Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2604
O Mestrado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Dissertações em Geologia e Geoquímica (Mestrado) - PPGG/IG por Orientadores "COHEN, Marcelo Cancela Lisboa"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise espaço-temporal dos manguezais degradados de Bragança, com base em imagens de satélite e modelos de elevação digital(Universidade Federal do Pará, 2022-02-22) MOLANO CÁRDENAS, Sergio Mauricio; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A Península de Bragança, localizada no litoral norte do Brasil-Pa, é parte da maior zona contínua de florestas de manguezal no mundo. A construção da rodovia PA-458 na década de 70, alterou as características hidrodinâmicas da península, provocando a degradação de uma porção considerável dos manguezais na região central da península. Nas últimas décadas as áreas degradadas têm sido recolonizadas por manguezais, principalmente pela espécie Avicennia germinans. Esse estudo pretende identificar mudanças dos manguezais degradados das planícies de maré de setores topograficamente mais elevados durante os últimos 35 anos, com base nas seguintes técnicas: a) mapeamento manual das áreas degradadas com imagens de satélite de resolução espacial moderada; b) classificação orientada a objetos das áreas degradadas e de manguezal, utilizando imagens de satélite de alta resolução espacial; c) fotogrametria de imagens de drone; d) modelos digitais de elevação; e e) validação topográfica com teodolito e “Antenna Catalyst”. Entre 1986 e 2019 houve uma redução da área degradada de 247,96 ha, conforme as quantificações dos dados de moderada resolução espacial. Os dados de alta resolução espacial mostraram também uma redução da área degradada de 211,65 ha entre os anos de 2003 e 2019. Existem flutuações na tendência de regeneração das florestas de manguezal na área degradada, as quais tem relação com grandes fenômenos climáticos como “El Niño” e “La Niña”, que vem acompanhados com épocas de estiagem e alta precipitação, respectivamente. Os valores de acurácia global e índice Kappa para os dados de alta resolução exibiram valores acima de 0,9. Os valores da acurácia do produtor, usuário e Kappa por classe evidenciaram dificuldades na separação de espécies de manguezal Avicennia germinans e Rhizophora mangle, devido à falta de resolução radiométrica das imagens analisadas. O modelo digital do terreno que representa a planície de maré, mostrou duas regiões topograficamente diferenciadas na área degradada, separadas pela rodovia PA-458, e influenciadas principalmente pelas características dos estuários Caeté e Taperaçú. Essa mesma diferença foi encontrada no modelo de altura da vegetação, onde as árvores, localizadas a SE da rodovia e sob influência do estuário do rio Caeté, alcançam até os 25 m, enquanto a NW da rodovia sob influência do Taperaçú, oscilaram entre 5 e 15 m. As taxas de regeneração estão controladas principalmente pelo aumento no nível médio do mar, o qual mobilizou a zona de intermaré para áreas topograficamente mais elevadas, favorecendo a lixiviação salina, essencial para o desenvolvimento de florestas de manguezal.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise integrada da paisagem para avaliação da vulnerabilidade à perda de solo das margens da Baía de Marajó, estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2011-11-30) GUIMARÃES, Ulisses Silva; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A Baía de Marajó faz parte da Zona Costeira Amazônica constituindo um estuário em forma de “V”, com intensos processos de erosão e progradação. As margens desta baía são o objeto desse estudo, desde a costa ocidental, representada pelos municípios de Soure e Salvaterra, até a costa oriental dada pela Ilha de Mosqueiro. A proposta é analisar os ambientes costeiros adjacentes à Baía de Marajó, com uma abordagem sistêmica e integrada utilizando bases de dados temáticos (Geologia, Geomorfologia, Pedologia, Climatologia e Uso e Cobertura da Terra) e imagens de sensores remotos (Landsat TM 5 e MDE SRTM) para elaborar cartas sínteses de unidades de paisagem e vulnerabilidade a perda de solo como subsidio a gestão costeira. O método teve como principais etapas: i) correção atmosférica por subtração do pixel escuro, correção geométrica por ortorretificação e classificação supervisionada com algoritmo Spectral Angle Mapper (SAM) através de amostras de treinamento para mapear o Uso e Cobertura da Terra; ii) compilação, adaptação e classificação para elaboração de dados de Morfologia; iii) elaboração de derivadas geomorfométricas; e,iv) integração das bases temáticas por álgebra de mapas, com uma equação de sobreposição para a carta síntese de unidades de paisagem e outra equação de média aritmética para elaboração do mapa de vulnerabilidade a perda de solo. As margens da Baía de Marajó apresentam majoritariamente a unidade de Campos com 17,61% da área de estudo (50.483,16 ha), a altimetria máxima obteve 58 m, o relevo é plano suave e a forma preponderante foram as vertentes retilíneas e planares. Os dados integrados indicam que os processos pedogenéticos prevalecem em apenas 3,58% (10.231,38 ha) da área de estudo. As áreas em equilíbrio de processos pedogenéticos e morfogênicos correspondem a 3,75% (10.737,63 ha), enquanto que a morfogênese prevalece em 42,40% (121.317,39 ha). A superioridade no terreno de unidades com morfogênese demonstra o risco natural desses ambientes costeiros à perda de massa por mecanismos superficiais de desagregação e erosão do substrato por processos de escoamento superficial e deslocamento de massa.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O aumento do nível do mar pós-glacial afetou a dinâmica das florestas de várzea da Amazônia durante os últimos 5000 anos?(Universidade Federal do Pará, 2015-04-10) ARAUJO, Mayra Nina; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Quatro testemunhos, entre três e dez metros de profundidade, amostrados de antigos terraços fluviais e canais abandonados do Rio Branco-Roraima tiveram seus sedimentos, estruturas e conteúdo polínico analisados. Além disso, as idades de deposição foram determinadas através de sete datações por Carbono-14. Os dados revelam ciclos naturais de atividades dos canais da região, resultando na formação de lagos e sua posterior reativação. As fases lacustres permitiram o acúmulo de pacotes de lama, em diferentes intervalos de tempo, adequados para a preservação polínica. Os diagramas polínicos indicam uma combinação de pelo menos setenta taxa, os mais representativos são: Moraceae, Euphorbiaceae, Caesalpiniaceae, Fabaceae, Rubiaceae, Melastomataceae, Combretaceae, Sapindaceae, Poaceae, Cyperaceae, Aizoaceae e Apiaceae, representantes de vegetação arbórea e de ervas similares à atual vegetação encontrada na área de estudo desde o Holoceno Médio. Considerando o