Dissertações em Zoologia (Mestrado) - PPGZOOL/ICB
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2344
O Mestrado Acadêmico foi criado em 1985 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em Zoologia (PPGZOOL) do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) foi consolidado como um convênio entre Universidade Federal do Pará (UFPA) e Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Filogeografia de Bucco tamatia (Aves: Bucconidae): uma linhagem associada a florestas alagadas na Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2013-02) ALMEIDA, Bruno; ALEIXO, Alexandre Luis Padovan; http://lattes.cnpq.br/3661799396744570; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-7816-9725; SANTOS, Marcos Pérsio Dantas; http://lattes.cnpq.br/7941154223198901; https://orcid.org/0000-0001-8819-867XNeste trabalho nós apresentamos uma análise filogeográfica multilocus da espécie politípica B. tamatia a partir de sequências de dois marcadores mitocondriais (cytb e ND2) e quatro nucleares (BF7, MUSK, G3PDH e CHD) obtidas a partir 45 indivíduos amplamente distribuídos pela Bacia Amazônica. A partir de filogenias, informações de genética populacional e datação molecular foi possível reconstruir o contexto temporal e espacial do processo de diversificação dessa espécie. Nossos dados revelaram a existência de pelo menos três espécies biológicas e cinco espécies evolutivas/filogenéticas no complexo B. tamatia. O estudo revelou ainda uma relação entre áreas de endemismo ainda não descritas na literatura, entre as áreas do extremo leste da Amazônia e o oeste amazônico. Os dados obtidos aqui reforçam que dados moleculares quanto visto como reciprocamente informativos com dados geológicos e ecológicos podem ajudar na reconstrução de cenários evolutivos complexos como o de B. tamatia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O efeito das espécies raras e comuns na diversidade funcional de aves florestais em uma paisagem dominada por palma-de-dendê na Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2024-03) PINHEIRO, Beatriz Tavares; ALMEIDA, Sara Miranda; http://lattes.cnpq.br/2785084573828283; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-8372-5482; SANTOS, Marcos Pérsio Dantas; http://lattes.cnpq.br/7941154223198901; https://orcid.org/0000-0001-8819-867XO avanço da agroindústria na Amazônia representa uma grande ameaça à biodiversidade pois provoca desmatamento intenso para dar lugar à pecuária e monoculturas, como a palma-de-dendê. A perda de áreas florestais pode alterar a distribuição e o tamanho populacional das espécies raras, as quais são restritas em número de indivíduos ou área de ocorrência, afetando a estrutura funcional das comunidades e os serviços ecossistêmicos. Assim, nesse estudo avaliamos a contribuição das espécies raras e comuns para a diversidade funcional das comunidades de aves florestais em uma paisagem dominada por palma-de-dendê. A amostragem de aves foi realizada através de censo por pontos de escuta em plantações de palma-de-dendê e em fragmentos florestais na Amazônia oriental. Ao todo, registramos 232 espécies de aves, das quais 198 ocorreram nos fragmentos e 53 em plantação de palma. Para cada espécie registrada nos fragmentos florestais calculamos um índice de raridade, que combina a abundância local, o alcance geográfico e a especificidade de habitat. Para avaliar a estrutura funcional, calculamos a riqueza funcional (FRic), originalidade funcional (FOri), especialização funcional (FSpe) e a composição funcional (CWM), e as comparamos entre as comunidades de florestas e de plantações considerando três cenários: 1) florestas com todas as espécies versus palma; 2) espécies raras são removidas das florestas; e 3) espécies mais comuns são removidas das florestas. Houve uma clara diferença na composição de características entre os dois habitats. A remoção de espécies raras aumentou a diversidade funcional, mas diminuiu a redundância funcional. Em contraste, a remoção de espécies comuns reduziu os valores de FOri e FSpe, demonstrando que espécies comuns de aves florestais fazem contribuições funcionais únicas. Concluímos que a perda de espécies raras e comuns afeta as comunidades de aves florestais e que é essencial conservar e proteger áreas florestais para garantir a saúde e a resiliência do ecossistema.