Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6341
O Doutorado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG por Orientadores "COSTA, Marcondes Lima da"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Análise evolutiva da paisagem da serra Tepequém - Roraima e o impacto da atividade antrópica(Universidade Federal do Pará, 2008-01-23) BESERRA NETA, Luiza Câmara; BORGES, Maurício da Silva; http://lattes.cnpq.br/1580207189205228; 1580207189205228; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; 1639498384851302A região norte do estado de Roraima apresenta grande diversidade de feições geomorfológicas formadas por planaltos dissecados, bordejados por pediplanos intramontanos e relevo com morfologia tipo platô que se individualiza nas extensas áreas de planícies, a exemplo da serra Tepequém. Esta foi palco desde os anos de 1930 de intensa atividade garimpeira para diamante que imprimiu mudanças na paisagem. Entender a dinâmica evolutiva da paisagem da serra Tepequém sob ação garimpeira diamantífera e o porquê da sua susceptibilidade a erosão, seja natural ou antrópica, é o principal objetivo deste estudo. Visando este entendimento, foram realizados trabalhos de campo, com descrição de perfis de solos e rocha saprolitizadas, bem como perfis lateríticos. Em seguida foram coletadas amostras de solos, rochas alteradas, lateritos e de carvão. Além disso, aquisição de medidas de largura, profundidade, extensão e alinhamento direcional dos canais das voçorocas. Os materiais coletados foram submetidos às seguintes análises: granulométricas, por via úmida; identificação de minerais por difração de raios-X e microscopia eletrônica de varredura; químicas totais (elementos maiores) por ICP-MS e medidas do conteúdo de matéria orgânica, umidade e densidade do solo. As amostras de carvão foram submetidas à datação radiocarbono por AMS (Accelerator Mass Spectrometry). Também foram elaborados mapas de lineamentos estruturais, relevo (altimetria e declividade), drenagem e da cobertura vegetal a partir da interpretação de imagens ópticas (Landsat-5/TM e Cbers-2/CCD) e a base cartográfica pré-existente. A serra Tepequém com formato retangular a rômbico e contorno de escarpas íngremes elaboradas sobre rochas sedimentares do Paleoproterozóico se destaca em meio à paisagem dominada por relevo de colinas, morros residuais e superfícies planas a levemente onduladas. A rede de drenagem da região delineia padrões do tipo paralelo, retangular angulado e treliça de falhas. A morfologia do relevo e drenagem da serra Tepequém e região de entorno, definem uma subordinação ao arranjo estrutural de direção E-W, NE-SW e NW-SE representado por falhas normais e transcorrentes. Na serra Tepequém os compartimentos geomorfológicos são estabelecidos por superfícies intravales aplainadas com altitudes de 575 a 670 m, cujos limites se constituem por morros e colinas residuais de até 744 m e vertentes de entorno que se elevam até 1.100 m. Nesta paisagem, domina a savana arbustiva graminosa, a floresta ombrófila densa que recobre as escarpas de entorno e se prolonga na planície regional. A mata ciliar concentra-se em pequenas manchas ao longo dos rios Cabo Sobral e Paiva. Este cenário foi bastante modificado com a atividade do garimpo de diamante. No entanto, com o declínio desta atividade, a mata ciliar se recupera espontaneamente, como mostra as imagens ópticas dos últimos 22 anos (1984, 1995 e 2006). Sobre solos arenosos desenvolveram-se as planícies intravales, os quais são constituídos por domínio de areia média e fina, grãos subangulosos a subarredondados, pobremente selecionados, com baixa coesão e pobreza de matéria orgânica. Estes se desenvolvem sobre saprólitos derivados de arenitos e siltitos. Localmente se observam linhas de pedra e colúvios, normalmente sobre os saprólitos. Lateritos imaturos são encontrados nas colinas situadas no centro-norte da serra Tepequém. Os solos são constituídos predominantemente de quartzo, muscovita em plaquetas sub-milimétricas e caulinita envolvendo parcialmente os grãos de quartzo, enquanto os perfis lateríticos se constituem de gibbsita, goethita e hematita, além de quartzo e caulinita. Fragmentos de lateritos e de quartzo constituem as linhas de pedra. Os teores elevados de SiO2 confirmam o caráter essencialmente quartzoso dos solos, enquanto os valores de Al2O3, K2O, MgO, Fe2O3 e TiO2 são mais expressivos nas zonas saprolíticas, confirmando o domínio de caulinita, muscovita e hematita, derivados de argilitos e siltitos. As idades radiocarbono em carvão obtidas para os materiais superficiais (colúvios e linhas de pedra) mostram que estes materiais se formaram pelo menos há 3.822 anos AP. As planícies intermontanas revelam em sua paisagem feições erosivas na forma de dutos, dolinas e voçorocas, desenvolvidas preferencialmente nos terrenos de domínio de materiais areno-siltosos. Os canais das voçorocas estão alinhados principalmente nas direções NE-SW e NW-SE correspondentes às direções de fraturas e falhas que secionam a Formação Tepequém. As voçorocas aparentemente estabilizadas se encontram parcialmente recobertas por pteridófitas (samambaias) que colonizam as paredes e fundo do canal. A evolução da paisagem da serra Tepequém, sobretudo, a formatação de seu arcabouço geral envolve a tectônica ainda no Proterozóico. A morfologia herdada se reflete nas escarpas íngremes do entorno, bem como, no topo na formatação de grande sinclinório. A evolução da paisagem da serra Tepequém durante o Cenozóico é marcada por formação de pequenas colinas e morros, alguns destes protegidos por crostas lateríticas sugerindo registro de um paleoclima úmido e quente no Pleistoceno, o qual pode ter favorecido a instalação da rede de drenagem; o trabalho erosivo dos cursos fluviais, aliados com o forte gradiente, favoreceu o transporte de parte dos sedimentos para W-SW, contribuindo na formação das planícies intermontanas. O cenário atual é marcado pela retomada erosiva favorecida pela natureza arenosa, incoesa dos solos, aliado a um paleo-relevo inclinado para os vales e fortemente fraturado e falhado que ocasiona um forte fluxo aquoso subsuperficial propiciando a forma de dutos, que evoluem para dolinas e por conseqüência voçorocas. Assim, a atividade garimpeira diamantífera pode ter contribuído na intensificação das voçorocas, mas no entanto, não foi o fator determinante. Portanto, a evolução da paisagem da serra Tepequém, no Proterozóico e no Cenozóico, até o presente, decorre, da interação de múltiplos processos, envolvendo a história tectônica, as mudanças climáticas e os vários ciclos de erosão, bem como a sedimentação restrita e a pequena contribuição antrópica.Tese Acesso aberto (Open Access) Aplicação de resíduos da mineração de bauxita na síntese de geopolímeros(Universidade Federal do Pará, 2022-04-08) BARRETO, Igor Alexandre Rocha; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432O processo de extração e beneficiamento dos depósitos de bauxitas da província bauxitífera de Paragominas/Rondon do Pará pode gerar grandes quantidades de resíduos, principalmente em duas etapas do processo: lavra e beneficiamento. Na etapa de lavra dos depósitos o “resíduo” é oriundo da retirada de uma espessa camada de material argiloso (conhecido como Argila de Belterra). Por outro lado, o “resíduo” do processo de beneficiamento é gerado após as etapas de britagem, moagem e lavagem, que originam uma ampla quantidade de material argiloso disperso em uma grande quantidade de água. Para o presente estudo selecionou Argila de Belterra dos depósitos de bauxita de Rondon do Pará, amostra de Argila de Lavagem de bauxita da empresa Hydro, uma amostra de caulim beneficiado da Imerys, da região do rio Capim, também no estado do Pará, uma amostra de microssílica comercial (Ecopower) e reagentes P.A da sigma (NaOH e KOH). As amostras e os geopolímeros foram caracterizados por Difração de Raios-X (DRX), Fluorescência de Raios-X (FRX), Análise Térmica Gravimétrica (TG), Calorímetro Exploratória Diferencial (DSC), Espectrometria de Emissão Ótica com Plasma Acoplado (ICP-OES) e Analisador de Partícula a Laser (APL). Geopolímeros foram sintetizados a partir da Argila de Belterra, microssílica e NaOH de acordo com o planejamento Box- Benkhen. Realizou-se também síntese de geopolímeros a partir de Argila de Belterra e caulim beneficiado (um estudo comparativo) usando KOH e microssílica. E por fim, geopolímeros foram sintetizados a partir da Argila de lavagem de Bauxita com NaOH e microssílica de acordo com o planejamento Doehlert. No estudo somente com a Argila de Belterra, o maior resultado de resistência resultado foi 47,78MPa e o menor resultado foi 7,05MPa. No estudo comparativo entre Argila de Belterra e caulim beneficiado, os melhores resultados de resistência a compressão foram obtidos com o caulim beneficiado. Os resultados de resistência a compressão dos geopolímeros sintetizados a partir da Argila de Lavagem variaram de 8.99 a 41.89MPa. Esses resultados demonstram o potencial positivo de ambos materiais para síntese de geopolímeros que podem ser usados como possíveis substitutos “Eco-friendly” para materiais tradicionais, principalmente, cerâmica e cimento.Tese Acesso aberto (Open Access) Dinâmica da paisagem na porção norte da Ilha do Bananal-TO e adjacências ao longo do Quaternário tardio.(Universidade Federal do Pará, 2019-08-30) MENDES, Laís Aguiar da Silva; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302Estudos paleoclimáticos e paleoambientais visam entender os processos de evolução de paisagens globais, contribuindo para reconstituição das paisagens quaternárias e das mudanças climáticas e ambientais a que foram submetidas ao longo deste período da história geológica da Terra. Alguns estudos na Amazônia, mas, principalmente aqueles realizados em regiões mais sensíveis, como os ecótonos e wetlands, mostram que estas áreas sofreram várias mudanças paleoecológicas durante o Pleistoceno e Holoceno. O presente estudo foi realizado na região da Ilha do Bananal situada em uma área de transição entre os biomas amazônicos e cerrado. A Ilha do Bananal considerada por diversos autores como a maior ilha fluvial do mundo, ocupa uma área de cerca de 20.000 km2 e está situada entre o curso médio do rio Araguaia e o seu afluente pela margem direita, o rio Javaés, no Estado do Tocantins. A porção norte da ilha, se destaca por um complexo mosaico de feições geomorfológicas (diques marginais, meandros abandonados, paleocanais e lagos) e geobotânicas contrastantes (florestas e savanas), que refletem a intensa atividade hidrodinâmica nesta região. Sazonalmente ela é inundada pelas águas pluviais e pela elevação do lençol freático, por isso, é considerada uma seasonal wetland. O objetivo deste trabalho foi entender a dinâmica dessa paisagem, com base no estudo da composição mineralógica e química dos solos e sedimentos e na composição palinológica de sedimentos lacustres dessa região. Dessa forma, foram coletadas amostras de barrancos expostos nas margens dos rios Javaés e Araguaia, de barras arenosas e sedimentos lacustres. Os solos e sedimentos foram analisados quanto à sua mineralogia por Difração de Raios- X e química por ICP-MS. Os testemunhos de sedimentos coletados em 2 lagos distintos, um localizado no interior da porção norte da Ilha do Bananal (Lago Quatro Veados) e o outro situado nos arredores do Rio Javaés (Lago da Mata Verde) foram analisados quanto ao seu conteúdo palinológico e datados por AMS 14C. Os resultados desta pesquisa estão apresentados em 3 artigos: o primeiro trata sobre a mineralogia e geoquímica dos solos e sedimentos da Ilha do Bananal, das barras e barrancos ao longo do Rio Javaés. Discorre, portanto, sobre a natureza diversificada dos minerais e elementos químicos que compõem os estratos e horizontes dessas coberturas superficiais, apontando proveniência geológica, bem como os processos geoquímicos envolvidos na dinâmica atual e pretérita dessa paisagem. O segundo artigo apresenta a dinâmica da vegetação ao longo dos últimos 2000 anos AP no interior da Ilha do Bananal e discute sua relação com as condições climáticas e edáficas locais. O terceiro artigo, por sua vez, descreve a sucessão vegetal ocorrida nos últimos 400 anos AP, com base no registro polínico de sedimentos de um lago situado nos arredores da Ilha do Bananal, bem como, analisa o espectro polínico moderno na região. Os resultados obtidos através do presente trabalho apresentam uma paisagem altamente diversificada quanto as suas geoformas, coberturas