período “seco” que ocorreu na Amazônia durante o Holoceno Inferior e Médio, seguido de um período úmido no Holoceno Superior, os dados apresentados neste trabalho não sugerem importantes alterações na vegetação como consequência dessas mudanças no clima. Portanto, condições climáticas e hidrológicas favoreceram a estabilidade da vegetação no local de estudo durante pelo menos os últimos 5500 anos. Três hipóteses são apresentadas para justificar a estabilidade da vegetação na área estudada desde 5000 cal anos AP: 1) o clima seco do Holoceno Inferior e Médio não afetou o padrão de vegetação; 2) uma fase climática seca nunca esteve presente; ou 3) a estabilização do nível relativo do mar cerca de 6000 cal anos AP ao longo do litoral norte do Brasil pode ter influenciado o nível de base dos rios e o lençol freático, favorecendo o estabelecimento e manutenção das florestas da planície amazônica durante o Holoceno Médio e Superior. Além disso, este processo pode ter atenuado o impacto deste período seco em áreas sob maior influência fluvial.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Dinâmica da vegetação da região de Humaitá - AM durante o Pleistoceno tardio e o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2013-01-30) FRIAES, Yuri Souza; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A dinâmica da vegetação oeste da Amazônia durante os últimos 42000 anos AP foi estudada por pólen, fácies sedimentares, datação por 14C, δ13C e C/N. Dois testemunhos foram coletados, o primeiro próximo da cidade de Humaitá no sul do Estado do Amazonas e o segundo nas proximidades de Porto velho, norte de Rondônia. Os pontos de amostragem estão localizados em uma região coberta por campos naturais e vegetação de floresta tropical, respectivamente. Os sedimentos depositados são predominantemente compostos por areia compacta, lama e areia com estratificação heterolítica, lama laminada e compacta representando sedimentos acumulados em um canal ativo, planície aluvial e lago em ferradura representando os ambientes sedimentares. Nessa configuração, as condições subaquáticas são desenvolvidas em um ambiente de baixa energia, favorecendo localmente a preservação da comunidade de grãos de pólen de vegetação herbácea e de floresta glacial representado principalmente por Alnus, Drymis, Hedyosmum, Podocarpus e Weinmannia com ocorrência entre > 42.033 – 43.168 cal anos AP e 34.804 – 35.584 cal anos AP. A vegetação arbórea e herbácea formam um ecótono que persiste do Holoceno Inferior ao Médio, enquanto a assembleia de vegetação adaptada ao frio se extingue. Os resultados desse trabalho sugerem a presença de uma significativa população de plantas de origem glacial nas planícies baixas do leste da Amazônia antes do Máximo Glacial Pleistocênico, as quais, na atualidade estão restritas aos Andes (2000-3000 m), sugerindo que nesse intervalo de tempo podem ter ocorrido temperaturas com valores inferiores aos que foram propostos para essa região.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A dinâmica das florestas alagadas durante o holoceno no litoral de Calçoene, Amapá(Universidade Federal do Pará, 2008-02-25) GUIMARÃES, José Tasso Felix; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A integração das análises palinológicas e espectrofotométricas de testemunhos de sedimentos, auxiliada por datações por radiocarbono - EAM permitiu propor um modelo de desenvolvimento e dinâmica da vegetação influenciada pelas mudanças climáticas e variação do nível relativo do mar durante o Holoceno médio e superior na Planície Costeira de Calçoene, Amapá. Neste contexto, foram identificadas mudanças na vegetação desta região durante os últimos 2100 anos. Este estudo sugere a existência de três períodos com maior influência marinha entre 2000-800 anos AP, 500-300 anos AP e 80 anos AP até o presente. Assim como, dois períodos com maior influência fluvial durante os intervalos de 800-500 anos AP e 300-80 anos AP. A análise dos atuais padrões de distribuição espacial das unidades geobotânicas e a paleovegetação, indica que os manguezais (311 Km 2 ) e as florestas de várzea (684 Km 2 ) estão migrando sobre os campos inundáveis (1.021 Km 2 ) situados nas áreas topograficamente mais elevadas da planície costeira de Calçoene, que pode estar relacionado a um aumento no nível relativo do mar no setor estudado.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Dinâmica dos manguezais do litoral de Natal-RN de acordo com as mudanças no clima e nível do mar desde o Holoceno médio(Universidade Federal do Pará, 2017-08-05) RIBEIRO, Samuel Rodrigues; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228O debate sobre os fatores por trás da dinâmica holocênica dos manguezais tem sido tema de grande interesse de pesquisadores voltados para a reconstituição paleoambiental. Entre as hipóteses sobre os mecanismos que controlam o estabelecimento, expansão e contração das florestas de mangue ao longo dos litorais, as variações do nível relativo do mar e das mudanças climáticas são propostas como as principais forçantes. Contudo, fatores inerentes aos sistemas deposicionais e temporalmente limitados e de atuação espacial mais restritas podem influenciar substancialmente a ecologia dessas florestas. No Rio Ceará Mirim, próximo à cidade de Natal, litoral oriental do estado do Rio Grande do Norte, Nordeste do Brasil, a integração de dados geomorfológicos, sedimentológicos e palinológicos, datação por radiocarbono e análises isotópicas com δ13C, δ15N e C/N de matéria orgânica sedimentar de quatro testemunhos de sedimentos revelam um estuário colonizado por manguezal desde 6950 anos cal. AP. O nível do mar, que subiu significativamente depois do último máximo glacial, tornou-se estável durante o Holoceno médio e tardio resultando na implantação e expansão do mangue sobre as planícies fluviomarinhas por aproximandamente 2,93 km à montante da foz. Quanto à distribuição espaço temporal desse ecossistema durante os últimos 7 mil anos, os dados integrados mostram que a dinâmica dos manguezais foi controlada principalmente por processos autogênicos, relacionados com avulsão, migração lateral e abandono de canais estuarinos. Provavelmente, a influência do nível do mar e das flutuações climáticas sobre a dinâmica desses manguezais foi enfraquecida devido a intensa atividade dos canais de maré desde o Holoceno médio.