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Diversidade de helmintos parasitos de uma população de Osteocephalus cabrerai (Anura: Hylidae) na Amazônia brasileira(Universidade Federal do Pará, 2024-10) NEVES, Jorge Kevin da Silva; MELO, Francisco Tiago de Vasconcelos; http://lattes.cnpq.br/8939740618818787; https://orcid.org/0000-0001-8935-2923Os anfíbios são bons modelos de estudo para a diversidade de parasitos devido sua diversidade de estratégias de vida, se destacando como hospedeiros de diversos grupos de nematódeos, trematódeos, cestódeos, monogêneos e acantocéfalos. A estrutura da comunidade parasitária de anuros pode ser influenciada por diversos fatores bióticos ou abióticos e, apesar de terem sido muito estudadas, os táxons encontrados raramente são todos identificados ao nível de espécie. Até o momento, não existe nenhum estudo parasitológico para representantes de Osteocephalus cabrerai, sendo a fauna parasitária desse anuro totalmente desconhecida. O objetivo do presente estudo é caracterizar a diversidade de helmintos parasitos de O. cabrerai, da Reserva Extrativista Beija-Flor Brilho de Fogo. Esta dissertação é composta por dois capítulos. O primeiro consiste em um artigo já publicado que apresenta os primeiros registros de parasitos para O. cabrerai, analisando a composição e as características da comunidade parasitária, os padrões de distribuição dos parasitos e a correlação entre os fatores bióticos dos hospedeiros e a intensidade parasitária. Encontramos predominantemente nematódeos de ciclo de vida monoxênico, com alta prevalência e infecção abundante. A maioria dos espécimes encontrados representam o primeiro registro de parasitos para o gênero Osteocephalus. Além disso, nas nossas análises, os indivíduos com maior massa corporal tiveram uma tendência maior a infecção por helmintos parasitos. O segundo capítulo apresenta uma nota científica com as primeiras análises moleculares e filogenéticas que incluem Aplectana pella, chegando à conclusão de que o gênero Aplectana não é monofilético. Nós fornecemos o primeiro estudo sobre a estrutura da comunidade de helmintos de O. cabrerai, e adicionamos a primeira sequência de Aplectana da região Neotropical. Dessa forma, contribuímos para a compreensão da diversidade e ecologia de helmintos parasitos de anuros, além das relações filogenéticas de espécies da família Cosmocercidae.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ecologia urbana de uma abelha nativa: respostas comportamentais de colônias de uruçu amarela (Melipona flavolineata, Apidae, Meliponini) às variações climáticas em um gradiente de urbanização(Universidade Federal do Pará, 2020-02) GATTY, Dora Carmela Ramirez; VEIGA, Jamille Costa; http://lattes.cnpq.br/2287525928643401; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0001-7554-2785; CONTRERA, Felipe Andrés León; http://lattes.cnpq.br/0888006271965925; https://orcid.org/0000-0002-7078-5048A urbanização pode gerar mudanças na estrutura do ambiente afetando também processos físico- químicos. Essas mudanças ao longo do tempo têm provocado a perda de habitats e com elas a redução de populações de abelhas sem ferrão, que são um grupo de insetos importantes para a manutenção dos ecossistemas. As populações de abelhas sem ferrão, a diferença do gênero Apis, correm o risco de reduzir a sua população por serem pouco flexíveis às mudanças e sua possibilidade de adaptação a áreas urbanizadas é muito baixa. Por isso o nosso estudo teve por objetivo conhecer a ecologia urbana da espécie de abelha sem ferrão Melipona flavolineata, medindo a suas respostas no comportamento de forrageio e de postura aos parâmetros climatológicos em ambientes com diferentes graus de urbanização (agroflorestal- semi-urbano e urbano). Observamos 12 colônias de M. flavolineata durante cinco meses. As observações foram semanais intercalando atividade interna e atividade externa. A taxa de forrageio (média semanal), foi avaliada de 07h00 as 11h00 (horário de maior forrageio) e se contabilizavam as abelhas voltando à colônia, paralelo a esse processo se registraram dados de temperatura, umidade relativa, luminosidade e pressão barométrica. A taxa de postura (média semanal), foi avaliada durante quatro dias consecutivos na semana correspondente. Os resultados mostraram que os parâmetros climatológicos tiveram uma alta variação nos três pontos de coleta, afetando a performance das abelhas. A pressão barométrica e a umidade relativa do ar tiveram um efeito positivo e significativo sobre a coleta de pólen. Umidade relativa e a temperatura tiveram