Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia - PPGSA/IFCH
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6622
O Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) é vinculado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA) e foi aprovado pela CAPES no ano de 2002, ainda com o nome de Programa de Pós-graduação em Ciências Sociais. Iniciou suas atividades no primeiro semestre de 2003, com o funcionamento da primeira turma de Doutorado. Atualmente o Programa oferece também curso de Mestrado Acadêmico.
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Agarrada nos jogos de identidade quilombola: representatividade, conflitos e resistência no Arquipélago do Marajó(Universidade Federal do Pará, 2024-11-05) SANTOS, Paulo Henrique Santos dos; ZAMPARONI, Valdemir Donizette; http://lattes.cnpq.br/9786959916347562; CARDOSO, Denise Machado; http://lattes.cnpq.br/2685857306168366Este trabalho aborda a agarrada, uma luta corporal presente dentro dos Jogos de Identidade Quilombola no arquipélago do Marajó, com foco nas comunidades de Salvaterra, Pará. O trabalho explora como essa prática, além da perspectiva lúdica e de competição, atua como um espaço de reafirmação identitária, resistência simbólica e política. A agarrada, presentemente ligada no cotidiano quilombola, é analisada sob diferentes óticas, desde seu valor simbólico até as tensões e disputas narrativas sobre ela. A pesquisa investiga também os conflitos fundiários e territoriais enfrentados pelas comunidades quilombolas, relacionando-os com a prática da Agarrada, que se torna um reflexo das lutas políticas e sociais em curso. A metodologia utilizada inclui entrevistas com lideranças quilombolas, observações participantes durante os jogos e análise documental, refletindo sobre a importância da agarrada não sobre o olhar desportivo, mas como um símbolo de resistência e mobilização comunitária. O estudo conclui que a luta quilombola transcende o campo da competição física, representando uma forma de resistência contra a exclusão e o apagamento da ancestralidade das comunidades quilombolas de Salvaterra.Tese Acesso aberto (Open Access) Arena pública, dominação e resistência em um território amazônico: o fórum de desenvolvimento sustentável das ilhas de Belém-PA (2006-2020)(Universidade Federal do Pará, 2020-11-24) LOPES, João Luiz da Silva; TEISSERENC, Maria José da Silva Aquino; http://lattes.cnpq.br/1799861202638255Neste estudo discute-se a maneira como as comunidades ribeirinhas insulares dos municípios de Belém e Acará, estado do Pará-Brasil, se mobilizaram e participaram da Arena Pública/Fórum de Desenvolvimento Sustentável das Ilhas, para reivindicar seus direitos concernentes a saúde, educação, saneamento, abastecimento de água, segurança pública, energia elétrica/solar, geração de renda e superação de sua invisibilidade. Para analisar essa problemática, adotou-se como quadro de análise a abordagem sociológica da ação coletiva de Daniel Cefaï, Veiga e Mota (2011), que privilegia as situações locais que estão na origem da constituição de arenas públicas. O estudo demandou uma abordagem qualitativa descritiva em que a coleta de informações/dados foi realizada através de conversa informal; observação participante em eventos como: reuniões, entregas de cestas básicas, brinquedos e material escolar, visitas e mutirões; pesquisa em documentos (projeto, planos, relatórios e atas de reuniões); e entrevistas abertas com atores das comunidades ribeirinhas insulares, do poder público, de instituições religiosas, ONGs e de pesquisa e extensão. Os resultados indicam que em um contexto territorial historicamente marcado por relações sociopolíticas clientelistas, é razoável considerar essa experiência de participação e mobilização como um evento importante, que se constitui como educação política, com aprendizagens significativas em direção à inclusão desse segmento subalternizado no processo de tomada de decisões referentes às políticas públicas de seu interesse. Essa mobilização se beneficiou do apoio essencial de técnicos de órgãos públicos, experts de universidades e políticos do campo progressista para encorajar a denúncia de injustiças herdadas da colonização, mantidas e atualizadas pelo sistema de dominação, com efeitos perversos impregnados no conjunto das relações com os atores do sistema de poder local – a que se chama de colonialidade. A mobilização enfrentou resistência de certa concepção que concebe as comunidades ribeirinhas insulares como atrasadas e fadadas ao desaparecimento. As estratégias dos ribeirinhos insulares contribuíram para uma politização dos desafios locais, mas foram limitadas por vários elementos, como a ausência de um aparato jurídico inovador, a desconsideração sobre a desigualdade das condições de participação, o uso de metodologias pouco adequadas, a falta de valorização do trabalho dos tradutores/mediadores, o não reconhecimento da diversidade de ontologias do sujeito, a incompreensão das diferentes cosmologias e epistemologias, fatores que funcionaram como obstáculos para que a mobilização colocasse em questão