Dissertações em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (Mestrado) - PPGDSTU/NAEA
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2296
O Mestrado Acadêmico em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido pertence ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU) do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). O Mestrado em Planejamento do Desenvolvimento (PLADES) foi implantado em 1977 e foi pioneiro dos programas de pós-graduação stricto sensu das áreas de humanidades e ciências sociais aplicadas na Amazônia.
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Navegando Dissertações em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (Mestrado) - PPGDSTU/NAEA por Agência de fomento "CNPq - Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Adoção e difusão de inovação no estado do Pará: uma análise a partir do sistema regional de inovação (1995 - 2006)(Universidade Federal do Pará, 2007) CRUZ, Adejard Gaia; CAMPOS, Índio; http://lattes.cnpq.br/9134366210754829Em um contexto econômico em que fatores intangíveis, como inovação e aprendizado assumem cada vez mais importância no processo produtivo, a abordagem sobre sistema de inovação revela-se um importante instrumento de política de desenvolvimento regional. A condição pouco desenvolvida do estado do Pará revela uma economia assentada na produção primária, com baixa intensidade tecnológica e pouca competitividade. Com intuito de demonstrar a capacidade inovadora do estado do Pará na ótica do seu sistema regional de inovação, a pesquisa buscou identificar processos de adoção e difusão de inovação, em três diferentes setores, além de analisar a relação universidade-setor produtivo e a política estadual de C&T. Os resultados demonstraram que apesar da existência de um importante arranjo institucional de P&D, a ausência de interação entre os agentes restringe o processo de geração, difusão e adoção de novas tecnologias no estado, denotando assim sua reduzida capacidade inovadora. Essa condição é agravada pela fragilidade da política estadual de C&T, configurando assim um sistema regional de inovação fragmentado e desarticulado.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Agricultura familiar camponesa no planalto santareno: formas de existência em Mojuí dos Campos-PA(Universidade Federal do Pará, 2020-09-09) BORGES, Anderson Coelho; FOLHES, Ricardo Theophilo; http://lattes.cnpq.br/5612208724254738A agricultura familiar camponesa é caracterizada por aquelas famílias que através da posse da terra e do acesso aos recursos naturais disponíveis, buscam solucionar seus problemas produtivos e reprodutivos por meio da produção rural extrativa, agrícola e não agrícola. Levando em consideração este conceito, objetiva-se analisar de forma multiescalar as características que habilitam o entendimento das condições relacionadas à decisão da família camponesa em buscar ou não o acionamento da pluriatividade. Para isso, utilizando-se de uma abordagem interdisciplinar, lançou-se mão de dados qualitativos e quantitativos, obtidos, respectivamente, mediante a técnica de observação participante em duas comunidades ¿ Mojuí dos Pereiras e Terra de Areia ¿ localizadas no município de Mojuí dos Campos e a partir da mobilização da base de dados secundários e da seleção de variáveis (terra, força de trabalho e contexto institucional) coletados em pesquisa de campo junto às unidades produtivas camponesas. Assim, à luz da teoria do investimento camponês, identificou-se um padrão entre as famílias camponesas que acionam atividades não agrícolas, elas possuem restrição de terra, trabalho ou ambos, enquanto aquelas famílias que têm terra e força de trabalho em condições suficientes para a sua reprodução se dedicam apenas ao trabalho agrícola.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A Agricultura praticada no espaço urbano: o caso do bairro Almir Gabriel em Marituba - PA(Universidade Federal do Pará, 2023-06-12) ROSA, Ciria Cristiane da; FOLHES, Ricardo Theophilo; http://lattes.cnpq.br/5612208724254738Marituba é um município localizado na Região Metropolitana de Belém, Estado do Pará. Nos anos de 2006 a 2017 foi realizado o censo agropecuário, nesse período de 11 anos ocorreu um declínio de 65 % das unidades de produção familiar. Essa redução está associada a inúmeros fatores como: o envelhecimento dos agricultores, a falta de interesse dos mais jovens, a ausência de políticas públicas e de assistência técnica e extensão rural. Além desses aspectos, houve um aumento populacional no município. A agricultura que é desenvolvida no município abastece os mercados da capital paraense e se caracteriza como pequenos lotes – sítios ou quintais agroflorestais – os quais os agricultores desenvolvem uma variedade de cultivos, dentro das zonas urbanas. O Almir Gabriel é um bairro, que antes era uma fazenda e passou por um processo de ocupação, durante a demarcação do lugar foram divididos os lotes de produção agrícolas e as áreas destinadas à moradia. Então, o estudo tem por seguinte questionamento: com a expansão da urbanização no bairro, os lotes e terrenos agrícolas estão deixando de desenvolver a agricultura em função de outras formas de uso e conversão do solo do espaço urbano? Para responder a essa indagação procurou-se atingir o objetivo geral: compreender como a produção do espaço urbano afeta as atividades agrícolas no município de Marituba - PA; quanto aos específicos: levantar informações acerca dos aspectos territoriais, urbanos e das características da agricultura urbana em Marituba; verificar as ações desenvolvidas pelas instituições que tratam sobre a agricultura no município; identificar as percepções dos agricultores do bairro Almir Gabriel acerca da urbanização que ocorre na localidade. Quanto