Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2604
O Mestrado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Distribuição geoquímica dos metais no material particulado em suspensão - MPS na margem direita da Baia de Marajó, Costa Amazônica, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2025-03-25) ANDRADE, Robinson da Cruz; KUTTER, Vinicius; http://lattes.cnpq.br/6652786694334612; https://orcid.org/0000-0001-7295-6800A Baía de Marajó, localizada na região amazônica, é um dos maiores sistemas estuarinos brasileiros, influenciada pelos rios Amazonas e Tocantins, com intensa hidrodinâmica e processos físico-químicos que afetam a distribuição de metais. Este estudo teve como objetivo analisar as concentrações e distribuição dos elementos Al, Fe, Mn, Mg, Zn, Cr, V, Ti e Ca no material particulado em suspensão (MPS) da margem direita da Baía de Marajó, correlacionando os resultados com fatores ambientais como salinidade, pH e hidrodinâmica local. As amostras foram coletadas em três pontos estratégicos – Icoaraci (Ponto 1), Ilha de Mosqueiro (Ponto 2) e Colares (Ponto 3) – durante duas campanhas realizadas entre abril e maio de 2023. Utilizou-se uma garrafa Van Dorn para amostragens na superfície e a 20 metros de profundidade, abrangendo o ciclo completo das marés. O material particulado foi filtrado em filtros de acetato de celulose (0,45 μm) e analisado por espectrometria de fluorescência de raios X para determinação quantitativa dos elementos. Dados físico-químicos, como temperatura, pH, salinidade e Eh, foram adquiridos com sondas Multiparâmetros e dados de corrente pelo ADCP. A análise estatística incluiu testes de Kruskal-Wallis, correlações de Pearson e Boxplot. Os resultados revelaram que as concentrações de MPS variaram significativamente entre os pontos. No ponto 3 (Colares), observaram-se as maiores concentrações na superfície (0,278 mg/L), indicando menor energia hidrodinâmica e maior deposição de sedimentos finos, favorecidos pela intrusão salina e pela floculação de metais. Já o ponto 1 (Icoaraci) apresentou as menores concentrações, sugerindo maior remoção de sedimentos devido à influência da dinâmica de maré e descarga fluvial. O teste de Kruskal-Wallis evidenciou diferenças significativas entre os pontos na superfície, principalmente para os elementos Mg, Al, Ti, V, Cr, Fe e Zn. Em profundidade, apenas Mg e Zn apresentaram variações significativas. As correlações de Pearson demonstraram associações fortes entre Fe, Cr, Mn e Zn no ponto 3, sugerindo transporte conjunto desses metais, controlado por processos de adsorção em óxidos de ferro e manganês, especialmente em condições de baixa energia. O comportamento geoquímico observado evidencia que a hidrodinâmica e os processos de intrusão salina são fatores-chave na distribuição espacial e vertical dos metais na Baía de Marajó. Conclui-se que a Baía de Marajó apresenta um ambiente estuarino altamente dinâmico, onde a deposição e o transporte de metais no MPS são controlados por processos físicos, como variações hidrodinâmicas, e químicos, como a floculação em ambientes salinos. Os resultados obtidos contribuem para o conhecimento dos processos geoquímicos na região amazônica, fornecendo subsídios importantes para a gestão ambiental e a preservação dos ecossistemas locais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Assinatura geoquímica do ouro na Província Mineral do Tapajós, Cráton Amazônico: o exemplo dos depósitos São Jorge e São Chico(Universidade Federal do Pará, 2025-06-19) GOMES, Iolanda Clara do Carmo; LIMA, Rafael Guimarães Corrêa; http://lattes.cnpq.br/6751523860876497; LAMARÃO, Claudio Nery; http://lattes.cnpq.br/6973820663339281; https://orcid.org/0000-0002-0672-3977O ouro é um elemento nativo de grande importância econômica, e a determinação da assinatura geoquímica e isotópica deste minério, explorado e explotado nas principais províncias minerais do Brasil, tem se tornado uma ferramenta valiosa, não só para fins de prospecção mineral, mas também para auxiliar no controle da sua origem e circulação. Este trabalho tem como objetivos caracterizar e comparar a composição química do ouro de dois depósitos, por meio de espectrometria de dispersão de energia acoplada ao microscópio eletrônico de varredura (MEV-EDS) e avaliar a viabilidade na distinção de origem em nível local e regional, além de discutir os fatores que controlam a distribuição de elementos no ouro nativo. Os depósitos São Jorge e São Chico são depósitos de ouro localizados na porção leste da Província Mineral do Tapajós e alinhados ao longo do Lineamento Tocantinzinho (WNWESE). A mineralização do depósito São Jorge consiste em uma paragênese formada por ouro + pirita + calcopirita ± esfalerita e, raramente, galena, na qual, o ouro ocorre em duas gerações com composições distintas, contida em veios de quartzo ou de forma disseminada nas rochas mais hidrotermalizadas. O ouro deste depósito tem como principal mineral hospedeiro a pirita, ocorrendo na forma de inclusões com altos teores de Au (84,27 – 91,02%), e preenchendo fraturas em pirita com uma composição mais rica em Ag (7,86 – 15,72%). As diferenças geoquímicas e texturais indicam que houve pelo menos dois eventos distintos de mineralização. Já a mineralização do depósito São Chico consiste em uma paragênese formada por ouro + pirita + galena + esfalerita ± calcopirita, contida em sistemas de veios de quartzo sulfetados e polimetálicos, na qual o ouro ocorre como electrum. O ouro deste depósito tem como principal mineral hospedeiro a galena, cujas relações texturais entre esses dois minerais sugerem precipitação simultânea em condições de baixas temperaturas. Além disso, o ouro deste depósito também ocorre associado à calcopirita e esfalerita, cuja relação é também evidenciada em sua composição química, que apresenta maiores teores médios de Cu (0,44%) e Zn (0,42%), respectivamente. A análise de componentes principais (PCA) identificou Ag, Fe e Te como os elementos com maiores potenciais de discriminação do ouro entre esses dois depósitos, haja vista que o ouro do depósito São Jorge apresenta uma assinatura geoquímica com altos teores de Au (73,82 – 91,02%), Fe (0,54 –6,21%) e Te (0,37 – 3,61%) em comparação com o ouro do depósito São Chico que apresenta uma assinatura com maiores concentrações de Ag (29,82 – 51,42%).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Gênese e distribuição estratigráfica das concreções carbonáticas da ilha de Baunilha Grande, região do Quatipuru - Pará(Universidade Federal do Pará, 2025-06-27) GARCIA, Danilo Sena; SOARES, Joelson Lima; http://lattes.cnpq.br/1345968080357131Na Ecofácies de Baunilha Grande, localizada na Ilha de Baunilha Grande, na região de Quatipuru, Pará, encontram-se concreções carbonáticas denominadas carcinólitos, porém, próximo a esses carcinólitos, há outras concreções cujo a origem e a posição estratigráfica ainda não haviam sido descritas. As concreções se encontram na Fo7rmação Pirabas, do Mioceno-inferior, composta por calcários fossilíferos e depósitos sedimentares que registram um ambiente marinho raso costeiro influenciado por marés. Esse trabalho tem como objetivo caracterizar a formação das concreções carbonáticas na Ilha de Baunilha Grande e sua relação com os processos diagenéticos e estratigráficos da Formação Pirabas. Para isso, este estudo teve como a metodologia: (I) análise petrográfica, mineralógica e geoquímica das concreções, utilizando técnicas como microscopia óptica, difração de raios-X (DRX), Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV) e Espectroscopia de Energia Dispersiva (EDS); (II) relação estratigráfica das concreções com depósitos similares em Salinópolis e Maracanã, fazendo sua relação com eventos de sedimentação, bioturbação e diagênese. Os resultados indicam que as concreções possuem