o sistema de dominação tradicional no qual se assenta o poder local.Tese Acesso aberto (Open Access) A Braz é (e) quem ‘a faz’: paisagens de poder, experiências e apropriações na avenida Braz de Aguiar, em Belém (PA), Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2023-03-31) OLIVEIRA, Enderson Geraldo de Souza; SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da; http://lattes.cnpq.br/1972975269922101Nesta pesquisa observo as vivências e experiências de sujeitos na avenida Braz de Aguiar, bairro de Nazaré, considerado um dos mais destinados às camadas médias de Belém do Pará, Amazônia (achei estranho isso. Talvez “um dos bairros de maior status”). Levando em conta que as paisagens são construções processuais (SANSOT, 1983; SILVEIRA, 2004; ECKERT, 2009; ECKERT e ROCHA, 2013), me atento principalmente ao estabelecimento de “paisagens de poder” (ZUKIN, 1996), que são provocadas e/ ou se coadunam às práticas dos sujeitos. Tais poderes, em especial o econômico, se expressam nos habitus (BOURDIEU, 1983), perceptíveis mediante a realização da Etnografia de Rua (ECKERT e ROCHA, 2013) e da Etnografia da Duração (ECKERT e ROCHA, 2013). Na via, os serviços eram e ainda são direcionados a uma camada financeiramente mais privilegiada da cidade, com maior poder de consumo, aquisitivo e status, algo fundamental na construção e manutenção de certa “distinção” no contexto belenense. A Braz, então, torna-se um “espaço geográfico socialmente hierarquizado” (BOURDIEU, 2007), em que o ócio (VEBLEN, 1965) parece ser mais possível de ser praticado, mas não por todos. Em conjunto, isto aponta para o stabelecimento de processos específicos de sociabilidade e sociação (SIMMEL, 1983) no mundo urbano belenense, em que é necessário discutir também a forma “aristocrática” como alguns indivíduos aderem/(re)criam tal fisionomia urbana contemporânea e como a avenida é referida e representada nas redes sociais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Castanhal: a “cidade modelo”, os caminhos e descaminhos do projeto de desenvolvimento(Universidade Federal do Pará, 2023-12-20) CRUZ, Laiane Helena Silva da; MOURA, Edila Arnaud Ferreira; http://lattes.cnpq.br/2154370107837866; https://orcid.org/0000-0003-0093-8464Seguindo o padrão nacional-desenvolvimentista, o governo brasileiro na segunda metade do século passado implementou uma série de políticas públicas que almejavam o crescimento econômico, principalmente, por meio da industrialização. Com a instauração da ditadura militar na década de 1960, o governo, visando integrar a Amazônia ao restante do país, passou a adotar diversas políticas públicas como a construção de rodovias e ampla política de incentivos fiscais. A região, vista como um “espaço vazio” pelo Estado, se tornou o destino de milhares de migrantes em busca de um lote de terra. Esta dissertação tem como objetivo analisar a atuação do Estado no município de Castanhal (PA), dentro de um cenário político caracterizado pela ideologia do desenvolvimento. O município de Castanhal, localizado no estado do Pará, é analisado em três períodos: sua criação associada à construção da Estrada de Ferro de Bragança, reforma urbana e criação do Assentamento Cupiúba. Este estudo foi realizado através de uma pesquisa bibliográfica sobre a história de Castanhal e da Região Bragantina e com base em indicadores sociodemográficos, econômicos e agropecuários coletados nos bancos de dados SIDRA e Atlas Brasil. Os resultados encontrados indicam que Castanhal, devido a um conjunto de investimentos que a cidade recebeu ao longo dos períodos analisados, atualmente se destaca positivamente entre os municípios que foram cortados pela Estrada de Ferro de Bragança. Por outro lado, no que diz respeito à reprodução social dos produtores rurais do assentamento há uma série de desafios a serem superados. O desamparo pelo Estado a que estão sujeitos e a criação do Assentamento Cupiúba como uma medida paliativa em resposta à ocupação dos trabalhadores revela como a agricultura familiar tem sido desvalorizada pelo poder público.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Cidadãos do céu, e quilombolas na terra: um estudo sobre articulações entre crenças pentecostais e aspectos da territorialização de um quilombo amazônico.(Universidade Federal do Pará, 2021-03-19) SOUZA, Alef Monteiro de; MORAES JÚNIOR, Manoel Ribeiro de; http://lattes.cnpq.br/2429279552706202; https://orcid.org/0000-0001-6986-7671Este texto é uma etnografia que sintetiza parte dos resultados de uma pesquisa de campo realizada na comunidade quilombola São Pedro, em Castanhal, Pará, nos meses de março de 2020 a fevereiro de 2021. O objetivo é descrever conexões existentes entre crenças pentecostais e três aspectos da territorialização do Quilombo São Pedro, a saber: ocupação, identificação com o território e uso do território. Para tanto, foram realizadas pesquisa censitária, observação participante e realização de entrevistas. Os dados gerados em campo foram analisados sob uma perspectiva epistemológica descolonial. Os resultados da investigação apontam que Assembleia de