Use este identificador para citar ou linkar para este item:
https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/17295
Tipo: | Tese |
Data do documento: | 28-Jan-2025 |
Autor(es): | BUILES PUERTAS, Diego Fernando |
Primeiro(a) Orientador(a): | FOLHES, Ricardo Teophilo |
Título: | Tjina ydubry gap pom mo (Nosso território com morro grande): histórias, memória coletiva e percepções sobre o território e a biodiversidade entre os Arara (Karib) da TI Cachoeira Seca |
Agência de fomento: | CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior |
Citar como: | BUILES PUERTAS, Diego Fernando. Tjina ydubry gap pom mo (Nosso território com morro grande): histórias, memória coletiva e percepções sobre o território e a biodiversidade entre os Arara (Karib) da TI cachoeira seca. Orientador: Ricardo Teophilo Folhes. 2025. 261 f. Tese (Doutorado em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido) - Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém, 2025. Disponível em: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/17295. Acesso em:. |
Resumo: | O povo Arara (Karib) do Pará foi particularmente célebre na década de 1980, quando notícias sobre os conflitos entre os grupos deste povo com colonos e trabalhadores não indígenas, que chegaram acompanhando as iniciativas de colonização e desenvolvimento do governo militar da década 1960, se espalharam na mídia local até as esferas nacionais e internacionais. Para dar continuidade às obras e aos projetos, o governo criou a Frente de Atração Arara (FAA) em 1971. Em 1982 e 1983, se conseguiu o contato com os grupos Arara, que conformam a atual TI Arara, e 1987, com o grupo que conforma a TI Cachoeira Seca. Apesar de a homologação da TI Cachoeira Seca ter sido concedida em 2016, a regularização não foi concluída, pelos percalços do processo de desintrusão dos não indígenas que permanecem na TI. Aproveitando as lacunas do processo, invasores ilegais desmatam, traficam com madeira, grilam terra, fazem criação pecuária e exploram os recursos de usufruto exclusivo, desconhecendo as disposições constitucionais e legais. Outra questão estrutural, consistente na legitimação de ações assimétricas de invasão, se toma do território dos povos indígenas, a partir dos discursos retóricos de “território vazio” ou habitado por “povos despossuídos de conhecimento útil para a civilização”, isso também se tem efetivado na imposição dos interesses econômicos e políticos. Devido à interação de todos esses elementos, e de sua continuidade, apesar das denúncias comunitárias permanentes e das ações das instituições encarregadas da proteção do território e da biodiversidade, a situação se enquadra como um problema de falta de eficiência e eficácia nas políticas e ações de proteção territorial da TI Cachoeira Seca. Para contribuir com a melhoria desta situação, decidiu-se analisar as formas de uso do território e da biodiversidade, a partir das informações documentais, a recuperação da memória coletiva e a documentação das percepções do acervo de conhecimento tradicional do povo Arara da TI Cachoeira Seca, para produzir insumos qualificados, que melhoraram as ações de proteção territorial. Usaram-se revisão documental, convívio nas aldeias e registro em diário de campo. Também se realizaram oficinas participativas e colaborativas, mapeamentos e zoneamentos, conversas, entrevistas e acompanhamento de expedições às áreas de uso da biodiversidade. No capítulo I, se apresentam os elementos históricos analisados, com foco no povo Arara (Karib) e o recorte territorial mencionado acima. No capítulo II, se apresentam os elementos da diáspora e da mobilidade dos grupos Arara em diálogo com o resgate da memória coletiva da Tjibie Arara e sua filha Iogo Arara sobre o contato com os karei (não indígenas). No capítulo III, se apresentam os elementos sobre as percepções e o acervo de conhecimento tradicional para o uso do território e a biodiversidade para a alimentação e sobrevivência. Apresentam-se mapas e figuras com as reconstruções da mobilidade histórica; detalhes do esquartejamento do território dos grupos Arara pelos projetos de colonização e desenvolvimento; calendários culturais e de alimentação e sobrevivência; e o etnozoneamento das Áreas de Manejo Especial Indígena (AMEIs) e das Áreas Territoriais de Recorrentes Invasões após a Transamazônica (ATRITs). |
Abstract: | The Arara (Karib) indigenous people of Pará, were particularly famous in the 1980s, when news became widespread from local media to national and international spheres, about conflicts between, Arara people groups with settlers and non-indigenous workers who arrived following the colonization and development initiatives of the military government in the 1960s. To continue the works and projects, the government created the Arara Attraction Front (AAF) since 1971. In 1982 and 1983, a AAF was contact the Arara groups that make up the current “Arara Indigenous Land”, and in 1987, was contact the last Arara group that inhabiting a current “Cachoeira Seca Indigenous Land”. Even though the limits of the Cachoeira Seca Indigenous Land were approved in 2016, the regularization was not completed, due to the setbacks in the process, and non-indigenous people, remain in the Indigenous Land. Taking advantage of loopholes in the process, illegal invaders deforest, traffic in timber, grab land, raise livestock, and exploit resources for exclusive use, ignoring constitutional and legal provisions. Another structural issue, consisting of the legitimization of asymmetrical actions of invasion and seizure of the territory of indigenous peoples, based on the rhetorical discourses of “empty territory” or inhabited by “people lacking useful knowledge for civilization”, has also taken effect, in imposition of economic and political interests. Due to the interaction of all these elements, and their continuity, despite permanent community complaints and the actions of institutions in charge of protecting the territory and biodiversity, the situation is framed as a problem of lack of efficiency and effectiveness in policies and actions of territorial protection of the Cachoeira Seca Indigenous Land. To contribute