diferentes formas e composições, sendo divididas em quatro tipos principais: esféricas, tubulares, rugosas e bulbosas. A análise mineralógica mostrou a presença predominante de quartzo e calcita, além de caulinita e kutnohorita em algumas amostras. A pirita ocorre em todas as concreções, especialmente associada a fósseis orgânicos e diagênese de diatomáceas. A presença dessas concreções sugere processos de cimentação precoce em lentes de arenito e bioturbação em folhelhos, influenciados por variações no nível do mar e eventos de tempestade. Os altos teores de pirita nas concreções indicam um ambiente deposicional redutor favorável à preservação da matéria orgânica e formação desses sulfetos. A relação entre concreções e estruturas sedimentares indica que essas feições estão restritas ao topo da Formação Pirabas, próximo ao contato com a Formação Barreiras. Dessa forma, a ocorrência destas concreções pode ser utilizada como um marcador estratigráfico para o topo da Formação Pirabas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise palaeoambiental e caracterização dos Folhelhos Negros da Formação Barreirinha utilizando análises Multiproxy(Universidade Federal do Pará, 2025-06-04) CARVALHO, Wivian Maria Rodrigues; BRITO, Ailton da Silva; http://lattes.cnpq.br/9873489431846769; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0001-9224-5563; SOARES, Joelson Lima; http://lattes.cnpq.br/1345968080357131A Formação Barreirinha teve sua fase inicial de sedimentação vinculada a uma rápida elevação relativa do nível do mar, durante um expressivo evento de transgressão marinha que inundou a Bacia do Amazonas. Esses folhelhos ricos em matéria orgânica afloram ao longo de uma faixa estreita, porém extensa, situada na borda sul da Bacia do Amazonas. Existem poucos estudos dedicados especificamente às possíveis variações paleoambientais associadas à deposição desses folhelhos. Isso se deve, principalmente, à relativa uniformidade litológica dessas rochas, predominantemente compostas por sedimentos finos, além de sua relevância econômica, que direciona a maior parte das pesquisas para a maturação da matéria orgânica. Com objetivo de investigar as variações paleoambientais ocorridas durante a deposição destes sedimentos finos, com foco na dinâmica sedimentar, origem e proveniência da matéria orgânica, utilizando como base a associação de diversas técnicas quantitativas, semiquantitativas e qualitativas (multiproxy). Deste modo, a sucessão estratigráfica analisada é composta majoritariamente por folhelhos de tonalidades cinza a negras, apresentando variações faciológicas associadas a influxos de sedimentos terrígenos mais grossos e episódios de bioturbação. Essas características indicam um ambiente deposicional marinho profundo, anóxico e distal, sem influência de carbonatos, típico do Membro Abacaxis da Formação Barreirinha. Análises mineralógicas (cluster) revelam predomínio de caulinita, caracterizando a fácies Caolinita, com ocorrência subordinada de quartzo, sulfatos e sulfetos nas porções inferiores. A base da sucessão contém arenitos finos, maciços e com estratificação cruzada, correlacionados à Formação Ereré, de origem deltaica a plataforma interna. A transição para folhelhos laminados com intercalamentos de arenitos e siltitos marca o início da transgressão devoniana (Frasniano), com importante aporte continental, atestado por minerais pesados, restos vegetais piritizados e tasmanites. A ocorrência de dumpstones sugere influência de processos glaciais, com deposição por transporte glacial marinho (ice-rafted debris). Os níveis superiores exibem folhelhos mais homogêneos, enriquecidos em matéria orgânica, desprovidos de bioturbação e minerais detríticos, refletindo a máxima anóxia durante o pico transgressivo na Bacia do Amazonas. Do ponto de vista diagenético, os folhelhos passaram por compactação, fraturamento, substituições minerais, oxidação e intensa piritização, principalmente na forma framboidal, típica de ambientes marinhos redutores. A mineralogia é dominada por caulinita e quartzo, com minerais acessórios indicativos de processos de alteração e possíveis intrusões ígneas jurássico-triássicas (magmatismo Penatecaua), que elevaram a maturação térmica do querogênio. Análises de Rock-Eval e biomarcadores revelam querogênios tipo II-III, com potencial gerador de gás, variando de imaturo a pós-maturo conforme a distância das intrusões. Esses dados refletem um sistema transgressivo com forte controle ambiental e influência térmica regional.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Petrografia e mineralogia das alterações hidrotermais associadas ao bloco Sul do depósito aurífero Volta Grande do Xingu, Domínio Bacajá (PA), Cráton Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2025-04-22) PINTO, BRENDA THAYS BARROS; FERNADES, Carlos Marcello Dias; http://lattes.cnpq.br/0614680098407362; https://orcid.org/0000-0001-5799-2694O depósito aurífero de classe mundial Volta Grande, Domínio Bacajá, contém reservas medidas de ~6,0 Moz a 1,02 g/t, dividida nos blocos exploratórios norte e sul. Historicamente, essa mineralização tem sido classificada como do tipo orogênica (lode-type) e está hospedada em um conjunto de granitoides milonitizados em fácies anfibolito de médio a alto grau metamórfico atribuídos ao Grupo Três Palmeiras (2,41 Ga) e ao Granodiorito Oca (2,16 Ga). Entretanto, pesquisas recentes nas rochas do bloco norte do depósito atestaram a presença de uma sequência vulcânica tardia com importante mineralização aurífera. Buscando contribuir com a sua modelagem metalogenética, esta Dissertação de Mestrado teve como foco o bloco sul, envolvendo descrições petrográficas mesoscópicas e microscópicas e aplicação de espectroscopia de reflectância VNIR–SWIR em testemunhos de sondagem dos alvos Pequi, Grande e Itatá. Os resultados obtidos envolvem a petrografia de rochas metamórficas, dadas por anfibolito e granodiorito milonítico, e um conjunto de rochas vulcânicas e plutônicas isotrópicas associado. A compilação dos dados revelou paragêneses minerais referentes a processos metamórficos e magmáticos-hidrotermais. As paragêneses metamórficas denotam metamorfismos regional e dinâmico-termal e superposição moderada de alterações hidrotermais típicas de sistemas epitermais, associadas à colocação do conjunto de rochas isotrópicas. Nas rochas isotrópicas ocorre a superposição de alterações hidrotermais e mineralização aurífera possivelmente dos tipos epitermal intermediate- e high-sulfidation geneticamente vinculadas a sistemas magmático-hidrotermais, com alterações carbonática em zona de boiling e argílica avançada. A integração dos dados do bloco sul mostra que, a exemplo do bloco norte, ocorrem ao menos dois eventos mineralizantes de ouro geneticamente distintos que potencializaram o teor e tonelagem do depósito Volta Grande, representando assim um novo modelo prospectivo para o Domínio Bacajá.