Deus naturalizou o racismo e os problemas sociais da comunidade (expressões do genocídio do negro brasileiro e da necropolítica do Estado) os interpretando como sinais necessários da volta de Jesus. Um elemento fundamental da resposta imaginária da igreja à situação escatológica que supõe existir é a identidade de “cidadãos do céu” que, na prática, consiste em viver de acordo com os princípios do pentecostalismo assembleiano, uma religião sincrética, mas, ao mesmo tempo, afeita ao espírito do capitalismo e ao racismo à brasileira e suas “máscaras brancas”. Por ora, a AD em São Pedro contribui com a situação de autofagia cultural e política que ao mesmo tempo enfraquece as fronteiras étnicas da comunidade e reforça a necropolítica que a vitima.Tese Acesso aberto (Open Access) Como os nêgos dos palmares: uma nova história de resistência na serra da Barriga - AL(Universidade Federal do Pará, 2016-03-18) CORREIA, Rosa Lucia da Silva; SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da; http://lattes.cnpq.br/1972975269922101; ALENCAR, Edna Ferreira; http://lattes.cnpq.br/7555559649274791Esta pesquisa trata da luta pela liberdade dos sitiantes da Serra da Barriga, em União dos Palmares, Alagoas. O espaço abrigou o maior assentamento da América de escravos fugidos, o Quilombo dos Palmares, e por este motivo em 1986 foi reconhecido como patrimônio cultural e natural da nação. Em 1988 recebeu o título de Monumento Nacional, o que levou à desapropriação das terras locais para fins de estudos científicos diversos, reflorestamento e construção de um parque memorial, uma espécie de museu temático que se assemelha em arquitetura e paisagem à antiga edificação quilombola. Desde então os moradores, camponeses da Zona da Mata alagoana, uma das áreas de maior produção sucroalcooleira do Nordeste, estão vivenciando restrições de trabalho e ameaças de expulsão, por parte do Estado e do Movimento Negro. A situação é bem semelhante ao tempo que viviam sob o domínio dos usineiros locais e é significativamente também análoga, como eles mesmos afirmam, à que os negros dos Palmares viveram quando ali se instalaram, há mais de 300 anos, ao fugirem das plantagens de cana de açúcar para viverem em liberdade. A luta é pela sobrevivência, por terra e trabalho, garantias de liberdade para qualquer camponês e que foram negadas desde o tombamento da Serra da Barriga. A investigação etnográfica traz, portanto, as memórias de apropriação do espaço e as formas cotidianas de resistência destes sitiantes em conflito com o patrimônio nacional e a memória coletiva do Movimento Negro. Nessa empreitada, as teorias sobre o campesinato, especialmente no Nordeste, a campesinidade, as formas cotidianas da resistência camponesa e sobre a tríade memória, história e patrimônio foram vitais para essa questão.Tese Acesso aberto (Open Access) Construção naval artesanal e a metamorfose do trabalho, capital na Amazônia: um estudo sobre construtores de embarcações de madeira em Igarapé-Miri (PA)(Universidade Federal do Pará, 2016-02-03) CORRÊA, Edson de Jesus Antunes; FURTADO, Lourdes de Fátima Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1828475659148260; CARDOSO, Denise Machado; http://lattes.cnpq.br/2685857306168366Estudo de caso sobre a atividade tradicional da Construção Naval Artesanal dos “construtores de embarcações de madeira” do Município de Igarapé-Miri, estado do Pará e a Metamorfose do Trabalho, Capital na Amazônia. Tem como objetivo investigar as transformações no modo de viver e reprodução social desses trabalhadores no contexto da sociedade envolvente, frente à incorporação progressiva de emergentes tecnologias na produção de embarcações de múltiplos usos no mercado global, identificando as formas de manutenção e reprodução social desta forma de saber tradicional, que, desde sua origem até hoje, mantém centenas de pessoas ocupadas com esta atividade econômica, social e cultural no Pará. Esta atividade apresenta em sua estrutura funcional três segmentos: o carpinteiro naval, o calafate e o pintor naval, sendo a estrutura hierárquica do ofício composta pelo mestre artesão, o artesão profissional e o aprendiz. Os mestres artesãos são o centro do ofício, são os coordenadores e proprietários de estaleiros navais artesanais, detentores de um acervo intelectual tácito passado de geração em geração conseguem manter seus familiares em situações mais adversas devido à remuneração da atividade pertencer à família, e estes têm o compromisso social de mantê-los. Neste aspecto, observa-se nos últimos anos a crescente concentração da produção de embarcações para fabricação dos tipos rabetas e rabetões bem como a inserção da comercialização e produção de rabetas e embarcações de alumínio soldado deste mesmo modelo na cidade de Igarapé-Miri. Isso gerou mudanças que afetam diretamente as relações de produção, renda e oferta de trabalho nos estaleiros navais artesanais, modificando-se e adaptando-se progressivamente o modo de viver e reprodução social dos construtores do ofício. A pesquisa adotou o padrão metodológico das experiências de estudos de caso, utilizando