resolução de conflito’ (05 menções), ‘validação e cuidado’ (02), ‘abertura íntima’ (02) e ‘traição e conflito’ (03). Identificou-se que as relações de amizade dos adolescentes acolhidos foram destacadas em suas características positivas e protetivas em termos desenvolvimentais. Constata-se que os adolescentes deste estudo estiveram expostos a diversos fatores de risco e proteção em contextos do desenvolvimento como a família, a instituição de acolhimento e o grupo de pares. Neste último, em particular, verificou-se o caráter paradoxal que podem ter as relações de amizade, representando tanto um fator de risco quanto proteção ao desenvolvimento, pois, embora esta relação exponha o adolescente a comportamento de risco como o uso de drogas, também se mostra como uma importante base de apoio social dos adolescentes. Este tipo de estudo poderá contribuir com ações específicas para a população pesquisada e com estudos sobre desenvolvimento humano e relações interpessoais contextos marcados pela longa permanência em instituições.

Agência de Fomento

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

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COSTA, Amanda Cristina Ribeiro da. Relações de amizade de adolescentes em situação de acolhimento institucional: fatores de risco e de proteção. 2015. 122 f. Orientadora: Lília Iêda Chaves Cavalcante. Dissertação (Mestrado em Teoria e Pesquisa do Comportamento) - Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento, Universidade Federal do Pará, Belém, 2015. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/10590. Acesso em:.