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Mapeamento geoquímico de baixa densidade por sedimentos de corrente em Roraima: definição de valores de referência (background/baseline geoquímico) e abordagens por índices ambientais e análise multivariada(Universidade Federal do Pará, 2025-01-17) GALINDO BARÓN, Andrés Fernando; MARQUES, Eduardo Duarte; http://lattes.cnpq.br/8256609331887637; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0003-1133-9408; KUTTER, Vinicius Tavares; http://lattes.cnpq.br/6652786694334612; https://orcid.org/0000-0001-7295-6800Os sedimentos de corrente fornecem informações importantes sobre a distribuição de elementos químicos nas bacias hidrográficas, seja como resultado do intemperismo químico das rochas ou pela influência de atividades humanas. No Estado de Roraima, a crescente preocupação com os impactos da mineração e da agricultura impulsionam a necessidade de definir um baseline geoquímico. O baseline permite diferenciar as concentrações de elementos de origem natural daquelas influenciadas por atividades antropogênicas. Esta análise é essencial para avaliar com precisão os impactos ambientais e monitorar futuras alterações na geoquímica regional, em conformidade com os elementos estipulados na resolução Conama 454/2012 (As, Cd, Cr, Cu, Hg, Ni, Pb e Zn). Com esse objetivo, foi utilizada a base de dados do projeto "Levantamento Geoquímico de Baixa Densidade no Estado de Roraima", com amostras coletadas entre 2009 e 2013. As coletas foram realizadas de maneira sincrônica durante o mesmo período de precipitação, evitando assim erros decorrentes da sazonalidade. A área de estudo abrange 106.369,051 km², distribuída em 429 microbacias. Os sedimentos ativos de corrente foram coletados pelo SGB de acordo com o manual técnico da Área de Geoquímica v.5.0. Nos locais de coleta, foram registradas as coordenadas, e o material foi peneirado para obter a fração silte e argila. A amostragem foi realizada de forma composta em uma faixa de aproximadamente 100 m ao longo da drenagem a montante do acesso. O protocolo dos métodos analíticos incluiu a secagem das amostras a 60°C, peneiramento com malha <80 mesh e enviadas ao laboratório da SGS GEOSOL LTDA para análises químicas. Em laboratório, foram submetidas a digestão com água régia (HNO₃ + 3HCl) e em seguida analisados 53 elementos químicos (Ag, Al, As, Au, B, Ba, Be, Bi, Ca, Cd, Ce, Co, Cr, Cs, Cu, F, Fe, Ga, Ge, Hf, Hg, In, K, La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Nb, Ni, P, Pb, Pd, Pt, Rb, Re, S, Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Ta, Te, Th, Ti, U, V, W, Y, Zn e Zr) via ICP-OES e ICPMS. A análise exploratória dos dados utilizou estatística descritiva, gráficos e tabelas de contingência para permitir a escolha de técnicas não paramétricas de estatística uni, bi e multivariada. Além disso, foram empregados métodos modernos para a determinação de valores de Baseline geoquímico, como mMAD, TIF e percentis (98, 95, 90, 75). As anomalias encontradas nos mapas unielementares, baseados nos limites do Baseline, são explicadas pelas associações multielementares determinadas pela análise fatorial confirmatória. Esta revelou seis associações principais que explicam a distribuição dos elementos químicos e sua relação com diversos processos geológicos. O Fator 1 (20,60% Variância do sistema) agrupa elementos como Ba, Cs, Rb, Sr e Zn, relacionados com rochas ígneas diferenciadas, graníticas, pegmatíticas e processos hidrotermais vinculados ao domínio Surumu. O Fator 2 (15,76%) destaca elementos de terras raras e actinídeos (Ce, La, Th, U, Y), concentrados em minerais acessórios como monazita e apatita, associados ao magmatismo do Cinturão Ígneo Orocaima. O Fator 3 (13,90%) identifica uma associação entre Mn, Nb, Ti e Fe com magmatismo toleítico na Suíte Avanavero e depósitos aluviais. O Fator 4 (11,68%) engloba elementos típicos de rochas máficas e ultramáficas, como Co, Cr, Cu, Ni e V, presentes em basaltos e gabros Mesoproterozóico. O Fator 5 (7,51%) relaciona elementos como Al, Ga, Pb e Zn com processos de intemperismo e formação de minerais secundários em ambientes saprolíticos e aluviais. O Fator 6 (6,01%) associa Sc, Sn e Nb com intrusões graníticas e depósitos de placer vinculados ao magmatismo e tectônica das SLIP Uatumã e o cinturão ígneo Orocaima. A avaliação da qualidade ambiental utilizando índices geoquímicos e ambientais mostrou que o Estado apresenta enriquecimento significativo, maioritariamente ligado à geologia. A interpretação dos resultados destaca a interação entre a geologia regional e os processos tectono-magmáticos na distribuição dos elementos analisados. Da mesma forma, foram detectadas zonas anômalas com potencial para investigações direcionadas, especialmente em áreas impactadas por atividades humanas e modificações no uso do solo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Mapeamento geoquímico por sedimentos de corrente da bacia hidrográfica do Rio Capim-Pa: definição de valores de baseline geoquímico e aplicação de índices ambientais(Universidade Federal do Pará, 2025-01-16) SERRA, Julio Richard Furtado; MARQUES, Eduardo Duarte; http://lattes.cnpq.br/8256609331887637; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0003-1133-9408; KÜTTER, Vinicius Tavares; http://lattes.cnpq.br/6652786694334612; https://orcid.org/0000-0001-7295-6800Os mapeamentos geoquímicos desempenham um papel fundamental tanto na prospecção mineral quanto nos estudos ambientais. Inicialmente utilizados para identificar anomalias geoquímicas associadas a depósitos minerais, essas pesquisas ganharam relevância no campo da geoquímica ambiental, permitindo monitorar a qualidade de solos, água e sedimentos. O Serviço Geológico do Brasil (SGB), conduz projetos de levantamentos geoquímicos em todo território nacional, um desses projetos realizados entre 2009 e 2012, denominado de “Geoquímica Multiuso” cobriu a área da Bacia Hidrográfica do Rio Capim (BHRC) e gerou um banco de dados de geoquímica de sedimentos de corrente da região. O objetivo desta pesquisa foi utilizar esses dados disponíveis para a elaboração de mapas geoquímicos multielementares e a definição de valores de baseline geoquímico em especial para os elementos potencialmente tóxicos. O levantamento incluiu a coleta de 276 amostras de sedimentos de corrente com uma densidade de amostragem de cerca de uma amostra a cada 150 km2 . As amostras foram processadas em laboratório para análise por ICP-OES e ICP-MS com geração de hidretos para Hg. No total, foram analisados 52 elementos (Ag, Al, As, Au, B, Ba, Be, Bi, Ca, Cd, Ce, Co, Cr, Cs, Cu, Fe, Ga, Ge, Hf, Hg, In, K, La, Li, Mg, Mn, Mo, Na, Nb, Ni, P, Pd, Pb, Pt, Rb, Re, S, Sb, Sc, Se, Sn, Sr, Ta, Te, Th, Ti, U, V, W, Y, Zn e Zr). Para o tratamento estatístico, foram calculados o sumário estatístico juntamente com gráficos boxplots, histogramas, curvas de probabilidade normal com os dados log-transformados para a estatística univariada; correlação de Spearman na estatística bivariada e a análise fatorial (AF) para definição das associações multielementares na estatística multivariada. Foram aplicados três métodos de cálculo do baseline geoquímico (BG), incluindo a Mediana ± 2*Desvio Absoluto Mediano (mMAD), Tukey's Inner Fence (TIF) e Percentis (98, 95, 90, 75). Os resultados revelaram importantes tendências de distribuição geoquímica, com destaque para os elementos potencialmente tóxicos. No total 28 elementos (Ag, Al, Ba, Bi, Ce, Co, Cr, Cu, Fe, Ga, Hf, Hg, La, Mo, Nb, Ni, Pb, Rb, Sc, Sn, Sr, Th, Ti, U, V, Y, Zn e Zr) passaram por testes estatísticos mais complexos, no qual 24 elementos não foram testados pois apresentaram ≥30% dos dados abaixo do limite de detecção. As análises de correlação mostraram que existem 7 correlações com valores de significância maiores que 0,65 e 6 correlações aceitáveis com valores acima de 0,575 e menor que 0,65. Se observou que os níveis de Cr excedem os valores estipulados pela resolução nos três métodos analisados Os valores para TIF (73,11 mg kg-1 ), mMAD (46,76 mg kg-1 ) e Percentil 98th (43,00 mg kg-1 ). Na análise por unidade litológica, as anomalias de Cr foram mais expressivas para as rochas siliciclásticas da Formação Barreiras com os valores de TIF (182,94 mg kg-1 ), mMAD (90,88 mg kg-1 ) e Percentis 98th (66,28 mg kg-1 ), 95th (62,20 mg kg-1 ), 90th (52,60 mg kg-1 ) e 75th (40,52 mg kg-1 ) e nas Coberturas Lateríticas com TIF (81,76 mg kg-1 ) e mMAD (46.49 mg kg-1 ). O método mMAD foi considerado o mais conservador e robusto, sem superestimar os valores dos limites superiores. A análise fatorial permitiu obter 7 fatores e junto com a espacialização do mapa de scores foi possível identificar as associações geoquímica que em suma