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Tipo: Tese
Data do documento: 27-Jul-2020
Autor(es): BASSALO, Terezinha de Fátima Ribeiro
Afiliação do(s) Autor(es): SEDUC/PA - Secretaria de Estado de Educação
Primeiro(a) Orientador(a): SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da
Título: O lugar do corpo no corpo do lugar: uma etnografia da panha do açaí entre jovens da Ilha das Onças - Pa
Citar como: RIBEIRO, Terezinha de Fátima Alves. O Lugar do corpo no corpo do lugar: uma etnografia da panha do açaí entre jovens da Ilha das Onças - Pa. Orientador: Flavio Leonel Abreu da Silveira. 2020. 286f. Tese (Doutorado em Sociologia e Antropologia) - Instituto de Filosofia de Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2020. Disponível em: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/15980. Acesso em:.
Resumo: A relação entre corpos e lugares nas atividades cotidianas é o tema deste estudo que objetiva apresentar e ao mesmo tempo compreender, as formas e significados atribuídos a tais relações na prática da coleta do açaí. A pesquisa desenvolvida na Ilha das Onças – região insular próxima à Belém, capital do estado do Pará, região norte do Brasil – se deu a partir da entrada nos açaizais pertencentes a sete jovens interlocutores e interlocutoras – dois do sexo feminino e cinco do sexo masculino – e permitiu acompanhar o universo da “panha” do açaí, através de vivências e narrativas. A “panha” – nome dado pelos moradores/moradoras da Ilha das Onças à atividade de coletar o açaí – é aqui entendida como ação relacional entre humanos e plantas, que se expressa enquanto técnica e ao mesmo tempo enquanto habilidade individual porque conforma um jeito próprio de realização, cujo intuito é colher os frutos sem magoá-los, envolvendo riscos, alturas e muitos cuidados. Revela o quão imbricados estão os corpos das pessoas com os seus lugares de moradia, que também são lugares de trabalho. A coleta do açaí, dentre o conjunto de técnicas corporais praticadas nas ilhas próximas de Belém, é uma atividade secular, ancestral e, por isso, tradicional, sendo que o produto coletado é fonte de alimento e base econômica de quem vive na Ilha das Onças. A vivência nos açaizais acompanhando pessoas que coletam o açaí, resultou numa etnografia da “panha”, baseada em três movimentos corporais com ritmos distintos: a subida, a chegada na copa, a descida e outras percepções. Depois da “panha” vem a “dibulha” e o acondicionamento dos frutos em rasas de um jeito artesanal, porque belo e útil, preparando o momento em que o produto será exposto, tocado, degustado e comercializado. A “panha” também deixa marcas nos corpos das pessoas coletoras, revelando vestígios da agência da planta, estigmas e atribuição de masculinidade. Ela é “serviço de homem”, mas é de mulher também. Mulheres “panham” o “bébi” e “panham” o açaí. Em suma, as corporalidades de coletores e coletoras são constituídas por um imbricamento interagencial permanente e atualizado entre ambiente, sociedade e indivíduo que fica impresso nelas, como em um palimpsesto. A relação homem/mulher e planta/açaizeira configura um trançado nas paisagens da ilha.
Abstract: The relationship between bodies and places in daily activities is the theme of this study which aims to present and at the same time understand, the forms and meanings attributed to such relationships in the practice of collecting açaí. The research carried out on Ilha das Onças - an island region close to Belém, capital of the state of Pará, in the northern region of Brazil -took place from the entrance in the açaizais belonging to seven young interlocutors - two female and five male - and made it possible to follow the universe of açaí “panha”, through experiences and narratives. The "panha" - name given by the residents of Ilha das Onças to the activity of collecting açaí - is here understood as a relational action between humans and plants, which is expressed as a technique and at the same time as an individual skill why conforms one own way of accomplishment, whose aim is to reap the rewards without hurting them, involving risks, heights and a lot of care. It reveals how interwoven the bodies of people are with their places of residence, which are also places of work. The collection of açaí, among the set of body techniques practiced on the islands near Belém, is a secular, ancestral and, therefore, traditional activity, and the collected product is a source of food and an economic base for those who live on Ilha das Onças. The experience in the açaizais accompanying people who collect the açaí, resulted in an ethnography of the “panha”, based on three body movements with different rhythms: the ascent, the arrival at top of palm tree, the descent and other perceptions. After the “panha” comes the “dibulha” and the packaging of the fruits in rasas in a handmade way, because beautiful and useful, preparing the moment when the product will be exposed, touched, tasted and marketed. The “panha” also leaves marks on the bodies of the collectors, revealing traces of the plant's agency, stigmas and attribution of masculinity. She is a “man's job”, but she is also a woman's. Women “panham” the “bébi” and “panham” the açaí. In short, the bodies of collectors and collectors are constituted by a permanent and updated inter-agency interplay between environment, society and the individual that is imprinted on them, as in a palimpsest. The relationship between man / woman and plant / açaí sets up a braid in the island's landscapes.
Palavras-chave: Panha
Corporalidades
Ilha
Lugar
Trançado
Corporalities
Place
Braided
Área de Concentração: ANTROPOLOGIA
Linha de Pesquisa: ÉTICA, TRABALHO E SOCIABILIDADES
CNPq: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::ANTROPOLOGIA
CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::SOCIOLOGIA
País: Brasil
Instituição: Universidade Federal do Pará
Sigla da Instituição: UFPA
Instituto: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Programa: Programa de Pós-Graduação em Sociologia e Antropologia
Tipo de Acesso: Acesso Aberto
Fonte: 1 CD-ROM
Aparece nas coleções:Teses em Sociologia e Antropologia (Doutorado) - PPGSA/IFCH

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