procedimentos metodológicos de diferentes gêneros numa estratégia de pesquisa quantitativa e qualitativa em que o método etnográfico permeia toda a análise.Tese Acesso aberto (Open Access) ‘Cria(da)s’, ‘Casadas’: “meninas”, “circulação” e “entrega” em Breves (Marajó)(Universidade Federal do Pará, 2022-05-30) CASTRO, Avelina Oliveira de; GONÇALVES, Telma Amaral; http://lattes.cnpq.br/7335593537033167; MOTTA-MAUÉS, Maria Angelica; http://lattes.cnpq.br/7861116876230464A presente tese identifica e interpreta, antropologicamente, narrativas e vivências de “circulação” e de “entrega” de adolescentes do gênero feminino, acerca da sexualidade, construídas no cotidiano, no município de Breves, no Marajó. Trata-se de uma etnografia que foi realizada entre os anos de 2016 e 2020, na sede do referido município, utilizando como metodologia, a observação direta e participante. A pesquisa contemplou como interlocutores principais 36 pessoas, sendo 26 mulheres e 10 homens, além de ter ouvido em dinâmicas de rodas de conversa outros 26 adolescentes – 15 meninas e 11 meninos – e mais 18 crianças de escolas públicas de ensino do município, além de diversos moradores com os quais houve convivência, observações e escuta ao longo dos períodos de realização da pesquisa de campo no local. A partir de referenciais teóricos do feminismo e dos estudos de colonialidade foi observado e analisado dentro do processo de circulação, alargado nesta tese, o movimento de entrega, não só de “crias de família”, como também o de entrega das adolescentes para o casamento. Os dois movimentos – e rituais – de entrega possibilitam visualizar relações atravessadas por reflexos da colonização brasileira, observados, tanto em uma espécie de “cultura da escravidão”, como também por relações de colonialidade, em todas as suas dimensões, assim como de gênero, uma vez que essas dinâmicas são, predominantemente, com as meninas, em um processo que as objetifica, mas no qual também se observa ações delas no sentido do enfrentamento e resistência às opressões vividas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Curt Nimuendajú e as narrativas míticas tembé: Revisitando uma produção etnográfica(Universidade Federal do Pará, 2022-07-04) SANTOS, Glaucia Silva dos; MORAES JÚNIOR, Manoel Ribeiro de; http://lattes.cnpq.br/2429279552706202; https://orcid.org/0000-0001-6986-7671Revisitar uma etnografia de Curt Nimuendajú, que integra um repertório de narrativas míticas do grupo indígena Tembé Tenetehara, constitui a base de investigação desta dissertação. O etnógrafo Curt Nimuendajú, alemão que migrou para o Brasil em 1903 e se tornou, ao longo de quarenta anos, um exímio conhecedor de grupos indígenas, publicou em 1915 na Zeitschrift für Ethnologie o texto Sagen der Tembé-Indianer (Pará und Maranhão) no qual reuni dez narrativas míticas dos Tembé Tenetehara. Desse modo, a presente dissertação propôs saber sobre o contexto e as orientações metodológicas que permitiram a produção de tal etnografia naquele início do século XX. Assim, a pesquisa seguiu uma perspectiva biográfica de Curt Nimuendajú, que ajudou visualizar o percurso de sua formação inicial no campo de estudo sobre populações indígenas, permitindo saber o contexto do encontro etnográfico com os Tembé Tenetehara em dois momentos, sendo o primeiro nas mediações das políticas indigenistas do SPILTN, na região do Rio Gurupi, e o segundo nas dependências da missão religiosa dos capuchinhos lombardos no município paraense de Igarapé-Açú. Em ambos os contextos a agenda etnográfica de Nimuendajú se concentrou no conhecimento da língua e da cosmologia Tembé, empreendimentos de pesquisa que estavam alinhados com as orientações da etnologia alemã, em voga na época, pela via da etnografia de salvamento, que ele conheceu a partir dos trabalhos dos americanistas alemães que se encontram referendados em suas etnografias.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A dendeicultura em Igarapé-Açu/Pará: um olhar sobre as relações de trabalho que tipificam o trabalhador rural na Agroindustrial Palmasa(Universidade Federal do Pará, 2024-02-29) CARDOSO, Marlon Kauã Silva; RIBEIRO, Tânia Guimarães; http://lattes.cnpq.br/1193175057010343; https://orcid.org/0000-0003-1683-3659O objetivo desta pesquisa foi analisar as relações de trabalho que tipificam os trabalhadores rurais na agroindústria do dendê em Igarapé-Açu, notadamente analisando a Agroindustrial Palmasa. A agroindústria do dendê, em nível macropolítico, foi territorializada no nordeste paraense através das ações estatais desenvolvimentistas nos governos civis-militares nos anos 1960, planejadas pela Superintendência de Valorização Econômica da Amazônia (SPVEA) e pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (SUDAM), e, tem novo impulso com o neodesenvolvimentismo dos anos 2000, associada ao desenvolvimento sustentável, através do Programa Nacional de Produção do Biodiesel (PNPB) e do Programa Sustentável de Óleo da Palma (PSOP). Estes desembocaram em projetos de integração, para a obtenção do Selo do Combustível Social (SCS), entre produtores do dendê e agricultores familiares em municípios do nordeste paraense. Através de metodologia de natureza qualitativa, aliando dados de entrevistas, bibliográfico e quantitativos verificamos que as políticas públicas mais recentes não abrangeram as atividades econômicas da Agroindustrial Palmasa, em Igarapé- Açu. Na região predominam contratos, mas apenas de compra e venda, relação associativa, entre médios/grandes produtores rurais de dendê e a própria empresa. Dessa forma, as relações diretas entre classes gravitam entre médios/grandes fazendeiros e boias-frias responsáveis pelo trabalho nas lavouras.Dissertação Acesso aberto (Open Access) “O desvio no olhar”: o fenômeno da invisibilidade social das pessoas em situação de rua no espaço urbano de Belém.