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Os efeitos da subida do nível do mar sobre os manguezais do litoral sul da Bahia durante o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2015-03-25) FONTES, Neuza Araújo; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228O trabalho atual integra dados palinológicos, sedimentológicos e geomorfológicos com datações por Carbono-14, assim como valores de δ13C e C/N da matéria orgânica sedimentar para identificar o impacto das mudanças do nível do mar e do clima durante o Holoceno sobre os manguezais do Rio Jucuruçu, próximo a cidade de Prado, no estado da Bahia. Um testemunho de sedimento com 4,5 m de profundidade amostrado de um vale fluvial, 23 km distante da atual linha de costa, apresentou idade de 7450 cal AP na sua base. Os dados revelam duas importantes fases caracterizadas pela 1) presença de um estuário com planícies de maré colonizadas por manguezais, e matéria orgânica sedimentar proveniente principalmente de plâncton de águas salobras durante o Holoceno inicial e médio. 2) Na segunda fase os manguezais desapareceram e as ervas e palmeiras expandiram no local de estudo. Valores de δ13C e C/N apontam um aumento na contribuição de plantas terrestres C3. Tais fases identificadas nesse estudo estão compatíveis com o aumento do nível relativo do mar do Holoceno inicial e médio, assim como com sua subsequente descida no Holoceno tardio. Além disso, influência dos padrões climáticos propostos para o Holoceno podem ser identificados ao longo do testemunho estudado. Provavelmente, mudanças no ambiente deposicional e na vegetação dominante no local de estudo foram causadas pela ação combinada das mudanças no nível relativo do mar e aporte de águas fluviais. Segundo o modelo proposto nesse estudo, durante o Holoceno inicial e médio ocorreu um aumento do nível relativo do mar que causou uma incursão marinha ao longo do vale fluvial estudado. O período seco do Holoceno inicial e médio gerou uma diminuição na descarga fluvial e contribuiu para a transgressão marinha. Entretanto, durante o Holoceno tardio ocorreu uma queda no nível relativo do mar juntamente com um clima mais úmido. Isso favoreceu uma regressão marinha e, consequentemente, os manguezais abandonaram o interior do vale fluvial e se refugiaram nas planícies de maré das lagunas próximas a atual linha de costa. A evolução geomorfológica e da vegetação descrita neste trabalho está compatível com uma subida contínua do nível de mar acima do atual até o Holoceno médio, seguida de uma queda até os dias atuais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Os efeitos dos manguezais e das intervenções humanas na dinâmica sedimentar das praias de SalinópoliS, PA(Universidade Federal do Pará, 2025-03-07) PÉREZ MARTINEZ, Julián David; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Salinópolis, na costa do Pará, tornou-se um importante polo turístico, expandindo sua infraestrutura ao longo da zona costeira. Esta zona é considerada sensível à elevação do nível do mar. Portanto, identificar as áreas mais vulneráveis à erosão costeira é extremamente importante, principalmente devido ao crescimento das zonas urbanas costeiras que podem interferir no balanço sedimentar, intensificando os processos erosivos. Este trabalho de mestrado tem como objetivo identificar os efeitos dos manguezais e da expansão urbana costeira no balanço sedimentar ao longo das praias de Salinópolis. Este estudo foi realizado por meio de uma análise espaço-temporal baseada em dados de satélite (2003 – 2023) e drones (2019-2024). Os dados revelaram que a zona urbana expandiu (627 ha), enquanto a área de manguezal oscilou, com uma tendência de aumento de 3630 para 3889 ha entre 2003 e 2023. Foi identificada erosão ao longo das praias, principalmente na Praia do Farol Velho (erosão = 432.625 m³, sedimentação = 217.259 m³). A Praia do Atalaia (erosão = 115.415 m³, sedimentação = 462.630 m³) e as praias do Maçarico/Corvina (erosão = 640.389,21 m³, sedimentação = 801.670,61 m³) apresentaram uma tendência de acúmulo de sedimentos. A erosão tem ocorrido predominantemente na faixa inferior da zona de intermaré, enquanto a sedimentação tem ocorrido na supramaré e na faixa superior da zona de intermaré. Esse processo pode estar sedo acentuado pelas residências principalmente do Farol Velho e Praia do Atalaia que estão localizadas atualmente nas zonas de intermaré e supramaré em frente aos manguezais. Os muros construídos para proteger essas residências da ação das ondas e correntes têm funcionado também como um anteparo para reter sedimentos na transição intermaré superior/supramaré. Em grande parte da Praia do Farol Velho, sem esses muros, houve erosão na zona de intermaré, com recuo na linha de costa em torno de 100 m entre 2009 e 2023. No entanto, as praias de Maçarico/Corvina possuem manguezais em frente à infraestrutura urbana, com acúmulo de sedimentos predominantemente na zona de supramaré e na parte superior da zona de intermaré. As intervenções humanas nessas praias não impactaram a dinâmica sedimentar até 2023. Esta praia apresenta um bom exemplo de como os projetos de infraestrutura costeira devem ser planejados, usando os manguezais como proteção contra a ação de ondas e correntes. Entretanto, a construção de passarelas de acesso à praia em 2024 alterou o fluxo hidrodinâmico de um canal de maré, represando as águas das marés e desenvolvendo zonas de intermaré lamosas com salinidades da água intersticial próximas de 70 ‰. Esse processo já matou aproximadamente 7 ha de manguezal. Esses dados fornecem conhecimentos valiosos para orientar investimentos públicos e privados mais eficientes, evitando construções em áreas de alto risco ou que prejudiquem os manguezais, oferecendo informações cruciais sobre a erosão costeira e seus impactos na infraestrutura urbana das praias de Salinópolis, principalmente diante da elevação no nível do mar.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estabelecimento e expansão dos manguezais de Laguna-SC: efeito do aquecimento global ou resultado de processos sedimentares?(Universidade Federal do Pará, 2018-03-19) SOARES, Jaine Freitas; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A integração de dados polínicos, isotópicos (δ13C, δ15N, C/N), feições sedimentares e datação por 14C e 210Pb a partir de quatro testemunhos (LAG3, LAG4, LAG5 e LAG6) coletados em uma barra arenosa na lagoa de Santo Antônio, município de Laguna, Santa Catarina, permitiu a reconstituição paleoambiental dos últimos 900 anos AP. Os dados revelam duas associações de fácies ao longo destes testemunhos: (A) Barra arenosa, representada por depósitos arenosos maciços (fácies Sm) e (B) Planície de maré, representada pelas fácies acamamento heterolítico lenticular (Hl) e acamamento heterolítico wavy (Hw). Os depósitos da barra arenosa foram acumulados entre >940 e ~431 cal anos AP, provavelmente sob influência de um Nível Relativo do Mar (NRM) estável ou subida do NRM durante os últimos 1000 anos. O conteúdo polínico preservado ao longo da fase da barra arenosa indica um predomínio de árvores, arbustos, ervas e algumas palmeiras oriundos das unidades de vegetação do entorno da laguna. A relação δ13C (-24‰ - 15‰) e C/N (6-30) desta associação de fácies revela uma forte contribuição de matéria orgânica de algas marinhas e plantas terrestres C3 e C4. Durante o acúmulo dos depósitos da planície de maré, ocorridos nos últimos 60 anos, houve a implantação principalmente de Spartina com alguns arbustos de Laguncularia espaçados. A relação δ13C (-24‰ - 16‰) e C/N (7-22) revela uma origem da matéria orgânica sedimentar similar ao período da barra arenosa. Com base nesses dados e nos gradientes de temperatura na distribuição da Spartina e nos gêneros de árvores de manguezais ao longo da costa de Santa Catarina é razoável propor que a recente colonização de Laguncularia na região de Laguna está sendo causada pelo aumento gradual das temperaturas mínimas de inverno observado nos últimos 50 anos. Caso de fato exista uma relação entre essa tendência climática e a expansão das árvores de Laguncularia para sul do Brasil, a superfície das barras arenosas e planícies de maré lamosas da margem das lagunas do sul do Brasil, hoje em grande parte ocupadas por Spartina, serão gradualmente colonizadas e/ou substituídas não apenas por Laguncularia, mas também por Avicennia e dentro de mais alguns anos por Rhizophora.