aos procedimentos metodológicos, trata-se de uma pesquisa com abordagem qualitativa, com uso de métodos quantitativos descritos nas tabelas e gráficos, consultas a bibliografias e documentos, além de entrevistas semiestruturadas com agricultores e gestores públicos. Os resultados indicam que muitos agricultores deixaram e estão deixando de produzir nos lotes agrícolas, as áreas foram vendidas e incorporadas em um processo de especulação imobiliária e há um avanço da urbanização das áreas demarcadas à agricultura, causando danos ambientais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise da autonomia das populações tradicionais no manejo comunitário de recursos florestais madeireiros em unidade de conservação da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2017-04-25) PACHECO, Jéssica dos Santos; AZEVEDO-RAMOS, Claudia; http://lattes.cnpq.br/1968630321407619O presente estudo buscou analisar o grau de autonomia das populações tradicionais no manejo florestal comunitário (MFC) em unidades de conservação (UC) federais da Amazônia brasileira. Para tal, avaliou-se (1) a percepção de stakeholders em duas UCs e (2) os instrumentos legais e infralegais que pudessem influenciar esta autonomia. No total, 111 stakeholders da RESEX Verde Para Sempre (VpS) e da Floresta Nacional do Tapajós (FLONA Tapajós) foram entrevistados entre os segmentos Governo, Comunidade e Organizações Parceiras. A percepção foi avaliada por análise de SWOT e questionários de satisfação com escala de Likert de 5 níveis. Documentos relevantes sobre o MFC empregado nas UCs (atas, relatórios, diagnósticos, entre outros) foram também avaliados. Tomadores de Decisão dos principais órgãos ambientais federais em Brasília também foram entrevistados. Os resultados demonstraram que a dependência de autorizações anuais do ICMBio e de procedimentos administrativos do MFC, interferem diretamente na autonomia das populações tradicionais, embora sejam de obrigações exclusivas do órgão ambiental. Nas iniciativas de MFC estudadas, houve relativa satisfação sobre a autonomia das populações tradicionais. Contudo, a interferência do Estado ocorreu em ambos os casos. Na FLONA Tapajós, a estrutura administrativa estatal tem afetado a liberdade comunitária para definir suas escolhas produtivas, principalmente, pela desatualização do plano de manejo da UC. Na RESEX VpS, a autonomia para organizar e administrar a produção no manejo florestal tem sofrido interferência, tanto devido à sua dependência financeira de organizações parceiras, como ao tempo de liberação de licença para manejar. Os instrumentos legais e infralegais do MFC em UC são os principais indutores desse cenário. Constatou-se que estes são constituídos por regras de dimensões territoriais, procedimentais e técnicas, que, em maior ou menor nível, interferem na autonomia comunitária na gestão do recurso florestal, no processo de obtenção da licença do MFC, e nas técnicas exigidas na atividade. O não cumprimento da determinação legal de criação de disposições diferenciadas de PMFS voltado para comunitário tem condicionado as comunidades tradicionais a exigências técnicas padronizadas, em detrimento do reconhecimento constitucional e legal de seus costumes como fonte de direito. Algumas mudanças prioritárias nos regulamentos foram identificadas e propostas neste estudo. Concluiu-se que a simplificação de alguns instrumentos poderia aumentar o grau de autonomia no MFC madeireiro permitindo a sua multiplicação na região Amazônica, assegurando, ao mesmo tempo, um controle equilibrado e eficaz pelo Estado sobre as florestas públicas em propriedade comum.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise da implementação dos planos de recuperação de áreas degradadas pela mineração em Lourenço (AP)(Universidade Federal do Pará, 2005-08-09) SILVA, Eva de Fátima Grêlo da; MATHIS, Armin; http://lattes.cnpq.br/8365078023155571O estudo teve por objetivo verificar a coerência dos Planos de Recuperação de Áreas Degradadas (PRADs) pela Mineração Novo Astro - MNA no Distrito de Lourenço, Município de Calçoene (AP), a partir do conhecimento do contexto em que se estabeleceram e foram decididas as medidas de recuperação, e quais os atores que influenciaram neste processo de decisão. Foram realizadas entrevistas com membros da população e com representantes da MNA, da Ampla Engenharia (empresa responsável pela recuperação do ambiente degradado), da Cooperativa de Garimpeiros de Lourenço - COOGAL, da Secretaria Especial de Meio Ambiente do Amapá - SEMA, do Departamento Nacional da Produção Mineral - DNPM, do Ministério Público Federal, do governo do Estado, e da prefeitura Municipal de Calçoene. Estes atores influenciaram de forma decisiva para os resultados agora observados no local. A pesquisa envolveu o estudo sobre as medidas de recuperação mais eficazes em voga, a história dos acontecimentos em Lourenço e o contexto socioeconômico, para que fossem compreendidas as possibilidades de êxito das medidas escolhidas para o local. A partir destes dados foi feita a análise da eficácia destes PRADs e tecidas alternativas e direcionamentos futuros para o local, baseados nas características sociais e ambientais de Lourenço. O primeiro PRAD, finalizado em 1995, terminou por apresentar resultados pouco consistentes, de tal forma que o local no qual este foi executado voltou a ser explorado pelos garimpeiros e continuou a estar em condições degradadas. A MNA, por não ter legalizado sua situação, foi responsabilizada pela nova recuperação do local em 2002. O segundo PRAD, parcialmente implementado em 2003, possuiu baixa eficácia, com a morte de mais de 70% das espécies vegetais utilizadas em algumas áreas. A falta de conhecimentos mais profundos, por parte das empresas de mineração e de recuperação ambiental, sobre as características do meio ambiente e do contexto socioeconômico local parecem ter contribuído para os resultados negativos da implementação dos PRADs. Uma alternativa seria buscar a participação da população local nos projetos e políticas criados para a região, como forma de criar soluções que contemplem as características locais e os desejos da população.