(Universidade Federal do Pará, 2022-07-06) RODRIGUES, Flávia Pingarilho; RIBEIRO, Tânia Guimarães; http://lattes.cnpq.br/1193175057010343; https://orcid.org/0000-0003-1683-3659A invisibilidade social descreve-se como um fenômeno de negação da existência de um indivíduo através de um estigma, um preconceito: ele existe fisicamente, no entanto não existe socialmente. Assim, não sendo visto como parte da sociedade, não pode desta forma ser considerado cidadão, desfrutando, pois, de seus direitos. O objetivo desta pesquisa é investigar, a partir do olhar sociológico (BOURDIEU, 2002; SENNETT, 2004; HONNETH, 2006; SOUZA, 2003), como a invisibilidade social acontece, e de que forma uma pessoa de rua é “apagada” socialmente, ao ponto de não possuir registros que possam garantir seu bem-estar em meio ao espaço público. O local da pesquisa foi a região da Feira do Ver-o-Peso de Belém do Pará, ambiente de intensa comercialização e de turismo, no qual transita uma parcela significativa dessas pessoas em situação de rua. A metodologia utilizada foi qualitativa envolvendo a realização de entrevistas informais e semiestruturadas com as pessoas em situação de rua, feirantes locais e voluntários do Grupo Solidário Sopão Feliz, levantamento de dados quantitativos e bibliografia para conformar o estudo de caso sobre a temática da invisibilidade social na cidade de Belém. A invisibilidade, tanto quanto a visibilidade são ramificações de mesma raiz, visto que a decisão do que é ou não visível socialmente se estabelece dependendo do que a sociedade, chamada aqui como normativa, estabelece em o que é desejável em existir ou não, quando a presença do diferente oferece ameaças a esta sociedade, sejam estas de: simples incômodo visual até a negação ao direito de existir de determinado indivíduo, em espaço urbano público, coagidos portanto, mediante violência simbólica e física.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Diálogos com a metrópole: um estudo antropológico sobre moradores da ilha do Maracujá em relação de proximidade com Belém (PA)(Universidade Federal do Pará, 2011-01-31) BASSALO, Terezinha de Fátima Ribeiro; SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da; http://lattes.cnpq.br/1972975269922101O presente trabalho expõe os resultados da pesquisa etnográfica realizada junto aos moradores da ilha do Maracujá, evidenciando a sua relação de proximidade com o município de Belém, tendo como locus a área que se estende do Porto do Açaí, localizado no bairro do Jurunas em Belém até a ilha do Maracujá, enfatizando nessa relação aspectos relativos ao deslocamento diário entre as margens. A abordagem da pesquisa desenvolve as noções de fluxo e de fronteira, destacando também a fixidez no lugar de moradia; ambos, fixidez e deslocamento, estão incorporados ao cotidiano, sendo observados na corporalidade que veicula o diálogo - enquanto jogo complexo - entre as margens.Tese Acesso aberto (Open Access) Dinâmicas divergentes em zonas de produção para a exportação: os caminhos de Brasil e China.(Universidade Federal do Pará, 2015-04-29) AMARAL, Francinézio Lima do; SILVA, Carlos Freire da; http://lattes.cnpq.br/7489756177996098; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-0202-8678; CHAVES, Andréa Bittencourt Pires; http://lattes.cnpq.br/2807941293114021; https://orcid.org/0000-0003-0247-9265Esta tese analisa o processo de hegemonização do conceito de desenvolvimento econômico no capitalismo imperialista ocidental, a partir de suas imposições de subalternização econômica e política que impactaram as posturas e decisões dos fazedores de política dos governos de Brasil e China, refletindo na construção de seus instrumentos de planejamento e ação junto às dinâmicas de suas zonas de produção para a exportação enquanto políticas de desenvolvimento regionais, em um cenário de crise da hegemonia de poder no atual cenário geopolítico. Em seguida, analisa os legados de desenvolvimento socioeconômico da Zona Franca de Manaus – ZFM e das Zonas Econômicas Estratégicas – ZEEs, visando refletir sobre os caminhos percorridos por cada uma, até a atualidade. Busca chamar a atenção para a emergência de retornar à centralidade dos debates nas Ciências Sociais sobre o papel dos conceitos de Estado, desenvolvimento, subalternização e hegemonia no atual contexto geopolítico ante à crise estrutural do capitalismo. Ao comparar objetos desiguais, chama a atenção para os fatores históricos, econômicos, políticos e sociais que os aproximam para daí, evidenciar causas, efeitos e possibilidades de aprendizados que possam contribuir na busca de alternativas aos desafios e demandas postos aos projetos de nação no Sul Global.