sedimentares e pedogenéticas e aspectos geobotânicos resultante dos diversos momentos de sua história geológica e que mesmo atualmente se mostra dinâmica e intrigante. Os solos e sedimentos dessa paisagem são variados quanto as suas texturas (sequencias de materiais arenosos e argilosos) e composições mineralógicas e químicas onde minerais primários e derivados de variados graus de intemperismo químico coexistem em um mesmo perfil, evidenciando momentos de condições climáticas contrastantes. Mesmo, atualmente é possível observar in loco ambientes com dinâmicas variáveis (erosivas, sedimentares, pedogenéticas, etc.), bem como, processos geoquímicos diversos, tais como, aqueles de oxidação das barras e barrancos arenosos e também os processos redutivos dessas areias ferruginizadas (por vezes, confundidas equivocadamente com perfis lateríticos), devido o contato com os ácidos orgânicos produzidos pela cobertura florestada e condições hidromórficas as quais são submetidas. Com relação às mudanças na vegetação ao longo do Holoceno tardio, observou-se um controle climático, mas, sobretudo edáfico, uma vez que, essa área é sazonalmente alagada, fato este favorecido pela natureza argilosa dos horizontes superficiais dos solos, das altas taxas de pluviosidade como estação chuvosa prolongada (em média 6 meses) e da extensivamente planura do terreno. Assim, fatores como a duração das inundações e das condições de hidromorfismo decorrentes são responsáveis por controlar a instalação de florestas e/ou savanas que caracterizam a região. Dessa maneira, a regência de um clima mais seco com o encurtamento das estações chuvosas que causa a elevação do lençol freático pode representar condições favoráveis ao desenvolvimento e avanço da floresta. Por outro lado, um clima mais úmido com estações chuvosas mais prolongadas causaria inundações, abrangendo áreas maiores e os solos permaneceriam saturados por períodos mais longos, fato este que desfavorece o avanço da floresta e possibilita a manutenção ou mesmo expansão das savanas, especialmente aquelas dominadas por gramíneas sobre a região. No entanto, como já mencionado, as condições climáticas nessa região, controlam a expansão das formações florestais, porém, não são os únicos fatores protagonistas nesse processo, uma vez que, a presença da wetland decorrente da topografia baixa e plana, dos solos argilosos e da saturação dos solos e sedimentos se constitui um impedimento efetivo para instalação de florestas. Outro fator responsável pela substituição da floresta de galeria por savana arbórea, por exemplo, é o abandono de canais, fato observado atualmente na região, onde é possível trilhar por dentro desses antigos leitos dos rios, muitos desses locais já enriquecidos em espécies como a Curatella americana e Byrsonima sp entre outras. A Ilha do Bananal que se insere geologicamente no contexto da Bacia do Bananal e é banhada por umas das maiores bacias hidrográficas do território brasileiro (Araguaia-Tocantins), configura-se como uma paisagem extremamente importante para a compreensão do dinâmica das wetlands e também das áreas de ecótonos floresta-savana, durante o Quaternário, enquadrando-se nas duas situações. A parte norte da ilha onde foi desenvolvida esta pesquisa ainda carece de estudos. Entretanto, de um modo geral, esta pesquisa trouxe contribuições para entender a dinâmica funcional dessa paisagem frente as mudanças climáticas e ambientais ocorridas na região, bem como para ampliar o conhecimento sobre as paisagens de transição entre a floresta amazônica e as savanas, cujo conhecimento paleoambiental ainda é restrito.Tese Acesso aberto (Open Access) Elementos terras raras, U, Th e elementos potencialmente tóxicos em agroecossistemas com uso de fertilizantes no nordeste do Pará(Universidade Federal do Pará, 2020-11-30) BRAZ, Anderson Martins de Souza; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A região amazônica é a última fronteira agrícola do Brasil e os aumentos da demanda por alimentos e fontes energéticas renováveis têm intensificado a pressão de uso do solo. O estado do Pará é um dos maiores produtores mundiais de dendê e pimenta do reino, sendo a mesorregião do Nordeste Paraense responsável pela produção anual de 1.634.476 toneladas de dendê, 39.577 toneladas de pimenta do reino e 286.768 toneladas de laranja, o que representa 97, 50 e 2% da produção nacional. Os solos da Amazônia, para expressarem o alto potencial agrícola, demandam altas taxas de aplicação de fertilizantes. Contudo, as matérias primas utilizadas na produção de insumos agrícolas também são fontes de contaminação do solo. Assim, estudos que facilitem o entendimento da dinâmica de elementos terras raras (ETRs) e outros metais/metaloides nos solos da região são relevantes. E, partindo da premissa que a ação antrópica, principalmente através das atividades agrícolas, tem provocado incrementos significativos nos teores destes elementos em solos, objetivou-se avaliar (i) as concentrações de ETRs e outros metais em agroecossistemas amazônicos de citricultura, dendeicultura e pipericultura, com 26, 10 e 5 anos de implantação, respectivamente; (ii) determinar os índices de contaminação como, o fator de enriquecimento e de bioacumulação e; (iii) estabelecer/discutir relações com as propriedades dos solos. Os resultados mostraram: (i) ETRs são extremamente correlacionados ao pH do solo; (ii) o európio (Eu) apresentou o maior fator de bioacumulação dentre os ETRs; (iii) as concentrações de atividade de 238U e 232Th no solo cultivado com pimenta do reino foram superiores à média mundial de 238U (35 Bq kg-1) e 232Th (30 Bq kg-1) conforme estabelecido pelo Comitê Científico das Nações Unidas sobre os Efeitos da Radiação Atômica (UNSCEAR); (iv) fatores de enriquecimento (FE) moderados de Ba, Pb e Zn (2 > FE < 5) e significativos para As e Cu (5 > FE < 20); (v) as seguintes ordens de bioacumulação: dendê - Cu > Zn > Hg > Ni > Ba > Co > As > Cr > Cd ≈ Pb; pimenta do reino - Zn > Hg > Cu > Ba > Ni > Co > Pb >> As > Cr > Cd; laranja - Hg > Ni > Ba > Zn > Co > Cu > As > Pb >> Cr > Cd. Nesse contexto, este é o primeiro estudo avaliando a absorção de ETRs por culturas amazônicas de grande importância para os mercados globais. Uma relevante contribuição para prever o acúmulo de contaminantes em solos resultante de atividades antrópicas, principalmente, em regiões de importância agrícola e de vulnerabilidade ambiental como o bioma Amazônia.Tese Acesso aberto (Open Access) A Evolução da paisagem de transição savana-floresta em Roraima durante o Holoceno tardio: base mineralógica, geoquímica e palinológica(Universidade Federal do Pará, 2011-01-10) MENESES, Maria Ecilene Nunes da Silva; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432A Amazônia compreende diversas fisionomias vegetais, além da vasta e amplamente difundida floresta tropical. As savanas, por exemplo, estão presentes em várias partes como manchas descontínuas, ou cobrindo extensas áreas como é o caso das savanas encontradas nas porções norte e nordeste do estado de Roraima. Estas savanas pertencem ao chamado Complexo Rio Branco-Rupununi considerado o maior bloco contínuo desse tipo de vegetação na Amazônia brasileira, que no estado de Roraima atinge 41.000 km2 de um total de 53.000 km2, sendo limitado ao sul e a oeste pelas florestas tropicais. Visando entender a dinâmica da cobertura vegetal e a evolução dessa paisagem como um todo, frente às possíveis mudanças climáticas ocorridas ao longo do tempo geológico, foi realizado o presente estudo. A área selecionada para este trabalho representa uma faixa de transição entre as savanas e florestas na porção ocidental do bloco de savanas, onde quatro topossequências (FC, FH, TIA e RU) representativas dos padrões de relevo, cobertura vegetal e pedológica foram selecionadas para amostragem. Dessa forma, amostras da cobertura regolítica foram coletadas a partir da base das topossequências (veredas) até o topo seguindo as aparentes variações cromáticas e texturais dos materiais. Adicionalmente, outras duas veredas (AM e MB) foram também amostradas. As amostras destes regolitos foram submetidas às análises granulométricas via úmida; mineralógicas por DRX; e químicas (elementos maiores e traços) por ICP-MS e FRX. Os sedimentos das veredas foram ainda datados pelo método radiocarbono empregando-se a técnica AMS (Accelerator Mass Spectrometry) e submetidos a análises palinológicas, incluindo-se a quantificação das micro-partículas de carvão presentes nos mesmos. Os regolitos da área estudada variam de arenosos a areno-sílticos sendo compostos majoritariamente por quartzo e caulinita, e em menores proporções por muscovita, sillimanita, goethita, microclínio e albita. Os teores elevados de SiO2 confirmam o caráter essencialmente quartzoso destes regolitos, enquanto que os valores de Al2O3 mais expressivos nas zonas saprolíticas mosqueadas e nos sedimentos das veredas refletem a maior participação da caulinita, único argilomineral presente nas amostras. As composições mineralógicas e químicas destes materiais indicam proveniência de rochas metamórficas e de lateritos da região, que diante de condições climáticas úmidas e quentes tem sofrido intenso intemperismo químico e lixiviação. O surgimento e amplo desenvolvimento de veredas de Mauritia flexuosa a partir de 1550 anos AP nessa região, como demonstram as análises palinológicas, corrobora o aumento de umidade na região, o que também favoreceu a expansão de florestas. De fato, árvores de Virola, Alchornea, Melastomataceae e Moraceae entre outras ocorreram com freqüência indicando que florestas de galerias e manchas de florestas secundárias indicadas pelos gêneros Didymopanax, Cecropia e Attalea se desenvolveram na região na maior parte do tempo registrado. Apesar dessas condições úmidas, há registros de redução das florestas por volta de 1400-1100 anos (vereda FC), 900-200 anos (veredas AM e FC) e entre 700 e 300 anos (vereda TIA) em favor da expansão das savanas. É provável que a redução de florestas durante esses períodos tenha sido provocada pelo aumento na intensidade de fogos (provavelmente antrópicos) inferido pela mais alta concentração de partículas carbonizadas nos sedimentos prévia e simultaneamente a essa diminuição da cobertura florestal. Estes fogos ainda são comuns na região com maior freqüência nas proximidades de assentamentos humanos (indígenas) e fazendas de gado e possivelmente exercem algum impedimento à expansão das florestas. Embora, condições alternadas de hidromorfismo e estresse hídrico também contribuam para impedir esta expansão. As características granulométricas, mineralógicas e químicas da cobertura regolítica e os registros palinológicos e cronológicos dos sedimentos das veredas permitem interpretar que a paisagem de transição savana-floresta estudada, marcada atualmente por um complexo mosaico de savanas graminosas e/ou arbóreas, recortadas por extensas veredas de Mauritia flexuosa, corredores de matas de galerias, ilhas de florestas, sobre regolitos arenosos, quartzosos e cauliníticos é condizente com as atuais condições climáticas quentes e úmidas prevalecentes na região a partir do Holoceno Tardio. Em contrapartida, feições tais como linhas de pedras compostas por fragmentos de quartzo e de crostas lateríticas denotam eventos erosivos provavelmente ocorridos no Pleistoceno Tardio e até mesmo no Holoceno Médio quando climas secos a semi-áridos dominaram a região. Assim, a paisagem em questão tem sido palco de intensas transformações ecológicas e geomorfológicas fomentadas principalmente pelas mudanças climáticas impostas à região, embora o homem pré-histórico e também moderno também tenha contribuído, no sentido de retardar a expansão das florestas sobre as savanas.Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução geoquímica das crostas lateríticas e dos sedimentos sobrepostos na estrutura de Seis Lagos (Amazonas)(Universidade Federal do Pará, 1996-03-19) CORREA, Sandra Lia de Almeida; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302O estudo sobre a evolução mineralógica e geoquímica das crostas lateríticas e dos sedimentos sobrepostos na estrutura de Seis Lagos (Amazonas), foi baseado em amostras de crostas lateríticas superficiais e três furos de sondagem. Na caracterização química dos materiais estudados foram empregados métodos clássicos e espectroanalíticos. Na caracterização mineralógica foi utilizado difração de raios-X, microscopia ótica, espectroscopia no infravermelho e termogravimetria (ATD e ATG). Foram efetuadas análises por sistema dispersivo de energia (EDS), que foram aplicados nos estudos micromorfológicos das crostas e sedimentos da Bacia Esperança. Nas amostras de siderita foram determinados os isótopos de 13C e 18O e razões isotópicas 87Sr/86Sr. Na tentativa de datar as amostras totais e siderita da brecha carbonática, foi utilizado o método Rb/Sr. As características texturais, mineralógicas e geoquímicas observadas nas crostas superficiais e do perfil do furo 1, mostraram origem laterítica para esses materiais. A assinatura carbonatítica das crostas foi indicada pelos minerais como ilmenorutilo, Nb-rutilo, Nb-brookita, pirocloro e monazita, típicos de carbonatitos e rochas associadas e resistentes aos processos lateríticos e pelos teores elevados e anômalos de Nb, ETR, também de Ba, Mn, Th, Co, Zr, Sc, V, Mo e Be. O perfil do furo 3, que se apresentou estruturado em horizontes bem distintos, característicos de perfil laterítico, mostrou composição química-mineralógica indicativa de derivação laterítica a partir de rochas aluminosilicatadas pobres em ferro, como as encaixantes (granitos e gnaisses) de Seis Lagos. Os sedimentos da bacia Esperança mostraram que tiveram como área fonte os diferentes horizontes dos perfis lateríticos e grande contribuição orgânica vegetal e animal. Os materiais que constituiram a brecha carbonática, foram provenientes das crostas ferruginosas lateríticas dada a semelhança geoquímica entre esses materiais, a presença dos minerais resistatos da crosta ferruginosa e de minerais típicos de ambiente sedimentar-diagenético, essencialmente ferrosos como pirita e siderita. A argila carbonosa demonstrou ter como área fonte os horizontes argilosos lateríticos como aqueles do perfil do furo 3 e, que a deposição desta camada ocorreu em momento de menor subsidência da bacia Esperança, quando as crostas ferruginosas que estavam situadas em níveis mais elevados tinham sido erodidas e os horizontes argilosos estavam expostos. A camada de sapropelito indicou a instalação de um ambiente ácido redutor prolongado, dada pela sua elevada espessura, que sua constituição química-mineralógica foi contribuída também pelos lateritos, principalmente, dos horizontes argilosos, e que a formação de pirita foi a mesma daquela da brecha carbonática. A camada de argila creme-solo foi constituída também dos horizontes argilosos, como indicou sua composição química-mineralógica. Na brecha carbonática da seqüência litológica da bacia Esperança não foram encontrados minerais típicos de carbonatitos, a exceção dos resistatos (ilmenorutilo, Nb-rutilo, Nb-brokita, pirocloro e monazita) e siderita não comuns nessas rochas, mas minerais lateríticos como gibbsita e grupo da crandalita. As filiações geoquímicas encontradas entre crostas e brecha carbonática e argilas/sapropelito e horizontes argilosos lateríticos foram notáveis. O não alinhamento dos pontos analíticos no diagrama isocrônico (87Rb/86Sr vs. 87Sr/86Sr) obtidos tanto das amostras totais como de cristais de siderita da brecha carbonática não foram compatíveis com rochas homogêneas, como seriam esperados para carbonatitos, ao contrário do espesso pacote sedimentar. Os resultados mineralógicos, geoquímicos e isotópicos demonstraram que a brecha carbonática não corresponde à rocha carbonatítica, e que os sedimentos da bacia Esperança incluindo a brecha carbonática tiveram como área fonte principal os diferentes horizontes dos perfis lateríticos, onde a crosta ferruginosa foi a fonte de grande parte dos sedimentos da base da coluna (base da bacia, provavelmente) e os horizontes argilosos das camadas superiores. Isso permitiu que em toda a extensão da coluna, fosse transferida a assinatura geoquímica da fonte primária geradora dos lateritos que foram rochas carbonatiticas, e preservada nos lateritos.Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução mineralógica e geoquímica de lateritos sobre rochas do complexo de Maicurú - Pará(Universidade Federal do Pará, 1990-08-17) LEMOS, Vanda Porpino; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302O estudo sobre a evolução mineralógica e geoquímica dos lateritos da Serra de Maicuru-PA, formados a partir do intemperismo de rochas pertencentes ao complexo alcalino-ultramáfico-carbonatitico, foi feito com base nas amostragens (total de 223 amostras), abrangendo materiais de perfis lateríticos (sobre glimerito, apatitito, piroxenito, biotitito, dunito e sienito) e de superfície (crosta e solos). Este estudo demonstrou que após a dissolução dos carbonatos, alteração completa dos piroxênios e anfibólios em esmectitas e das micas (biotita e flogopita) em vermiculita e alteração incipiente das fluora-patitas, ocorreu: enriquecimento dos ETR, provavelmente sob as formas de hidroxi-carbonatos; perdas moderadas para o Si, Ca, Mg, Na, K, Mn, Zn, Sr, Y e PI: e retenção do Al, Ni, Co, Cu (mantidos nas esmectítas e vermiculita), Fe, Ti, Nb, representados pela ilmenomagnetita, titanita e perovskita (Ti e Nb), e Zr, alojado preferencialmente na ilmenomagnetita e titanita. Na interface horizontes de transição e argilo-fosfático, ocorreu a degradação das esmectitas e vermiculita e dissolução das fluorapatitas e perovskita, enquanto que a titanita e ilmenomagnetita permaneceram inalteradas. Portanto, foram obtidos como produtos a caolinita, goethita, anatásio e fosfatas aluminosos (wavelita, wardita e grupo da crandalita). Foi verificado assim, em relação aos níveis inferiores dos perfis, o enriquecimento moderado de Ti, Nb e Zr, deficiência dos ETR, especialmente ETRL, retenção de Al e Fe e perdas expressivas dos outros elementos analisados. Nos níveis intermediários do horizonte argilo-fosfótico. Procedeu-se à transformação da titanita em anatásio, com retenção do Nb e Zr em sua estrutura e liberação dos ETR, Ca,Sr e Na, que foram retidos sob as formas dos fosfatos do grupo da crandalita e wardita. Na parte superior deste horizonte ocorreu a oxida4o da ilmenomagnetita, que posteriormente evoluiu para maghemita e anatasio. A partir deste nível foi possível verificar nos perfis lateriticos: um grande enriquecimento em Y, ETR, (principalmente dos ETRL, tendo em vista os elevados teores de fosfato do grupo da crandalita), Ti, Nb, Fe e Zr, representados pelo anatásio goethita e maghemita; enriquecimento moderado do Cu sob a forma de turquesa, do Sr e Zn, abrigados na estrutura do grupo da crandalita, do Mn, contido nos relíctos de ilmenita e sob a forma de hidróxido (que deve ter fixado frades remanescentes de Co); lixiviação acentuada do Si K, Ca e Mg, moderada do Na e Ni e pouco expressiva do P. Os padrões de distribuição dos ETR normalizados aos condrítos para as rochas mães indicaram enriquecimento preferencial dos ETRL em relação aos ETRP. Este comportamento foi refletido ao longo dos perfis lateriticos, porém tornou-se mais acentuado nas amostras de crosta aflorante, haja vista a abundância de fosfato do grupo da crandalita. Foi observado eventualmente um maior enriquecimento em ETRP em relação aos ETRL, no horizonte argilo-fosftico e em algumas amostras da crosta, devido provavelmente, à formação da churchita. Esses lateritos apresentam perspectivas econômicas favoráveis especialmente para fosfatos, titânio e terras raras.Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução mineralógica e geoquímica multi-elementar de perfis de solos sobre lateritos e gossans na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 1995-07-31) HORBE, Adriana Maria Coimbra; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302Para estudar a gênese dos solos desenvolvidos sobre crostas lateríticas foram selecionados cinco perfis, localizados na região de Carajás (N5 e igarapé Bahia) e nos municípios de Paragominas (Mina de Camoaí) e Belém (balneários de Outeiro e Mosqueiro), todos no Estado do Pará. A estruturação dos cinco perfis (N5, Igarapé Bahia, Camoaí, Outeiro e Mosqueiro) permitiu individualizar quatro horizontes: crosta sã, crosta parcialmente intemperizada, crosta intemperizada e solo. A crosta sã é compacta vacuolar, constituída por óxi-hidróxidos de Fe e Al. A crosta parcialmente intemperizada compõe-se por relictos da crosta sã envolvidos por uma matriz argilosa amarelada ou avermelhada, dependendo da composição mineralógica da crosta sã. A crosta intemperizada caracteriza-se pela predominância da matriz argilosa em relação a seus relictos enquanto o solo é formado exclusivamente por material argiloso. A estruturação dos perfis mostra que a passagem da crosta sã para o solo sobreposto é gradual, havendo expansão de volume no inicio da fragmentação e posterior colapso do perfil, quando os relictos se transformam totalmente em um material terroso e microagregado. Os perfis de N5 e Igarapé Bahia são derivados a partir de urna crosta ferro-aluminosa matura. Caracterizam-se pelos teores mais elevados de caolinita e hematita na crosta e seus relictos. No solo concentram-se a gibbsita, Al-goethita e anatásio com tendência a formação de um solo inicialmente bauxítico, que passa a caolinítico em direção ao topo do perfil. No Igarapé Bahia tem-se acúmulo de quartzo no solo. Quimicamente observa--se que a modificação mineralógica leva a um decréscimo nos teores de Fe203 e 6i02 e aumento de Al203, TiO2 e PF. Os elementos-traço (V, Cr, Ni, B, Mo, Zr, Ga, Sc, Y, Mn, Cu e Pb, além de Au no perfil do igarapé Bahia) e os ETR mostram concentração de B e Zr, enquanto os demais tendem a serem diluídos da crosta para o solo. O balanço isotitânio mostra que a transformação da crosta em solo se dá por lixiviação de SiO2 e Fe2O3 nos dois perfis, enquanto o Al2O3 se enriquece no perfil de N5 e é lixiviado no perfil do Igarapé Bahia. A formação do solo de Camoaí, a partir de crosta aluminosa matura, difere dos perfis de N5 e Igarapé Bahia pela diminuição nos teores de gibbsita e aumento nos de caolinita e quartzo, enquanto os teores de hematita, goethita e anatásio, muito baixos, não tem variação significativa. Acompanhando a composição mineralógica tem-se diminuição nos teores de Al2O3 e aumento nos de SiO2, enquanto os de Fe2O3 e TiO2, muito baixos, não tem uma distribuição característica. Os elementos-traço e os ETR, com teores bem mais baixos que nos demais perfis, mostram aumento de Zr e Mn em direção ao solo e diluição dos demais elementos. Em Camoaí a transformação da crosta aluminosa em solo, segundo o balanço isotitânio, dá-se pela lixiviação de Al2O3 e enriquecimento em SiO2 e Fe2O3. Nos perfis de Outeiro e Mosqueiro, derivados de crostas lateriticas silico-ferruginosas imaturas, a formação do solo se com diminuição nos teores de hematita+goethita, de modo que no solo predominam quartzo e caolinita. Conseqüentemente tem-se decréscimo nos teores de Fe2O3 e aumento nos de SiO2 e Al2O3. A distribuição dos elementos-traça mostra, assim como em N5 e igarapé Bahia, concentração de Zr e diluição dos demais. Com base no balanço isotitânio a transformação da crosta dos perfis de Outeiro e Mosqueiro se dá pela lixiviação de Fe2O3, enquanto o SiO2 e o Al2O3 se enriquecem no perfil de Outeiro e são lixiviados no de Mosqueiro. Com base na estruturação dos perfis, na mineralogia e geoquímica, foi possível caracterizar um acentuado processo de desferrificação das crostas ferro-aluminosas e sílico-ferruginosas e de desaluminizaçâo das aluminosas, levando a geração de solos. No perfis derivados das crostas ferro-aluminosas e silico-ferruginosas tem-se a substituição da hematita por Al-goethita, uma fase intermediária onde predomina gibbsita nos perfis ferro-aluminosos e, finalmente, caolinita no topo dos dois perfis. Em todos os perfis observou-se acúmulo em quartzo. O enriquecimento em quartzo e o provável aporte externo de SiO2, via decomposição de material vegetal, levou a neoformação da caolinita a partir da gibbsita nos perfis de N5, igarapé Bahia e Camoaí. Nos perfis de Outeiro e Mosqueiro a presença de caolinita no solo deve-se ao seu enriquecimento relativo a partir da crosta. Como consequência da transformação mineralógica houve a lixiviação de ferro nos perfis de N5, igarapé Bahia, Outeiro e Mosqueiro e de alumínio no de Camoaí, além de V, Cr, Ni, Mo, Ga, Sc, Cu, Pb e ETR, forte enriquecimento em Zr e em parte de 13 e Mn em todos os perfis. As transformações que levaram à quebra no equilíbrio das crostas, a sua desagregação e cominuição, formando relictos e uma nova fase mineral argilosa, são consequências da ação da matéria orgânica, que torna o ambiente mais ácido e menos oxidante, em um processo similar ao da formação de perfis intempéricos em ambiente tropical úmido. As