um efeito positivo e significativo com o forrageio de néctar; a pressão barométrica teve um efeito negativo, não significativo. A taxa de postura foi maior à medida que a umidade relativa do ar se acrescentava, mostrando uma relação positiva; a pressão barométrica teve um efeito positivo, mas não significativo. As relações entre a taxa de forrageio e a taxa de postura; assim como a relação entre a taxa de forrageio de pólen e a taxa de forrageio de néctar, foram positivas e significativas e não se diferenciaram entre os ambientes, apenas pela amplitude dos dados. Assim concluímos que a abelha sem ferrão M. flavolineata é uma espécie pouco tolerante a áreas completamente urbanizadas, e a sua capacidade de adaptar a ambientes com condições ambientais desfavoráveis é muito limitada, pois suas atividades estão restringidas pelas altas variações climáticas e provavelmente pela escassez de recursos alimentares. Nesse sentido seria bom implementar estudos da ecologia urbana de espécies menores, e adicionar nos estudos de respostas aos fatores climáticos o parâmetro da pressão barométrica que, ao parecer, segundo nossos resultados afetam o comportamento das abelhas sem ferrãoDissertação Acesso aberto (Open Access) Potencial de contribuição de Tapirus terrestris (Tapiridae, Perissodactyla) na restauração florestal pós mineração de bauxita na Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2024-03) AMARAL, Lia Torres; CERQUEIRA, Roberta Macedo; http://lattes.cnpq.br/2863595777814509; OLIVEIRA, Ana Cristina Mendes de; http://lattes.cnpq.br/1199691414821581; https://orcid.org/0000-0002-7863-9678A dispersão de sementes é um dos processos ecológicos fundamentais para a restauração florestal em áreas degradadas. Considerados os maiores herbívoros terrestres da América do Sul, as antas (Tapirus terrestris) têm participação essencial na dispersão de sementes, herbivoria e ciclagem de nutrientes nas florestas neotropicais. Neste estudo investigamos o potencial da espécie Tapirus terrestris em contribuir no processo de restauração florestal, através da dispersão de sementes, em áreas em restauração após a extração de bauxita. Para isso, coletamos 30 amostras fecais, triamos e identificamos as sementes encontradas. No total, registramos 51.961 sementes de 33 espécies, distribuídas em 11 famílias. Setenta e oito porcento das sementes registradas permaneceram fisicamente íntegras após passagem pelo trato digestório das antas. A alta concentração de fezes em áreas de restauração florestal mostra que estas áreas são atrativas para as antas. Os taxa mais abundantes foram dos gêneros Cecropia, Byrsonima, Mimosa e Solanum. Nossos resultados contribuem para reforçar o papel de dispersor de sementes atribuído à espécie Tapirus terrestris, além de acrescentar pelo menos sete espécies à lista já existente na literatura de plantas dispersadas por antas nos neotrópicos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estrutura da comunidade de helmintos parasitos de Bothrops atrox (Linnaeus, 1758) (Serpentes: Viperidae) da Amazônia Oriental brasileira(Universidade Federal do Pará, 2025-05) MOURA, Fred Gabriel Haick de; MELO, Francisco Tiago de Vasconcelos; http://lattes.cnpq.br/8939740618818787; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0001-8935-2923; MASCHIO, Gleomar Fabiano; http://lattes.cnpq.br/7967540224850999; https://orcid.org/0000-0002-9013-4437As serpentes desempenham um papel importante nos ciclos de vida de uma ampla variedade de helmintos parasitos, atuando tanto como hospedeiras definitivas quanto intermediárias. Diversos fatores podem influenciar a diversidade, a composição e a estrutura das comunidades parasitárias associadas a esses répteis. Bothrops atrox, uma serpente peçonhenta pertencente à família Viperidae com ampla distribuição pela Amazônia, é de grande relevância médica e, apesar de possuir uma helmintofauna relativamente bem conhecida, ainda há lacunas quanto à dinâmica das relações parasito-hospedeiro envolvendo essa espécie. Diante disso, nosso objetivo nesse estudo foi analisar a diversidade e estrutura da comunidade parasitária de B. atrox de duas localidades da Amazônia Brasileira. Estruturamos essa dissertação em dois capítulos, sendo que no primeiro apresentamos os resultados obtidos a partir de uma análise comparativa da estrutura da comunidade de helmintos parasitos de B. atrox de dois ambientes contrastantes da região amazônica: floresta ombrófila e campos