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Boas práticas agrícolas: análise de viabilidade financeira em propriedades sojicultoras e pecuaristas do Nordeste Mato-Grossense(Universidade Federal do Pará, 2010-06-22) CHIACCHIO, Jayne Isabel da Cunha Guimarães; ALMEIDA, Oriana Trindade de; http://lattes.cnpq.br/0325909843645279Segundo dados do PRODES/INPE (2008), de 1988 a 2008, 369.154 km² foram desmatados na Amazônia Legal, uma média anual de 17.578 km². Este processo tem sido impulsionado, principalmente, pela expansão da pecuária e da agricultura. Diversas políticas tem sido criadas para reduzir desmatamento. Sendo estas orientadas, geralmente, por instrumentos de comando e controle. Uma recente inovação, entretanto, tem sido a busca de melhoria da qualidade ambiental em médias e grandes propriedades através da introdução de Boas Práticas Agropecuárias (BPA). Baseado nisso, este trabalho tem por objetivo analisar se a introdução de BPA em propriedades sojicultoras e pecuaristas de médio e grande porte do nordeste mato-grossense representa uma alternativa viável financeiramente. A pesquisa foi realizada em cinco municípios localizados ao nordeste do estado do Mato Grosso, na bacia do rio Xingu: Água Boa, Canarana, Querência, Bom Jesus do Araguaia e São Félix do Araguaia. Primeiramente, foram levantados dados detalhados das características das atividades na região de estudo, para isso foram entrevistados 40 fazendeiros (20 de pecuária e 20 de soja). A segunda etapa levantou os dados de custo de adoção de boas práticas em 14 propriedades sojicultoras e pecuaristas pertencentes ao Cadastro de Compromisso Sócio-Ambiental (CCS) da Aliança da Terra (AT)/ Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (IPAM). Para análise de viabilidade financeira das Boas Práticas, utilizou-se de três instrumentais: a rentabilidade simples, o valor presente líquido (VPL) e a taxa interna de retorno. Os resultados mostraram que as BPA são passíveis de implementação, mas há uma perda financeira para o produtor quando opta por adotar BPA. No entanto, possibilidades de ganhos com adoção de BPA (como o recebimento por REDD, aumento de produtividade, aumento do preço de venda, dentre outros) podem reduzir estas “perdas” e até igualar os ganhos à produção sem BPA.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Campesinato e abastecimento na Zona Bragantina (1880–1960)(Universidade Federal do Pará, 2010-04-29) LEANDRO, Leonardo Milanez de Lima; SILVA, Fábio Carlos da; http://lattes.cnpq.br/3704903975084467Historicamente constituído por trabalhadores livres que ocuparam o território nas imediações de Bragança, o campesinato bragantino contribuiu significativamente para o abastecimento dos circuitos comerciais e das atividades industriais desenvolvidas no Pará. A articulação teórica e conceitual, que fundamentou a interpretação das transformações na Zona Bragantina, coloca-se numa perspectiva crítica, cujas concepções tratam das categorias como elementos dinâmicos, portanto inseridos num contexto histórico-materialista. Critica as interpretações que atribuíram ao campesinato a responsabilidade pela degradação ambiental, pelas crises de abastecimento do Pará e pela produção agrícola frequentemente designada como decadente, estas sempre colocando o campo em relação à cidade. Observaram-se a ocupação da Bragantina e sua expansão, as transformações por que passou a estrada de Bragança e a contribuição dos núcleos produtores engendrados pelas colônias. Em que pese o caráter excludente das ações do governo imperial, na fase republicana o campesinato passou por processos de transformação social, cuja perspectiva crítica o recoloca na história como responsável por parte do abastecimento da Amazônia. Em função do encurtamento do período de pousio, os camponeses engendraram uma mudança técnica que evidencia sua sensibilidade aos mercados. Assim, a produção de gêneros alimentícios diversos, e também de produtos para a agroindústria, fundamentou seus processos reprodutivos, orientados não só para o atendimento das necessidades da unidade familiar, mas também para o atendimento das demandas do mercado. Constatou-se que a Zona Bragantina, em que pese ter recebido investimentos capitalistas, ainda configura-se como uma fronteira camponesa, e, em última análise, o argumento da decadência pode ser substituído pela diversidade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Camponeses e território em Mocajuba: uma análise econômico-espacial das trajetórias tecnológicas(Universidade Federal do Pará, 2015-06-23) NOGUEIRA, Karen de Nazareth Santos; COSTA, Francisco de Assis; http://lattes.cnpq.br/1820238947667908A pesquisa tem como foco especial a análise da configuração territorial rural do município de Mocajuba, que localiza-se na região do Baixo-Tocantins. O rural mocajubense é dominantemente camponês. Com base na noção de trajetórias, pretende-se estudar como a especificidade da economia camponesa, particularmente seu segmento baseado no agroextrativismo (T2), configura, sob intermediação do trabalho, o território de Mocajuba. Esse campesinato ancestral fundou uma dinâmica ligada a processos estruturais que movimentam a economia da região a partir de uma lógica produtiva cujo domínio técnico da produção se dá por ativos específicos, cujas práticas de manejo pressupõem a manutenção do bioma. Esse modo de vida camponês está alicerçado sob relações identitárias e territoriais pré-estabelecidas e que ultrapassam os limites físicos propostos pelas áreas de regularização fundiária. Tais territorialidades fundamentam as relações produtivas e reprodutivas desses agentes que operam o bioma de forma específica. Com isso objetiva-se indicar quanto de volume de trabalho os agentes da trajetória camponesa T2, empregam no território, ilustrando tais configurações por meio de representação cartográficas. Possibilitando dessa forma a interação economia-território no entendimento do espaço não apenas como extensão das ações, e sim como qualidade. Busca-se entender como essa interação se faz em uma economia fundamentada em estruturas camponesas típicas da trajetória agroextrativista T2. Isto é, como isso ocorre em um território marcado pela dinâmica produtiva e reprodutiva da T2.