diferenças mineralógicas e geoquímicas observadas entre os perfis são conseqüência das variáveis composicionais das crostas que, em parte, refletem também o seu grau de maturidade. As características mineralógicas e geoquímicas dos solos nos perfis estudados permitem que eles sejam correlacionados a Argila de Belterra, podendo-se portanto admitir que a Argila de Belterra tem origem autóctone em relação as crostas lateríticas subjacentes.Tese Desconhecido Evolução supergênica do depósito cuprífero Alvo 118 - Província Mineral de Carajás(Universidade Federal do Pará, 2022-12-15) SANTOS, Pabllo Henrique Costa dos; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432A Província Mineral de Carajás abriga um dos maiores cinturões cupríferos do mundo, em que as mineralizações hipogênicas sulfetadas foram parcialmente transformados em gossans e estes lateritizados e/ou truncados durante a evolução da paisagem. Estas coberturas representam fonte de informações para a explorção mineral e, em alguns casos, podem ser lavradas juntamente com as mineralizações hipogênicas parentais. Os platôs da Superfície Sulamericana hospedam gossans completos e lateritizados, enquanto as áreas denudadas no entorno, típicas da Superfície Velhas, exibem gossans incompletos ou imaturos, tendo como um exemplar deste último o depósito Alvo 118. Neste corpo, a mineralização hipogênica foi convertida em um gossan imaturo localizado em profundidade, enquanto as rochas hospedeiras foram intemperizados próximo à superfície, formando um saprólito mineralizado. O gossan é formado por uma zona de oxidação, que inclui goethita, malaquita, pseudomalaquita, cuprita, tenorita, cobre nativo, ramsbeckita, crisocola e libethenita; com relictos de uma zona de sulfeto secundário, representada por calcocita. Estes minerais estão distribuídos em zonas de domínio da goethita, malaquita, cuprita e libethenita, com evolução independente, em que suas sucessões minerais refletem a transição das soluções mineralizantes de condições ácidas para levemente alcalinas e aumento no potencial de oxirredução. Este ambiente foi estabelecido a partir da interação das soluções ácidas, derivadas da dissolução da calcopirita, com os minerais de ganga (calcita e apatita) e das rochas hospedeiras, granodioritos e, secundariamente, clorititos, que atuaram no tamponamento do sistema, favorecendo a formação de novos minerais carreadores do cobre. As fortes correlações do CuO com Ag, Te, Pb, Se, Bi, Au, In, Y, U e Sn na mineralização hipogênica refletem as inclusões de petzita, altaíta, galena, cassiterita e estannita na calcopirita. No gossan, Ag, Te, Pb, Se e Bi permaneceram associados e foram incorporados aos minerais de cobre neoformados. Por outro lado, Au, In, Y, U e Sn exibem maior afinidade com os oxi-hidróxidos de ferro, assim como, Zn, As, Be, Ga, Mo e Ni. Os valores de δ65Cu reforçam que o gossan investigado é imaturo e não foi intensamente afetado por processos de lixiviação. As principais fases minerais identificadas no saprólito são caulinita (dominante), associada com clorita, esmectita e vermiculita, além de quartzo e oxihidróxidos de ferro. No saprólito, os oxi-hidróxidos de ferro apresentam forte correlação com Ga, Sc, Sn, V, Mn, Co e Cr, em parte derivados do intemperismo das rochas parentais. Adicionalmente, dados de espectroscopia Mössbauer apontam importante papel da ferridrita e goethita como incorporadores de cobre no saprólito. Não há evidências da incorporação de sua pelos argilominerais. Os valores de δ56Fe indicam pouca contribuição da mineralização primária para os conteúdos de Fe do saprólito, que é mais influenciado pelo intemperismo da clorita. A associação Al2O3, Hf, Zr, Th, TiO2, Ce, La, Ba, Sr representa a assinatura geoquímica das rochas hospedeiras, que influenciam a composição química dos três tipos de mineralização. Por outro lado, os principais elementos rastreadores da mineralização hipogênica são a associação In, Y, Te, Pb, Bi, Se. O conhecimento detalhado do fracionamento mineral e geoquímico supergênico torna o depósito Alvo 118 um referencial para a investigação de gossans imaturos e saprólitos mineralizados em áreas denudadas da Província Mineral de Carajás ou em terrenos equivalentes.Tese Desconhecido Os fragmentos de cerâmica arqueológica como fonte potencial de fertilidade dos solos TPA(Universidade Federal do Pará, 2014-09-26) RODRIGUES, Suyanne Flavia Santos; KERN, Dirse Clara; http://lattes.cnpq.br/8351785832221386; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302Os solos tipo Terra Preta Arqueológica (TPA) são reconhecidos por sua elevada fertilidade, em forte contraste com os solos pobres da Amazônia. Esta fertilidade parece persistir mesmo após o seu uso intensivo na agricultura. As TPA são geralmente ricas em fragmentos cerâmicos, importantes registros de que estão interligados com ocupação humana na Préhistória. Muitos estudos se concentraram sobre os aspectos estilísticos das vasilhas cerâmicas representativas desses fragmentos, e mais restritamente são motivos de estudos de caracterização químico-mineral, para identificação de matéria prima, procedência, tecnologia, e principalmente a origem do seu conteúdo em P, variado e relativamente elevado. Esses teores de P estão representados por fosfatos de alumínio, em geral, amorfos a variscitaestrengita, e sua origem é creditada ao uso das vasilhas para o preparo de alimentos. Embora já aventado a possibilidade de que estes fragmentos possam responder pela a fertilidade continuada destes solos, estudos experimentais não foram realizados para demonstrar a potencial contribuição destes fragmentos para reconhecida fertilidade das TPA. O presente trabalho demonstra esta possibilidade, e para atingir este fim foram selecionados fragmentos de três sítios arqueológicos com características distintas situados em diferentes porções da Amazônia: Monte Dourado 1 (Almeirim-PA), Jabuti (Bragança-PA) e Da Mata (São José de Ribamar-MA). Inicialmente 325 fragmentos cerâmicos foram descritos mesoscopicamente e submetidos à caracterização mineralógica e química por DRX; microscopia óptica; TG-ATD; IV-FT; MEV-SED; ICP-MS e ICP-OES; adsorção gasosa; medidas dos parâmetros de fertilidade; e ensaios de dessorção de P. Com estes dados objetivou-se identificar matérias primas, processos produtivos, modificações ocorridas durante o uso e após o descarte, e desta forma avaliar as possíveis contribuições destes fragmentos a fertilidade das TPA. A hipótese de contaminação por nutrientes provindos dos alimentos durante o uso das vasilhas para preparação de alimentos foi comprovada através de experimento em laboratório simulando condições de cozimento, onde foi avaliada a incorporação de cálcio e fósforo em panelas cerâmicas similares as arqueológicas. Os resultados mostram que os antigos povos ceramistas utilizaram matérias primas dos arredores de seus sítios. A composição em termos de uma matriz com metacaulinitica e quartzo, por vezes muscovita é comum a todos os fragmentos, indicando matéria prima rica em caulinita e quartzo, fundamental para produção das vasilhas. A metacaulinita sugere que a queima ocorreu em torno de 550°C. Por outro lado, adições de antiplásticos distintos promoveram diferenças químicas e mineralógicas fazendo com que os fragmentos no seu todo divirjam entre si: os do sítio Da Mata se caracterizam pelo emprego exclusivo de cariapé, em Monte Dourado 1 o cariapé com rochas trituradas de mineralogia complexa, e no Jabuti conchas por vezes cariapé. Fosfatos amorfos são comuns a todos os sítios, embora em teores distintos, sendo que fosfatos de alumínio cristalinos tipo crandallitagoyazita foram encontrados apenas no Jabuti e fosfatos de Fe-Mg-Ca, a segelerita, em Monte Dourado 1. Os fosfatos amorfos e a crandallita-goyazita foram interpretados como indicadores de uso das vasilhas representativas dos fragmentos para preparação de alimentos, enquanto a segelerita uma neoformação ocorrida após o sítio ter sido submetido às condições hidromórficas, que persistem até atualidade. Em termos das concentrações de P, nos fragmentos do sítio Da Mata estão as menores, em média, 1,04% de P2O5 que assemelham-se a maioria dos fragmentos já investigados, enquanto os do Jabuti são os mais elevados (em média, 7,75%) já conhecidos, e nos do Monte Dourado 1 são, em média, 2,23% . É provável que os altos teores de P, Ca e Sr sejam provenientes da dieta alimentar a base de mariscos, como demonstra a riqueza em conchas nos fragmentos. Os teores elevados de Ca em Monte Dourado 1 refletem a presença de labradorita no antiplástico. A fertilidade potencial dos fragmentos cerâmicos é nitidamente superior a dos solos TPA quando analisados sem os fragmentos. Portanto é plausível se supor que os fragmentos podem ser fonte dos macronutrientes e micronutrientes. Isto foi comprovado através dos ensaios que comprovara a dessorção de P, a qual ocorre de forma lenta, um aspecto muito importante para reforçar a persistência da fertilidade. Essa dessorção é mais bem descrita pelo modelo de Freundlich que sugere interações entre os íons adsorvidos. O experimento que simulou condições de cozimento mostrou que o Ca e o P podem ser adsorvidos tanto nas paredes quanto nas tampas das panelas cerâmicas, porém concentrações mais elevadas são evidenciadas nas paredes. Embora o Ca tenha sido adsorvido não foi identificada uma fase seja ela amorfa ou cristalina contendo este elemento, provavelmente porque o tempo não foi suficiente. Porém quanto ao P, a adsorção ocorreu, e já a partir de 600 h formou-se variscita, um fosfato de alumínio, nas paredes das panelas. Portanto os fosfatos de alumínio podem se formar ainda nas vasilhas cerâmicas durante o preparo de alimento por cozimento, assim, sua presença nas das vasilhas cerâmicas se constitui, em um importante indicador de uso das mesmas para o cozimento de alimentos e seus fragmentos nos solos são fonte potencial importante de fertilidade.Tese Desconhecido Geoquímica dos sedimentos de manguezais do nordeste do estado do Pará: um exemplo do estuário do rio Marapanim(Universidade Federal do Pará, 2006-01-20) SILVA, José Francisco Berrêdo Reis da; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A costa nordeste do estado do Pará é formada por vales que foram parcialmente submersos durante o Holoceno onde, por exemplo, se desenvolveram os manguezais do estuário do rio Marapanim. Em posição limítrofe aos manguezais, situam-se os latossolos derivados da Formação Barreiras (Terciário), principal área-fonte dos sedimentos costeiros, incluindo os manguezais. A despeito da importância ecológica, social e econômica dos manguezais, pouco se conhece sobre as características geológicas ou sobre os processos e a extensão das transformações geoquímicas e mineralógicas que ocorrem nesses ecossistemas na costa norte do Brasil, principal objetivo desta pesquisa. Para alcançar os objetivos propostos foram realizados levantamentos topográficos e a breve descrição da vegetação dos manguezais. Foram coletadas amostras de sedimentos no final do período das chuvas e da estiagem e submetidas a medidas in situ de salinidade intersticial, Eh e pH. Nessas mesmas amostras foram feitas análises granulométricas, determinação das concentrações de SiO2, Al2O3, Fe2O3, TiO2, P2O5, Na2O, K2O, CaO, MgO, Perda ao Fogo e elementos-traço por ICPM-MS e a identificação de minerais pelas técnicas de difratometria de raios-X e microscopia eletrônica de varredura. Foram coletadas amostras de água superficial e intersticial em marés de sizígia e quadratura, em períodos de maior (março, junho e julho) e menor (setembro, novembro e dezembro) precipitação pluvial. As amostras de água foram submetidas a análises químicas para determinação de alcalinidade total, H4SiO4, SO4 2-, ΣH2S, NH4 +, Cl-, PO4 3-, Na+, Mg2+, Ca2+, K+ e ferro total dissolvido, incluindo medições de salinidade, Eh e pH. Os manguezais são tipicamente de intermarés representados principalmente por bosques mistos de Rhyzophora mangle e a Avicennia germinans. Eles se desenvolvem sob condições de macro marés semidiurnas, totalmente encobertos nas marés de sizígia e expostos por vários dias nas marés de quadratura, sob clima tropical chuvoso, quente e úmido com marcante sazonalidade climática. Os sedimentos dos manguezais são predominantemente síltico-argilosos, ricos em matéria orgânica (C entre 1 a 4 %). Foram depositados originalmente sobre barras arenosas, cuja suave morfologia e aspectos sedimentológicos (principalmente a granulometria), aparentemente condicionam a colonização