naturais. Nossas análises revelam uma maior abundância de parasitos em hospedeiros proveniente de áreas florestadas, além de mostrar uma correlação positiva entre o tamanho dos hospedeiros e a abundância parasitária. Este é o primeiro estudo dedicado a investigar a diversidade e a estrutura das comunidades de helmintos de B. atrox em diferentes ecossistemas. No segundo capítulo apresentamos, com base em características morfológicas e dados moleculares, uma nova espécie do gênero Kalicephalus, que apresentou os maiores índices de abundância, dominância e prevalência nas comunidades florestais. Esse capítulo também tráz novas perspectivas sobre a história evolutiva do gênero, contribuindo para o entendimento da diversidade e da evolução desse grupo de parasitos. Assim, nosso estudo fornece dados inéditos para a compreensão da diversidade e ecologia de helmintos parasitos de serpentes na Amazônia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Padrão de distribuição de larvas de EPT (Ephemeroptera, Plecoptera, Trichoptera) em riachos na Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2025-03) RAMOS, Thaiz Maria; JUEN, Leandro; http://lattes.cnpq.br/1369357248133029; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-6188-4386; KOROIVA, Ricardo; http://lattes.cnpq.br/3262687790057613; http://orcid.org/0000-0002-6658-0824A dispersão é o deslocamento de organismos entre habitats na paisagem, sendo essencial para a colonização de espécies em novos locais e para manter a diversidade genética na região, e a sua eficiência está relacionada com a capacidade de dispersão de cada espécie, com as variáveis ambientais e com a distância entre os habitats. Os mecanismos de estruturação da comunidade e os impactos antrópicos sobre os invertebrados aquáticos têm sido avaliados através de abordagens baseadas em traços funcionais das espécies, mas a utilização deste método para determinar o potencial dispersivo das espécies ainda é pouco estudado. Com base nisso, o potencial dispersivo da maioria das espécies é observado de forma indireta ao utilizar traços funcionais e principalmente utilizando o conhecimento de especialistas. A partir deste cenário, o objetivo da dissertação foi avaliar o padrão de distribuição de larvas de EPT (Ephemeroptera, Plecoptera e Trichoptera), buscando classificar o potencial dispersivo dos gêneros com base em traços funcionais de dispersão e relacionar esses traços às variáveis ambientais. A dissertação está dividida em dois capítulos. No capítulo 1 avaliamos como os traços funcionais de dispersão de larvas de EPT estão relacionados com as condições ambientais de riachos da Amazônia Oriental. A maioria dos traços e suas categorias tiveram alguma associação, negativa ou positiva com algumas das nove variáveis físico-químicas selecionadas no estudo. Assim, corroboramos o fato de que as condições do ambiente influenciam a composição de traços funcionais de dispersão. No capítulo 2 classificamos o potencial dispersivo dos gêneros de larvas de EPT com base nos traços funcionais de dispersão e em consultas aos especialistas das ordens. Ephemeroptera foi a ordem com mais gêneros com alta capacidade de dispersão, enquanto os gêneros de Plecoptera tiveram valores médios e baixos para a dispersão. Já os gêneros de Trichoptera tiveram valores para o potencial dispersivo bem variados. Também avaliamos se a capacidade de dispersão dos gêneros de larvas de EPT estaria sendo refletido pela abundância e pela ocorrência nos riachos da Amazônia Oriental, o que não foi corroborado. Em nosso estudo, vimos o papel dos traços funcionais, sejam relacionados a dispersão ou não, sendo excelentes ferramentas utilizadas como proxiesDissertação Acesso aberto (Open Access) Influência das características morfológicas e do habitat físico sobre a capacidade de dispersão de Odonata em igarapés amazônicos(Universidade Federal do Pará, 2025-01) PEREIRA, Silvia Rafaela Alves; JUEN, Leandro; http://lattes.cnpq.br/1369357248133029; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-6188-4386; KOROIVA, Ricardo; http://lattes.cnpq.br/3262687790057613; http://orcid.org/0000-0002-6658-0824A capacidade de dispersão das espécies está diretamente ligada às características morfológicas, fisiológicas e comportamentais individuais, além do contexto ambiental em que vivem. Espécies com menor capacidade de dispersão tendem a ser mais vulneráveis às mudanças climáticas e ao uso intensificado da terra, em razão da