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A Cidade & a soja: impactos da produção e da circulação de grãos nos circuitos da economia urbana de Santarém-Pará(Universidade Federal do Pará, 2015-03-06) TRINDADE, Gesiane Oliveira da; TRINDADE JÚNIOR, Saint-Clair Cordeiro da; http://lattes.cnpq.br/1762041788112837O presente trabalho analisa a urbanização e a produção do espaço urbano de Santarém-PA sob os impactos da expansão do agronegócio de grãos impulsionado no Munícipio desde a implementação do porto graneleiro da Multinacional Cargill S/A em 2003. Na pesquisa a urbanização é compreendida com base em Milton Santos, que afirma que a cidade é constituída de dois circuitos econômicos: o circuito superior e o circuito inferior da economia urbana. Tais circuitos são resultantes dos diferentes acessos e consumos das classes sociais, notadamente nos países subdesenvolvidos. Foram selecionados para a análise, representando o circuito superior, os novos produtos, as novas empresas e as novas demandas que adentraram em Santarém com a difusão dos grãos. Para a análise do circuito inferior foram selecionadas as feiras do produtor da APRUSAN (Associação de Produtores Rurais de Santarém). Tal escolha se justifica por estas serem compostas principalmente de pequenos produtores das áreas rurais, sujeitos esses que têm sua produção de alimentos diretamente atingida pelos impactos da produção de grãos no espaço rural santareno. No processo de expansão da fronteira agrícola, o Estado (federal, estadual e municipal) foi um dos principais indutores e suas ações se deram por meio de planos, projetos e programas que criaram condições necessárias para a chegada e a permanência da soja em Santarém. A parceria feita entre a Cargill e a prefeitura foi responsável por intervenções e mudanças em fragmentos do espaço urbano. Tais ações foram desenvolvidas na intenção de mitigar problemas sociais graves gerados pela presença dos grãos, dentre eles: a extinção de comunidades rurais, a periferização urbana e as novas demandas por serviços urbanos. Embora a dinâmica graneleira tenha promovido o adensamento do circuito superior através da presença de empresas ligadas ao setor, isso não pode ser traduzido como desenvolvimento socioespacial endógeno, uma vez que se conectam notadamente com lógicas e interesses extrarregionais. Em contrapartida, a cultura dos grãos em alta escala tem afetado de forma negativa o circuito inferior da economia urbana, exemplificado pelas feiras da APRUSAN, uma vez que em seu processo produtivo atinge contundentemente a pequena produção através dos produtos químicos utilizados nos campos de soja e na expropriação do homem do campoDissertação Acesso aberto (Open Access) A Cidade e seus sentidos: análise dos discursos que embasam projetos de requalificação urbana em Belém (PA)(Universidade Federal do Pará, 2021-08-17) DANTAS, Adailson Soares; TRINDADE JÚNIOR, Saint-Clair Cordeiro da; http://lattes.cnpq.br/1762041788112837Este trabalho investiga a dimensão discursiva do espaço urbano de Belém (PA). Desse modo, pensa-se o corpo significativo da cidade em uma perspectiva que a considera um espaço privilegiado de produção e de confronto de sentidos, muitos destes impostos por sujeitos discursivos hegemônicos nem sempre explícitos. Portanto, objetiva-se identificar, caracterizar e analisar os sentidos gerados por diferentes discursos e os seus sujeitos enunciadores que orientam a produção simbólica, mas também material, do espaço urbano na capital paraense a partir de duas intervenções atuais de requalificação urbana: “Projeto Belém Porto Futuro” e “Novo Mercado de São Brás”. Para isso, utilizou-se da Análise do Discurso de Michel Pêcheux como principal dispositivo teórico e analítico de interpretação dos dados, e as noções e os conceitos de Henri Lefebvre acerca da produção do espaço enquanto base teórica de apoio. Primeiramente, empreendeu-se uma revisão de literatura para encontrar as condições históricas e ideológicas de produção de um discurso hegemônico acerca da forma de pensar, interpretar, planejar e construir o espaço urbano. Após, investigou-se o deslocamento dos sentidos dos discursos e a sua materialização no espaço urbano das cidades, em um encadeamento que perpassa a escala global, nacional e que chega ao local. Nesta investigação, constituiu-se um corpus discursivo que inclui transcrições de entrevistas, documentos, editais, notícias, fotos e vídeos, reportagens de jornais e revistas, memoriais descritivos e imagens 3D das maquetes eletrônicas dos projetos que são alvo de investigação. A analise discursiva deste corpus nos possibilitou descobrir que discursos hegemônicos orientam, através de deslocamento de sentidos, as concepções de planejamento urbano e a produção material de formas arquitetônicas na cidade de Belém (PA). Estes discursos instauram uma lógica “mercadófila” e competitiva, que pretende instaurar modelos de crescimento econômico e de desenvolvimento urbano conservadores, que se baseiam, sobretudo, nas requalificações urbanísticas, arquitetônicas e paisagísticas de lugares, visando tanto ao crescimento econômico da cidade como à sua projeção turística em um cenário globalizado.