Teses em Farmacologia e Bioquímica (Doutorado) - FARMABIO/ICB
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Tese Acesso aberto (Open Access) Avaliação anticonvulsivante e pró-convulsivante de óleos essenciais de Lippia origanoides e Rosmarinus officinalis em ratos: um estudoeletrofisiológico(Universidade Federal do Pará, 2025-05) ARAÚJO, Daniella Bastos de; HAMOY, Moisés; http://lattes.cnpq.br/4523340329253911; https://orcid.org/0000-0002-2931-4324A epilepsia é um distúrbio neuronal caracterizado pela excitabilidade anormal do cérebro, levando a convulsões. Apenas cerca de 66% dos pacientes epilépticos respondem adequadamente ao tratamento com os anticonvulsivantes convencionais existentes, tornando necessária a investigação de novos medicamentos antiepilépticos. A crescente pesquisa sobre produtos naturais e suas propriedades farmacológicas tem se tornado cada vez mais promissora, particularmente no estudo dos óleos essenciais, já amplamente utilizados na cultura popular para o tratamento de diversas doenças. Os presentes estudos avaliaram os efeitos anti e pró-convulsivante dos óleos essenciais de Lippia origanoides (LOEO) e Rosmarinus officinalis (EORO) em ratos wistar. Avaliamos o óleo essencial de Lippia origanoides (LOEO) (100 mg/kg i. p.) em comparação ao diazepam (DZP) (5 mg/kg i. p.) e à administração combinada dessas duas substâncias para controlar convulsões induzidas por pentilenotetrazol (PTZ) (60 mg/kg i. p.). Essa avaliação foi realizada utilizando 108 ratos Wistar machos, que foram divididos em dois experimentos. Experimento 1 – Avaliação comportamental e experimento 2 – Avaliação eletrocorticográfica. Já com o óleo essencial de alecrim avaliamos altas doses em 54 ratos Wistar, com peso entre 180 e 200 g. O estudo consistiu em três experimentos: 1) monitoramento comportamental dos animais após administração de 500 mg/kg i.p.; 2) registros eletrocorticográficos após administração do fármaco; 3) reação a fármacos anticonvulsivantes, onde foram aplicados fenitoína, fenobarbital e diazepam (10 mg/kg i.p.). Com o LOEO os animais apresentaram uma diminuição mais intensa da frequência respiratória quando combinados com LOEO + DZP. Os registros de EEG mostraram uma redução na amplitude de disparo nos grupos tratados com LOEO. O tratamento combinado com diazepam resultou em aumento dos efeitos anticonvulsivantes, já com o EORO os resultados demonstraram aumento do tempo de latência para o aparecimento de crises clônicas isoladas sem perda do reflexo postural. Os animais apresentaram uma diminuição mais intensa da frequência respiratória quando combinados com LOEO + DZP. Os registros de EEG mostraram uma redução na amplitude de disparo nos grupos tratados com LOEO. O tratamento combinado com diazepam resultou em aumento dos efeitos anticonvulsivantes. O tratamento com LOEO foi eficaz no controle das convulsões, e sua combinação com diazepam pode representar uma opção futura para o tratamento de convulsões de difícil controle, já o tratamento com EORO demonstra uma atividade excitatória relacionada a redução da atividade GABAérgica.Tese Acesso aberto (Open Access) Contaminação por mercúrio e os impactos na saúde: o cenário da notificação no Brasil e análises teórica e prática na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2025-06) ARAÚJO, Amanda Lopes; ARRIFANO, Gabriela de Paula Fonseca; http://lattes.cnpq.br/3401378700297133; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0003-2817-3539; LÓPEZ, Maria Elena Crespo; http://lattes.cnpq.br/9900144256348265; https://orcid.org/0000-0002-1335-6853A Amazônia é um caso relevante para o estudo dos impactos ambientais e à saúde causados pelo mercúrio. Atividades como mineração, desmatamento e grandes empreendimentos intensificam a mobilização desse metal, representando desafios à vigilância em saúde pública, especialmente onde a exposição ao mercúrio é crônica. Estudos indicam que o acúmulo desse metal no organismo está associado a doenças cardiovasculares e neurológicas, colocando