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo comparativo dos índices de reflectância da vegetação de manguezal e várzea-de-maré do litoral paraense através de sensoriamento remoto e técnicas espectrofotométricas(Universidade Federal do Pará, 2009-10-08) SILVA, Jadson Queiroz da; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228O trabalho em questão individualizou as principais vegetações litorâneas do Estado do Pará, através das diferenças nos níveis de reflectância obtidos a partir de imagens Landsat e de campo por meio de um espectrofotômetro. Esse estudo indicou que as amostras de manguezal possuem valores de reflectância menores que as demais espécies, principalmente no intervalo do espectro eletromagnético correspondente ao visível. Este fato pode estar relacionado à forte absorbância realizada pelos pigmentos fotossintetizantes das árvores do mangue. Entre as folhas de manguezal, o gênero Avicennia superou os valores de reflectância obtidos na Rhizophora. A reflectância das folhas de mangue também sofreu uma variação entre as aéreas estudadas, principalmente o gênero Rhizophora, que em Curuçá obteve valores mais altos. Esse fato pode estar associado às condições de estresse encontradas nos pontos referentes a Bragança e Mosqueiro, uma vez que efeitos causados por mudanças no ambiente alteram a reflectância espectral das folhas. No caso dos manguezais, condições adversas de salinidade podem dificultar o pleno desenvolvimento dessas plantas. Medidas realizadas em Mosqueiro apontaram uma baixa concentração de sal nas águas. Esse fator permite uma maior competição ecológica entre as espécies de mangue e demais vegetações, que somado ao tipo de sedimento pode aumentar o estresse, que justificaria a presença de indivíduos de baixa estatura e com valores de reflectância superiores as demais regiões. Os dados referentes à altura da planta relacionados com os valores espectrais encontrados nas amostras de Rhizophora e Avicennia sugerem uma relação inversa entre a reflectância e a estatura do vegetal. Essa associação pode ser atribuída ao desenvolvimento da clorofila nos estágios iniciais de crescimento do vegetal, que permite uma maior quantidade de energia refletida no intervalo do visível até a folha atingir sua coloração verde característica com relativamente menor reflectância. Com base nesses dados foram elaborados mapas com as unidades de vegetação: manguezal, florestas de terra firme, várzea-demaré, zonas de transição manguezal/várzea e campo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo dos manguezais degradados da costa oeste da Flórida durante os últimos 20 anos baseado em imagens de satélite e dados Lidar.(Universidade Federal do Pará, 2024-05-31) CARDENAS RUIZ, Diana Paola; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228O Golfo de México tem um dos mais longos cinturões de manguezais, ocorrendo ao longo da costa sudoeste da Flórida. A faixa contínua dessas florestas tem uma área aproximada de 2200 km2. Estressores naturais como furacões e tempestades, além de outros fatores de origem antrópica como derramamentos de petróleo ou poluição podem provocar o processo de “dieback” do manguezal. Esse fenômeno ocorre quando as florestas de manguezal experimentam uma perda no dossel que pode levar ao declínio ou morte das árvores. Os efeitos posteriores ao “dieback” ocasionalmente deixam uma cicatriz de degradação no manguezal. No último século, com o desenvolvimento urbano no sudoeste da Flórida, os efeitos negativos do “dieback” parecem estar ganhando perenidade. O presente estudo identificou as possíveis causas da permanência da degradação dos manguezais associada ao “dieback” durante as últimas duas décadas. Para identificar essas causas, foi utilizada a seguinte metodologia: a) classificação da cobertura vegetal ao longo da costa oeste da Flórida; b) identificação de pontos de “dieback” em imagens de satélite de alta resolução; c) análise espaço-temporal das áreas de “dieback” e d) modelos digitais de elevação da superfície e da altura da vegetação. Foram encontrados 86 pontos de “dieback” (PD) que se agruparam em 6 regiões: Crawl Key, Key West, Marco Island, Pine Island, Charlotte e Terra Ceia. 75% dos PD apareceram entre o 2004 e 2007 coincidindo com a atividade de furacões. Em 2020 a área total de “dieback” no sudoeste da Flórida foi de 119,69 ha. Para os períodos de 2014-2016 e 2009-2011 as áreas de “dieback” registram valores de 116,47 e 127,89 ha respectivamente, evidenciando uma dinâmica de regeneração e degradação. Os modelos digitais do terreno para Pine Island e Marco Island mostraram mudanças na altura da planície de maré com variações entre -2 até 45 cm. Essas variações podem estar ligadas à: processos de sedimentação, dissolução dos carbonatos na planície de maré ou ao colapso da turfa associada ao solo do manguezal. As árvores de manguezal apresentaram uma redução em sua altura depois da passagem dos furacões, particularmente nos PD. Considerando os PDs que apresentaram regeneração, esse processo foi lento deixando uma cicatriz com exposição da planície de maré. Esse estudo revelou uma relação direta entre os furacões e o surgimento de “dieback”.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Forçantes naturais e antrópicas sobre os manguezais de Salinópolis - Pará.