representam a influência geológica nesses sedimentos, tendo a influência dos terrenos lateríticos, oxi-hidróxidos de Fe e de rochas clásticas aluminossilicáticas como os principais responsáveis pela distribuição dos elementos. Foram calculados índices geoquímicos e ambientais, como o Fator de Enriquecimento, Fator de Contaminação, Grau de Contaminação Modificado e Índice de Risco ecológico Potencial. Esses índices indicaram que em várias microbacias, há indícios de fontes geológicas, porém indicam principalmente nas áreas norte, oeste e sudoeste da BHRC como as áreas consideradas mais contaminadas. Essas abordagens permitiram a identificação de áreas contaminadas, especialmente relacionadas ao Cr, Cu, Hg, Ni e Pb, cujas concentrações excederam os limites estabelecidos pela resolução CONAMA 454/2012 em vários pontos da bacia, porém é válido ressaltar que a normativa usa os valores de referência para sedimento total, sendo o resultado do presente trabalho superestimado em relação a esta normativa. Porém, o uso de índices ambientais deve ser utilizado com cuidado, pois há limitações que ao serem analisados de modo isolado podem trazer informações não tão condizentes com a realidade local, superestimando ou subestimando dados. É importante destacar que apesar de apresentar maiores concentrações destes elementos, os valores encontrados ainda são inferiores a províncias geoquímicas com mineralizações. Isso indica uma forte influência de processos geoquímicos superficiais na adsorção de Cr, Cu, Ni e outros metais potencialmente tóxicos em óxidos-hidróxidos de ferro. Ademais, o trabalho ratifica o uso do método mMAD como o mais robusto e indicado para definição de baseline. E o uso de mapas de distribuição geoquímica dos como uma ferramenta essencial de auxílio a gestão territorial.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Morfologia e composição de rutilo como guia prospectivo para depósitos de Au: o exemplo do depósito São Jorge, Província Mineral do Tapajós(Universidade Federal do Pará, 2025-03-18) MEDEIROS, Marcos Flávio Costa; LAMARÃO, Claudio Nery; http://lattes.cnpq.br/6973820663339281; https://orcid.org/0000-0002-0672-3977A Província Mineral do Tapajós (PMT), inserida no contexto da província geocronológica Tapajós-Parima ou Ventuari-Tapajós, é reconhecida como a maior província aurífera do Brasil. O Granito São Jorge Jovem (GSJJ), situado a leste da PMT em uma área fortemente fraturada e hidrotermalizada, é o hospedeiro da mineralização aurífera. O GSJJ exibe filiação cálcioalcalina rica em K, composto por rochas de composição monzograníticas e leucomonzograníticas, com anfibólio e biotita como principais minerais máficos. Datação PbPb em zircão em leucomonzogranitos revelou uma idade de cristalização de 1891±3 Ma. Os polimorfos de TiO2são fases acessórias comuns em diversos tipos de rochas. Na natureza ocorrem como três principais polimorfos: anatásio e brookita, como representantes de baixas temperaturas e pressões, e rutilo, em média a alta e ultra alta pressões e temperaturas. Desses, o rutilo é o polimorfo mais comum na crosta terrestre. As amostras e lâminas polidas utilizadas nesta pesquisa são oriundas de furos de sondagem realizados pela empresa Rio Tinto Desenvolvimento Minerais (RTZ) no GSJJ. Os polimorfos de TiO2são representados por finos (10-100μm) cristais anédricos inclusos ou no entorno de biotitas. As amostras da zona mineralizada apresentam alteração hidrotermal variada, com rochas no estágio de alteração propilítica e fílica. Os polimorfos de TiO2 formam agregados aciculares ou com textura esqueletal, substituindo predominantemente a titanita. Análises pontuais de microssonda eletrônica realizadas em cristais individuais e em agregados de cristais de rutilo indicaram variações composicionais marcantes, principalmente em relação aos conteúdos de Nb, Al, Zr, V e W. Cristais de rutilo da zona estéril (ZE) mostraram maior enriquecimento em Nb (> 5.000 ppm) em relação aos cristais da zona mineralizada (ZM; dominantemente < 3.000 ppm). Cristais de rutilo da ZM mostram um trend de enriquecimento em Al e V. Cristais da ZE por vezes exibem enriquecimento em Fe, porém sempre acompanhados com teores consideráveis de Nb. Os cristais da ZM exibem trend de enriquecimento em W, V e Sb, e sempre empobrecidos em Nb. Análises em rutilo demonstram que sua composição química pode ser usada para discriminar rochas mineralizadas de outros tipos de rochas não mineralizadas. Os resultados indicam que a composição de elementos traço do rutilo, principalmente o V, em combinação com outros elementos, como Al, Zr, Sb, W oferecem as melhores indicações de mineralização em depósitos de ouro.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Os efeitos dos manguezais e das intervenções humanas na dinâmica sedimentar das praias de SalinópoliS, PA(Universidade Federal do Pará, 2025-03-07) PÉREZ MARTINEZ, Julián David; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Salinópolis, na costa do Pará, tornou-se um importante polo turístico, expandindo sua infraestrutura ao longo da zona costeira. Esta zona é considerada sensível à elevação do nível do mar. Portanto, identificar as áreas mais vulneráveis à erosão costeira é extremamente importante, principalmente devido ao crescimento das zonas urbanas costeiras que podem interferir no balanço sedimentar, intensificando os processos erosivos. Este trabalho de mestrado tem como objetivo identificar os efeitos dos manguezais e da expansão urbana costeira no balanço sedimentar ao longo das praias de Salinópolis. Este estudo foi realizado por meio de uma análise espaço-temporal baseada em dados de satélite (2003 – 2023) e drones (2019-2024). Os dados revelaram que a zona urbana expandiu (627 ha), enquanto a área de manguezal oscilou, com uma tendência de aumento de 3630 para 3889 ha entre 2003 e 2023. Foi identificada erosão ao longo das praias, principalmente na Praia do Farol Velho (erosão = 432.625 m³, sedimentação = 217.259 m³). A Praia do Atalaia (erosão = 115.415 m³, sedimentação = 462.630 m³) e as praias do Maçarico/Corvina (erosão = 640.389,21 m³, sedimentação = 801.670,61 m³) apresentaram uma tendência de acúmulo de sedimentos. A erosão tem ocorrido predominantemente na faixa inferior da zona de intermaré, enquanto a sedimentação tem ocorrido na supramaré e na faixa superior da zona de intermaré. Esse processo pode estar sedo acentuado pelas residências principalmente do Farol Velho e Praia do Atalaia que estão localizadas atualmente nas zonas de intermaré e supramaré em frente aos manguezais. Os muros construídos para proteger essas residências da ação das ondas e correntes têm funcionado também como um anteparo para reter sedimentos na transição intermaré superior/supramaré. Em grande parte da Praia do Farol Velho, sem esses muros, houve erosão na zona de intermaré, com recuo na linha de costa em torno de 100 m entre 2009 e 2023. No entanto, as praias de Maçarico/Corvina possuem manguezais em frente à infraestrutura urbana, com acúmulo de sedimentos predominantemente na zona de supramaré e na parte superior da zona de intermaré. As intervenções humanas nessas praias não impactaram a dinâmica sedimentar até 2023. Esta praia apresenta um bom exemplo de como os projetos de infraestrutura costeira devem ser planejados, usando os manguezais como proteção contra a ação de ondas e correntes. Entretanto, a construção de passarelas de acesso à praia em 2024 alterou o fluxo hidrodinâmico de um canal de maré, represando as águas das marés e desenvolvendo zonas de intermaré lamosas com salinidades da água intersticial próximas de 70 ‰. Esse processo já matou aproximadamente 7 ha de manguezal. Esses dados fornecem conhecimentos valiosos para orientar investimentos públicos e privados mais eficientes, evitando construções em áreas de alto risco ou que prejudiquem os manguezais, oferecendo informações cruciais sobre a erosão costeira e seus impactos na infraestrutura urbana das praias de Salinópolis, principalmente diante da elevação no nível do mar.