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Comunidades ribeirinhas no processo de consolidação fundiária do Refúgio de Vida Silvestre Metrópole da Amazônia-PA(Universidade Federal do Pará, 2019) BARBOSA, Leonard Jéferson Grala; BAHIA, Mirleide Chaar; http://lattes.cnpq.br/6052323981745384A Amazônia paraense é citada em diferentes momentos da história global, entre os quais se destacam aqueles ligados aos processos econômicos que conectaram o Brasil aos mercados mundiais. Neste contexto, o período da extração da borracha é responsável por profundas alterações no estado do Pará, especialmente na Região Metropolitana de Belém (RMB). Para atender ao avanço deste mercado, grandes empresas passaram a explorar as árvores de seringa a partir do plantio ordenado. A exemplo disto, a empresa Pirelli S/A instalou-se em uma área que abarca quatro municípios da RMB e estabeleceu suas atividades a partir da mão-de-obra local. Por sua vez, estes trabalhadores e suas famílias residiam na área desde tempos remotos. Com a falência da referida empresa e após momentos conflituosos entre esta e as famílias empregadas, a área passa ao poder do governo do estado do Pará que a transforma em Unidade de Conservação (UC) de proteção integral cujo Plano de Gestão (mais conhecido como Plano de Manejo) foi elaborado apenas dez anos após sua criação (IDEFLOR-BIO, 2018a). A elaboração deste plano marca uma nova etapa na vida destas famílias ribeirinhas de Ponta Negra e de Santo Amaro. Esta pesquisa traz reflexões sobre a constituição histórica da atual UC de proteção integral a qual está entrelaçada com a presença de famílias de populações ribeirinhas, tendo como objetivo geral analisar como a territorialidade das comunidades ribeirinhas do Refúgio de Vida Silvestre pode influenciar ações de regularização fundiária e/ou reconhecimento do poder público na construção de instrumentos legais. Para tanto, são utilizadas metodologias ligadas à História Oral Temática (BOM MEIHY, 1996), que permitiram entender alguns dos mecanismos que levaram o Órgão Gestor da UC (IDEFLOR-Bio) a permitir a estas comunidades manter suas residências na área, com direito à utilização da floresta para sua subsistência, algo incomum em uma UC de Proteção Integral. Foram utilizadas pesquisas documental e bibliográfica, agregadas a entrevistas realizadas com os diferentes grupos envolvidos no processo de consolidação da presença das famílias no interior da UC. A partir das informações obtidas foi possível perceber que a resistência das comunidades ribeirinhas para manterem suas residências colaborou para um processo de reconhecimento inicial, que, porém, ainda deve ser aprofundado com garantias mais perenes de moradia e manutenção de seu modo de vida tradicional.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Comuns em cercamento: uma análise do protocolo comunitário do Bailique, Amapá, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2018) MONTEIRO, Igor Alexandre Pinheiro; GONÇALVES, Marcela Vecchione; http://lattes.cnpq.br/9274854854102856As práticas comunitárias que organizam e regulam o uso e a disposição dos bens comuns são permeadas por conexões específicas com a terra e por formas de se relacionar com a natureza que podem constituir maneiras de resistir às formas de organização e disposição do capital e às relações mercantilizadas que o constituem. Usualmente, as últimas limitam as ações de comunidades tradicionais em seus processos de autogoverno. Acredita-se que estas limitações ocorrem no campo físico (terra), jurídico e político, constituindo o que chamaremos cercamentos. Tais cercamentos desestruturam complexas organizações e dinâmicas políticas de produção e reprodução que animam as relações praticas comunitárias que constituem o que aqui será trabalhado como Comuns, de acordo com Dardot e Laval (2016). Para observar o avanço dos cerramentos sobre os comuns, esta pesquisa se focará sobre o processo de construção do Protocolo Comunitário do Bailique, ao longo de 2016 e 2017. Com isso, argumentamos que podem ter existido cercamentos sobre algumas comunidades participantes do processo no arquipélago do Bailique, quando os ribeirinhos construíam o protocolo comunitário para buscar proteger seus conhecimentos, seu território e para contribuir com o desenvolvimento local. A análise das mudanças ocorridas na organização social e na relação com a terra a partir da construção do protocolo comunitário auxiliam a compreender como a racionalidade neoliberal pode limitar as proteções jurídicas, bem como os espaços físicos, para a reprodução social das comunidades, enfraquecendo sua agência, e favorecendo processos de mercantilização da natureza. Embarcamos nesta reflexão a partir do debate sobre a racionalidade dos comuns e pesquisa de campo aliada à metodologia de pesquisa ativista, que pressupõe o alinhamento político do estudo aos problemas enfrentados e levantados como importantes pelos próprios grupos com quem se trabalha.