(Universidade Federal do Pará, 2023-10-05) SERRÃO, Izabelle Caroline Goes; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Os manguezais se destacam pela sua resiliência e pelo importante papel no equilíbrio ambiental, porém, globalmente, as áreas de manguezais têm sofrido perdas em torno de 35% entre 1980 e 2000, causadas por mudanças nos gradientes de salinidade, ação das ondas e correntes, variação do nível relativo do mar e expansão urbana. A zona costeira brasileira está distribuída em 395 municípios, entre eles Salinópolis, localizado no litoral paraense, com ampla ocorrência de manguezais que também tem apresentado degradações. Para investigar os principais agentes controladores da dinâmica natural e antropogênica dos manguezais em Salinópolis, foram utilizadas imagens de satélites Landsat, Quickbird e de drone. Esses dados permitiram individualizar as unidades de vegetação e geomorfologia entre 2009 e 2019. Levantamento aerofotogramétrico baseado em dados de drone entre Fev/2019 e Set/2019 viabilizou a identificação das mudanças na topografia das planícies de maré e falésias. Esses dados indicaram um aumento nas áreas de manguezais em torno de 104 ha entre 2009 e 2017. No entanto, houve perda dessa floresta em torno de 52,3 ha entre 2017 e 2019, quando houve um aumento das invasões em zonas costeiras. A zona que compreende a chamada “Praia do Maçarico” apresentou perdas de manguezais em torno de 15,2 e 28,8 ha no período de 2010 - 2017 e 2017 –2019, respectivamente. Na zona do Atalaia, ocorreu uma perda em torno de 23,5 ha entre 2017 e 2019. A expansão dos manguezais ocorreu sobre planícies costeiras mais elevadas (~2.8 m acima do nível médio do mar), distante da intervenção humana, e provavelmente causada pelo aumento do nível relativo do mar. Entretanto, a retração das áreas de manguezais ocorreu principalmente devido a expansão urbana não regulamentada sobre as planícies de maré mais elevadas. Além disso, a análise espaço-temporal indicou erosão na falésia do Maçarico, com recuo do topo da falésia de até 20 m entre Fev/2019 e Set/2019. No ano de 2022 houve uma obra de infraestrutura urbana nessa zona com aporte sedimentar para tentar estabilizar a falésia. Deve ser destacado que o material erodido da falésia causou um aumento de até 1 m na planície de maré próximo a base da falésia, onde ocorre alguns manguezais causando o soterramento das suas raízes e a morte dessas árvores. Os dados mostraram que as intervenções na costa com manguezais têm causado perdas nas áreas dessas florestas que tendem a migrar para setores topograficamente mais elevados por causa do aumento do nível relativo do mar, caracterizando um conflito entre a atual tendência de expansão desse ecossistema e as intervenções antrópicas na costa. A costa de Salinópolis com grau de vulnerabilidade entre muito alto (4,6) e alto (3,6) necessita da inclusão de projetos com uma análise quali-quantitativa da interação das principais características dessa área (p.ex. geomorfologia, gradientes topográficos da costa, amplitude de maré, vegetação, ângulo e velocidade de ação das correntes e escoamento superficial das águas da chuva) antes da implementação de obras na costa de Salinópolis.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Impacto do último máximo glacial pleistocênico na vegetação de Humaitá, Amazonas(Universidade Federal do Pará, 2016-09-27) LIMA JÚNIOR, Walmir de Jesus Sousa; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A busca por novos fatos que solucionem as incógnitas relacionadas às variações climáticas e da vegetação que ocorreram durante o Último Máximo Glacial (UMG) na região da Floresta Amazônica brasileira ainda impulsionam muitos pesquisadores (Hoorn & Wessilingh, 2011; Maslin et al., 2012; Cheng, 2013; Rull, 2013; Cohen et al., 2014; Guimarães et al., 2016), essa temática vem sendo abordada pela comunidade científica há algumas décadas (Irion, 1982; Salati & Vose, 1984; Salo, 1987), ainda assim, lacunas sobre a evolução dessa floresta para este intervalo de tempo necessitam de mais detalhamento. Durante o UMG ocorreram significativas mudanças climáticas globais (Zhang, 2014; Wang et al., 2014; Jasechko et al., 2015; Tallavaara et al., 2015; Eaves et al., 2016; Werner et al.,, 2016), sendo os impactos registrados para região amazônica fortes indicadores das bruscas reduções nas taxas pluviométricas, as quais alcançaram valores até 55% menores que os atuais, variando entre 500 e 1500 mm (van der Hammen & Absy, 1994; van der Hammnen & Hooghiemstra, 2000). Essa diminuição no volume de chuvas, combinada com decréscimos na temperatura e o estresse hídrico nas vegetações típicas de floresta equatorial úmida, devido as baixas concentrações de CO2 atmosféricos (Mayle et al., 2004), pode ter favorecido a expansão das savanas (Haffer & Prance, 2001; Beerling & Mayle, 2006), reduzindo assim a área dessa floresta em até 14 % abaixo dos valores atuais (Mayle et al. 2009). Essas teorias são confrontadas por Wilson et al. (2011), que após analisarem isótopos de oxigênio, identificaram um considerável aumento nas taxas pluviométricas sobre a Bacia Amazônia. O fato de haverem muitas controvérsias a respeito dos padrões de temperatura e umidade para o UMG (Conlivaux et al., 2000; Conlivaux et al., 2001; Salo, 1987), apesar de alguns modelos climáticos sugerirem um acentuado decréscimo em termos de temperatura para as regiões tropicais durante esse período (Webb et al., 1997; Ganopolski et al., 1998; Gasse e Van Campo, 1998; Stute & Talma, 1998), motivaram Cruz et al. (2005) a estabelecer que houve oscilações da temperatura para esse intervalo de tempo, e não uma queda contínua. Os valores propostos, de um modo geral, não apresentam um denominador comum, onde para a pesquisa CLIMAP (1976) a temperatura diminuiu cerca 2°C, enquanto para (Van der Hammen & Hooghiemstra 2000; D'Apolito et al., 2013; Cohen et al., 2014) a queda foi de 4-6°C, numa outra perspectiva Thompson et al. (1995) propõe até 12°C abaixo dos padrões atuais. O mesmo debate pode ser estendido para a umidade, cujos questionamentos são se houve um clima mais frio e úmido ou mais frio e árido, onde Van der Hammen & Hooghiemstra (2000), Mayle et al. (2004), Maslin et al. (2011), argumentaram sobre condições mais áridas durante o UMG que o presente, posteriormente D'Apolito et al. (2013) afirmou que a conclusão de (Colinvaux et al., 1996, Colinvaux & De Oliveira, 2001; de Bush et al., 2004) a respeito de um clima frio e úmido foi baseada em interpretações imprecisas de registros sedimentares datados de aproximadamente 21.000 anos AP da Colina de Seis Lagos no noroeste do Brasil, sugerindo que na realidade o clima teria sido frio e árido. Entretanto, Mosblech et al.