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Reconstituição paleoambiental da vegetação costeira na foz dos rios Santa Maria da Vitória e Jucu durante o holoceno médio e tardio, Estado do Espírito Santo, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2025-03-13) PANTOJA, NISYA ROBELLY CARDOSO; FRANÇA, Marlon Carlos; http://lattes.cnpq.br/8225311897488790; https://orcid.org/0000-0002-3784-7702Mudanças climáticas e no nível do mar podem ter provocado alterações significativas na morfologia costeira e na distribuição dos manguezais no litoral central do Estado do Espírito Santo, Brasil. Portanto, este trabalho pretende identificar a dinâmica da vegetação litorânea durante o Holoceno médio e tardio, nos rios Santa Maria da Vitória e Jucu. Para tal, foram utilizadas datações 14C, dados sedimentares e dados polínicos, obtidos a partir de dois testemunhos sedimentares, denominados RSMV (340cm) e JUCU (190cm). Durante o Holoceno médio, por volta de 7245-7368 anos cal AP, o nível relativo do mar (NRM) estava acima do nível atual, resultando no desenvolvimento de manguezal na região do testemunho RSMV. Entretanto, cerca de 2699-2787 anos cal AP, com a regressão do NRM, a área de manguezal se deslocou para regiões topograficamente mais baixas. Outro fator determinante para a redução dessas áreas durante esse período até o momento foi a intervenção humana. Na região do testemunho JUCU, identificou-se a instalação de manguezal em 2188-2332 anos cal AP inicialmente colonizado por Laguncularia. Assim, nesse contexto, a dinâmica da vegetação e dos sedimentos estão associadas com às flutuações do nível relativo do mar e às mudanças climáticas ao longo do Holoceno.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise da dinâmica da cobertura e uso do solo na bacia hidrográfica dos lagos Bolonha e Água Preta, Belém, Pará.(Universidade Federal do Pará, 2024-12-20) BARROS, Jackison Mateus Lopes; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252; https://orcid.org/0000-0003-0252-808XO aumento da população urbana no mundo tem impactado bacias hidrográficas que abastecem cidades de água, abrangendo os serviços de tratamento e distribuição de água potável para uso doméstico, industrial e comercial. Um exemplo é a Bacia Hidrográfica dos Lagos Bolonha e Água Preta (BHLBA) na Região Metropolitana de Belém (RMB), o segundo maior aglomerado urbano da Amazônia brasileira, com 2,3 milhões de habitantes. Uma das melhores de monitorar a dinâmica das bacias hidrográficas é a partir de técnicas de sensoriamento remoto com imagens orbitais, devido a qualidade dos dados espaço-temporais. Esse trabalho objetiva analisar as mudanças da cobertura e uso do solo nas últimas quatro décadas na BHLBA, através de imagens da série de satélites Landsat dos anos 1984, 1989, 1994, 1999, 2004, 2008, 2018, 2021 e 2023, utilizando a metodologia de análise de imagem orientada a objetos geográficos (GEOBIA). Assim, formam avaliadas as classes de lagos (L), área urbana (AU), macrófitas aquáticas (MA), vegetação arbórea (VA) e pastagem (P). A acurácia global das imagens classificadas apresentou valores entorno de 90%, tendo como principal erro, os erros de alocação. Foram identificadas as mudanças que ocorreram ao longo dos anos, como o crescimento expressivo das macrófitas sobre o espelho de água dos lagos Bolonha e Água preta, que diminuiu cerca de 3,7%. Também foi registrado o aumento de 13,4% da vegetação arbórea na BHLHA, evidenciando uma recomposição florestal. Foi observado também um crescimento de 3,2% das áreas urbanas ao redor da BHLBA, o que é preocupante pois a influência antrópica pode colocar em risco a saúde dos mananciais de abastecimento hídrico da RMB. A metodologia GEOBIA mostrou-se adequada para o estudo e recomendamos que o monitoramento seja continuado em virtude da importância socioambiental da área em estudo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Famílias hyriidae e mycetopodidae (Mollusca:Bivalvia) da Formação Solimões (Mio-Plioceno) bacia do Solimões, AM, Brasil: taxonomia, inferências paleobiogeográficas e paleoambientais.(Universidade Federal do Pará, 2024-06-16) ARAÚJO, Lorena Lisboa; RAMOS, Maria Inês Feijó; http://lattes.cnpq.br/4546620118003936; https://orcid.org/0000-0003-0276-0575A Formação Solimões é um pacote sedimentar formado por depósitos do Neogeno localizados no oeste da Amazônia. Esta unidade litoestratigráfica se correlaciona com a Formação Pebas, no Peru, e se destaca por possuir um rico e diverso conteúdo fossilífero, principalmente de moluscos. Os estudos sobre bivalves fósseis na Amazônia Ocidental começaram no século XIX com o paleontólogo Gabb, em 1868. Esses organismos, que possuem conchas bivalves calcárias, são importantes, principalmente, para estudos paleoecológicos e paleoambientais. Apesar da abundância e diversidade dos moluscos do Neogeno da Amazônia Ocidental, no Brasil, poucos são os estudos taxonômicos, paleoecológicos, bioestratigráficos e paleobiogeográficos mais aprofundados. Assim, o presente estudo tem como objetivo a identificação taxonômica de moluscos bivalves das famílias Hyriidae e Mycetopodidae e auxiliar no refinamento das inferências paleoambientais, paleoecológicas e nos aspectos paleobiogeográficos da fauna identificada. O material estudado compreende 200 amostras coletadas em trechos de afloramentos nas margens dos rios Juruá e Javari, próximos aos municípios de Eirunepé e Atalaia do Norte, Estado do Amazonas. As análises taxonômicas permitiram identificar os gêneros Castalia, Diplodon e Prisodon da família Hyriidae, e Haasica, da família Mycetopodidae. Os táxons identificados são exclusivamente dulcícolas, com registros em ambientes lacustres e fluviais, atestando estas condições para o Mioceno superior, na área de estudo. O gênero Castalia tem amplo registro geográfico, principalmente para a América do Sul; seu registro fóssil mais antigo é do Cretáceo. Sua ausência no Paleogeno, é devido aos estudos deste período, no Brasil, serem restritos às bacias estritamente marinhas. Por outro lado, o gênero Diplodon é encontrado desde o Jurássico até o Mioceno superior. Os gêneros Prisodon e Haasica tiveram sua primeira evidência fóssil identificada neste estudo, com ocorrência registrada no Mioceno.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A resiliênca dos manguezais do estuário do rio Ceará Mirim-RN às intervenções humanas.(Universidade Federal do Pará, 2024-09-23) AQUINO, Ronaldo Darlan Gaspar; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Os manguezais são reconhecidos por serem extremamente sensíveis às mudanças no ambiente físico e químico, sendo muito usados como indicadores de mudanças do clima, nível do mar e intervenções antrópicas. A área de estudo compreende a foz do Rio Ceará-Mirim/RN, localizada na costa do estado do Rio Grande do Norte (RN), no nordeste do Brasil. Essa área tem um histórico de desmatamento de manguezais para a implantação de carcinicultura. O trabalho tem por objetivo analisar a dinâmica desses manguezais no período entre 1985 e 2020. A pesquisa é baseada em imagens de sensores remotos orbitais e imagens de drone para desenvolver uma análise espaçotemporal. Os dados indicam que apesar da expansão da atividade de aquicultura de 46 ha para 183,47 ha, houve uma ampliação nas áreas de manguezais de 351 para 489 ha. Ao longo de 35 anos, a atividade de aquicultura ocupou principalmente as planícies de maré e regiões de apicum, porém parte dos tanques de cultivo tem sido gradualmente abandonados. A expansão das áreas de manguezais deveu-se principalmente ao abandono da aquicultura, que favoreceu a recolonização dos manguezais sobre os antigos tanques de cultivo. Esse trabalho evidenciou a resiliência dos manguezais diante de uma severa interferência antrópica nesse delicado ecossistema.