perda de cobertura vegetal e fragmentação que acarretam mudanças na conectividade dos habitats e nas condições térmicas do ambiente. Investigamos neste estudo os fatores que afetam a capacidade de dispersão de Odonata adultos em igarapés na Amazônia, focando nas características morfológicas e no efeito do uso da terra e da integridade ambiental. Testamos as hipóteses: i) que o tamanho corporal, volume do tórax e largura da base das asas estarão relacionadas positivamente à capacidade de dispersão e a proporção das asas estará relacionada negativamente à capacidade de dispersão; ii) que a maior formação florestal e a integridade do habitat estarão negativamente relacionadas à capacidade de dispersão, pois a maior cobertura de dossel filtra indivíduos com menor capacidade de voo. O estudo foi realizado em 12 igarapés no município de Barcarena, Pará, Brasil. Utilizamos o método de marcação-recaptura e análise de dados por Modelos de Equações Estruturais. Consideramos variáveis de paisagem (formação florestal e pastagem), de habitat físico (cobertura do dossel do canal, vegetação rasteira lenhosa, largura do canal, índice de integridade de hábitat e temperatura), morfológicas (comprimento total do corpo, volume do tórax e proporção das asas) e como variável resposta utilizamos a capacidade de dispersão (distância em metros). Foram marcados 541 indivíduos (n=466 Zygoptera e n=75 Anisoptera). A taxa de recaptura foi de 29% para Zygoptera e 1,4% para Anisoptera. A maioria dos indivíduos recapturados foram machos pertencentes aos gêneros Mnesarete, Argia e Hetaerina. Aproximadamente, 91% dos indivíduos deslocaram-se menos de 60 metros. Os resultados utilizando apenas Zygoptera corroboraram parcialmente a primeira hipótese: a proporção das asas esteve negativamente relacionada à capacidade de dispersão, indicando que asas mais curtas e largas estão relacionadas a maior capacidade de voo. No entanto, não foi encontrada relação direta entre a integridade do habitat ou formação florestal sobre a dispersão, mas a formação florestal e a largura do canal influenciaram na morfologia da proporção das asas dos indivíduos. Esses padrões sugerem que gêneros encontrados em ambientes florestais, como Heteragrion, que apresentaram maior proporção das asas teriam menor capacidade de dispersão, que suportam maior temperatura e luminosidade, como Mnesarete e Hetaerina, exibiram menor proporção das asas e maior dispersão. Destacamos a vulnerabilidade dos indivíduos com menor capacidade de dispersão às modificações dentro de seus habitats aquáticos e na paisagem terrestre circundante por perda de cobertura vegetal.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A influência das características funcionais nas propriedades estruturais das redes de interações entre abelhas e plantas e na especialização das espécies(Universidade Federal do Pará, 2024-05) BRITO, Renata dos Reis; RIBEIRO, Felipe Martello; http://lattes.cnpq.br/7573847493388303; GIANNINI, Tereza Cristina; http://lattes.cnpq.br/5065441638246972; https://orcid.org/0000-0001-9830-1204As interações dentro de uma rede são reguladas por diversos fatores, incluindo as características funcionais das espécies, as quais podem prever a estrutura da rede e ainda definir os pares de parceiros interagentes. O objetivo central do presente estudo é avaliar a influência das características funcionais nas propriedades estruturais das redes de interações entre planta-abelha e na especialização das espécies em áreas de floresta na Amazônia Oriental. Para isso, foram coletados dados sobre interações em 14 pontos amostrais na Floresta Nacional de Carajás (Pará). Para descrever a estrutura topológica da rede foram utilizadas as métricas Diversidade de interações (ID, da sigla em inglês) e Homogeneidade de interações (IE), e para determinar quais espécies são generalistas ou especialistas, foi utilizada a métrica de especialização d’. A diversidade funcional foi representada pelas métricas: Dispersão Funcional (FDis) e Regularidade Funcional (FEve). Para avaliar se há diferença nas métricas ID e IE, considerando as 14 redes analisadas, foram feitas análises de Z-score. Para avaliar se e quais atributos funcionais das abelhas estão associados à especialização, foram utilizados modelos lineares para os atributos numéricos e ANOVA para os atributos categóricos. Para avaliar a relação de ID e IE com a diversidade funcional, foi feita uma seleção de modelos lineares corrigida