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A doença do petróleo: extração petroleira na comunidade achuar nuevo Jerusalén no rio corrientes na Amazõnia Peruana(Universidade Federal do Pará, 2017-05-11) PALACIOS, Cynthia Cárdenas; LÓPEZ-GARCÉS, Claudia Leonor; http://lattes.cnpq.br/5655397771707702; https://orcid.org/0000-0001-9550-0152No norte da Amazônia peruana, perto da fronteira com o Equador, os Achuar do rio Corrientes convivem há mais de quarenta anos com a extração de petróleo em seu território, como consequência das políticas de concessão e exploração de hidrocarbonetos promovida pelos diferentes governos em toda a Amazônia. Esta é uma pesquisa sobre as percepções, ações e dinâmicas dos Achuar da comunidade Nuevo Jerusalén, cujo território está sobreposto pelo Lote 192. A partir das experiências particulares das lideranças e alguns comunheiros, principalmente dos jovens e das crianças, trata as percepções e as relações que os Achuar têm com seu território. A abordagem privilegia o ponto de vista dos próprios Achuar. Em que pese o argumento sobre as mudanças produzidas em seu território, como consequência da contaminação ambiental e social, produto das más práticas desenvolvidas pelas empresas petroleiras e da pouca regulamentação estatal ambiental, a relação deste povo como seu território é muito forte e está permeada por sua epistemologia, assim como pela extração de petróleo. Abordo a maneira como os Achuar aprendem a se relacionar com seu território, um território que é habitado por outros seres da floresta, além dos humanos. E que, ao mesmo tempo, já não pode lhes fornecer tudo de que precisam para garantir seu bem viver.Tese Acesso aberto (Open Access) “Doutora, eu vim tentar a sorte”: o atalhar no Hospital Público João de Barros Barreto(Universidade Federal do Pará, 2016-04-26) TAVARES, Aderli Goes; CARDOSO, Denise Machado; http://lattes.cnpq.br/2685857306168366; SÁ, Samuel Maria de Amorim e; http://lattes.cnpq.br/3256903697536068O estudo tomou como objeto o acesso dos usuários aos serviços de saúde pública, neste caso o acesso ao Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB), um hospital do Sistema Único de Saúde (SUS) localizado na área urbana, no bairro do Guamá, na cidade de Belém-PA. O foco do estudo foram as redes de relações sociais construídas pelos usuários guamaenses para acessarem às consultas médicas em: Clínica Médica, Pneumologia e Endocrinologia no ambulatório de especialidades do Hospital. O acesso informal foi denominado de “atalho” e configurou-se como uma organização social interna que agrega redes sociais parciais (BARNES, 1987) externas e internas. Os “atalhos” são parte de uma estrutura social rizomática (DELEUZE; GUATARRI, 2000), com entradas por diferentes espaços e de um processo de trabalho centrado na concepção de saúde hegemonicamente hospitalocêntrica e filantrópica. No espaço hospitalar, os trabalhadores, principalmente os médicos, operam por meio da “ordem negociada” (CARAPINHEIRO, 2005). A ineficiência da regulação do SUS para organizar o acesso e os demais óbices estruturais do SUS, implicam em tornar a oferta menor que a procura impedindo o acesso universal dos cidadãos aos serviços de saúde e contribui para a descoberta e construção de inovações para o acesso, o que Castoriadis (1982) interpreta como “instituinte” numa instituição ou o que Carapinheiro (2005) aponta como “percursos terapêuticos”. No caso, o acesso informal no HUJBB é denominado de “encaixe”, de “a porta da esperança” e foi interpretado como um subsistema do SUS, convivendo com uma administração pública sincrética, marcada pelos princípios racionalistas impessoais e a cultura brasileira relacional. Entre o racional e impessoal, o SUS e a marginalidade no sistema, os usuários e os trabalhadores encontraram as “brechas” no sistema formal. Eles as administram através do conhecimento racional e do relacional e pessoalizado, os últimos próprios da formação do povo brasileiro, e os usam para alargar as normas e regras estabelecidas, com isso não quebram as normas e não tornam o “atalho” para legal, e sim constroem uma ponte dentro do próprio SUS que faz valer o acesso universal preconizado constitucionalmente aos brasileiros, diminuindo o tempo de espera e, possivelmente, permitindo reabilitar a saúde dos usuários, evitando a morte.Dissertação Acesso aberto (Open Access) “Em todo tempo mulher foi tapete”: a escrevivência de um corpo rebarbado sobre as relações assimétricas de gênero na Assembleia de Deus em Boa Esperança - PA(Universidade Federal do Pará, 2023-12-19) COSTA, Thaís de Oliveira; BUENO, Michele Escoura; http://lattes.cnpq.br/3126701924384242Este texto sintetiza parte dos resultados da pesquisa que desenvolvo desde 2018 e centra-se nas discussões