populações vulneráveis em risco. Este estudo analisou a relação entre contaminação por mercúrio e a saúde pública na Amazônia. Para isso, objetivou-se: i) explorar as notificações de casos de exposição/intoxicação humana ao mercúrio, ii) revisar teoricamente o conhecimento sobre a contaminação por mercúrio na região amazônica, e iii) realizar um estudo epidemiológico transversal em populações ribeirinhas da Amazônia, avaliando o risco cardiovascular via perfil lipídico e genético. Para o estudo sobre a vigilância epidemiológica foram obtidos os arquivos do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) sobre intoxicação exógena disponibilizados online, referentes aos anos de 2007 a 2022. Dois pesquisadores analisaram e selecionaram os casos de forma independente utilizando um protocolo padronizado. Após a extração dos dados de interesse de cada ficha, foram analisados a distribuição geográfica de casos, a idade, estado de gravidez, e a identificação de código específico. Para a revisão, foi realizada uma busca atualizada na literatura incluindo artigos científicos, relatórios e estudos relevantes. Este estudo foi desenvolvido como uma revisão narrativa, permitindo uma análise qualitativa e quantitativa dos resultados, com foco nos principais achados e implicações para a saúde pública e o meio ambiente na região. Por fim, para avaliação da associação entre mercúrio e risco cardiovascular, foram registrados dados antropométricos dos participantes. O perfil lipídico e os níveis das apolipoproteinas B (ApoB) e A-I (ApoA-I) foram avaliados por espectrofotometria. Os teores de mercúrio total e metilmercúrio (MeHg) foram quantificados no cabelo pelo sistema ICP-MS e GC-pyro-AFS. Os polimorfismos rs662799, rs693, rs429358 e rs7412 (de genes das apolipoproteínas A-V, B e E nas posições 112 e 158, respectivamente) foram genotipados por PCR em tempo real. O SINAN registrou apenas 668 casos suspeitos/confirmados de exposição ao mercúrio em 16 anos, mas apenas 15,6% na ocorreram na Amazônia brasileira, evidenciando a subnotificação grave nessa região. A revisão revelou que o ciclo biogeoquímico do mercúrio na Amazônia é altamente dinâmico, influenciado por mineração, desmatamento e grandes empreendimentos, contribuindo para uma ampla mobilização e disseminação de mercúrio por toda a região amazônica. Como consequência, as populações locais apresentaram concentrações de exposição de 2 a 6 vezes acima das doses de referência. Ainda, a população ribeirinha estudada apresentou um perfil de dislipidemia significativamente correlacionado com as concentrações de mercúrio no cabelo. O índice ApoB/ApoA-I também foi positivamente correlacionado com o mercúrio, apoiando uma possível relação causal. As distribuições alélicas foram semelhantes às descritas em outras populações. Apesar da disponibilidade de ferramentas como o SINAN e a atuação de Agentes Comunitários de Saúde, os dados oficiais não conseguem refletir a realidade da exposição nas populações. A subnotificação da exposição ao mercúrio compromete a compreensão da real magnitude do problema e a adoção de políticas públicas eficazes. Esse cenário de subnotificação afeta especialmente a região amazônica. O ciclo do mercúrio na Amazônia é singular e extremamente complexo, sendo influenciado tanto por características naturais quanto por atividades antrópicas. Além disso, populações amazônicas apresentam níveis de exposição superiores a outras regiões do mundo. A análise de uma população ribeirinha demonstrou pela primeira vez: i) a relação entre a exposição ao mercúrio e as apolipoproteínas relacionadas ao risco cardiovascular em humanos, ii) os níveis de ApoB e o índice ApoB/ApoA-I como os fatores de risco mais fortemente associados à dislipidemia relacionada ao mercúrio em humanos, e iii) a prevalência de risco alto/moderado de infarto agudo do miocárdio nessa população, além do perfil genotípico dos três polimorfismos mais frequentes em apolipoproteínas de relevância para o risco cardiovascular.