(2012) afirmam que no decorrer dos últimos 94.000 anos a Amazônia não passou por períodos áridos prolongados, confirmando o exposto por Bush et al. (2002) que sugeriram a predominância de umidades elevadas, até maiores que atual (Baker, 2001). Para Cheng et al. (2013) que analisaram isótopos de oxigênio em espeleotemas as alterações foram mais sutis, com aumento da umidade no oeste da Amazônia, enquanto as condições mais áridas prevaleceram na Amazônia oriental, em comparação com o final do Holoceno. Guimarães et al. (2014) resume que a confiabilidade e precisão da inferência sobre esse debate ainda permanece em grande parte limitado. Registros palinológicos do Lago Calado, referentes ao UMG, indicam uma área influenciada por flutuações do nível de água do sistema de drenagem amazônica, incluindo um intervalo de tempo onde o gênero Mauritia foi mais abundante (Behling et al., 2001), o que reflete um período de umidade elevada. A identificação de Podocarpus nos sedimentos Quaternários de aproximadamente 15.000 anos AP da Lagoa de Caco (Ledru et al. 2001), conduziu esses autores a interpretarem condições mais frias e úmidas na floresta amazônica. Os dados aqui expressos tem por finalidade expandir o conhecimento a respeito da dinâmica vegetacional ocorrida ao longo do UMG na região de Humaitá-Am, situada nas terras baixas da Amazônia Ocidental, de onde foram retirados dois testemunhos sedimentares das margens do Rio Madeira, maior afluente do Rio Amazonas e um dos maiores em extensão do mundo, utilizando para isso ferramentas multidisciplinares, tais como a análise polínica, fácies sedimentares e datação por radiocarbono. Com isso, contribuir para a afirmativa sobre períodos mais frios durante o Pleistoceno tardio e quentes para o Holoceno.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Impactos das mudanças do nível do mar nos manguezais do sudeste do brasil durante o holoceno e antropoceno usando uma abordagem multi-proxy(Universidade Federal do Pará, 2020-12-28) BOZI, Bettina Silva; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Os manguezais são florestas intermarés, suscetíveis a mudanças na frequência de inundação das marés. Dessa forma, sua dinâmica ao longo dos gradientes topográficos de uma planície costeira pode ser usada como um indicador das mudanças no nível do mar. Este trabalho tem como objetivo identificar a dinâmica dos manguezais durante o Holoceno e Antropoceno e inferir mudanças relativas no nível do mar (NRM) com base em imagens de satélite/drones e pólen, dados de isótopos (δ13C, δ15N), elementares (C\N), fluorescência de raios-X (XRF), e dados sedimentares, bem como datação de C-14 ao longo de três testemunhos amostrados ao longo de um manguezal e uma zona de transição manguezal/zona herbácea seguindo um gradiente topográfico de uma planície costeira na costa sudeste brasileira. Esses dados multiproxy indicaram uma mudança de uma planície ocupada por ervas, palmeiras, árvores/ arbustos para uma lagoa cercada por manguezais com um aumento de matéria orgânica sedimentar proveniente de águas estuarinas entre ~6300 e ~4650 cal ano AP. O aumento do NRM causou uma migração de manguezais em direção à terra durante o Holoceno médioinicial, amplamente registrado ao longo da costa brasileira. A queda do NRM converteu aquela lagoa com manguezais em uma planície ocupada por ervas, palmeiras e árvores/arbustos durante o Holoceno médio-tardio. Os últimos mil anos foram caracterizados por uma diminuição significativa na ocorrência de pólen de manguezal nas planícies de maré mais altas ocupadas por manguezais modernos entre 390 anos cal AP (1560 DC) e 77 anos cal AP (1873 DC), provavelmente causado por uma queda no NRM associada a Pequena Idade do Gelo (LIA). O testemunho G-4, amostrado nas planícies de maré mais baixas e ocupada principalmente por Rhizophora, revelou uma tendência de aumento na porcentagem de pólen de Rhizophora desde 77 anos cal AP (1873 DC). No entanto, os testemunhos amostrados de planícies de maré mais altas, no ecótono de manguezal/vegetação herbácea, indicaram um aumento das porcentagens de pólen de Rhizophora, Avicennia e Laguncularia, sugerindo uma migração de manguezal para as planícies de maré mais altas anteriormente ocupadas por ervas, palmeiras e árvores/arbustos desde 1958 (testemunho G-3) e 1955 AD (testemunho RBN-2). Essas tendências devem estar relacionadas ao aumento da influência estuarina por um aumento do NRM desde o final da Pequena Idade do Gelo e intensificado nas últimas décadas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Influências das flutuações do nível do mar e mudanças climáticas na dinâmica dos manguezais do litoral Sul de Santa Catarina durante o Holoceno.(Universidade Federal do Pará, 2019-06-10) ROCHA, Denise Oliveira Souza; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228O objetivo deste trabalho foi identificar os principais fatores reguladores da dinâmica dos manguezais no limite austral desse ecossistema no continente sul americano, na região de Laguna - Santa Catarina. Este estudo foi baseado na integração de análises de fácies sedimentares, isótopos (δ13C e δ15N), razões elementares da matéria orgânica sedimentar (C/N), dados polínicos e datações 14C obtidos das amostras do testemunho RP4 (S 28°29'18.41" e W 48°50'47.01) com 2 m de profundidade coletado em uma planície de maré próxima à Lagoa de Santo Antônio, 8 km distante da atual linha de costa, a oeste da cidade de Laguna. Foram individualizadas três associações de fácies: Planície Fluvial Herbácea, Canal de Fluvial e Planície de Maré com Spartina. A associação de fácies Planície Fluvial Herbácea é caracterizada pela presença de lama maciça com tubos bentônicos, fragmentos de conchas e raízes. A associação de fácies Canal de Fluvial apresenta areia com estratificação cruzada e areia maciça. No topo ocorre a associação de fácies Planície de Maré com Spartina representada pela predominância de lama siltosa contendo fragmentos de raízes. A integração dos dados sugere um aumento do nível relativo do mar durante o Holoceno, quando foram afogados os baixos cursos dos rios que favoreceu a formação dos sistemas lagunares que são bem representados em toda costa do estado de Santa Catarina, especialmente na área de estudo. Uma gradual transgressão marinha durante o Holoceno teria favorecido a expansão dos manguezais sobre as planícies de maré. Do ponto de vista físico-químico e hidrodinâmico as condições ambientais foram favoráveis para o estabelecimento e expansão dos manguezais nos últimos séculos, quando houve forte contribuição de matéria orgânica de origem estuarina no local de estudo e formação de amplas planícies de maré lamosas. O fato de não ter sido encontrado grãos de pólen de manguezal desde 9000 anos cal AP no testemunho RP4 indica que outras variáveis podem ter impedido a implantação do manguezal. Provavelmente, além do nível de mar mais baixo, as temperaturas durante os invernos holocênicos no limite austral dos modernos manguezais sul americanos, inviabilizaram a instalação dos manguezais durante o intervalo de tempo analisado no testemunho RP4. O aumento nas temperaturas mínimas de inverno nas últimas décadas tem permitido a expansão do limite austral dos manguezais através preliminarmente das árvores de Laguncularia para o interior da zona temperada.