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Corpo, ambiente e aprendizagem: etnografia sensorial sobre o mundo da vida cotidiana em comunidade camponesas amazônicas(Universidade Federal do Pará, 2020-06-26) ALVES, Vitória Mendes; CASTRO, Fábio Fonseca de; http://lattes.cnpq.br/5700042332015787Esta é uma pesquisa interdisciplinar que discute a relação entre corpo, ambiente e formas de aprendizagem técnica com a virtuosidade dos indicadores socioambientais (COSTA, FERNANDES, 2016) do campesinato agroextrativista amazônico. O trabalho de campo foi realizado na região das ilhas de Mocajuba, especificamente na localidade São Joaquim, no baixo Tocantins paraense. Utilizando a etnografia sensorial (PINK, 2009) como método e incorporando uma postura fenomenológica, toma-se como ponto de partida o mundo da vida (SCHUTZ, 1970) e o cotidiano dos camponeses. São descritas experiências como a pesca de camarão, o extrativismo do cacau e o preparo de peixes para consumo a fim de demonstrar a conexão existente entre técnicas do corpo e o ambiente em que habitam. Dessa forma, concluímos que a) tais técnicas não são transmitidas, mas ensinadas e aprendidas por meio de um complexo engajamento sensorial com o ambiente (LAVE, 2015) e b) o entrelaçamento corpo-ambiente (INGOLD, 2015) está no cerne do cotidiano camponês, o que implica em interpretá-lo superando os dualismos cultura/natureza e produção/reprodução. Essas relações explicam, parcialmente, a virtuosidade socioambiental expressa nos dados.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Cultura, territorialidade e desenvolvimento local: o caso da APA do Rio Curiaú no Amapá(Universidade Federal do Pará, 2012-12-12) SANTOS, Fernando Junio da Costa; SIMONIAN, Ligia Terezinha Lopes; http://lattes.cnpq.br/6620574987436911Esta pesquisa tem como objetivo analisar a relação entre fortalecimento e valorização cultural e a promoção do desenvolvimento local na Área de Proteção Ambiental (APA) do Rio Curiaú no Amapá. Imbricada de interesses diversos e conflitos instigantes, esta relação presume a identificação de territorialidades como um elemento teórico e empírico importante para o entendimento da problemática proposta. Nesse sentido, serão abordadas, em conjunto com a dimensão cultural, as dimensões políticas, econômicas e ambientais que são pertinentes à esta área protegida. Isso porque a mesma está sobreposta a um Território Quilombola (TQ) e resulta, assim, em um espaço profícuo para a elaboração de um análise científica que vise a compreensão do desenvolvimento nestas condições.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Da ação social a relação social: estudo das práticas de comunicação no Complexo Industrial de Barcarena(Universidade Federal do Pará, 2004-10-22) PRESSLER, Neusa Gonzaga de Santana; MATHIS, Armin; http://lattes.cnpq.br/8365078023155571A presente dissertação averigua as práticas de comunicação adotadas pelas empresas Albras-Alunorte no contexto do Complexo Industrial de Barcarena. Nesse sentido, investiga como as estratégias de práticas de comunicação organizacional podem melhorar e gerar valores nas relações entre as organizações do Complexo Industrial de Barcarena e seus públicos estratégicos, colaborando para manter a identidade e a imagem corporativa na Amazônia e no mercado internacional. O estudo pretende responder a uma das muitas contradições nas práticas de comunicação organizacional no Complexo Industrial de Barcarena após a implementação dos chamados grandes projetos. As mudanças ocorridas no espaço onde estão localizadas as grandes empresas de mineração são sentidos em diversas áreas, dando origem a novas formas de relacionamento entre os atores sociais envolvidos, e abalando o sentimento de grande expectativa por parte daqueles que já estavam no local: predominava o anseio por emprego e renda. Assim, a chegada desses grandes projetos modifica a maneira de viver dos primeiros moradores da região, altera o relacionamento com a terra e o meio ambiente e transforma as relações interpessoais de comunicação social. Dessa forma, procura-se descrever o caminho percorrido pelas empresas, através das práticas de comunicação organizacional, que transformou as ações sociais na atual relação social, além de como essas empresas construíram e mantiveram sua identidade e imagem corporativa.Dissertação Acesso aberto (Open Access) De que Amazônia vocês estão falando?: a categoria Amazônia para o Banco Mundial e o BNDES(Universidade Federal do Pará, 2019-11-22) RIBEIRO, Domingos Antonio Feitosa; CASTRO, Edna Maria Ramos deA categoria Amazônia é tratada de diversas maneiras por diversas pessoas, logo, se faz necessário, compreender como o Banco Mundial e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) entendem a Amazônia. O que é a Amazônia para o Banco Mundial e o BNDES? Como eles pensam a Amazônia? Os conceitos de Amazônia para os dois bancos se alteram no tempo? Quantos conceitos os dois bancos usam para Amazônia? Como eles veem a Amazônia? O objetivo é compreender como o Banco Mundial e o BNDES entendem a Amazônia. Este objetivo geral, desdobra-se em outros que seriam entender a história da Amazônia; analisar os documentos do Banco Mundial que tratam sobre Amazônia; estudar os documentos do BNDES que abordam a categoria Amazônia. Para atingir tais objetivos utiliza-se os documentos que tratem a Amazônia e estão disponibilizados para o debate público nos portais dos dois bancos. São quatro hipóteses levantadas: tanto o Banco Mundial quanto o BNDES entendem a Amazônia como uma fonte de recursos naturais disponíveis ao mercado mundial; a definição da categoria Amazônia tanto para o Banco Mundial quanto para o BNDES perpassa pela dependência da Amazônia ao mercado mundial; há um projeto comum entre o Banco Mundial e o BNDES sobre e para Amazônia e, que, por fim, o Banco Mundial continua a ditar, financiar e projetar o futuro da Amazônia. A categoria Amazônia varia com o tempo de produção e reprodução do capital mundial, pois num dado momento era uma região "vazia" pronta para ser explorada e ocupada, enquanto em outro momento é uma região de recursos naturais que precisam ser preservados, mas sem descolar da "vocação" exportadora de bens primários ou semielaborados abastecendo os grandes centros do mercado mundial e nacional, enquanto as promessas realizadas pelos dois bancos de desenvolvimento não chegam. Durante esta espera, surge, tanto no Banco Mundial quanto no BNDES, a ideia, também destinada à Amazônia, de "desenvolvimento sustentável". Para aquele o "desenvolvimento sustentável" é a redenção dos pecados cometidos durante os anos 1970 e 1980, pois o Banco Mundial não fez a mea culpa dos financiamentos que deu e dos projetos que fez na Amazônia neste período. Já para o BNDES que nasce com um pé na preocupação da "questão ambiental" o caminho não é tão difícil, em que pese fazer o inverso do que o Banco Mundial fez, e só fizeram porque era o que tinha que se fazer. O conceito de Amazônia é variável para o Banco Mundial e o BNDES, depende do que o capital, em sua totalidade, deseja para o momento.