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Evolução da paisagem da porção centro-oriental da Amazônia do Cretáceo ao Paleógeno.(Universidade Federal do Pará, 2024-06-23) MOURA, Matheus Ramos de; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998O presente estudo apresenta uma nova percepção sobre a evolução do relevo da Amazônia Central e Oriental com base em análise geomorfológica e estratigráfica de duas áreas: a primeira nas proximidades de Paragominas e a segunda em uma região que engloba parte dos municípios de Juruti, Belterra e Santarém, ambas no estado do Pará. Os resultados da análise de relevo demonstram uma diversidade de modelados morfológicos que indicam uma evolução policíclica envolvendo períodos de desenvolvimento de planaltos planos, associados ao desenvolvimento de perfis lateríticos, alternados a intervalos de tendência a atividade erosiva de vertentes por instabilidade e colapso, sendo os relevos de aplanamento representativos do Paleoceno-Eoceno e Eo-Mesomioceno, enquanto os modelados de dissecação marcam idades do Neoeoceno-Neooligoceno e Neomioceno-Plioceno. As idades dos modelados de aplanamento são corroboradas por estipulações de idade de superfícies de aplanamento de idade cenozoica que ocorrem ao longo da região Amazônica (com as quais são correlacionáveis) e tendências de variação eustática e climática globais. A análise sedimentológica e estratigráfica identificou dois típicos perfis lateríticos para as áreas de estudo – PHD (perfis com horizontes definidos) e PCM (perfis com conglomerados maciços), diferenciados por seus caráteres in situ/retrabalhos. No que diz respeito aos perfis PCM, foram observadas duas associações faciológicas, sendo AF1: uma associação de conglomerados de sustentação variada e arenitos entendidos como depósitos de leque proximal gerados a partir de fluxos de detritos; e AF2: pacotes de argila em acamamento maciço, entendidas como depósitos de leque distal gerados a partir de escoamento superficial e mudflow. Ambas as associações possuem características de exposição subaérea e superfícies erosivas de base que permitem considerar uma deposição em vales encaixados através de pulsos rápidos de detritos, e foram interpretadas como depósitos de colúvio e leque aluvial, que se formaram ao longo dos períodos de maior atividade dissectiva nas regiões, tendo sido iniciados nas proximidades das grandes drenagens das áreas analisadas (rios Capim e Amazonas). Os resultados deste estudo demonstram uma atividade sedimentar e tectônica maior do que a comumente aceita para a região amazônica durante a Era Cenozoica, demonstrando que a paisagem desta região foi mais afetada do que se acreditava por outros eventos tectônicos no continente sul-americano durante o Cenozoico, como: o soerguimento andino, a deposição de formações neógenas das bacias do Amazonas e Marajó e da Plataforma Bragantina, a Regressão Tortoniana e a instalação e evolução do Rio Amazonas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Petrologia magnética e parâmetros de cristalização do Charnoquito Rio Seco: Implicações para evolução de granitos neoarqueanos da Província Carajás.(Universidade Federal do Pará, 2024-10-09) SANCHES NETO, Silvio; OLIVEIRA, Davis Carvalho de; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506 Orcid iD ? https://orcid.org/0000-0001-7976-0472Este trabalho apresenta dados de petrologia magnética e condições de cristalização (T, fO2 e xH2O) do Charnoquito Rio Seco a partir do estudo sobre evolução textural de silicatos e óxido de Fe-Ti. O corpo é intrusivo em granitoides mesoarqueanos (2,88 Ga) e foi subdividido em quatro tipos petrográficos: (i) gabronorito; (ii) orto-clinopiroxênio granodiorito; (iii) clinopiroxênio-hornblenda monzogranito; (iv) hornblenda-biotita monzogranito. Os valores magnéticos variam entre 0,231x10-3 a 22,1x10-3 Slv e mostra caráter timodal. As rochas com piroxênio concentram-se na população magnética A, cujos valores de susceptibilidade magnética variam entre 3,2x10-3 e 22,1x10-3, e são compatíveis com os valores de SM definidos para granitos neoarqueanos oxidados da Província Carajás. As rochas desprovidas de piroxênio definem a população magnética B, com valores mais baixos, entre 0,231x10-3 e 0,309x10-3, e estão compreendidos pela faixa de valores definida para os granitos reduzidos. A temperatura de cristalização do anfibólio varia de 713 a 809°C e a pressão de colocação varia de 81 a 300 MPa. A fO2 (ΔNNO) varia de –0,4 a +2,4 e o log fO2 de –12,0 a –16,0. A baixa razão Fe/(Fe+Mg) em hornblenda e biotita confirma as condições oxidantes dessas rochas que pertencem a série à magnetita. O higrômetro utilizado indicou conteúdo de água no magma variando de 4,3 a 6,1%. As texturas do tipo corona registram o desequilíbrio físico-químico entre silicatos e favorecem a formação de minerais magnéticos nas rochas com piroxênio. As rochas da população A apresentam conteúdo modal de minerais opacos variando de 0,2 a 1,7% com diferentes graus de exsolução da ilmenita em estágio magmático (série da magnetita-ulvoespinélio). A população magnética B mostra menores conteúdos de minerais opacos (<0,3%) e é caracterizada pela presença de goethita zonada formada por processos de oxihidratação em estágio tardi- a pós magmático. O estudo de evolução textural e mineralógica reforça o modelo de cristalização fracionada proposto em trabalho anterior e explica a abundância de minerais óxido de Fe-Ti na variedade com ortopiroxênio, conferindo caráter oxidado dessas rochas. O Charnoquito Rio Seco tem sua colocação controlada por um sistema de lineamentos de comportamento dúctil-rúptil, e que é favorável à interpretação de um plúton colocado em níveis crustais rasos. Em condições de crosta mais profunda, a assimilação de componentes crustais pode originar magmatismo ferroso.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Monitoramento hidrológico e sensoriamento remoto em estuários amazônicos: análise da variação espacial e temporal de sedimentos.(Universidade Federal do Pará, 2024-10-13) AVIZ, Matehus Dias de; POLIDORI, Laurent; http://lattes.cnpq.br/7680664269303426; https://orcid.org/0000-0001-6220-9561O monitoramento dos ambientes aquáticos, de forma geral, exige alto investimento técnico-científico e financeiro para sua realização. A existência de redes dedicadas ao monitoramento é necessária para garantir a continuidade espacial e temporal. No entanto, a qualidade dos dados também depende da padronização desde a coleta de amostras até a análise dos parâmetros. Estudos mostram que o maior desafio no Brasil é a escassez de recursos financeiros, resultando em descontinuidade de dados. A cooperação interinstitucional é essencial para superar esses obstáculos e promover monitoramento de longo prazo. Nesse contexto, o sensoriamento remoto surge como uma ferramenta auxiliar fundamental, complementando o monitoramento tradicional ao fornecer dados sobre diversas variáveis aquáticas, como altura, temperatura e concentração de componentes opticamente ativos, sobretudo em condições de restrição de recursos financeiros ou problemas de governança. As variações espaço-temporais da cor da água em um estuário são afetadas por diversos componentes físicos e hidrológicos, o que torna seu entendimento complexo. Neste estudo, buscamos compreender a variação espaço-temporal da cor da água, para fins de amostragem, em um estuário da Costa Amazônica. A área de estudo para esse estudo, situa-se no estuário formado pela confluência dos rios Pará (Tocantins, 5% do rio Amazonas), Guamá e Acará, próximo à ilha de Tatuoca, a 10 km de Belém. A região é influenciada pelas baías de Marajó e Santo Antônio, que possuem morfologias de fundo distintas, afetando as correntes locais. O clima apresenta duas estações: chuvosa (dezembro a maio) e menos chuvosa (junho a novembro). As marés são meso e macro semidiurnas, com amplitudes de até 3,7 m. Para atingir nossos objetivos, aplicamos ferramentas geoestatísticas e estatísticas para testar a variabilidade espaço-temporal da cor da água, com base em dados de reflectância multisensor, Landsat-8/9 e Sentinel-2 na banda do vermelho. A variação espacial mostrou distâncias superiores a 48 m ±4,26 na maré alta e 44 m ±7,62 na maré baixa. Para a variação temporal, verificamos que as variações mensais são significativas de acordo com a sazonalidade e apresentam a mesma variação nas diferentes fases da maré (alta, baixa e equinociais). Portanto, a cor da água na região da Ilha de Tatuoca apresenta variação espaço-temporal geoestatística e estatisticamente significativa. As distâncias e a frequência temporal da amostragem devem ser ajustadas de acordo com as marés e a sazonalidade para garantir que os dados sejam amostrados de acordo com as variações do ambiente.