referentes à liderança de mulheres na igreja evangélica Assembleia de Deus. A instituição, fundada em 1911, em Belém do Pará, com o passar dos anos difundiu-se para outros estados fora da Amazônia Paraense e atualmente está presente em todos os estados brasileiros. Partindo de um viés colonialista, a igreja construiu sua hierarquia na sacralização da desigualdade de gênero, reservando às mulheres, principalmente negras, papéis subservientes e não permitindo que estas ascendessem na hierarquia eclesiástica. Esse fator endossa a postura androcêntrica da igreja que, em seus 110 anos de fundação, nunca consagrou mulheres aos cargos de liderança eclesiástica, mesmo tendo uma mulher como pioneira na fundação na igreja e um público de maioria feminina negra. Buscando desenvolver uma escrevivência, como propõe dona Conceição Evaristo, delimitei como “campo de pesquisa etnográfica” a comunidade cristã da qual sou “membra desviada”, cuja sede fica em Boa Esperança, na zona rural do município de Santarém, no Oeste do Pará. Mais especificamente, o trabalho se desenvolveu por meio do diálogo entre a pesquisadora rebarbada e as integrantes do Círculo de Oração. Em suma, esse texto é sobre como operam as estruturas de opressão que atuam sobre os corpos das mulheres e de suas subjetividades dentro da igreja.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Entre Quilombos: circuitos de Festas de Santo e a construção de alianças políticas entre as Comunidades Quilombolas de Salvaterra - Marajó - Pará(Universidade Federal do Pará, 2014-09-26) LIMA FILHO, Petrônio Medeiros; CARDOSO, Luis Fernando Cardoso e; http://lattes.cnpq.br/9240601863315295; https://orcid.org/0000-0001-9384-1498Esse estudo é uma interpretação sobre as relações que envolvem festas de santo e a construção de alianças políticas entre as comunidades quilombolas localizadas no município de Salvaterra – Marajó - Pará, tendo como base pesquisa etnográfica realizada na comunidade quilombola de Bacabal. As referidas comunidades quilombolas são: Salvá, Mangueiras, Caldeirão, Bairro Alto, Pau Furado, Bacabal, Santa Luzia, Providencia, Deus Ajude, São Benedito da Ponta, Siricari, Boa Vista, Paixão, União/Campina e Rosário que possuem em comum além da realização e participação nas festas umas das outras, também o fato das mesmas terem se autodefinido1 comunidades remanescentes de quilombos e estarem lutando pelo reconhecimento e titulação de seus territórios. Para interpretar as relações entre festas e alianças políticas o estudo toma o paradigma do dom2 , ou paradigma da aliança e da associação proposto por Alain Caillé (2002) como referencial teórico principal. As festas, nesse estudo, são interpretadas como dádivas que ao circularem entre comunidades geram vínculos fortes, laços de confiança e fidelidade, e alianças políticas entre as mesmas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Espaços da morte na vida vivida e suas sociabilidades no cemitério Santa Izabel em Belém-Pa: etnografia urbana e das emoções numa cidade cemiterial.(Universidade Federal do Pará, 2023-02-27) RODRIGUES, Elisa Gonçalves; SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da; lattes.cnpq.br/1972975269922101A morte permeia diversos campos da experiência humana em termos físicos e imaginários, portanto, individuais, coletivos e sociais. Tal construção circunda os sujeitos, suas relações e marcadores sociais, bem como a posição social em que determinados indivíduos ocupam, neste caso, dispostos no que chamo de cidade cemiterial. Sendo assim, esta dissertação tem o intuito de identificar como as emoções e vivências, vividas e relatadas, em sua maioria, pelos trabalhadores e transeuntes desta cidade cemiterial, dão corpo, impactam e influenciam o seu cotidiano, trabalhando com e para a morte. Por meio das perspectivas produzidas junto aos trabalhadores, transeuntes e usuários do campo santo, por meio de uma etnografia no contexto cemiterial urbano, ancorada nas três dimensões antropológicas que me interessam mais diretamente - das Emoções, Urbana e da Morte -, percorri as ruas das cidades dos vivos e dos mortos, considerando sua mais ampla sensorialidade (evocada pelo sensível, o imaginário e os ritos), sob escuta e observação participante na rotina das datas coletivas de forte reverberação simbólica do/no Cemitério Santa Izabel. Por intermédio das andanças pelas ruas cemiteriais, percebi que os que circulam dentro da necrópole experienciam a morte numa experiência conjunta à vida em perspectiva de interação com a morte. Nos sepultamentos, nas datas simbólico-coletivas e em demais momentos referidos nesta pesquisa, notei a ambiência do lugar que a cidade dos mortos ocupa na cidade dos vivos, e vice-versa. Diante disso, a pesquisa em questão, por meio da etnografia voltada ao sensível no contexto cemiterial, da antropoesia e da etnografia de rua, abre espaço para as reflexões que consideram o olhar dos sujeitos que manejam a morte e a compreendem como um lugar em sua vida, seja no trabalho ou fora dele, e dimensionam, portanto, as fronteiras que tocam o dia a dia da necrópole, que