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Desastres, infraestrutura e desenvolvimento: interrupções nas rodovias e impactos ao desenvolvimento na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2015-02-02) FLORES, Rafael Almeida; SZLAFSZTEIN, Claudio Fabian; http://lattes.cnpq.br/1348005678649555O desenvolvimento de uma região está relacionado, em parte, com sua capacidade de estabelecer relações com outras regiões e com a eficiência com a qual opera internamente e dinamiza suas intrarrelações. Estudar os impactos na disponibilidade de infraestrutura de transporte no desenvolvimento regional interessa pela influencia que ela tem sobre as decisões de localização de investimentos. A presente dissertação descreve de forma sistematizada, organizada e distribuída no espaço de que forma a relação entre o funcionamento da infraestrutura de transportes e os desastres naturais impactam o desenvolvimento regional. São apresentados dados de localização, de causas, de frequências de eventos, de impactos resultantes e de potencial de ocorrência dos desastres que causam interrupções no sistema de transportes da região amazônica brasileira, impactando o desenvolvimento regional. A rede de infraestrutura de transportes na região amazônica brasileira é suscetível a interrupções em seu funcionamento por pressões oriundas da interação dos sistemas integrados humanos e naturais, impactando o desenvolvimento regional principalmente por isolar regiões aumentando a preocupação sobre a seguridade humana das populações residentes e sobre o desenvolvimento econômico na medida em que a produção regional não circula, eliminando temporariamente uma das principais etapas da dinâmica da economia. Os indicadores da suscetibilidade do sistema de infraestrutura de transportes na Amazônia não são evidentes, sendo aqui apresentados dados temporais, distribuídos no espaço, para descrever o cenário no qual se encontra a infraestrutura de transportes na Amazônia no contexto dos desastres naturais. Este estudo apresenta causas, frequências, potenciais de risco e impactos da interrupção do funcionamento desse sistema mediante o desenvolvimento de uma metodologia de avaliação de impactos de desastres em infraestrutura que é aplicada no caso da inundação da rodovia BR-364 nos estados de Rondônia e Acre em 2014, verificando que planos de ação podem inclusive ser origem de novos impactos, agravando ainda mais a situação e evidenciando clara falta de preparo estatal para lidar com desastres naturaisDissertação Acesso aberto (Open Access) Dinâmica ribeirinha e a periferia na metrópole amazônica: subcentralidade urbana e representação social no distrito de Icoaraci em Belém/PA(Universidade Federal do Pará, 2020-12-29) RAMOS, Erick Afonso Santiago; CASTRO, Edna Maria Ramos de; http://lattes.cnpq.br/4702941668727146No contexto amazônico da década de 1970, o movimento migratório intensificado em direção a Belém foi um dos elementos que proporcionaram a desconcentração urbana para espaços mais afastados da área central, causando, uma forma urbana marcada pela dispersão. Com isso, novos espaços para assentamentos foram sendo constituídos em áreas distantes, especialmente em direção a Icoaraci, distrito histórico de Belém. Tal crescimento e consequente espraiamento do tecido urbano, embora tenha se dado de maneira descontínua no território, pressupõe o reforço, ou até mesmo a criação de novos espaços de consumo voltados ao atendimento crescente das demandas diárias dessa população. Entende-se que nas últimas décadas, como toda cidade de Belém, Icoaraci passou por transformações relevantes relacionadas ao processo de reprodução do espaço e, sobretudo, na reconfiguração da sua subcentralidade. Nesse sentido, o presente trabalho se debruçou em estudar a redefinição da subcentralidade de Icoaraci, de maneira que os agentes sociais produtores do espaço obtivessem um enfoque singular. Desse modo, abarcou-se um conjunto de narrativas a partir dos sujeitos que constituem a subcentralidade do distrito, envolvendo suas recordações, vivências socioespaciais e apreensões acerca da abrangência de suas práticas cotidianas, possibilitando uma compreensão da dinâmica da subcentralidade a partir de uma concepção investigativa e teórico-metodológica diferenciada. A problemática da pesquisa se pautou na seguinte indagação: como se dá na perspectiva da prática e das representações dos agentes sociais a redefinição da subcentralidade de Icoaraci? Nesse sentido, buscou-se compreender as redefinições ocasionadas na subcentralidade icoaraciense por meio das práticas cotidianas e das representações sociais dos agentes, abrangendo discussões sobre a formação histórica da subcentralidade do distrito e de seus dois subcentros; as práticas cotidianas dos agentes envolvidos na redefinição de sua subcentralidade e as representações sociais construídas que possibilitassem analisar essa redefinição. Com uma abordagem de caráter qualitativo, o tipo de investigação desenvolvida