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Otimização da síntese de pigmentos zeolíticos ultramarinos derivados de rejeito de caulim usando um DOE 2ˆ3 completo.(Universidade Federal do Pará, 2024-07-03) JESUS, Geyna Evellyn Silva de; PAZ, Simone Patrícia Aranha da; http://lattes.cnpq.br/5376678084716817; https://orcid.org/0000-0002-5880-7638O Estado do Pará é reconhecido como um importante centro de produção de caulim para cobertura de papel, resultando em uma considerável quantidade de rejeitos, compostos principalmente por caulinita. Grupos de pesquisa da Universidade Federal do Pará têm explorado o uso desses rejeitos como uma fonte alternativa de silício e alumínio na síntese de zeólitas, em particular a zeólita A, que possui potencial para a produção de pigmentos ultramarinos. Esses pigmentos inorgânicos são altamente valorizados devido à sua cor azul profunda e à sua boa estabilidade química e física. As zeólitas LTA e sodalita são as principais estruturas cristalinas envolvidas nesse processo, com os radicais aniônicos S3⁻ sendo responsáveis pela cor azul. O processo de síntese inclui a calcinação da zeólita com enxofre e carbonato de sódio, resultando na difusão dos polissulfetos de sódio pelos poros da zeólita e na produção de pigmentos com variações de cor dependendo das condições de síntese. O objetivo do estudo foi compreender como a estrutura cristalina das zeólitas (zeólita LTA e sodalita) afeta a cor do pigmento e propor uma otimização para a síntese mais eficiente desses pigmentos. Para alcançar esses objetivos, uma metodologia de planejamento experimental sequencial (DOE) foi aplicada. Um Planejamento Fatorial Completo seguido de um Composto Central foi utilizado para identificar os fatores significativos e influentes no processo de obtenção da cor azul ultramar. Para a otimização, empregou-se a metodologia de superfície de resposta em conjunto com a função Solver do Excel. A resposta obtida foi a cor e os fatores foram temperatura, tempo e razão S/Na2CO4. As análises que embasaram a discussão cristaloquímica foram: espectroscopia de infravermelho com transformadas de Fourier (FTIR), difração de raios-X (DRX), fluorescência de raios-X (FRX), calorimetria exploratória diferencial (DSC) e termogravimetria (TG) distribuição de tamanho de partícula (DTP), ponto de carga zero (PCZ) e espectroscopia por reflectância difusa UV-Vis, e para a classificação das cores usou-se o Sistema de Cores Munsell. As análises cristaloquímicas dos pigmentos obtidos a partir da zeólita-LTA revelaram a inserção dos cromóforos S3- na estrutura zeolítica, o que foi corroborado pelas análises FTIR e DSC-TG, destacando-se picos característicos dessas fases. A espectroscopia de UV-Vis revelou a presença tanto dos cromóforos S2 - (associados à tonalidade verde) quanto dos S3- (associados ao azul), sendo que o produto otimizado apresentou uma concentração mais elevada do cromóforo S3-, indicando a eficácia do planejamento. Por outro lado, a análise de UV-Vis do pigmento derivado da sodalita não mostrou os picos característicos dos cromóforos de interesse. Por fim, essa pesquisa assume uma relevância significativa no contexto global dos impactos ambientais resultantes da geração de resíduos, oferecendo uma alternativa promissora para a gestão do resíduo de caulim e a produção do pigmento sintético ultramarino. A síntese desse pigmento a partir da zeólita-LTA representa uma abordagem ambientalmente mais sustentável, devido à redução quase nula das emissões de óxidos de enxofre, posicionando-se como uma solução viável e ecologicamente consciente para a obtenção desse tipo de pigmento.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Afinidades petrológicas e geocronologia U-Pb em zircão de ortognaisses do Complexo Gnáissico-Migmatítico Água Azul, Terreno Sapucaia, Província Carajás.(Universidade Federal do Pará, 2024-10-09) PINTO, Eliziane de Souza; OLIVEIRA, Davis Carvalho de; http://lattes.cnpq.br/0294264745783506; https://orcid.org/0000-0001-7976-0472A área de Água Azul do Norte está inserida no contexto geológico da Província Carajás, precisamente no Terreno Sapucaia conforme as recentes propostas de compartimentação tectônica apresentadas pelo Grupo de Pesquisa Petrologia de Granitoides (GPPG/UFPA). Esta região é formada por um embasamento ortognáissico mesoarqueano de afinidade TTG (Complexo Gnáissico-Migmatítico Água Azul; 2,93 Ga) associado a intrusões mesoarqueanas tardias e de assinaturas sanukitoide (Granodioritos Água Azul e Água Limpa; 2,88-2,87 Ga), sódica de alto Ba-Sr (Granodiorito Nova Canadá; 2,89-2,87 Ga) e cálcico-alcalina de alto-K (Granito Boa Sorte; 2,89-2,85 Ga). A revisão dos dados geológicos e petrográficos apontaram que a crosta TTG de Água Azul do Norte é composicionalmente heterogênea e registram fortes evidências de metamorfismo progressivo e migmatização. Sendo assim, este trabalho reclassifica este embasamento TTG como sendo formado por ortognaisses, que eventualmente apresentam variações para composições tonalíticas a quartzo dioríticas que lembram fragmentos de uma crosta mais primitiva, intensamente deformada e gnaissificada. Tais variedades apresentam bandamento composicional de direção E-W frequentemente perturbado por bandas de cisalhamento e dobras de arrasto. Considerando a classificação de migmatitos, apresentam paleossoma ortognáissico e leucossomas ricos em Qz+Pl±Bt paralelos ao bandamento (metatexito estromático) e frequentemente contornados por agregados máficos (melanossoma rico em biotita e hornblenda). Além disso, formam quatrovariedades composicionais: i) hornblenda±biotita ortognaisse tonalítico (HBTnl), ii) clinopiroxênio-hornblenda ortognaisse tonalítico (CHTnl), iii) epídoto-biotita ortognaisse quartzo diorito (EBQzD) e iv) hornblenda-biotita ortognaisse quartzo diorito (HBQzD). Apresentam uma grande proporção de minerais máficos (M’> 15%), especialmente a biotita e a hornblenda que podem ocorrer ligeiramente estiradas segundo o plano de foliação. O plagioclásio e o quartzo secundário são abundantes e ocorrem na matriz ou, no caso apenas do plagioclásio, como fenocristais, enquanto que o álcali-feldspato e o quartzo primário são praticamente insignificantes. As análises geoquímicas em rocha total apontaram que as amostras MED-120A (EBQzD) e MEP-53B (HBQzD) apresentam caráter moderadamente magnesiano, assinatura cálcico-alcalina de médio-K, relativo empobrecimento em K2O, MgO, Ba, Ni e Cr e enriquecimento em Na2O, Al2O3, TiO2, Fe2O3 e Zr, refletindo certa afinidade com associações tonalíticas-trondhjemíticas tradicionais. A presença de muitos cristais de zircão com feições ígneas preservadas nessas amostras marca a idade de cristalização do protólito