da vegetação, a evolução da rede de drenagem e o desenvolvimento dos sedimentos, tornando-os mais consistentes. O intemperismo químico tropical atua sobre as rochas da área-fonte, produzindo principalmente quartzo, caulinita de baixa cristalinidade e óxidos de ferro além de substâncias químicas dissolvidas como sílica, alumínio e metais pesados, incorporados aos sedimentos dos manguezais com as diatomáceas e íons Na+, K+, Ca2+ e Mg2+, de contribuição marinha. Nos manguezais, o material original é retrabalhado por intensa atividade biológica e processos geoquímicos, que se desenvolvem na presença de diferentes teores de matéria orgânica e da superfície reativa da sílica biogênica (diatomáceas), originando minerais em equilíbrio total ou parcial com as novas condições. Os minerais autigênicos são: pirita, esmectita, feldspatos potássicos, halita, gipso, jarosita, além de quartzo e oxi-hidróxidos de ferro remobilizados. Nos sedimentos dos manguezais são encontrados elevados teores de íons sulfetos dissolvidos (6 a 40 mmol/L) e ocorre o consumo do íon sulfato em profundidade. A formação dos sulfetos dissolvidos resulta da mineralização da matéria orgânica através da ação bacteriológica, por processos de redução do íon sulfato, cujo produto final é a formação da pirita. O ferro total dissolvido tem seus teores reduzidos próximo de zero em profundidade, devido à reação com parte dos íons sulfetos dissolvidos para formar sulfetos sólidos (pirita). As reações acontecem em meio extremamente redutor (–200Tese Desconhecido Geoquímica e pedogeoquímica em sítios arqueológicos com terra preta na Floresta Nacional de Caxiuanã (Portel-PA)(Universidade Federal do Pará, 1996-06-04) KERN, Dirse Clara; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302O principal objetivo do presente trabalho é identificar o padrão de distribuição geoquímica e pedogeoquímica em sítio arqueológico com TPA e em sua área adjacente, e identificar a ação antrópico sobre os elementos determinando as associações geoquímicas típicas de TPA. Foram selecionados três sítios arqueológicos na região de Caxiuanã, município de Portel-Pa. Nestes, foram abertas trincheiras na TPA e em suas respectivas áreas adjacentes. Em um dos sítios, o Manduquinha, foi efetuada coleta dos horizontes de solo a cada 5m, em transversais norte-sul. Para a amostragem do material arqueológico foi utilizado o mapa de distribuição do P2O5 no horizontal A1, escolhendo-se pontos eqüidistantes que representassem os locais de sua maior ou menos concentração. Foram determinadas: a) composição mineralógica, através de difratometria de raio-X; b) SiO2, TiO2, Fe2O3, P2O5 (fluente AL2B4O7) Al2O3, Na2O, K2O, CaO, MgO, Cd, Co, Cum, Mn, Pb e Zn ( abertura total HF+HCLPO4) e C (Wlkley-Back, modificado), determinados por absorção atômica, colorimetria e titrimetria; c) As, Se (geração de hidretos) ; Hg (geração de vapor) Zn, Mn, Fe disponíveis (oxalato de NH4 + ácido oxálica) ; complexo sortivo (acetato de NH4 a Ph 7,0), determinados por absorção atômica; d) Cr, B, V, Sc por espectografia ótica de emissão; U por fluorimetria e F por eletrodo de íons especificos; e) Ba, Cl, Ga, Nb, Sr, Y e Zr por fluorescência de raio-X; f) composição química qualificados nos solos e na cerâmica, atarvés de microscopia eletronica de varedura e g) datação da cerâmica por C14. A região de Caxiuanã apresenta sedimentos correlacionados à Formação Alter do Chão, que foram laterizados no terciário. Ocorrem ainda arenitos ferruginizados ao nível do espelho d'agua da baia de Caxiunã, que às vezes serviam de abrasador para o homem pré-historico. A drenagem principal é composta pela baía de Caxiunã e rio Anapu. Na área predomina Latossolo Amarelo sobre os perfis lateríticos, ocorrendo solos hidromorficos nas porções mais baixas. Nas porções mais elevadas do Latossolo, ocorrendo solos hidromórficos nas porções escura e inúmeros fragmentos de cerâmica e de artefatos lítico, denominadas de sitio arquiológicos. Quando comparados com os perfis das áreas adjacentes, os horizontes A das TPA, além de apresentarem coloração preta, são mais arenosos e melhor estruturados. Apresentam valores S, T e V, bem como Ph mais elevado que os solos adjacentes, portanto, mais férteis. Os horizontes B não mudam significativamente em seus aspectos morfologicos, fisicos e quimicos, nas TPA e AD. A composição química representada principalmente os SiO2, Al2O3, Fe2O3 e TiO2, é compatível com a mineralogia, composta por quartzo, caolinita, geehita e anatásio. Os horizontes A das TPA apresentam valores mais elevados de SiO2, MgO, CaO,P2O5, C, Ba, Cl, Cu, K, Mn, Sr e Zn, mais baixo de Al2O3, Fe2O3, Na2O, As, Cd, Co, Ga, Cr, F, Pb, Sc e V, ou seja, do horizonte B para o A o primeiro grupo enriquece e o segundo empobrece. Alguns elementos como Nb, Hg e Zr, não apresentam as variações significativas entre TPA e AD. No sítio Manduquinha as variações nas características morfológicas do solo permitiram separar a TPA em TPA-N e TRA-S por ocorrer em nível ligeiramente mais baixo na paisagem, forma um microambiente anaeróbica nos período mais chuvoso do ano. A distribuição geoquímica dos elementos nos horizontes A1 reflete as variações ocorridas nas TPA A TPA-S é mais enriquecidas em Si, Mg, Ca, P, Ba, Cl, Cu, K, Mn, Sr e Zn, apresentando menores concentrações nos demais elementos. Os dados geoquímicos tratados através da análise de agrupamento modo "R", mapas de isovalor e análise fatorial permitem identificar três grandes associações geoquimicas e localizar áreas de sua concentração. 1. P2O5, MgO, CaO, Ba, Cu, Cl, Mn, Sr, e Zn representam os elementos estritamente relacionados com a TPA, que foram adicionados aos solos; 2. Fe2O3, Na2O, As, Cd, Co, Cr, F, Ga, Pb e V representam a assinatura geoquímica dos Latossolos regionais. Foram modificados indiretamente no sitio pela atividade humana pré-histórica e 3. B, Hg, Nb, Sc, Y, e Zr que também representam a assinatura geoquímica dos Latossolos regionais, não sofreram modificações significativas em decorrência da ocupação humanas pretérita. O sítio Manduquinha foi ocupado pelo homem pré-histórico, por um período mínimo de 300 anos, (1280 a 1600 AD). Pelas características apresentadas nas técnicas de confecção da cerâmica, antiplástico utilizando, queima e duração, corrobaram a idéia de uma continuidade cultural. A ocupação pelo grupo que aí habitou poderia ser continua ou não. Em ambos os casos, a pequena dimensão da TPA (0,5ha), a pouca espessura da camada ocupacional e a pequena quantidade do material arquiológicos, surgiram tratar-se de grupo de baixa densidade populacional. A pratica cultural do grupo que habitou a área, de depositar restos orgânicos em locais específicos, levou a um aumento significativo do P, Ba, B, Ca, Cl, Cu, K, Mg, Mn, Sr e Zn na TPA. Os elevados teores de Ca localizados no limite sudeste da área podem ser atribuídos a restos de conchas, que são comumente encontradas na forma de bolsões em outros sítios em Mg e P como ossos, fezes, urina etc., enquanto que nas porções sudeste e nordeste houve o predomínio de materiais ricos em Zn, Mn e Cu. A norte da área onde o solo é mais compactado bem como na porção central ocorrem pós-ocupados humana pré-histórica, associados as próprias condições superficiais do terreno permitiram maior lixiviação do P, Ba, B, Ca, Cl, Cu, K, Mg, Mn, Sr e Zn com concentração no extremo sul da área, na AD. Fe2O3 e elementos a ele associados concentram-se mais a norte, com visível dispersão para sul.Tese Desconhecido Geoquímica multi-elementar de crostas e solos lateríticos da Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 1994-12-16) ARAÚJO, Eric Santos; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302O objetivo principal deste trabalho foi estabelecer um estudo sistemático do padrão de dispersão dos elementos químicos em solos e crostas lateríticas, derivados de litótipos de ambientes geológicos diversos em áreas de clima tropical úmido na Amazônia. Foram selecionados 2 alvos a amostragem de solos que apresentam características de latossolos: um na Serra dos Carajás, no sudoeste do Estado do Pará(N-5), rico em gibbsita e o segundo (TN-6), localizado na Serra do Tiracambu, municípios de Carutapera e Bom Jardim, no Estado do Maranhão. Possue predominância de caulinita e oxi-hidróxidos de ferro, sobrepostos a bauxita. Para o estudo das crostas, foi selecionada a crosta ferro-fosfática de Pirocaua contendo solo nas bordas, localizada próximo a foz do rio Maracaçume, município de Godofredo Viana, litoral noroeste do Estado do Maranhão e a crosta ferruginosa do alvo N-1 na Serra dos Carajás. A metodologia utilizada foi a mesma para os quatros alvos, a saber: a- para a obtenção dos contrastes mineralógicos e geoquímicos necessários foi utilizada amostragem em superfície em malhas de 200 por 200 metros; b- separação das amostras de solo em três partes, amostra total, fração menor que 200mesh e fração -80+200 mesh (para as crostas, foi utilizada apenas a amostra total).; c- as analises mineralógicas foram realizadas através da difratometria de raios-X, enquanto as análises químicas foram feitas por absorção atômica para determinação de Ni, Co, Cr, Cu, Mn, V, As e Bi, e, Au através da análise por fusão; d- determinações por fluorescência de raios-X para SiO2, Fe2O3, Al2O3, TiO2, P2O5, Ba, Y Nb, Zr, Ga e Sc; através de espectrografia ótica de emissão com pré-concentração foram analisados os EGP (Pt, Pd, Rh) e por ICP os ETR. Os dados químicos e mineralógicos foram tratados para obtenção de parâmetros estatísticos básicos através de microcomputadores IBM-PC/XT compatíveis, utilizando-se o "Sistema Geoquant" (versão 3.1), da CPRM. Outros programas (CONVERT e o QPRO),foram utilizados como complementares no estudo estatístico ou na representação gráfica dos dados, alem de analises de agrupamentos realizadas através do programa CLUSTER, utilizando o "Modo R" e o "Modo Q". os resultados obtidos através da difratometria de raios-x, mostraram que no alvo TN-6 na serra do Tiracambu, o latossolo caracteriza-se mineralogicamente por certa homogeneidade, com predominância de caulinita, Al-goethita e anatásio. Esta homogeneidade é mostrada também na composição química, tanto na amostra total como nas frações analisadas, através de uma distribuição de SiO2-Al2O3-Cu-Mn-Sr, Fe2O3-V-Cu-Ba-Cr-As-Sc-ETR e TiO2-Y-Nb-Zr-Ga-Sc-ETR como principais associações geoquímicas, refletindo a caulinita, oxi-hidróxidos de ferro e o anatásio. Já no alno N-5, na Sera dos Carajás, os latossolos são constituídos de gibbsita seguida de goethita-hematita e em menor quantidade caulinita e anatásio. Neste alvo, embora do ponto de vista mineralógico apresnte como única diferença a presença da gibbsita em relação ao alvo TN-6, destacam-se, por outro lado, as associações TiO2-Al2O3-Ga-Zr-Sc-Sr e Fe2O3-Mn-V-Cr-Sc-As. A primeira, representando a gibbsita e anatásio, que alem de ser mais consistente, envolve a associação do Fe2O3, que, por sua vez, reflete os oxi-hidróxidos de ferro e, de forma indireta, a interferência de rochas básicas na origem dos latossolos. Os resultados obitidos nas amostras de crostas, como a do alvo N-1 que apresenta diferenciação textural: estratificada, pisolítica e cavernosa, mostram que independente da textura, apresentam concentrações semelhantes para MN, SR, Nb e Ga. Os estudos revelaram uma pequena diferença constatada na crosta cavernosa que émais rica em gibbsita, e onde predomina também a presença de Au e Pt. Na totalidade doa alvo N-1, a associação geoquímica mais significativa foi definida por Al2O3-TiO2-Cr-V-Sr-Nb-Zr-Ga-Sc-As. A baixa concentração dos elementos traços nesta associação reflete sua origem a partir das rochas desprovidas de silicatos ferromagnesianos, de natureza sedimentar, compouco influencia máfica-ultramáfica. Na serra do Pirocaua, a nalise de agrupamentos e matrizes de correlação estabeleceram duas grandes associações geoquímicas semelhantes na crosta e nos solos. A primeira, Fe2O3-V-Ga-Ni-Cu-Cr-As, indica os minerais de ferro representados principalmente por goethita e hematita e a segunda, P2O5-Al2O3-(TiO2)-Sr-Y-Zr-ETR, reflete os fosfatos do grupo da crandalita. A associação do Fe2O3 é mais freqüente e ocupa grande parte do platô, não discriminada crosta e solos, assim como o ouro que apresentou indistintamente valores qualificados em 13 amostras, comédia de 0.2 ppm, tendo como valor maximo1,01 ppm. As concentrações de As possuem em média 188 ppm na crosta e 273 ppm nos solos, às quais estão associadas a presença da turmalina (dravita) no solo