foi o estudo de campo (GILL, 2012), dialogando-se com a metodologia da representação social com o intuito de se desenvolver uma pesquisa pautada na perspectiva dos sujeitos sociais e de abrangência interdisciplinar. Os procedimentos metodológicos estruturaram-se em cinco etapas: pesquisa da bibliografia, pesquisa documental, observação completa em campo, realização de entrevistas abertas e semiestruturadas e elaboração de conteúdo cartográfico. Considera-se que no contexto da metropolização de Belém a realidade local se apresenta de modo complexo, pois nos dois subcentros sobressaem dinâmicas voltadas ao reforço da subcentralidade do distrito devido às atividades e lógicas que as envolvem, no entanto registra-se a ocorrência de uma intensificação da procura por novas áreas e formas de consumo devido à instalação de equipamentos comerciais, sobretudo, grandes redes atacadistas e de Shopping Center no eixo da Avenida Augusto Montenegro. Seguindo a perspectiva teórica da representação social acredita-se que essa redefinição espacial é produto do processo de cognição dos sujeitos e da relação intercomunicativa entre eles e com o espaço que orienta suas práticas cotidianas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Dinâmica temporal da paisagem: mudanças, percepções e dificuldades de recuperação na RDS Alcobaça, área de influência da UHE Tucuruí/PA(Universidade Federal do Pará, 2014-03-08) PIRATOBA, Diana Nathaly Monroy; RAVENA, Nírvia; http://lattes.cnpq.br/0486445417640290A construção e operação da Usina Hidrelétrica de Tucuruí ocasionaram mudanças paisagísticas negativas acentuadas com a posterior reocupação das ilhas e do entorno do lago. A crescente redução da vegetação florestal, a perda da biodiversidade, o aumento de conflitos socioculturais, a fragmentação paisagística e outros impactos refletidos na área do empreendimento são sinais de que os ecossistemas e a população humana ainda não estão em equilíbrio. Com a criação das unidades de conservação no ano 2002, esperava-se que os problemas ambientais fossem mitigados em intensidade e magnitude. Não obstante, o padrão da crise socioambiental permaneceu. Diante deste cenário, o estudo procurou compreender se: a) Tem-se apresentado mudanças no uso e manejo dos recursos naturais desde a reocupação das ilhas e o entorno do Lago, no setor da RDA Alcobaça? b) O uso e manejo dos recursos naturais por parte dos moradores locais influem nas transformações paisagísticas da área? E por fim, se c) A etnobotânica nas comunidades locais apresenta potencial para o manejo e controle da degradação nos ecossistemas? A seleção da Reserva de Desenvolvimento Sustentável- RDS Alcobaça como área de estudo respondeu a duas condições: apresentar a paisagem mais fragmentada e possuir a maior concentração populacional em relação às outras unidades de conservação. O pressuposto metodológico abarcou técnicas próprias do Diagnóstico Rural Participativo – DRP complementadas com técnicas não participativas de interpretação de coberturas vegetais. A memória oral dos pescadores comprova que as mudanças paisagísticas estão associadas às mudanças de uso e manejo dos recursos naturais, impulsionando o desenvolvimento de práticas predatórias como resposta à escassez atual. Embora as comunidades manifestem conhecimento dos prejuízos causados sobre os ecossistemas, as incertezas fundiárias e os conflitos com as instituições gestoras da área são frequentemente a justificativa ou motivação do manejo paisagístico inapropriado. Não obstante, o conhecimento local sobre os recursos vegetais, embora não soluciona a crise socioambiental evidenciada na área, é uma ferramenta potencial para o manejo de áreas degradadas. A biodiversidade conhecida localmente, não como longas listas de espécies, se não como aquela construída e apropriada material e simbolicamente pelas comunidades, materializa-se nos quintais domésticos, sistemas agroflorestais incipientes, mas não inapropriados para o controle da degradação ambiental.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Dinâmicas e interrelações a partir da implementação do projeto mina de bauxita em Paragominas – PA: Colônia Oriente e Potiritá(Universidade Federal do Pará, 2010-08-30) AMORIM, Joana Cláudia Aleixo de; ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth; http://lattes.cnpq.br/0087693866786684O objetivo desta dissertação consiste no estudo das dinâmicas e inter-relações entre colônias do Oriente e Potiritá no contexto do Projeto Bauxita de Paragominas. Partindo deste prisma o estudo se concentra nas comunidades no entorno do Platô Miltonia Três, onde se concentra a exploração de Bauxita levando em consideração a área do mineroduto que abrange o município de Paragominas. Neste estudo é abordado a inter-relação da empresa privada, no âmbito da exploração mineral, representada pela VALE - através do Projeto bauxita de Paragominas, com o poder local consubstanciado pela gestão municipal (prefeitura), e destes com as comunidades. Para efeito de analise utilizou-se a pesquisa qualitativa e o método etnográfico valendo-se de técnicas como o roteiro de entrevista dentre outras, visando apreender os meandros da participação e o significado das inter-relações. Consideraram-se as categorias conflito, poder e participação das comunidades rurais no sentido de apreender o seu significado no contexto estudado. Essas análises permitiram compreender como ocorre a capacidade de intervenção das mesmas, face aos problemas sociais que os atingem, suas reivindicações, e seus anseios. Conclui-se que a participação como cidadãos e o acesso a informação geram responsabilidades e os torna responsáveis e capazes de transformar a realidade. Em especial uma transformação coerente com projetos sociais que os favoreçam.
