Agrobiodiversidade, conhecimentos e práticas tradicionais sobre plantas alimentícias na comunidade quilombola do Jacarequara, Santa Luzia do Pará, Nordeste Paraense

Carregando...
Imagem de Miniatura

Data

2022-08-09

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

item.page.theme

Editora(s)

Universidade Federal do Pará
Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária

Tipo de acesso

Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazilaccess-logo

Contido em

Citação

Alves, Ellem Suane Ferreira. Agrobiodiversidade, conhecimentos e práticas tradicionais sobre plantas alimentícias na comunidade quilombola do Jacarequara, Santa Luzia do Pará, Nordeste Paraense. Orientador: Didac Santos Fita. 2022. 188 f. Dissertação (Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável) - Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16588. Acesso em:.

DOI

O presente estudo analisa o papel da agrobiodiversidade e dos conhecimentos e práticas tradicionais relacionados às plantas alimentícias e de que forma influenciam na promoção da soberania e segurança alimentar e nutricional (SSAN) na comunidade quilombola do Jacarequara, em Santa Luzia do Pará, Pará. Para tanto, foram utilizados métodos quali-quantitativos, com as técnicas da observação participante, entrevistas semiestruturadas, questionários, turnê-guiada e lista livre. Os dados obtidos foram tabulados e sistematizados para proceder à triangulação dos dados, além de ser calculada a frequência de citação e o Índice de Saliência Cognitiva (ISC) das plantas alimentícias inventariadas. Os resultados demonstraram que práticas produtivas como o cultivo das roças, o extrativismo de açaí (Euterpe oleracea Mart.) e murumuru (Astrocaryum murumuru Mart.), a pesca e a caça são a base alimentar e um meio de geração de renda. A essas práticas está atrelado importante conhecimento tradicional, onde os saberes são construídos pela constante troca entre os quilombolas, através das gerações, e tem como cerne as dinâmicas do meio natural que os cerca. Foi observado que a sazonalidade influencia a dinâmica produtiva e o calendário agrícola da comunidade, sempre considerando a relação entre os quilombolas e a natureza. Pelo inventário botânico foram catalogadas 140 etnoespécies alimentícias, com destaque para as famílias Euphorbiaceae (27), Arecaceae (12), Musaceae (10) e Rutaceae (9). Entre as plantas alimentícias com maior ISC destacaram-se o açaí, a banana (Musa paradisiaca L.), a mandioca/macaxeira (Manihot esculenta Crantz), o coco (Cocos nucifera L.), o caju (Anacardium occidentale L.), a acerola (Malpighia glabra L.), a bacaba (Oenocarpus bacaba Mart.) e a laranja (Citrus sinensis (L.) Osbe). Foram catalogadas 27 etnovariedades de M. esculenta demonstrando sua fundamental importância para a alimentação dos quilombolas, sendo composta pela farinha de mandioca e de tapioca, beiju, manicueira, tucupi, entre outras comidas. Entretanto, o avanço das áreas de pastagens das fazendas ao redor da comunidade e a adesão por hábitos alimentares externos à comunidade impostos pelo capitalismo, marcado pelo aumento do consumo de alimentos industrializados principalmente pelas crianças e jovens quilombolas, reflete mudanças e riscos à alimentação. Esses fatores direcionam a uma nova realidade alimentar, podendo interferir também em sua permanência no quilombo, na geração de renda, o respeito ao modo de vida quilombola e a valorização dos saberes e práticas tradicionais ali existentes e mantidos.

Agência de Fomento

CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

browse.metadata.ispartofseries

item.page.isbn

Fonte

item.page.dc.location.country

Citação

Alves, Ellem Suane Ferreira. Agrobiodiversidade, conhecimentos e práticas tradicionais sobre plantas alimentícias na comunidade quilombola do Jacarequara, Santa Luzia do Pará, Nordeste Paraense. Orientador: Didac Santos Fita. 2022. 188 f. Dissertação (Mestrado em Agriculturas Familiares e Desenvolvimento Sustentável) - Instituto Amazônico de Agriculturas Familiares, Universidade Federal do Pará, Belém, 2022. Disponível em: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16588. Acesso em:.