Mulheres e meio ambiente: um estudo sobre a organização das agricultoras familiares no nordeste do estado do Pará

As mulheres desempenham um papel crucial na agricultura familiar, mas enfrentam profundos desafios como falta de reconhecimento do trabalham que desenvolvem, sofrem discriminação de gênero, e têm acesso limitado a recursos, além disso, sofrem desproporcionalmente com o esgotamento dos recursos naturais, agravando ainda mais as opressões e exclusões políticas. Este trabalho investiga como as mulheres agricultoras familiares do Nordeste Paraense contribuem para a preservação da natureza e o desenvolvimento local, e como os movimentos sociais fortalecem essa conexão, combatendo a desigualdade de gênero e promovendo o empoderamento feminino, a partir de organizações de mulheres do Movimento de Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Terra - MST e o Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense - MMNEPA. O estudo está dividido em três capítulos e tem como objetivo geral compreender as conexões entre o trabalho das agricultoras familiares e a preservação da natureza, analisando as ações dos movimentos sociais de mulheres e suas contribuições para o desenvolvimento local, a gestão sustentável dos recursos naturais e o combate à desigualdade de gênero. Os objetivos específicos incluem compreender a relação entre agricultoras familiares e natureza no nordeste paraense, identificando pautas, atividades produtivas e dinâmicas de gênero; identificar estratégias de mobilização para acessar políticas públicas relacionadas às atividades produtivas desenvolvidas pelas agricultoras do MST e do MMNEPA; elaborar um diagnóstico sociopolítico ambiental, auxiliando os movimentos de agricultoras na compreensão sistemática de suas atuações. Para alcançar os objetivos foi utilizada pesquisa qualitativa com revisão de literatura, bibliográfica e documental como metodologia, também foram feitas pesquisas de campo nas reuniões, mobilizações, marchas e feiras organizadas pelas agricultoras, também foram feitas entrevistas com 25 agricultoras e aplicada uma oficina de cartografia participativa no projeto de assentamento Abril Vermelho. A partir disso obteve-se uma sistematização das principais pautas reivindicadas pelos grupos, um levantamento do perfil social, da produção das agricultoras, e a elaboração de duas cartografias participativas.