to improving this situation, we analyzed the forms of use of the territory and biodiversity, based on documentary information, the record of collective memory and the documentation of perceptions and the traditional knowledge collection of the Arara people of Cachoeira Seca Indigenous Land. Documentary review, interaction in the villages and recording in a field diary were used. Participatory and collaborative workshops, mapping and zoning, conversations, interviews and monitoring expeditions to areas of biodiversity use were also held. In chapter I, the historical elements analyzed are presented, focusing on the Arara (Karib) people and their traditional territory in Xingu Region. In chapter II, elements of the diaspora and mobility of the Arara groups are presented in dialogue with the collective memory of Tjibie Arara and her daughter Iogo Arara about of contact experience with the karei (non-indigenous people). In chapter III, elements on perceptions and the traditional knowledge about the territory and biodiversity use, for food and survival are presented. Maps and figures are presented with reconstructions of historical mobility; details of the fragmentation of the Arara groups territory by colonization and development projects; cultural and food calendars; and the ethno zoning of Special Indigenous Management Areas (AMEIs in Portuguese language) and Territorial Areas of Recurrent Invasions after the “Transamazonic highway” construction (ATRITs in Portuguese language). |
Resumen: | El pueblo indígena Arara (Karib) del Estado de Pará (Brasil), fue especialmente mencionado en la década de 1980, cuando los conflictos de estos grupos indígenas con los colonos y trabajadores que se instalaron en sus territorios, destinados por el gobierno militar de la década de 1960, para los proyectos de colonización y desenvolvimiento oficiales, se difundieron desde los medios noticiosos locales, hasta las esferas internacionales. Para darle continuidad a sus proyectos oficiales, el gobierno designó al equipo de la Frente de Atracción Arara, la tarea de contactar los grupos en conflicto en 1971. Entre 1982 y 1983 se contactaron los grupos que conforman el actual resguardo indígena (Terra Indígena-TI, en el ámbito brasilero) Arara y en 1987, se contactó el último grupo que conforma el actual resguardo indígena (TI) “Cachoeira Seca”. A pesar de que el reconocimiento oficial de los límites de la TI Cachoeira Seca, se realizó desde 2016, el saneamiento territorial de los ocupantes no indígenas aún no ha sido concluido. Aprovechando esta situación, grupos ilegales organizados, deforestan, comercian la madera, venden y asignan lotes a terceros para la transformación de la tierra en potreros para la ganadería y explotan los recursos de la biodiversidad, de usufructo exclusivo para la alimentación y sobrevivencia de este pueblo, de acuerdo con la constitución y la legislación brasilera. Otro elemento que complejiza esta situación tiene que ver con el uso de los discursos retóricos de “territorio vacío” e “pueblos desposeídos de conocimiento útil para la civilización”, para legitimar las acciones hegemónicas, de imposición de los intereses económicos y políticos en estos territorios. Debido a la interacción de todos esos elementos y su continuidad a pesar de las denuncias permanentes de la comunidad indígena ante los órganos institucionales encargados, la situación problemática se define como falta de eficiencia y eficacia en las políticas y acciones de protección del territorio y la biodiversidad de la TI Cachoeira Seca. Para contribuir con el mejoramiento de esta situación, se analizaron las formas de uso del territorio y la biodiversidad en el área de estudio, de acuerdo con los registros históricos y bibliográficos, la memoria colectiva y las percepciones del conocimiento tradicional del grupo Arara de la TI Cachoeira Seca, para producir insumos cualificados para mejorar las acciones de protección territorial. Para esto, se convivió temporalmente en las aldeas, se realizaron oficinas participativas y colaborativas, entrevistas y conversaciones, mapeos y acompañamiento de expediciones a las áreas de uso y registro detallado en diario de campo. Los resultados se estructuraron en tres capítulos. En el capítulo I se presentan las informaciones bibliográficas sobre la ocupación indígena y la colonización forzada en el área de estudio. En el capítulo II se presenta el dialogo entre las informaciones bibliográficas y la memoria colectiva del grupo indígena, para reconstruir su diáspora y su movilidad territorial hasta la actualidad. En el capítulo III se presentan los elementos del acervo de conocimiento tradicional sobre el territorio y la biodiversidad, para la alimentación y sobrevivencia. En los tres capítulos se presentan mapas, figuras y fotos con las reconstrucciones de la movilidad, la imposición de los proyectos oficiales de colonización y desarrollo económico y sus impactos en la fragmentación del territorio tradicional, los calendarios culturales y ecológicos, y la zonificación de las Áreas de Manejo Especial Indígena (AMEI) en oposición a las Áreas Territoriales con Recurrentes Invasiones desde la Transamazónica (ATRIT). |
Palavras-chave: | TI Cachoeira Seca Povo Arara (Karib) Conhecimento tradicional Território Biodiversidade Transamazônica BR-230 |
Área de Concentração: | DESENVOLVIMENTO SOCIOAMBIENTAL |
Linha de Pesquisa: | DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, REGIONAL E AGRÁRIO |
CNPq: | CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::ECONOMIA::ECONOMIA AMBIENTAL |
País: | Brasil |
Instituição: | Universidade Federal do Pará |
Sigla da Instituição: | UFPA |
Instituto: | Núcleo de Altos Estudos Amazônicos |
Programa: | Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido |
Tipo de Acesso: | Acesso Aberto |
Fonte: | 1 CD-ROM |
Aparece nas coleções: | Teses em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (Doutorado) - PPGDSTU/NAEA |
Arquivos associados a este item:
Arquivo | Descrição | Tamanho | Formato | |
---|---|---|---|---|
Tese_TjinaYdubryGap.pdf | 6,67 MB | Adobe PDF | Visualizar/Abrir |
Este item está licenciado sob uma Licença Creative Commons