em 3,06 Ga, sugerindo tratarem-se de fragmentos crustais cerca de 100 Ma mais antigos que a crosta encaixante (Complexo Ortognáissico de Água Azul). Já a MED-144 (HBTnl) exibiu caráter fortemente magnesiano, assinatura cálcico-alcalina de alto-K, alta razão K2O/Na2O e enriquecimento em MgO, Ba, Ni e Cr, muito semelhante à composição observada em sanukitoides. Os dados U-Pb obtidos para esta amostra indicaram uma idade de cristalização em 2,92 Ga, similar ao observado nos sanukitoides descritos na região de Ourilândia do Norte (Granodiorito Arraias). As demais amostras apresentaram conteúdos significativos de elementos compatíveis (e.g. Fe, Mg, Ni, Cr) e moderados de incompatíveis (e.g. K, Rb, Ba, Sr, Zr, Ti) e revelaram um comportamento intermediário entre TTGs e granitoides enriquecidos em Mg, além de forte afinidade com o Ortognaisse São Carlos (2,93 Ga) descrito no mesmo terreno. Idades U-Pb concordantes obtidas para as amostras MED-95A (HBTnl) e EDC-28B (CHTnl) apontaram para uma cristalização em 2,95-2,93 Ga contemporânea à colocação dos TTGs de Água Azul e ao Ortognaisse São Carlos. O comportamento textural do quartzo e dos minerais máficos indicam mecanismos de recristalização dinâmica de temperaturas intermediárias à altas (~500-650ºC), enquanto que a morfologia observada nos migmatitos (metatexítica estromática e leucossomas portadores de minerais hidratados) sugerem que houve baixa quantidade de melt produzido e participação de fluidos no processo de fusão parcial. Aliado a paragênese mineral (Pl+Qz+Bt±Hbl±Ep), estes fatores apontam para um protólito de composição granítica metamorfizado em condições de fácies anfibolito, sendo a migmatização fortemente contemporânea à deformação e ao pico de metamorfismo regional descrito na região de Carajás (2,89 Ga; MED-95A).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Síntese e caracterização da piroaurita e hidroalcita a partir do horizonte laterítico da mina de bauxita de Juruti (PA).(Universidade Federal do Pará, 2024-10-01) ARAÚJO, Bruno Eduardo Oliveira de; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568As argilas aniônicas, também chamadas de HDL são nanomateriais com aplicações tecnológicas diversas, além de nanocompósitos versáteis com propriedades como trocadores iônicos, adsorventes, catalisadores e capacidade de combinações de cátions e ânions na sua estrutura lamelar, o que amplia suas aplicações como remediadores ambientais. As atividades de mineração na Amazônia têm seu crescimento exponencial, dessa forma, é necessário encontrar formas sustentáveis e eficazes de minimizar os passivos ambientais. Outra possibilidade é o reaproveitamento de resíduos da mineração, com aplicações específicas na recuperação de elementos químicos por processos de concentração em pilhas de rejeitos ou tratamento de drenagem ácida de mina. Em Juruti (PA), os depósitos bauxíticos são explorados há 15 anos e fazem parte de reservas de escala mundial, com teores elevados de óxido de alumínio (Al2O3). A exploração e o beneficiamento do minério de alumínio geram grandes lagoas onde ocorre a disposição de rejeitos. Existem diversas pesquisas que objetivam o uso do resíduo de bauxita como material de partida para a síntese de HDL, entretanto esse trabalho tem seu foco na síntese de HDL a partir do horizonte laterítico, que compõe um dos seis horizontes do perfil laterítico-bauxítico de Juruti, estado do Pará. Os teores elevados de Fe3+ e Al3+ observados no laterito, permitem utilizá-lo como material de partida, acrescido de cloreto de magnésio e hidróxido de sódio para criar as condições ótimas de síntese do HDL pelo método de coprecipitação em pH variável. Para a caracterização do HDL sintetizado foram utilizadas técnicas de difração de Raios-X (DRX), microscopia eletrônica de varredura (MEV), espectrometria no infravermelho por transformada de Fourier (FTIR), análise térmica (TGDSC) e análise de área superficial (BET). As fases cristalinas incluem piroaurita (Mg2Fe(OH)16CO3.4H2O) e hidrotalcita (Mg6Al2(OH)16CO3.4H2O), além de brucita, espinélio (óxido misto) e hematita como fases secundárias. A microscopia eletrônica de varredura (MEV) mostrou morfologias características de HDL, com pequenos cristais com hábitos hexagonais, estruturas mais rugosas e em formas de placas que agrupadas assemelham-se a favos de mel. Os espectros de infravermelho (FTIR) indicaram a presença do íon carbonato no espaço interlamelar nos dois tipos de HDL, através das bandas fracas de absorção características em torno de 1373,51 – 1394,67 cm-1. As curvas conjugadas TG/DSC indicaram três eventos endotérmicos para o HDL do tipo piroaurita, além de evento exotérmico em temperatura mais elevada, formando o espinélio, enquanto os HDL do tipo hidrotalcita mostraram quatro eventos endotérmicos. A perda de massa total das hidrotalcita são de 15% enquanto as piroauritas chegam até 50% aproximadamente. Quanto a análise superficial e de porosidade (BET) obteve-se área superficial específica (ASEBET) de 74,397 m2/g e um volume de poros (VPBJH) de 0,173cm3g-1 e diâmetro médio de poros foi de 18,64 Å, os valores de ASEBET do HDL tipo hidrotalcita são consideravelmente maiores, com valores de VPBJH e raio de poros similares. A isoterma de fisiossorção é do tipo IV com curva de histerese H3 que está associada a estruturas mesoporosas como algumas argilas e agregados de partículas tipo placas com poros estreitos do tipo fenda. Dessa forma, a partir das rotas sintéticas definidas e tendo o horizonte laterítico como material de partida de baixo custo é possível dar continuidade em testes de adsorção tendo a piroaurita e hidrotalcita, sintetizadas e caracterizadas nesse trabalho, com potencial eficiente para mitigar contaminações de metais em recursos hídricos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Foraminíferos bentônicos da Formação Pirabas (Oligoceno-Mioceno), Plataforma Bragantina, nordeste do Estado do Pará, Brasil.(Universidade Federal do Pará, 2024-06-19) BENAVIDES PÉREZ, Mónica Andrea; NOGUEIRA, Anna Andressa Evangelista; http://lattes.cnpq.br/2549136312354338; https://orcid.org/0000-0002-6330-4760A plataforma Bragantina, situada na costa norte do Brasil, é limitada a leste pela Bacia de Bragança - Vizeu e ao sul pelo Arco do Guamá. A Formação Pirabas é uma das unidades litoestratigráficas depositadas nessa plataforma e apresenta um rico conteúdo fossilífero. Esta unidade consiste em sedimentos carbonáticos e siliciclásticos depositados durante episódios transgressivos e regressivos (Chattiano-Burdigaliano), modificando intensamente a linha de costa no norte do Brasil. Neste estudo, foraminíferos bentônicos foram analisados em 27 amostras do testemunho FPR-192, município de Primavera, nordeste do Estado do Pará, Brasil. Com isso foram inferidas as condições paleoambientais, paleoecológicas, e paleobiogeográficas, a partir de análises multivariadas e da razão (P/B), sendo designadas seis biofácies, e seis episódios de variação paleoambiental de zonas costeiras ou de transição (lagoas hipersalinas a salobras, estuários) a plataformas carbonatadas (internas, médias e externas). Foi proposto um biozoneamento local para a seção estudada com base em bioeventos de foraminíferos bentônicos. Estas associações refletiram três ecozonas principais de acordo com eventos paleoecológicos relacionados às variações do nível do mar. Estas ecozonas foram definidas e nomeadas cinco Zonas de Amplitude Parciais (PAZ): Amphistegina lessonii, Heterolepa dutemplei, Elphidium crispum, Siphonina pulchra e Bolivina subcompressa; e uma zona de Amplitude Concorrente: Buccella peruviana. A biocronoestratigrafia da seção estudada se baseou no surgimento local de A. lessonii e H. dutemplei (Oligoceno inferior, Rupeliano) e na distribuição estratigráfica de E. crispum, S. pulchra e B. subcompressa.