pelo tamanho da rede, com as métricas de rede como variáveis respostas e as métricas funcionais como preditoras. Foram registradas 60 espécies de abelhas, visitando 74 espécies de plantas. Não houve diferença significativa da métrica ID e IE entre os pontos amostrais, o que indica que a diversidade e a homogeneidade de interações não variam entre os mesmos. A espécie Borreria ocymifolia (Roem. & Schult.) Bacigalupo & E.L.Cabral possui, em média, valores baixos de especialização d’ sendo também a mais comum, ocorrendo em 11 dos 14 pontos amostrados. Outras seis espécies de plantas mais comuns que foram identificadas também possuem, em média, valores baixos de especialização d’, o que pode indicar uma seleção de parceiros oportunistas em comparação a outras espécies nas redes. A espécie Trigona guianae Cockerell, 1910 possui, em média, valores intermediários de especialização d’ sendo também a mais comum, ocorrendo em todos os pontos amostrados. As características funcionais não tiveram relação com a especialização d’, seja de plantas ou abelhas. Neste estudo, a dispersão funcional das plantas foi positivamente relacionada com a diversidade de interações, sugerindo que as comunidades de plantas são funcionalmente mais singulares. O tamanho da rede também foi positivamente relacionado com a diversidade de interações. Destaca-se a importância de considerar a diversidade e a função das espécies nas redes de interação entre abelhas e plantas para a compreensão da ecologia dessas relações.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Integrando conhecimentos locais e armadilhas fotográficas para avaliar a detecção e as características ecológicas que afetam a presença e a abundância de vertebrados médios e grandes no Vale do Xingu, Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2024-10) VULCÃO, Otávio Augusto Pereira Leão; CARVALHO JUNIOR, Elildo Alves Ribeiro de; http://lattes.cnpq.br/7456274393700395; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0003-4356-2954; PEZZUTI, Juarez Carlos Brito; http://lattes.cnpq.br/3852277891994862; https://orcid.org/0000-0002-5409-8336A escolha de métodos adequados para observar mudanças populacionais de espécies de interesse em monitoramento ambiental é crucial para garantir a sustentabilidade de programas a longo prazo. Este é um desafio na avaliação de vertebrados de médio e grande porte, pela sua importância ecológica e custos relativamente elevados para avaliação. Na região tropical é usual o método de censo em transectos ou armadilhas fotográficas. Porém ambos os métodos tem suas limitações e podem ter custos elevados e de dificil manutenção, sobretudo em países tropicais megadiversos. A inclusão de métodos baseados no conhecimento ecológico local (CEL) pode contribuir com a sustentabilidade de programas de monitoramento. Avaliamos a congruência entre taxas de detecção obtidas por armadilhas fotográficas e avistamentos e vestígios detectados através de LEK em duas áreas protegidas da Amazônia Oriental, comparamos a probabilidade de detecção e testamos a influência de três traços ecológicos. Observamos que, apesar de uma relação positiva geral, as taxas obtidas por ambos os métodos apresentam alta variabilidade. Para 11 das 20 espécies, a probabilidade de detecção foi maior pelo método utilizando vestígios identificados pelo LEK dos monitores locais. Dentre os traços selecionados, massa corporal, sociabilidade e nicho trófico, apenas a última característica foi significativa dentro dos nossos modelos, apontando para uma capacidade de detecção baseada principalmente pelos padrões de comportamentais das espécies. Nossos resultados demonstram a grande capacidade dos monitores locais em detectar a presença de espécies de interesse, e da aplicabilidade do CEL em monitoramentos faunísticos. Recomendamos estratégias de pesquisa colaborativa e a inclusão de seus saberes e experiência das populações locais em programas de monitoramento e conservação na Amazônia e em outros sistemas tropicais, que são as regiões mais ricas tanto em diversidade biológica como sóciocultural.