e, localizadamente, preenchendo fraturas na crosta, passível de ser observada em alguns afloramentos, evidenciando a influencia de zona hidrotermal. Resaltam-se também os valores qualificados para Pt (0.1 a 0.4 ppm), diretamente associados às altas concentrações de Cr (1235 ppm na crosta), além dos altos teores de P2O5 (11,85-solo a 15,05%-crosta), evidenciando que o substrato da serra do Pirocaua é de naturaza vulcano sedimentar, de composição básica, rica em fosfatos. Os estudos realizados são importantes na caracterização de solos e crostas lateríticas, do ponto de vista geológico, mineralógico e químico, observando-se que em ambos casos, a amostragem em superfície reflete com certa segurança a naturaza dos substrato através das associações geoquímicas, como foi observado nos alvos N-5 e Serra do Pirocaua a influencia de rochas básicas, e, nos alvos TN-6 e N-1 a influencia de rochas sedimentares. Este fato reveste-se de importância para a utilização da prospecção geoquímica, na caracterização de litótipos que constituem o substrato de coberturas autóctones na Amazônia, visto que, a freqüência da distribuição daqueles litotipos nesta região é bastante extensiva e com escassez de afloramentos, estando a eles relacionados ambientes hospedeiros de mineralizações e depósitos minerais, cujas rochas encaixantes não são facilmente diagnosticadas face a condição morfológica e espessura de suas coberturas.Tese Desconhecido O intemperismo tropical como agente de degradação de cadeias de isoladores de alta tensão em subestações na Amazônia Oriental: estudo de caso em Barcarena-PA e São Luís-MA(Universidade Federal do Pará, 2018-11-13) PORFIRIO, Darilena Monteiro; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A deposição de particulados atmosféricos de Belém-PA, de Barcarena-PA e de São Luís-MA e a caracterizacao geoquímica das espécies presentes, pode auxiliar no entendimento do efeito do intemperismo tropical e como este atua na degradação de cadeias de isoladores de alta tensão em subestações elétricas na Amazônia. Na amostragem adotada, foi importante avaliar a sazonalidade (período seco e chuvoso) realizada por 24 coletas com periodicidade mensal entre janeiro-2012 e fevereiro-2016, para a coleta foi utilizado a norma ABNT NBR IEC 60815-1 (2015), o coletor direcional de depósito de poeiras (CDDP´s), as velas úmidas de cloreto (ABNT NBR 6211) e de óxido de chumbo (ABNT NBR 6921) na determinação das taxas de cloreto e sulfatação respectivamente. A caracterização das amostras de material solúvel foi feita por cromatocrafia iônica (CI); a análise elementar da fração insolúvel foi feita por espectrometria de emissão atômica por plasma induzido por Laser (LIBS) e a morfologia foi identificada por microscopia eletrônica de varredura (MEV) acoplada à fonte de raios-X (EDS). Na água de chuva de Barcarena-PA a ordem de ocorrência dos íons foi: Na+> Cl-> SO4 2->Ca2+> K+>F-> NH4 +-N > Mg2-> NO3 --N. Havendo uma contribuição marinha de Na+ e Cl- e antrópica de SO4 -2 , F- e NO3 --N. E as taxas de deposição de poeiras (Tipo A) média anual de São Luís-MA (7 a 11mg m-2 dia-1) são similares as de Barcarena-PA (7 a 14mg m-2 dia-1). Contudo, a classificação do grau de severidade de poluição local, de acordo com a ABNT NBR IEC 60815-1 (2015), é alta para Barcarena-PA e média para São Luís-MA em razão da deposição condutiva (Tipo B). As razões de deposição Cl-/ SO4 -2, a presença de F-, SO4 -2 e NO3 --N demonstraram maior impacto antrópico na subestação de Barcarena-PA que na de São Luís-MA. Isto posto, há indícios que as condições de corrosividade atmosférica nas regiões de estudo e os efeitos de degradação nos isoladores elétricos seguirão esta lógica, da intensidade e do risco de falhas, relacionando à contribuição antrópica industrial mais intensa na SEVC. Uma vez que as fontes de sal marinho, antrópica e crustal aumentam o potencial risco aos componentes elétricos nas linhas de transmissão.Tese Desconhecido Intemperismo tropical em fachadas azulejadas de edificacoes historicas em belem do para(Universidade Federal do Pará, 2007-05-14) SANJAD, Thais Alessandra Bastos Caminha; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A aplicação de azulejos europeus nas fachadas das edificações de Belém iniciou no século XIX. Após mais de cem anos de exposição ao intemperismo, os azulejos começaram a apresentar alterações. Para entender esta alteração intempérica, dois edifícios do século XIX foram estudados: Palacete Pinho e Solar do Barão de Guajará, localizados no centro histórico de Belém. O Palacete possui azulejos alemães (PPA e PPA-C) e portugueses do Porto (PPP). O Solar tem apenas azulejos portugueses na fachada principal, também do Porto (BGFP). A principal alteração dos azulejos alemães é a presença de manchas escuras. Estas manchas estão localizadas entre o vidrado e o biscoito, sem perda de vidrado. No caso dos azulejos portugueses de ambas as edificações, a perda de vidrado é freqüente, além da presença de manchas verdes embaixo do vidrado descolado. Os resultados da caracterização física são os seguintes: 1) os azulejos alemães (PPA e PPA-C) tem mais baixa porosidade acessível (12,96% e 9,59%, respectivamente) e maior densidade (1,99 g/cm3 e 1,92g/cm3, respectivamente), que os portugueses (PPP: 29,34% e 1,59 g/cm3 e BGFP: 17,53% e 1,74 g/cm3); 2) os azulejos portugueses apresentam espessura de vidrado entre 0,06-0,1 mm (PPP) e 0,5-0,54 mm (BGFP) e os alemães entre 0,04-0,2 mm (PPA e PPA-C); 3) o vidrado dos azulejos portugueses tem um contato abrupto com o biscoito enquanto que os alemães apresentam uma zona de transição entre as duas camadas. As análises mineralógicas do biscoito foram realizadas utilizando DRX e MEV/SED. As principais fases identificadas são: quartzo, mullita e cristobalita (azulejos alemães) e quartzo, gehlenita, diopsídio e calcita (azulejos portugueses). Quartzo, cassiterita e apatita foram encontrados nos vidrados de ambos azulejos alemães e portugueses; somente a amostra PPP não tem cassiterita. A análise química total do biscoito dos azulejos alemães indicou uma quantidade maior de SiO2 (75%) e Al2O3 (18%). No caso dos azulejos portugueses, além de SiO2 (46%) e Al2O3 (15%), apresenta também concentrações elevadas de CaO (22%). Em relação aos vidrados, a composição química é formada principalmente por Si e Pb. As manchas escuras e as verdes embaixo do vidrado estão relacionadas a microrganismos das divisões Cyanophyta e Bacillariophyta. Dados climáticos de Belém desde 1898 foram pesquisados e mostraram que não aconteceram mudanças climáticas 9 significantes na região. Amostras e análises da água da chuva foram realizadas também nas vizinhanças das edificações estudadas. Os resultados mostraram pequenas concentrações de Ca acima dos níveis regulares para água da chuva, possivelmente relacionado com as argamassas. A medição de temperatura na superfície dos azulejos indica variações em diferentes partes das fachadas. No Solar, as áreas de maior temperatura na superfície são aquelas que o vidrado está descolado do biscoito. Os resultados mostraram que os azulejos apresentam certa resistência ao intemperismo tropical. Azulejos alemães têm uma menor perda de vidrado em função da zona de interface existente entre as camadas vidrado e biscoito. A ausência desta zona de transição nos azulejos portugueses os torna mais vulneráveis ao intemperismo devido às mudanças climáticas, principalmente as variações térmicas diárias, que permitem o descolamento do vidrado.Tese Desconhecido Interações geoquímicas na superfície de gleissolos no Estuário Amazônico(Universidade Federal do Pará, 2012-06-29) SILVA, Sérgio Brazão e; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432As várzeas são terrenos baixos e mais ou menos planos que se encontram junto à margem de rios. São abundantes no estuário amazônico e apresentam grande variabilidade ambiental, com ampla diversidade de solos, vegetação, água de inundação e regime de inundação. A grande variabilidade de ambientes encontrados, no entanto, impõe a necessidade de desenvolvimento de estudos visando conhecê-los, para induzir seu aproveitamento e preservação. A fertilidade elevada destes solos se destaca em relação aos demais solos da Amazônia, com fertilidade baixa. Características regionais específicas, entretanto necessitam ser investigadas para compreender o exato mecanismo para a formação da fertilidade do solo, neste ambiente. Pesquisas iniciais apontavam prioritariamente para a contribuição da colmatagem de sedimentos para formação da fertilidade nestes solos. Para auxiliar na compreensão das transformações geoquímicas que afetam e contribuem para a formação da fertilidade nestes solos, se investigou as transformações geoquímicas na superfície de dois Gleissolos, correspondentes a dois ambientes distintos do estuário amazônico: uma várzea de água doce, no rio Guamá e uma várzea salina em ambiente de mangue, no rio Caeté. Paralelamente se avaliou as características do solo e sedimentos em suspensão na água dos rios que circundam as várzeas estudadas, o suspensato. A amostragem do solo, destinada à realização do experimento foi realizada na superfície dos solos estudados, correspondente à profundidade explorada nutricionalmente pelos vegetais. As amostras destinadas à caracterização do solo foram obtidas através de amostragem em seus horizontes, correspondendo seu primeiro horizonte à amostra destinada à realização do experimento. O suspensato foi obtido através de coleta da água dos rios próximos aos locais de amostragem, e deixados em decantação por três meses, após os quais foram separados do sobrenadante, centrifugados, separados novamente do sobrenadante, e secos em dessecador. A seguir foi realizada a caracterização mineralógica, tanto nos solos estudados, como nos suspensatos obtidos. Solo e suspensato também foram avaliados através de determinação química total, granulometria e de sua fertilidade. O estudo realizado, consistiu, na realização de dois experimentos, com 4 repetições cada, que promoveu inundação nos solos, em condição de laboratório, empregando água destilada, para evidenciar as transformações químicas que ocorrem, sem considerar a água local dos ambientes. Após inundação, amostras eram retiradas periodicamente e analisadas úmidas, obtendo os teores disponíveis de elementos relacionados à nutrição vegetal (P, K, Ca, Fe, Mn, Cu, Zn), valores de carbono orgânico e do pH e Eh. Em terceiro ensaio, a metodologia usualmente empregada para a avaliação da fertilidade de solos, que preconiza a análise no solo previamente seco, foi objeto de investigação, em comparação com metodologia empregada em diversos trabalhos neste tipo de solo, a qual emprega a determinação na amostra ainda úmida para proceder à análise, convertendo os resultados para solo seco empregando fator de correção. Este cuidado é empregado em diversos trabalhos neste tipo de solo, em virtude de após secos, se reverterem as transformações ocorridas, e assim ocorrer a possibilidade de informar resultado não correspondente às condições de campo. Nesta investigação, a variação de resultados na disponibilidade de nutrientes, que ocorre após a inundação foi avaliada pelas duas metodologias, tanto no Gleissolo Háplico, como no Gleissolo Sálico, em dois experimentos. Assim sendo, durante o período inundado, amostragens periódicas nas parcelas experimentais avaliaram as variações nas concentrações disponíveis de P, Ca, K, Fe, Mn, Cu e Zn, através das duas metodologias testadas. Os experimentos demonstraram que a inundação promove alterações profundas na fertilidade dos solos estudados, mas com diferenças relacionadas à sua condição regional. Os resultados obtidos expressam que a ocupação dos poros do solo pela água induzem a grande transformação no comportamento geoquímico do solo, influenciando na disponibilidade dos elementos estudados, no pH e Eh. O Gleissolo Háplico situado no rio Guamá alterou seu pH inicial de 4,69 para estabilizar em torno de 6,6 a partir do 8º dia. Da mesma forma seu Eh também decaiu substancialmente 322 mV para -337 mV durante 4 meses de inundação. Ocorreu grande acréscimo de Fe, P e Mn disponível para o solo. Em relação ao K, Ca, Cu, Zn e Fe, ocorreram pequenos acréscimos de valores disponíveis, entretanto com valores suficientemente adequados á nutrição vegetal, à exceção do ferro que adquiriu valores extremamente elevados. No Gleissolo Sálico, situado no mangue do município de Bragança, o comportamento ocorreu de forma semelhante, embora com escalas de intensidade diferente. A variação no pH