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Mudanças da vegetação na ilha de Marajó durante o Holoceno Superior(Universidade Federal do Pará, 2009-06-15) RODRIGUES, Thanan Walesza Pequeno; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A dinâmica da vegetação nas proximidades do Lago Arari - Ilha de Marajó durante o Holoceno Superior foi estudada a partir de três testemunhos de sedimento. Os locais de amostragem encontram-se no município de Santa Cruz do Arari, com altitude de 6 metros. Um testemunho de 65 cm foi amostrado do fundo do Lago Arari e os demais (40 e 30 cm) do substrato da planície herbácea que compõe a bacia de drenagem desse lago. A combinação de dados de reflectância, valores de δ13C, relação C/N, registro de polens e datação por carbono 14 (AMS) permitiram identificar as variações na constituição da vegetação na região leste da ilha de Marajó, próximos ao Lago Arari durante o Holoceno Tardio. Provavelmente, a planície herbácea que domina o setor leste da Ilha de Marajó começou a se desenvolver aproximadamente 3800 anos AP. Entre 3800 e 3000 cal anos A.P., o registro polínico indicou a presença de manguezais. A composição polínica desse intervalo de tempo sugere o estágio final de uma expansão pretérita de manguezais na região. A relação C/N e δ13C da matéria orgânica acumulada durante este período revelou uma influência marinha. A baixa concentração polínica entre 3000 e 2000 cal anos A.P., devido uma possível alteração na energia de fluxo, dificulta a interpretação do tipo de vegetação predominante nessa época, porém a relação C/N e δ13C indica uma forte contribuição de matéria orgânica também de origem marinha acumulada nos sedimentos em estudo. Esse período de ausência de pólen pode indicar um episódio de difícil desenvolvimento vegetal devido, por exemplo, ao aumento da influência marinha. Os últimos 2000 anos A.P. apresentaram conteúdo polínico compatível com uma planície herbácea com tendência de contribuição de matéria orgânica de origem mais continental. Os registros de pólen dos últimos 5 centímetros dos testemunhos indicaram uma predominância de espécies das famílias Poaceae e Cyperaceae que reflete a atual vegetação predominante na área de estudo. Os perfis polínicos (PH1 e PH2) referentes à planície herbácea que coloniza a bacia de drenagem do Lago Arari descrevem uma menor representatividade espacial da vegetação, desde que mostram uma constante predominância apenas de polens de Cyperaceae e Poaceae, que correspondem às principais famílias do local de amostragem. A pouca profundidade desses perfis permitiu marcar a presença da vegetação de ervas apenas desde 460 e 590 cal anos AP, respectivamente. Alternâncias históricas entre vegetações tipicamente de água doce e de água salobra provavelmente indicam modificações na salinidade da água intersticial que devem estar relacionadas com alterações na descarga de água doce dos rios da região e/ou mudanças no nível do mar.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Mudanças na vegetação do litoral Leste da ilha de Marajó durante o Holoceno Superior(Universidade Federal do Pará, 2010-07-13) FRANÇA, Marlon Carlos; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A integração de dados polínicos, químicos, isotópicos e estratigráficos com datação 14C, a partir de dois testemunhos coletados na planície costeira de Soure, Ilha de Marajó (PA), permitiu a identificação de dois períodos distintos durante o último milênio. O primeiro revelou um período de expansão da vegetação herbácea, caracterizada pela presença das famílias Cyperaceae, Poaceae e Fabaceae, que se desenvolveram pelo menos desde 1275- 1165 cal anos AP até 760-480 cal anos AP. Neste período foi possível observar uma forte influência continental por meio da relação δ 13C (-30 e -25 ‰) e a razão C/N (20-40). A partir de aproximadamente 500 anos ocorreu uma fase mais intensa na expansão dos Manguezais, com predomínio de Rhizophora e Avicennia, sendo possível observar também uma diminuição nos valores da razão C/N (< 20), que indica um aumento na contribuição de matéria orgânica de origem aquática (fitoplanctônica). O aumento da influência aquática neste período pode ser observado também por meio da coluna estratigráfica que apresenta um predomínio de sedimentos silto-arenosos com estratificação plano-parelela e algumas lentes milimétricas de argila. A origem dessas estruturas pode ser atribuída aos processos ocorrentes nas planícies de intermaré. O aumento da influência aquática durante as últimas centenas de anos no litoral marajoara pode estar relacionado com uma tendência de aumento do nível do mar eustático no oceano Atlântico, oscilações na descarga dos rios amazônicos decorrentes das flutuações climáticas ou subsidência da região de estudo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Processos autocíclicos e alocíclicos afetando os registros da paleoflora da foz do rio Jucuruçu, litoral sul da Bahia, durante os últimos 1000 anos(Universidade Federal do Pará, 2016-06-07) MORAES, Caio Alves de; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Durante o Holoceno a história da vegetação no litoral sul da Bahia é caracterizada por fases de estabelecimento, expansão e contração de manguezais. Essa dinâmica da vegetação está relacionada principalmente às mudanças climáticas e às variações no nível relativo do mar. Entretanto, pontualmente e em escalas de tempo menores, por exemplo, durante os últimos 1000 anos, outros processos inerentes à dinâmica sedimentar do ambiente deposicional em questão, chamados processos autocíclicos, estão controlando a assembleia polínica ao longo de perfis estratigráficos formados por sequências de canais ativos seguidos pelo seu abandono. Com base na análise do tamanho das partículas de sedimentos, estruturas sedimentares, grãos de pólen, isótopos (δ13C, δ15N, C/N) e datação 14C de matéria orgânica sedimentar de dois testemunhos (PR-11 e PR-12) amostrados de um meandro abandonado e de uma planície de maré inseridos na foz de um vale fluvial próximo do litoral da cidade de Prado, no estado da Bahia, propõe-se um modelo para a evolução do canal de maré estudado juntamente com a vegetação de seu entorno. O testemunho de sedimento PR-11, com 1,48 metros de profundidade foi amostrado dentro de uma zona de manguezal, com idade máxima de 678 cal anos AP. O PR-12 foi coletado em uma zona de várzea distante aproximadamente 2,7 km da linha de costa atual com 1,92 metros de profundidade e idade máxima de 680 cal anos AP. Os dados revelam duas associações de fácies ao longo desses testemunhos: (A) Canal de maré, representada por depósitos arenosos maciços (fácies Sm), areia com estratificação cruzada (Scs) e acamamento heterolítico flaser (Hf); e (B) Planície de maré, representada pelas fácies acamamento heterolítico wavy (Hw), acamamento heterolítico lenticular (Hl) e um pequeno intervalo (5 cm) com areia maciça (Sm) e lama maciça (Mm). Os dados polínicos dos dois testemunhos sedimentares mostram que na associação de fácies (A), referentes à base dos perfis estratigráficos, há ausência de grãos de pólen de manguezais que pode ser consequência da intensa atividade do canal