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Tipo: Tese
Fecha de publicación : 16-dic-2022
Autor(es): SOUSA, Maria Páscoa Sarmento de
Primer Orientador: MARIN, Rosa Elizabeth Acevedo
Título : Resistências malungas: agências sociopolíticas de mulheres quilombolas em Salvaterra, Arquipélago do Marajó - Pará
Citación : SOUSA, Maria Páscoa Sarmento de. Resistências malungas: agências sociopolíticas de mulheres quilombolas em Salvaterra, Arquipélago do Marajó - Pará. 2022. 341 f. Tese (Doutorado em Antropologia) – Universidade Federal do Pará, Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Belém, 2022. Programa de Pós-Graduação em Antropologia. Disponível em: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/17521. Acesso em:.
Resumen: Novas etnias são uma realidade no Marajó contemporâneo, revelando-se com particular ênfase nas primeiras décadas do século XXI, quando grupos humanos majoritariamente formados por pessoas negras passaram a reivindicar a identidade etnopolítica quilombola neste lugar. Neste trabalho sustentamos a premissa que os aquilombamentos deste século estão imbricados em agências femininas, pois fomos e somos as principais articuladoras de ações no âmbito do movimento quilombola nesta região, desde 1998. Aqui, esforço-me para compreender, através da afrocentricidade e desde a perspectiva antropológica feminista (feminismo afrodiaspórico), as agências sociopolíticas das mulheres em processos de aquilombamentos contemporâneos no município de Salvaterra, na tentativa de localizar o lugar do feminino no campo do político em sociedades étnicas contemporâneas, espaços onde a identidade é um fenômeno eminentemente político e corporificado (corpo-político) e onde as pessoas se apercebem como sujeitas de direitos a partir de confrontações com o Estado, com outras instituições e outros indivíduos. Deste modo, introduzo questões centrais como o deslocamento do ser individualizado para o ser coletivo, próprio à existência e experiência política através de um exercício de escrevivência autoetnográfica que é reflexo de experiências pessoais e coletivas com 21 outras mulheres, co-autoras e agentes da pesquisa, no interior de um movimento étnico situado em um sistema de dominação cujos fundamentos são o racismo, o patriarcado, o machismo, o heterossexismo e o capitalismo. Esta pesquisa filia-se aos Estudos Negros, Estudos Africana ou Africalogia enquanto campo científico que tem por base teórica a Afrocentricidade ou Paradigma Afrocêntrico, um amplo campo de estudos construído pelo trabalho de diversa(o)s intelectuais africanas e africanos situada(o)s em variadas latitudes no globo terrestre e em tempos diversos, desde a África, passando pelas Américas, Caribe até a Europa. Constitui-se como o lugar de enunciação de uma nova maneira de pensar a África e os/as africanos/as no continente e seus descendentes na Diáspora Negra Transatlântica, recentralizando-os/as enquanto agentes da/na História. Esta pesquisa, também, filia-se à teoria crítica feminista e orienta-se desde as proposições teórico-práticas do Feminismo Afrodiaspórico, gestado nos diversos lugares onde mulheres negras e não-brancas situam-se em projetos de subjetivações, insurgências e enunciações frente a sistemas de opressão que interseccionam nossas existências no mundo, com especial enfoque nas interrelações entre gênero, raça/etnia e classe social e localização, vistos não apenas como sistemas hierarquizados de opressão, mas como interseccionalidades que estruturam ‘lugares’ onde as mulheres negras são obrigadas a viver e permanecer. Estas escrevivências autoetnográficas exigiram mergulhar em minhas experiências pessoais enquanto mulher negra quilombola, enquanto quilombola amazônida, enquanto ativista do movimento negro e afrofeminista, mas também implicaram imersão em experiências coletivas compartilhadas com aquelas que são minhas outras manas e manos quilombolas, a fim de buscar compreender nossas agências sociais e políticas nos lugares de pertença. Concluo pela existência de uma agência malunga, significando com isso as maneiras diversas de ação articuladas por nós mulheres quilombolas ao longo de mais de 20 anos de movimento quilombola em Salvaterra, uma agência que é contra colonial, insurgente e desafiadora, mas que se realiza mediada pelos sentidos do Ubunto materializado em solidariedade, partilha, cooperação, enfim permeada por Amor.
Resumen : New ethnic groups are a reality in contemporary Marajo, revealing themselves with particular emphasis in the first decades of the 21st century when human groups made up mostly of black people began to claim the quilombola ethnopolitical identity in this place. In this work, we support the premise that this century's aquilombamentos are imbricated in women's agencies, since we were and are the main articulators of actions within the quilombola movement in this region, since 1998. Here, I strive to understand, through Afrocentricity and from a feminist anthropological perspective (Afrodiasporic feminism), the socio-political agencies of women in contemporary aquilombamento processes in the municipality of Salvaterra, in an attempt to locate the place of the feminine in the field of politics in contemporary ethnic societies, spaces where identity is an eminently political and embodied phenomenon (body-politics) and where people perceive themselves as subjects of rights based on confrontations with the state, other institutions and other individuals. In this way, I introduce central issues such as the displacement of the individualized being to the collective being, proper to existence and political experience through an exercise in autoethnographic writing that is a reflection of personal and collective experiences with 21 other women, co-authors, and agents of the research, within an ethnic movement situated in a system of domination whose foundations are racism, patriarchy, male chauvinism, heterosexism, and capitalism. This research is part of Black Studies, Africana Studies, or Africalogy as a scientific field whose theoretical basis is Afrocentricity or the Afrocentric Paradigm, a broad field of study built by the work of diverse African intellectuals located in different latitudes of the globe and at different times, from Africa, through the Americas, the Caribbean to Europe. It constitutes the place of enunciation of a new way of thinking about Africa and Africans on the continent and their descendants in the Transatlantic Black Diaspora, refocusing them as agents of history. This research is also affiliated with critical feminist theory and is guided by the theoretical-practical propositions of Afrodiasporic Feminism, which was created in the various places where black and non-white women are situated in projects of subjectivation, insurgency, and enunciation in the face of systems of oppression that intersect our existences in the world, with a special focus on the interrelations between gender, race/ethnicity and social class and location, seen not only as hierarchical systems of oppression, but as intersectionalities that structure 'places' where black women are forced to live and remain. These autoethnographic writings required delving into my personal experiences as a black quilombola woman, as an Amazonian quilombola, as an activist in the black and Afro-feminist movements, but they also involved immersing myself in collective experiences shared with those who are my other quilombola bros and sisters, in order to understand our social and political agencies in the places where we belong. I conclude that there is a malunga agency, meaning the diverse forms of action articulated by us quilombola women over more than 20 years of quilombola movement in Salvaterra, an agency that is counter-colonial, insurgent and challenging, but which is mediated by the meanings of Ubuntu materialized in solidarity, sharing, cooperation, in short, permeated by Love.