os alcançam para além das delimitações da cidade cemiterial amazônica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) ‘Esquinas” virtuais, “Garotas” nem tanto: um estudo sobre intercâmbios sexuais e econômicos negociados em plataformas digitais(Universidade Federal do Pará, 2022-04-08) SALES, Jennefer Portela de; GONÇALVES, Telma Amaral; http://lattes.cnpq.br/7335593537033167; MOTTA-MAUÉS, Maria Angelica; http://lattes.cnpq.br/7861116876230464Esta pesquisa se propõe a identificar e analisar os intercâmbios afetivo-sexuais e econômicos, assim como as vivências e estratégias de mulheres belemenses para transitar no espaço virtual do mercado do sexo, amplamente afetado por transformações comunicacionais, impulsionadas pela internet. Em vista disso, os aportes teórico-metodológicos utilizados foram, dentre outros, os que seguem: Donna Haraway, Adriana Pisciteli, José Olivar, Elizabeth Bernstein e Pierre Lévy. Metodologicamente, fundamenta-se na observação de 467 anúncios dispostos nas plataformas digitais (F, G, N e S), utilizadas como “esquinas”. Para tanto, foram observados os regramentos e política de uso, as tipificações de serviços disponibilizados, tal como os perfis das anunciantes, durante o período de janeiro de 2020 a julho de 2021. Apoia-se, ainda, no encontro etnográfico com três mulheres cisgêneras com faixa etária de 24 a 35 anos, residentes na cidade de Belém do Pará, moradoras da chamada “periferia”, com nível superior completo, desempregadas, ou que vivenciam sua profissão de formação de modo precarizado, no período de dezembro de 2018 a setembro de 2020. Os dados apontam que o fator financeiro e a busca por ascensão social, são propulsores para o ingresso na prostituição, como um movimento temporário, que garante o investimento em qualificação profissional e o custeio de suas despesas básicas, que é facilitado pelas plataformas onde publicam seus perfis, as quais se apresentam como ambientes em que serviços sexuais são negociados. A pesquisa evidencia, ainda, o quanto o uso das tecnologias da informação e o acesso à internet, impacta inclusive nos intercâmbios sexuais, afetando no modo como os serviços são ofertados e quais serviços são procurados, possibilitando autonomia às anunciantes, comodidade, segurança e discrição na oferta dos serviços. Conclui-se que há um continuum de permanências e reconfigurações nos intercâmbios afetivo-sexuais e econômicos negociados no que chamo “esquinas virtuais”.Dissertação Acesso aberto (Open Access) “Essa casa não é do INCRA, essa casa é minha”: efeitos funcionais e simbólicos do crédito habitacional em uma Resex marinha da Amazônia.(Universidade Federal do Pará, 2023-02-01) ALVES, Débora Melo; RIBEIRO, Tânia Guimarães; http://lattes.cnpq.br/1193175057010343; https://orcid.org/0000-0003-1683-3659O objetivo desta dissertação é analisar a implementação do Crédito Habitacional do II Programa Nacional da Reforma Agrária (II PNRA) na Reserva Extrativista Marinha Caeté-Taperaçu (REMCT), que possibilitou a construção de habitações para uma parcela da população. A REMCT está localizada no município de Bragança, e é um território onde residem pescadores e capturadores de caranguejo. Esta análise busca identificar como a dinâmica local afeta e modifica as proposições funcionais da habitação que também é constituída por sua dimensão simbólica, a qual está inscrita na história de vida dos atores e no modo de viver em uma Resex; e, se a política de habitação em questão possibilitou ganhos na qualidade de vida dos contemplados por ela. A metodologia utilizada é predominantemente qualitativa, baseada na revisão bibliográfica, na análise de entrevistas feitas com as moradoras da REMCT, lideranças e técnicos, e de atas e documentos oficiais. Dados quantitativos levantados em bases oficiais são usados de forma complementar, com vistas a enfatizar as principais questões destacadas nas entrevistas. No que se refere ao campo teórico, parto da perspectiva da sociologia que possibilita analisar as relações entre Estado e sociedade, destacando a importância dos atores, processos e estruturas, com destaque à dimensão social (CORTÊS e LIMA, 2012), e por essa abordagem permitir apurar a compreensão do papel dos grupos sociais, cujas interações possuem poderes para influenciar as estratégias, os projetos e os resultados das políticas públicas (LASCOUMES e LE GALÈS, 2012). Os resultados vêm mostrando que a política do Crédito Habitacional do II PNRA tem potencial para reduzir desigualdades, isto porque a construção de habitações destinadas a populações empobrecidas, propicia um teto para morar e traz consigo estruturas funcionais como quartos, sala, cozinha, banheiro e água encanada, capazes de proporcionar mais qualidade de vida. Por outro lado, a política pública em questão não considerou aspectos regionais nem ambientais, e por tratar-se de um tipo de Unidade de Conservação a implementação da política deveria dialogar com a questão da sustentabilidade do território, considerando também a participação das populações locais na construção e implementação da política habitacional.