retrabalhando sedimentos de sua margem e depositando os sedimentos juntamente com os grãos de pólen oriundos de unidades de vegetação não necessariamente das proximidades do local de estudo. Já para o topo da sucessão, na associação de fácies (B), é possível identificar a implantação e expansão dos manguezais na recém formada planície de maré (PR-11) ou lago (PR-12). No caso do PR-12 este momento pode ser marcado pelo abandono do canal que resultou na formação de um lago com intenso acúmulo de lama, onde a interação descarga fluvial/maré diminuiu e propiciou o preenchimento com material sedimentar mais fino e de mais alto potencial de preservação orgânica que forneceu condições para o desenvolvimento dos manguezais e preservação polínica. No caso do PR-11, a migração natural do canal de maré causou o desenvolvimento de uma planície de maré que favoreceu a expansão do manguezal nesse local. Esses ambientes deposicionais, favoráveis à formação dos manguezais, podem ser parciais ou completamente modificados pela dinâmica natural dos canais de maré e canais estuarinos que estão sob influência das variações do aporte fluvial sedimentar na costa e dos processos de deriva litorânea ao longo da costa associados à ação das marés, ondas e correntes. Esses resultados foram comparados com os dados de um testemunho amostrado 23 km a montante do Rio Jucuruçu que também indicou a presença de manguezais sobre planície de maré com matéria orgânica estuarina durante o Holoceno inicial e médio, seguido de vegetação herbácea sobre uma planície fluvial com matéria orgânica oriunda de água doce durante o Holoceno tardio (Fontes, 2015). Nesse caso as flutuações do nível do mar e mudanças climáticas foram as principais forças controladoras da dinâmica dos pântanos na foz desse rio durante o Holoceno, assim caracterizando um processo halocíclico. Entretanto, considerando as sequências estratigráficas dos testemunhos analisados nesse trabalho de mestrado (PR-11 e PR-12), tais sucessões sedimentares associadas às mudanças na vegetação e fonte da matéria orgânica estão relacionadas aos processos naturais de preenchimento das depressões costeiras, marcados principalmente por fácies de canais ativos, canais abandonados e planícies de maré. Portanto, variações de curta escala de tempo na relação entre manguezais e demais vegetações associadas aos litorais não necessariamente estão diretamente ligadas às variações de nível do mar ou mesmo às mudanças climáticas (processos halocíclicos). Por outro lado, processos inerentes à dinâmica sedimentar do ambiente deposicional (processos autocíclicos) devem ter controlado principalmente a assembleia polínica ao longo dos perfis estratigráficos estudados.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A resiliênca dos manguezais do estuário do rio Ceará Mirim-RN às intervenções humanas.(Universidade Federal do Pará, 2024-09-23) AQUINO, Ronaldo Darlan Gaspar; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Os manguezais são reconhecidos por serem extremamente sensíveis às mudanças no ambiente físico e químico, sendo muito usados como indicadores de mudanças do clima, nível do mar e intervenções antrópicas. A área de estudo compreende a foz do Rio Ceará-Mirim/RN, localizada na costa do estado do Rio Grande do Norte (RN), no nordeste do Brasil. Essa área tem um histórico de desmatamento de manguezais para a implantação de carcinicultura. O trabalho tem por objetivo analisar a dinâmica desses manguezais no período entre 1985 e 2020. A pesquisa é baseada em imagens de sensores remotos orbitais e imagens de drone para desenvolver uma análise espaçotemporal. Os dados indicam que apesar da expansão da atividade de aquicultura de 46 ha para 183,47 ha, houve uma ampliação nas áreas de manguezais de 351 para 489 ha. Ao longo de 35 anos, a atividade de aquicultura ocupou principalmente as planícies de maré e regiões de apicum, porém parte dos tanques de cultivo tem sido gradualmente abandonados. A expansão das áreas de manguezais deveu-se principalmente ao abandono da aquicultura, que favoreceu a recolonização dos manguezais sobre os antigos tanques de cultivo. Esse trabalho evidenciou a resiliência dos manguezais diante de uma severa interferência antrópica nesse delicado ecossistema.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A resposta dos manguezais de um estuário do sul da Bahia sob influência das mudanças do clima, flutuações do nível do mar e dinâmica dos canais durante o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2017-06-09) OLIVEIRA, Nêdra Nunes; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228O presente trabalho integra dados palinológicos, sedimentológicos, geomorfológicos e datações por Carbono-14, bem como valores de δ13C, δ15N e C/N da matéria orgânica sedimentar obtidos a partir de um testemunho amostrado ~8 km da atual linha de costa, no vale do Rio Jucuruçu, próximo a cidade de Prado, litoral sul da Bahia. Com base nesses dados e outros preliminarmente publicados foi possível detalhar os efeitos das mudanças climáticas e Nível Relativo do Mar (NRM) nos manguezais desse rio durante o Holoceno. Duas fases foram identificadas ao longo do testemunho estudado e correlacionadas com outros dois testemunhos: A primeira fase, compreendida no Holoceno médio (7200 - <6950 anos cal AP), se desenvolveu em uma planície de maré, colonizada por manguezais com uma transição de matéria orgânica de origem de plantas terrestre C3 na base para matéria orgânica marinha no topo desta fase. A segunda fase é marcada pelo desenvolvimento de uma planície fluvial, com expansão da vegetação herbácea e samambaias em detrimento dos manguezais. A matéria orgânica sedimentar nessa fase tende para uma origem fluvial. A integração dos dados paleoambientais revela uma significativa subida no NRM que causou uma incursão marinha no interior do vale desse rio e permitiu o estabelecimento de manguezais sob uma forte influência estuarina até aproximadamente 23 km a montante do Rio Jucuruçu durante o Holoceno médio. A descida do NRM no Holoceno médio e tardio causou uma gradual substituição dos manguezais por vegetação amplamente dominada por ervas e samambaias, assim como uma predominância de plâncton de água doce à montante do rio, enquanto os manguezais e as algas adaptadas às condições marinhas se refugiaram na foz do Rio Jucuruçu. Tal padrão de migração dos manguezais foi provavelmente favorecido por uma diminuição da descarga fluvial durante o Holoceno inicial e médio e pelo seu aumento no Holoceno tardio. Deve ser destacado que durante os últimos mil anos a distribuição dos manguezais no local de estudo foi controlada pela dinâmica natural dos canais de maré. Portanto, nesse estudo foi possível identificar e descrever os efeitos de processos alogênicos (causados por mudanças no clima e nível do mar) e autogênicos (regulados por exemplo pela dinâmica dos canais).