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Phylogeography and population genetics of the needle-billed hermit (phaethornis philippii, aves, trochilidae)(Universidade Federal do Pará, 2020-02) NASCIMENTO, Nayron Francês do; ALEIXO, Alexandre; http://lattes.cnpq.br/3661799396744570; https://orcid.org/0000-0002-7816-9725Phaethornis philippii é uma espécie monotípica de beija-flor, com distribuição nas florestas úmidas da Amazônia Ocidental e Central. Ocorrendo a leste do Peru, norte da Bolívia e parte do Brasil, ao sul do Solimões e do rio Amazonas e a oeste do rio Tapajós. Apesar de ter sido incluída em alguns trabalhos anteriores, a história evolutiva da espécie ainda não foi bem elucidada. Para isso, no presente trabalho, buscamos revisar a taxonomia da espécie através de caracteres morfológicos e moleculares, além de propor uma hipótese filogenética mais densa para as linhagens agrupadas em P. philippii e investigar sua história de diversificação, comparando-a com cenários biogeográficos já propostos para a Amazônia. Nossas análises filogenéticas e de genética de populações revelaram seis linhagens reciprocamente monofiléticas em P. philippii e sugerem que a diversificação ocorreu durante o Pleistoceno entre aproximadamente 2.5 e 0.3 milhões de anos. Nossos resultados mostram que Phaethornis philippii parece ter dificuldades em atravessar algumas barreiras, como os principais rios da Amazônia, e que mesmo rios relativamente mais estreitos como o Aripuanã, Jiparaná e Tarauacá podem representar barreiras à dispersão, reforçando a hipótese de que os “mini-interfluvios” também têm uma influência notável na estruturação e diversificação de aves na Amazônia. Nosso estudo lança luz sobre a dinâmica populacional histórica dessa espécie, que também pode ter sido influenciada por variações climáticas durante Pleistoceno tardio, onde encontramos evidências de eventos recentes que influenciaram na diversificação de linhagens em P. philippii, associados principalmente à cursos atuais e históricos de rios amazônicos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Contribuições taxonômicas para Palpigera Hebard (Orthoptera:Phalangopsidae) com descrição de novas espécies , novos registros e proposição de um novo gênero para Luzarina(Universidade Federal do Pará, 2025-04) FRANCO, Lianderson Farias; TAVARES, Gustavo Costa; http://lattes.cnpq.br/1932927205901338; HTTPS://ORCID.ORG/0000-0002-1395-7552; FERNANDES, José Antônio Marin; http://lattes.cnpq.br/6743352818723245; https://orcid.org/0000-0001-7450-5296A subtribo Luzarina é a mais representativa da região neotropical, contando atualmente com 128 espécies válidas distribuídas em 49 gêneros. Neste estudo, contribuímos para o conhecimento do grupo por meio da descrição de cinco novas espécies de Palpigera e preposição de um novo gênero monotípico, Parapalpigera amazonica gen. et sp. Nov. As cinco espécies de Palpigera foram identificadas a partir espécimes coletados em diferentes localidades do Brasil, incluindo Serra do Cachimbo (PA), Canaã dos Carajás (PA), São José do Rio Claro (MT), Cocalzinho de Goiás (GO) e o Parque Nacional das Sete Cidades (PI). A análise morfológica e da genitália interna revelaram que essas espécies diferem de outros membros do grupo em características como o formato dos palpos, do décimo tergito, das glândulas metanotais, na disposição dos tímpanos nas pernas anteriores, nas células das veias das tégminas e na morfologia do complexo fálico. Essas espécies representam os primeiros registros de Palpigera para as regiões Norte e Nordeste do Brasil. Além da descoberta de Parapalpigera gen. nov., para a Floresta Amazônica. Esse novo gênero, com parentescos a Melanotes e Palpigera, distingue-se por suas tégminas reduzidas sem aparato estridulatório, ausência de tímpano, palpos longos e delgados, formato do esclerito do endofalo, pelo apódema do endofalo bifurcado e pelo formato da papila copulatória feminina. Esses achados ampliam o conhecimento taxonômico e biogeográfico da subtribo Luzarina na região neotropical.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Taxonomia de Dasythemis (Karsch, 1889) (Odonata: Libellulidae)(Universidade Federal do Pará, 2024-11) MIRANDA FILHO, Jair da Costa; VILELA, Diogo Silva; http://lattes.cnpq.br/3091410701509383; NASCIMENTO, Jeane Marcelle Cavalcante do; http://lattes.cnpq.br/3880118795645876; https://orcid.org/0000-0002-5428-7495Dentre os insetos da ordem Odonata, a subordem Anisoptera se destaca por sua distribuição cosmopolita e por apresentar alta capacidade de dispersão. Isso é facilitado por possuírem asas largas e não pecioladas, com área anal mais desenvolvida nas asas posteriores. Ao repousar, os indivíduos desta subordem são reconhecidos por manterem as asas abertas. Além disso, anisópteros possuem corpo robusto e elevada