Ninhos azuis: o primeiro registro do uso de resíduos plásticos na nidificação de aves na Costa Amazônica, Brasil

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21-06-2024

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LOPES, Adrielle Caroline. Ninhos azuis: o primeiro registro do uso de resíduos plásticos na nidificação de aves na Costa Amazônica, Brasil. Orientador: José Eduardo Martinelli Filho. 2024. xiii, 69 f. Dissertação (Mestrado em Oceanografia) - Programa de Pós-Graduação em Oceanografia, Instituto de Geociências, Universidade Federal do Pará, Belém, 2024. Disponível em:https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/17473 . Acesso em:.

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Embora a pesquisa sobre os efeitos do plástico nos ecossistemas marinhos tenha sido extensa, há uma lacuna de estudos relacionados à biota terrestre. Determinados táxons animais terrestres como as aves podem estar mais propensas à incorporação de detritos plásticos em seus habitats. Este estudo se concentrou na interação entre Psarocolius decumanus, uma ave comum na região amazônica e o uso de plástico durante a nidificação. Técnicas não invasivas para minimizar o impacto nos ninhos e na vida das aves foram utilizadas. Os ninhos caídos e abandonados foram coletados, já os ativos foram fotografados e registrados com GPS para comparação entre diferentes áreas de coleta. No laboratório, os ninhos foram analisados, pesados e medidos. A análise revelou diferenças significativas na largura e massa de plástico nos ninhos entre os locais de coleta. Os resultados também revelaram uma presença generalizada de plásticos nos ninhos: 24 de 36 apresentaram plásticos em sua composição, com a maior proporção encontrada na área de manguezal. Todos os ninhos do manguezal continham plástico (N= 9), com uma proporção entre 15,4 e 97,9% do peso seco. Na clareira próxima à praia do Farol (N= 17), apenas seis dos 17 ninhos continham plástico, com uma proporção menor em relação ao peso seco (0 a 0,2%). Em uma vila de pescadores (N= 10), 90% dos ninhos apresentaram plásticos, com proporção variando de 1,4 a 95,5%. As fibras e cordas plásticas foram os materiais mais comuns. A cor predominante foi o azul, sugerindo uma possível preferência por essa cor por parte da ave, ou refletindo a prevalência de determinados tipos de plásticos na região. As análises revelaram variações na incidência de plástico em diferentes áreas, indicando uma influência da disponibilidade de detritos no ambiente circundante. A presença de plástico nos ninhos pode ter consequências adversas para as aves e suas crias, incluindo impactos na alimentação, reprodução e mortalidade. O estudo também monitorou a atividade dos ninhos, revelando padrões na quantidade de ninhos ativos, ressaltando a importância do monitoramento contínuo da presença de detritos nos ninhos como potencial bioindicador dos níveis de poluição ambiental. Este estudo pioneiro fornece dados inéditos sobre os padrões de poluição e os impactos ambientais associados à presença de plásticos em ninhos de aves terrestres na Amazônia.

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