Résumé: Nuevas etnias son una realidad en el Marajó contemporáneo, revelándose con particular énfasis en las primeras décadas del siglo XXI, cuando grupos humanos mayoritariamente negros comenzaron a reivindicar la identidad etnopolítica quilombola en este lugar. En este trabajo sostenemos la premisa de que los asentamientos quilombolas de este siglo se entrelazan con agencias femeninas, ya que fuimos y somos las principales articuladoras de acciones en el ámbito del movimiento quilombola en esta región, desde 1998. Aquí me esfuerzo por comprender, a través del afrocentrismo y desde la perspectiva antropológica feminista (feminismo afrodiaspórico), las agencias sociopolíticas de las mujeres en los procesos de asentamiento contemporáneos en el municipio de Salvaterra, en un intento por ubicar el lugar de lo femenino en el campo de la política en las sociedades étnicas contemporáneas, espacios donde la identidad sea un eminentemente político y encarnado (cuerpo-político) y donde las personas se perciban como sujetos de derechos a partir de los enfrentamientos con el Estado, con otras instituciones y otros individuos. De esta manera, introduzco cuestiones centrales como el desplazamiento del ser individualizado al ser colectivo, propio de la existencia y experiencia política a través de un ejercicio de escritura autoetnográfica que es reflejo de experiencias personales y colectivas dentro de un movimiento étnico situado en un sistema de dominación, cuyos fundamentos son el racismo, el patriarcado, el machismo, el heterosexismo y el capitalismo. Este estudio está afiliado a los Estudios Negros, Estudios Africanos o Africalogía como un campo científico que se basa teóricamente en el Afrocentrismo o Paradigma Afrocéntrico, un amplio campo de estudios construido por el trabajo de diversos intelectuales africanos y africanos ubicados en diferentes latitudes del globo y en diferentes tiempos, desde África, pasando por las Américas, el Caribe hasta Europa, constituye el lugar de enunciación de una nueva forma de pensar sobre África y los africanos en el continente y sus descendientes en la Diáspora Negra Transatlántica, recentándolos como agentes de /en Historia. Esta investigación también está afiliada a la teoría crítica feminista y se orienta por los planteamientos teórico-prácticos del Feminismo Afrodiaspórico, gestados en los diferentes lugares donde las mujeres negras se sitúan en proyectos de subjetivación, insurgencias y enunciaciones frente a los sistemas de opresión que se entrecruzan. nuestras existencias en el mundo, con un enfoque especial en las interrelaciones entre género, raza/etnicidad y clase social y ubicación, vistas no solo como sistemas jerárquicos de opresión, sino como interseccionalidades que estructuran 'lugares' donde las mujeres negras se ven obligadas a vivir y permanecer Estos escritos autoetnográficos requirieron ahondar en mis vivencias personales como mujer negra quilombola, como quilombola amazónica, como activista del movimiento negro y afrofeminista, pero también implicó una inmersión en experiencias colectivas compartidas con quienes son mis otros hermanos y hermanas quilombolas, en para tratar de comprender nuestras agencias sociales y políticas en los lugares de pertenencia. Concluyo con la existencia de una agencia malunga, es decir, las diferentes formas de acción articuladas por nosotras las mujeres quilombolas a lo largo de más de 20 años del movimiento quilombola en Salvaterra, una agencia anticolonial, insurgente y desafiante, pero que se realiza mediatizada. por los sentidos de Ubunto materializados en solidaridad, compartir, cooperación, finalmente permeados por el Amor.
Palabras clave : Quilombolas
Mulheres
Agência
Feminismo Afrodiaspórico
Malungas
Women
Agency
Afrocentricity
Aphrodiasporic Feminism
metadata.dc.subject.areadeconcentracao: ANTROPOLOGIA SOCIAL
metadata.dc.subject.linhadepesquisa: POVOS INDÍGENAS E COMUNIDADES TRADICIONAIS
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA
País: Brasil
Editorial : Universidade Federal do Pará
Sigla da Instituição: UFPA
Instituto: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em Antropologia
metadata.dc.rights: Acesso Aberto
Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Brazil
metadata.dc.source.uri: Disponível na internet via correio eletrônico: bibhumanas@ufpa.br
Aparece en las colecciones: Teses em Antropologia (Doutorado) - PPGA/IFCH

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