Geologia e petrologia da região central da Serra da Cordilheira-Goiás

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1984-09-21

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Universidade Federal do Pará

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TEIXEIRA, Nilson Pinto. Geologia e petrologia da região central da Serra da Cordilheira-Goiás. Orientador: Roberto Dall’Agnol. 1984. 208 f. Dissertação (Mestrado em Geologia) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas, Núcleo de Ciências Geofísicas e Geológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1984. Disponível em:http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15005 . Acesso em:.

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A área em foco foi mapeada na escala 1:100.000 e situa-se a oeste da cidade de Araguaína (Goiás) em região localizada nos distritos de Aragominas (antigo Pé do Morro) e Muricilândia e nas suas adjacências. Está limitada pelos paralelos de 7°00'00" e 7°25'23" de latitude sul e pelos meridianos de 48°23'36" e 48°40'00" de longitude oeste, perfazendo um total de aproximadamente 1395km². Geologicamente, situa-se, em sua maior parte, no interior da Faixa de Dobramentos Araguaia. Nessa área ocorrem as estruturas dômicas de Grota Rica e Cocalândia em cujos núcleos afloram rochas gnáissicas, anfibolitos e rochas álcali-alumino-magnesianas, que constituem o Complexo Colméia. Essas estruturas são semelhantes às descritas anteriormente nas regiões de Xambioá, Lontra, Colméia, Cantão, Rio Jardim e Rio Cunhãs, sendo realçadas pelos quartzitos e mica-xistos da Formação Morro do Campo. Esta passa gradativamente a mica-xistos da Formação Xambioá, que são os tipos litológicos dominante regionalmente. A Formação Xambioá contém ainda, localmente, lentes de anfibolitos. O conjunto das rochas constitutivas da Formação Morro do Campo (inferior) e Xambioá (superior) compõe o Grupo Estrondo. Corpos ultrabásicos metamorfisados, ocorrem localmente, formando morros alinhados de disposição submeridiana. Esses corpos ultrabásicos, juntamente com as unidades do Grupo Estrondo, constituem o Super Grupo Baixo Araguaia. O Grupo Estrondo acha-se encoberto a leste pelos sedimentos da Formação Pimenteiras da Sinéclise do Parnaíba e a oeste por Coberturas terciário-quaternárias. Entre as rochas gnáissicas do complexo Colméia, foram identificados gnaisses trondhjemíticos e graníticos, sendo os primeiros amplamente dominantes. Nos gnaisses trondhjemíticos, foram descritos dois bandamentos (1 e 2). O bandamento 1 tem ocorrências restritas e mostra-se dobrado pelo menos duas fases deformativas, sendo que o primeiro dobramento, ausente nas demais unidades, apresenta orientação e se relaciona a um ciclo termotectônico mais antigo (presumivelmente de arqueano), enquanto que o segundo com orientação N-S, está relacionado ao ciclo termo-tectônico gerador das rochas constitutivas do Super Grupo Baixo Araguaia (do Précambriano Superior). O bandamento 2 associa-se a esse ciclo, é fortemente penetrativo, trunca localmente e bandamento 1, apresentando uma disposição pararela ao traço axial (em planto) do segundo dobramento. O bandamento 2 mostra-se no geral amoldado às estruturas dômicas. Associados ao primeiro ciclo (arqueano) e concordantes com o bandamento 1, ocorrem veios quartzo-feldspáticos, ao que tudo indica relacionados com a fase mais antiga. Existem ainda outros veios quartzo-feldspáticos, ora concordantes, ora discordantes, com o bandamento 2. Quimicamente os gnaisses trondhjemíticos apresentam, quase sempre, composição pouco variável, ocorrendo o mesmo com os gnaisses graníticos. Os veios quartzo-feldspáticos concordantes e discordantes com o bandamento 2 têm sua origem atribuída a processos anatéxico, que ocorreram em profundidade, durante o segundo ciclo (do Précambriano Superior). Esses processos foram parciais e restritos, e aliados a outros fatores, permitiram a ascensão diapírica dos gnaisses do Complexo Colméia cujo alojamento gerou as estruturas dômicas, sob condições metamórficas equivalentes ao grau médio. Na Formação Xambioá, as rochas dominantes - mica-xistos- revelaram, através de suas características petrográficas e químicas, uma predominância, entre os sedimentos originais, de pelitos e grauvacas, com contribuições menores de carbonatos. No estudo petrográfico observou-se uma íntima relação entre a ausência de granada e a presença de epídoto e vice-versa embora haja incompatibilidade entre ambos. As análises químicas mostraram que essas relações são controladas pelo teor de CaO de cada amostra. Quando ele ultrapassa um certo valor, é favorecida a cristalização de epídoto e inibe a cristalização de granada, ocorrendo o contrário em caso inverso. Essa variação composicional é observada mesmo em escala milimétrica e reflete-se na área através da distribuição errática da granada, que impossibilita o traçado de qualquer isógrada baseada no aparecimento desse mineral. Fenômeno análogo se verifica em relação à estaurolita, cuja cristalização só é possível em rochas de composição adequada, condição essa que não é satisfeita pela quase totalidade de amostras dos xistos analisados. Nesse caso, o fator crítico é o conteúdo de FeO da rocha que deve ser elevado para permitir a formação da estaurolita. As paragêneses presentes nos diversos tipos litológicos do Super Grupo Baixo Araguaia indicam que o metamorfismo atingiu condições mínimas equivalentes ao grau fraco superior e máxima condizente com o início do grau médio, com regime de pressão razoavelmente elevado (5 a 6kb). A cristalização de granada, epídoto e estaurolita foi controlada pela composição dos sedimentos originais. Este fato foi também observado a poucos quilômetros ao norte na região de Xambioá e a quilômetros ao sul nas regiões de Cantão, Rio Jardim e Rio Cunhãs. O estudo estrutural do Super Grupo Baixo Araguaia permitiu a caracterização de pelo menos cinco fases de deforcionais dentro de um processo progressivo de deformação, sendo que as quatro primeiras se desenvolveram em regime de compressão, gerando dobramentos diversos e falhamentos inversos (?), enquanto que a última se desenvolveu num estágio de relaxamento dos esforços. Um acidente de grande expressão é o Falhamento Inverso (?) de Aragominas de Orientação N-S coincidente com a Serra das Cordilheiras, que secciona os mica-xistos da Formação Xambioá, afetando-os intensamente. Esta unidade aflora tanto a leste quanto a oeste da escarpa, podendo-se supor que as demais unidades também tenham sido afetadas pelo falhamento embora não se achem expostos ao longo do mesmo nível atual de erosão. Outros expressivos lineamentos com orientações NNW-SSE e NNE-SSW, melhor marcado nos domínios da Formação Xambioá, também ocorrem, sendo que alguns podem corresponder a falhamentos direcionais ao longo de S2. A partir da interpretação dos dados obtidos a de sua integração com os já existentes, conclui-se que a evolução geológica da região estudada foi policíclica, distinguindo-se ainda diversas fases em cada ciclo.

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TEIXEIRA, Nilson Pinto. Geologia e petrologia da região central da Serra da Cordilheira-Goiás. Orientador: Roberto Dall’Agnol. 1984. 208 f. Dissertação (Mestrado em Geologia) - Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas, Núcleo de Ciências Geofísicas e Geológicas, Universidade Federal do Pará, Belém, 1984. Disponível em:http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/15005 . Acesso em:.