não ocorreu de forma tão intensa neste solo, tendo se estabilizado entre 5 e 6, menores que no rio Guamá, mas com valores que impede que os micronutrientes se tornem indisponíveis com o tempo de inundação. Da mesma forma o Eh demonstrou que ocorre redução neste solo, mas não tão acentuada quanto ocorre no solo do rio Guamá, resultando em redução estabilizada em valores situados entre 200 e 300 mV. Este fato ajuda a explicar o acúmulo de matéria orgânica no perfil deste solo, acumulada por falta de aceptores de elétrons e dinâmica acentuada da matéria orgânica que este ambiente possui. Neste solo a disponibilidade de fósforo diminuiu com o tempo. Ambos os solos e suspensatos estudados apresentaram composição mineralógica semelhante com quartzo, illita, esmectita, caulinita, e o solo do rio Guamá apresentou ainda goethita. Nos suspensatos estudados, a alta fertilidade apresentada, superior que a dos próprios solos, indica a possibilidade de manutenção da fertilidade do solo, após deposições periódicas que ocorrem a cada maré. Associados à presença elevada de matéria orgânica e a presença de argilominerais 2:1 presentes no solo, estes fatores despontam como condição diferencial destes solos, principalmente dentre os solos comumente encontrados na terra firme. No terceiro experimento, referente à comparação entre a análise efetuada no solo seco e a análise efetuada no solo úmido, os resultados indicam que a resposta às transformações que se procedem após a inundação, é percebida em ambos os métodos testados, e que os métodos respondem de forma diferente para cada ambiente testado. Assim, a avaliação estatística aponta os elementos cálcio, no Gleissolo Háplico, e fósforo, potássio, manganês e zinco no Gleissolo Sálico, como indiferentes na escolha do método a ser utilizado em sua determinação. Em seguimento, os elementos fósforo, manganês e cobre no Gleissolo Háplico e o cálcio no Gleissolo Sálico são elementos que apresentaram vantagem estatística para a análise no solo seco. Os elementos potássio, ferro e zinco, no Gleissolo Háplico e Ferro e cobre no Gleissolo Sálico apresentaram resultados favoráveis à determinação no solo úmido. No entanto, embora ambos os métodos possam ser utilizados, a análise no solo úmido é recomendada, pelo acompanhamento das transformações, que são percebidas em detalhes, em especial para os resultados de teores inferiores, comuns no início do período de inundação. Os três estudos realizados nos solos do estuário Amazônico demonstram que as alterações geoquímicas que ocorrem nestes solos após ter seus poros preenchidos com água, não procedem da mesma forma, embora sejam solos da mesma classe pedológica e possuam proximidade geográfica. Fatores regionais influenciam os resultados como características mineralógicas, a água de inundação, biologia do local e outros fatores. Embora a liberação de nutrientes ocorra de forma específica aos solos estudados, as alterações se apresentaram benéficas, proporcionando condições adequadas ao desenvolvimento vegetal. O suspensato, que se apresentou em ambos os locais estudados, com fertilidade elevada, possibilita assim, a manutenção dos altos índices de fertilidade encontrada nestes solos, após ação das marés, quando é depositado no solo. A presença de argilominerais 2:1, representou um diferencial para estes solos, pois estes minerais são ausentes na superfície de solos de terra firme nos solos do entorno, e contribuem para a formação de índices elevados de CTC, que ainda recebe acréscimo devido aos teores elevados de matéria orgânica existente, em especial no Gleissolo Sálico. São condições distintas em relação aos solos nesta região, que não contam com fatores que proporcionem CTC elevada, assim como fatores que proporcionem a manutenção desta fertilidade, pela adição de material fértil de forma periódica.Tese Desconhecido Lateritização e sedimentação cenozoica na evolução da paisagem da Serra dos Carajás(Universidade Federal do Pará, 2021-04-01) MAURITY, Clovis Wagner; NOGUEIRA, Afonso César Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/8867836268820998; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A Serra dos Carajás localizada na porção sudoeste da Amazônia brasileira é um dos exemplos de terrenos lateríticos com couraças ferruginosas ou cangas sustentando platôs que formam altiplanos de até ~700 m. Dois conjuntos distintos de duricrostas são reconhecidos nesta região: 1) um mais antigo, desenvolvido durante o Paleógeno sobre formações ferríferas bandadas (BIF) e vulcânicas do Pré-cambriano; e 2) relacionados uma sucessão de até 30 m de espessura ferruginizada previamente considerada como supergênica e reinterpretada aqui como de origem sedimentar. As análises geomorfológica, sedimentológica, paleomagnética e geoquímica destes depósitos ferruginizados em afloramentos e testemunhos de sondagem formados por brecha e ironstone constataram que estes registram fases recorrentes de denudação e aplainamento a partir do desmantelamento de perfis lateríticos. As brechas são cimentadas por goethita e oxi-hidróxidos de ferro e alumínio são representativos de fluxos de detritos subaéreos e em lençol relacionados a leques coluviais adjacentes a sistema lacustres rasos compreendendo deposição química de goethita e hematita. As rochas ricas em goethita apresenta camadas centimétricas a métricas com laminação plana alternadas com níveis de pisólitos/oncoides indicam atividade microbiana. Dados petrográficos e de difração de raios-x indicaram principalmente hematita (50%), goetita (47%) e gibbsita+Al-goetita+magnetita (3%). A alta suscetibilidade magnética, campos alternados e desmagnetização térmica destes depósitos indicaram uma magnetização remanescente fornecida principalmente pela hematita e goethita. A alta concentração de carbono presente nestes minerais sugere que a forte magnetização detectada pode resultar de antigos incêndios florestais. O padrão gráfico oblato da anisotropia da suscetibilidade magnética e a dispersão dos polos da magnetização remanescente natural indicam variáveis sin e pós-deposicionais relacionada à magnetização herdada presente nos fragmentos de BIF. Análise geoquímica destes depósitos mostram que os elementos pouco móveis têm relação incipiente com as unidades do substrato formadas pelos BIF e basaltos e os valores altos de titânio também corroboram concentração durante a sedimentação não relacionada com a lateritização. A formação de leques coluviais progradantes em direção aos lagos rasos químicos implantados nos vales foram recorrentes na Serra dos Carajás e atestam variações climáticas que ocorrem desde o Pleistoceno. Esta nova visão das duricrostas da Serra dos Carajás inicia uma nova leitura geológica que permite um melhor entendimento dos processos intempéricos e sedimentares relacionados a evolução da paisagem amazônica durante o Cenozoico.Tese Desconhecido Materiais construtivos e sua biodeterioração em fortificações da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2017-03-29) NORAT, Roseane da Conceição Costa; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432Tese Desconhecido Microquímica e mineralogia de processos do minério de cobre de Salobo, Carajás(Universidade Federal do Pará, 2002-03-18) CHOQUE FERNANDEZ, Oscar Jesus; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302O depósito de cobre do Salobo, localizado na região de Carajás, sudeste do Pará, é reconhecidamente uma das maiores reservas de cobre no país. Apesar de já terem sido desenvolvidos vários estudos mineralógicos sobre este minério, ele ainda desperta muitas controvérsias quanto à origem, dando lugar a diversas interpretações como: "minério de Cu e de óxido de Fe vulcanogênico", "sulfeto maciço vulcanogênico" e "óxidos de ferro (Cu-U-Au-ETR)". Quando comparado com outros exemplos conhecidos mundialmente, ele se apresenta como um exemplo raro de mineralização cupro-aurífera. O minério tem características particulares: mineralização disseminada, granulação fina e rocha mineralizada extremamente dura, que impõem sérias dificuldades à produção de concentrados de cobre. Por essa complexidade o minério é, metalurgicamente, difícil de ser tratado, razão pela qual é constantemente submetido a reavaliações geológicas e tecnológicas. A literatura disponível sobre o depósito de cobre do Salobo é expressiva, porém, trabalhos detalhados sobre microquímica e caracterização tecnológica na cominuição, inexistem ou são de extrema reserva da empresa Salobo Metais S.A. Esses foram os alvos deste trabalho. As análises microquímicas, usando microssonda eletrônica e MEV/SDE, em amostras de testemunhos de furos de sondagem e de pilhas de minério (galeria de pesquisa G3) do Salobo, permitiram identificar que a mineralização sulfetada do depósito de Salobo é constituída por bornita (4 %), calcocita (2 %) e calcopirita (0,5 %), além de proporções variáveis de molibdenita, cobaltita, saflorita, niquelina, siegenita, ouro, prata, grafita, ilmenita, hematita, Te-Ag, uraninita e minerais contendo terras-raras. Estes minerais ocorrem hospedados em dois conjuntos de formações ferríferas, as quais são formadas essencialmente de: a) magnetita e faialita maciça e eventualmente bandadas e, b) biotita e magnetita bandadas. Esses conjuntos (com magnetita 53 % e silicatos 40 %), contêm proporções variá,veis de granada, anfibólio, quartzo, plagioclásio e quantidades subordinadas de fluorita, bem como greenalita, minnesotaíta, stilpnomelana, apatita, monazita, allanita e, ocasionalmente siderita, goethita e malaquita. Pode-se observar uma íntima associação dos sulfetos com os termos rochosos/minérios mais ricos em magnetita. Os sulfetos de cobre ocorrem em cristais < 3,0 mm e grãos finos irregulares disseminados, finas bandas alternadas e/ou foliadas com os silicatos, vênulas e/ou stringers, diminutas inclusões, intercrescimentos mirmequíticos bornita/calcocita e bornita/calcopirita e, substituições bornita-calcocita e bornita-calcopirita. A formação dessas fases resultou de processos complexos e caracterizados por controles composicionais, principalmente pelo enriquecimento em Fe nessas fases. Soluções sólidas de bornita e calcopirita formadas a altas temperaturas deram lugar a esses excessos de ferro. As razões atômicas de Cu/Fe da bornita (4,3-4,9) e calcopirita (média de 0,9) a altas temperaturas permitiram a coexistência em equilíbrio de bornita-calcopirita e, portanto dos intercrescimentos de bomita/calcopirita . Os conteúdos de Fe (máximo 0,96 %) na calcocita podem ter sido incorporados a altas temperaturas, quando a estrutura estava altamente desordenada. Lamelas alongadas de calcopirita seguindo a orientação {111} da bornita, bem como os intercrescimentos bornita/calcocita e bornita/calcopirita sugerem que sejam produtos de exsolução. Se bem que essas fases se encontram associadas com vários minerais em diferentes paragêneses, as feições do minério têm sido drasticamente afetadas pelo metamorfismo, dificultando a reconstrução da sua evolução metamórfica mineral. A moagem produziu mudanças físicas no tamanho de grão do minério do Salobo e, segundo o tempo de residência, curto ou longo, do mineral no moinho, modificou a reologia da polpa. Isso estabeleceu tamanhos de corte a - 270 # (53 µm a 80 % em peso passante, moagem de 4 horas a seco e 2 horas a úmido) que se mostraram adequados à concentração do um minério de cobre. A moagem produziu diferentes frações volumétricas dos sulfetos de cobre nas partículas; assim, para tamanhos de corte < 53 µm as frações foram > 6 % volume, sendo de maior significado entre 26,9 e 7,5 µm (7 a 15 %). A modificação física mostra, ainda, maiores proporções de magnetita que silicatos, com clara incidência da densidade do óxido de ferro na classificação pela ciclonagem. Mineralogicamente, ocorrem os mesmos minerais identificados no ROM, porém com modificações químicas nos sulfetos de cobre. A magnetita é a principal fase dos produtos cominuídos, e a greenalita é de maior ocorrência entre os silicatos, junto com fluorita. As proporções químicas de S, Fe e Cu da bornita, calcocita e calcopirita diferem levemente do run-of-mine (ROM) e das estequiométricas, variando em função do tamanho de grão (maior variação química em tamanhos de grão de 26,9 a 7,5 µm que de 2360 a 37 µm). O ferro pode alcançar até 6,0% em peso na calcocita. As variações químicas em S, Cu e Fe deram lugar à formação dos sulfetos ternários bornita, caracterizada como "misturas complexas" ricas em ferro (Cu4,34-4,76Fe1,03-1,04S4,0) e calcopirita Cu0,93Fe1,08S2,0 rica em ferro (como uma extensão de solução sólida da calcopirita). A partir da oxidação de calcocita, com elevada incorporação de Fe na sua estrutura, formaram-se, também os sulfetos binários djurleíta e digenita Cu1,77-1,84Fe0,04-0,06S1,0. Esses sulfetos de cobre, ternários (Cu-Fe-S) e binários (Cu-S), podem ter sido formados no estágio inicial de oxidação, com alterações superficiais induzidas pela temperatura (25°C até elevadas temperaturas) e a cominuição. Esses sulfetos formados e controlados pelas relações de fase no sistema Cu-Fe-S, foram a resposta ao equilíbrio de fases. As variações na composição química dos sulfetos de cobre, com deficiências catiônicas em cobre, permitiram uma variação composicional lenta, menor que quando há um excesso de cobre catiônico ou Fe que permitiu uma variação composicional maior. Essas deficiências formaram superfícies oxidadas dos sulfetos de cobre, com diferentes produtos de oxidação M1-nS e nM(OH)2. As variações químicas mostraram ser dependentes do tamanho de grão, com oxidações menores em tamanhos > 53 µm e maiores oxidações em tamanhos < 53 µm, isto causado por uma combinação de área superficial e a fase calcocita mais passível de ser oxidada. O excesso do ferro, provindo de partículas coloidais altamente reativas pode ter sido gerado no material do moinho, na ação abrasiva das partículas e na provável oxidação de magnetita, produzindo uma variação no ambiente químico do moinho e dando lugar a processos de corrosão eletroquímica. O minério cominuído conserva as texturas lepidoblásticas dos silicatos biotita, faialita e greenalita e granoblásticas de magnetita (ou grãos de bornita, calcocita e calcopirita). Eles são dependentes da característica xistosa das formações ferríferas da jazida. Os grãos dos sulfetos de cobre, liberados e misturados com alta porcentagem de magnetita e silicatos, mostram-se intensamente fraturados e erodidos, em grupos de cristais de bornita e calcocita (assumindo contatos lineares com os agregados idiomórficos a hipidiomórficos de magnetita) e mostrando, ainda, preenchimento de cracks e/ou fraturas de greenalita, que dificultam a liberação mineral. As liberações de sulfetos de cobre aumentam gradativamente quando o tamanho de grão é mais fino (mais de 50 % em tamanhos de grão < 29,6 µm). Somente nas frações < 37 µm (campo de liberação acumulada CLA90), as partículas contendo sulfetos de cobre começam a migrar para graus mais elevados de liberação, mas essa tendência pode ser insuficiente para propósitos de concentração dos sulfetos, devido à maior presença de sulfetos ainda sem liberar da ganga. Além da forte recristalização metamórfica das formações ferríferas e dureza elevada; dos tamanhos de grão extremamente variáveis de 5 a 300 µm dos sulfetos e; da complexidade mineralógica (associações mineralógicas, disseminações, intercrescimentos complexos) do minério, as investigações microquímicas no ROM e nos produtos de cominuição, revelaram uma significativa variação composicional nos sulfetos de cobre. O ferro, presente no retículo mineral dos sulfetos, é o contaminante causador das modificações químicas (razões Cu/Fe) dos sulfetos, influindo na qualidade de concentrados de cobre no processamento mineral. Já está também bastante bem estabelecido que entre os sulfetos de cobre e outros componentes de polpas na moagem e flotação (água, espécies coletores ou modificantes) ocorre uma interação por mecanismos eletroquímicos produzindo espécies oxidadas, em que a composição química do mineral em questão é muito importante. A alternativa tecnológica adequada para tratar os concentrados de cobre, com base nos estudos mineralógicos e microquímicos no run-of-mine (ROM) e nos produtos de cominuição, parece ser a hidrometalúrgica, pois podem aproveitar-se a produção de grãos finos e usar a remoagem para a produção de grãos ultrafinos. Estes podem ser submetidos a processos de oxidação dos sulfetos a fim de promover a extração do cobre. Finalmente a extração do cobre metálico pode seguir o processo de extração solvente/ eletrorrecuperação (SX/EW).Tese Desconhecido Mineralogia e geoquímica de gossans e lateritos auríferos na região de Carajás: depósitos de Igarapé Bahia e Águas Claras(Universidade Federal do Pará, 1996-03-20) ANGÉLICA, Rômulo Simões; POLLMANN, Herbert Josef; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302A mina Igarapé Bahia e o prospecto Águas Claras são exemplos de mineralizações de ouro supergênico relacionados a gossans e lateritos. Ambas as áreas estão situadas na região de Carajás, Estado do Pará, pertencem a Companhia Vale do Rio Doce e foram pesquisadas pela Docegeo. Neste trabalho foram estudados a mineralogia e a geoquímica dos perfis laterito-gossânicos dessas duas áreas, com ênfase para a distribuição do ouro e outros elementos associados. As duas áreas em questão apresentam estilos de mineralização primária semelhantes e dentro do mesmo contexto geológico regional, a saber, ouro associado a zonas de sulfetos maciços ou disseminados, ligados a processos de alteração hidrotermal em zonas de cisalhamento, cujas rochas hospedeiras são seqüências metavulcano-sedimentares do Arqueano-Proterozóico. Os produtos supergênicos são divididos em dois grupos distintos: os do sistema gossânico e os do sistema laterítico, onde foi evidenciada a superposição do último sistema sobre o primeiro. Na descrição dos perfis supergênicos, através de amostras e informações de superfície e sub-superficie, os seguintes horizontes e zonas foram caracterizados, da base para o topo: (1) no sistema gossânico: zona de sulfetos primários, zona de cementação e espessa zona de oxidação; (2) no sistema laterítico: crosta lateritica com fragmentos dos gossans, crosta laterítica desmantelada ou linhas de pedras e latossolos. O perfil laterítico se desenvolveu sobre gossans pré-existentes, com obliteração das suas feições originais e promovendo remobilização química e física do ouro e dos outros elementos. No quadro geomorfólogico atual, a área Igarapé Bahia apresenta essa estruturação completa, enquanto que na área Águas Claras, o perfil laterítico sobre os corpos mineralizados foi truncado e os gossans estão aflorantes. A composição mineralógica da porção superior dos gossans e dos lateritos é essencialmente à hematita, goethita (com teores variáveis de Al), maghemita, gibbsita, caulinita e quartzo, em diferentes proporções. Nos gossans é nítido o domínio da hematita sobre os demais minerais. Nas porções mais profundas dos gossans, em direção a zona de sulfetos primários, foram identificados: malaquita, cuprita e cobre nativo, predominantemente, e associados a hematita, além de azurita, crisocola e quartzo; na zona de sulfetos primários observou-se uma paragênese um pouco distinta, entre as duas áreas. Em Igarapé Bahia dominam: calcopirita, magnetita, clorita, siderita e quartzo, enquanto em Águas Claras foram descritos: calcopirita, pirita, arsenopirita, cobaltita, magnetita, quartzo, wolframita e turmalina. O ouro primário ocorre finamente disseminado, incluso nos sulfetos, apresentando diferentes graus de pureza. Na área Águas Claras, ocorre associado a uma grande variedade de teluretos de Bi, Ag, Pb e Bi nativo. Ainda nesta área, turmalina (dravita) e wolframita (do tipo ferberita) são importantes minerais acessórios, comportando-se como resistatos, durante o desenvolvimento dos perfis, enriquecendo-se nos gossans e nas crostas, na forma de agregados centimétricos, e servindo como importantes guias na prospecção desses corpos. A composição química dos perfis, em termos dos elementos maiores, é caracterizada por teores extremamente elevados de Fe nos gossans, que diminuem, progressivamente, em direção aos latossolos, e inversamente, Si, Al, Ti e H2O (perda ao fogo), enriquecendo-se para o topo dos perfis. Cálcio, Mg, Na e K estão completamente empobrecidos na maioria das amostras estudadas. Em relação aos elementos-traço, as associações geoquímicas são bastante variáveis, entre os perfis das duas áreas, refletindo, fundamentalmente, as variações químico-mineralógicas das zonas primárias. Nos corpos gossânicos mineralizados, as seguintes assinaturas geoquímicas foram caracterizadas: Au, Cu e Mo, na área Igarapé Bahia; e Au, Cu, As, B, W, Sn e Bi, na área Aguas Claras. Diferentes partículas de Au de diversos pontos dos perfis, associadas a sulfetos, veios de quartzo, gossans, crostas lateríticas e latossolos foram observadas ao Microscopio Eletrônico de Varredura e analisadas com o Sistema de Energia Dispersiva, com grandes variações observadas, em termos da morfologia e da composição química das mesmas. Prata, Pt, Pd, Fe e Cu foram freqüentemente encontrados nas análises, onde os teores de Ag variavam de menos de 1% até a composição do electrum. As partículas estudadas foram divididas em: (1) Partículas de ouro primárias (associadas aos sulfetos primários); e (2) Partículas de Au secundárias ou supergênicas, associadas aos gossans, crostas lateriticas e latossolos, sendo essas últimas classificadas como (2.1) residuais, aquelas, em geral, com mais de 30 gm de diâmetro médio, núcleo primário e bordas lixiviadas em Ag; e (2.2) autigênicas ou neo-formadas, de elevada pureza, e extremamente diminutas (< 5 pm), via de regra na periferia dos grãos maiores, residuais. Em todas as partículas de ouro relacionadas aos perfis laterito-gossânicos estudadas, as formas e os contatos delas com os principais minerais hospedeiros, goethita e hematita, indicam uma cristalização contemporânea do ouro com esses minerais. Os resultados obtidos levaram a interpretação do desenvolvimento dos perfis laterito-gossânicos em quatro fases principais, de abrangência regional, onde cada uma dessas fases desempenhou um importante papel na redistribuição do ouro: A fase I, denominada de Fase de formação dos gossans, está relacionada ao desenvolvimento dos gossans, em condições climáticas tropicais semi-áridas a sazonalmente úmido (savana), e considerados neste trabalho como anteriores ao Terciário Inferior. Durante essa fase, o ouro foi remobilizado das zonas sulfetadas através, principalmente, de soluções ou complexos Au-tiossulfatados, reprecipitando na zona oxidada, junto com os óxidos 'e hidróxidos de ferro. As partículas neoformadas, resultantes, apresentam granulação fina e pureza média (teor algo elevado de Ag); A fase II foi denominada de lateritização Matura e está relacionada ao marcante processo de intemperismo laterítico que aconteceu na região Amazónica, como um todo, durante o Terciário Inferior. Perfis lateríticos maturos se formaram, indistintamente, sobre os gossans, e sobre as suas encaixantes, com o desenvolvimento de crosta laterítica brechóide contendo fragmentos dos gossans. Com essa superposição de processos, o sistema gossânico foi aberto, e uma nova remobilização aconteceu, dessa vez em condições mais oxidantes e, certamente, com uma importante atuação dos complexos orgânicos, cianetos e complexos aquo-hidrolisados na mobilização do ouro. Além da mobilização química desse elemento, importante dispersão fisica aconteceu, com o início da formação da feição morfológica tipo "cogumelo". Na fase três, descrita neste trabalho como pós-lateritização Matura, assiste-se a uma retomada de condições favoráveis a lateritização, semelhantes as da fase anterior, com o intemperismo dos perfis lateríticos maturos, a partir do Mioceno Médio. Os principais produtos deste período são os latossolos da área Igarapé Bahia. Com a nova abertura de sistema, o ouro é novamente remobilizado, através dos mesmos mecanismos fisico-químicos e com a atividade orgânica desempenhando um papel mais intenso em relação a fase anterior, com forte dispersão fisica, no sentido do espalhamento ou abertura dos halos de dispersão do Au e diminuição do sinal deste elemento. A intensidade deste ciclo de lateritização foi menor que o do Terciário Inferior, já que a mudança para condições mais secas no Plioceno e início do Pleistoceno, levou a uma intensa denudação da paisagem, com a erosão e truncamento dos perfis na área Águas Claras e exposição dos gossans. Importantes depósitos coluvionares (na área Águas Claras) e aluvionares auríferos, a nível regional, são relacionados a esse período. A fase IV estão associados todos os processos de destruição/intemperismo do quadro geomorfológico estabelecido no final da fase III, em função das condições, predominantemente, úmidas, que passaram a prevalecer a partir do final do Pleistoceno e início do Holoceno, dando origem a novos níveis de latossolos, linhas de pedras, colúvios e aluviões.