capacidade de voo. Atualmente, essa subordem encontra-se dividida em cinco superfamílias: Aeshnoidea, Petaluroidea, Gomphoidea, Cordulegastroidea e Libelluloidea. Em Libelluloidea está inserida a família mais diversa e onipresente da subordem, Libellulidae, onde encontra-se o grupo alvo da presente pesquisa. Dasythemis é endêmico da América do Sul e apresenta um histórico taxonômico complexo. A carência de estudos recentes evidencia falhas significativas na compreensão da diversidade, taxonomia e distribuição geográfica das espécies deste grupo. Diante disso, a presente pesquisa teve por objetivo preencher essas lacunas, por meio de uma revisão detalhada da literatura, análise de material coletado em diferentes regiões e um estudo detalhado da morfologia. Para isso, foram analisados 168 espécimes de 11 instituições distribuídas em 3 países da América do Sul: Argentina, Brasil e Peru. Para as redescrições, as terminologias das asas seguiram a proposta de Riek e Kukalová-Peck (1984), com modificações de Bechly (1996). Os indivíduos foram identificados com base em chaves gerais de identificação e trabalhos de descrição original. A nomenclatura das demais estruturas morfológicas foram baseadas em Asahina (1945) e Garrison et al. (2006). Fotografias foram obtidas com auxílio de microscópio estereoscópio acoplado a uma câmera e iluminadas por uma cúpula de LED para luz uniforme. Como resultado, todas as quatro espécies e uma subespécie foram redescritas de forma padronizada, utilizando-se características empregadas em trabalhos mais recentes para o grupo. Todas as espécies foram ilustradas com fotografias; além disso, a vesica spermalis foi analisada sob Microscopia Eletrônica de Varredura (MEV), ilustrando, pela primeira vez, essa estrutura em detalhes.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Taxonomia de Stenochironomus Kieffer, 1919 (Diptera: Chironomidae) da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2025-02) SOUSA, Arthur Felipe Diniz; DANTAS, Galileu Petronilo da Silva; http://lattes.cnpq.br/1581395125825780; NASCIMENTO, Jeane Marcelle Cavalcante do; http://lattes.cnpq.br/3880118795645876; https://orcid.org/0000-0002-5428-7495Stenochironomus Kieffer, (Diptera: Chironomidae) é um grupo diverso e cosmopolita, cuja taxonomia é baseada principalmente na morfologia da genitália dos machos adultos. O gênero foi revisado por Borkent que elaborou chaves de identificação para larvas, pupas e adultos para as regiões Neártica, Neotropical e Paleártica. Além disso, o autor propôs a subdivisão do gênero em dois subgêneros com base na morfologia e no habitat dos estágios imaturos: Stenochironomus (Petalopholeus) Borkent, para espécies minadoras de folhas, e Stenochironomus s. str. Kieffer, para larvas minadoras de troncos. Existem cerca de 112 espécies de Stenochironomus distribuídas pelo mundo (exceto na Antártida), das quais 39 ocorrem na região Neotropical e 30 no Brasil, sendo 27 registradas na região Amazônica. Contudo, alguns estágios imaturos de Stenochironomus neotropicais ainda são desconhecidos: das 39 espécies descritas para a região, apenas 24 possuem pupas descritas e 18 possuem larvas descritas. Baseando-se nessa lacuna, o presente trabalho teve como objetivo geral realizar um estudo taxonômico sobre Stenochironomus na Amazônia. Para tanto, foi analisado material oriundo de coletas realizadas anteriormente pelo Laboratório de Citotaxonomia e Insetos Aquáticos (INPA) na Amazônia brasileira. A associação com os estágios imaturos foi possível a partir da coleta de folhas submersas colonizadas por larvas de Stenochironomus, que foram transportadas para criação em laboratório até a emergência dos adultos. Também foi analisado material proveniente de armadilhas Malaise e Pennsylvania. Como resultado foram descritas oito espécies novas para o gênero, das quais cinco foram descritas com base no macho, pupa e larva, uma descrita com base no macho e pupa, e duas com base apenas no macho. Além disso, a distribuição de Stenochironomus figueiredoensis Dantas, Hamada & Mendes, Stenochironomus liviae Dantas, Hamada & Mendes e Stenochironomus roquei Dantas, Hamada & Mendes foi ampliada para o estado do Acre. Assim, este trabalho contribui para o conhecimento taxonômico de Stenochironomus no Brasil, principalmente na Amazônia, aumentando o número de espécies conhecidas na região.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Urhai gen. nov., um novo gênero para Edessinae (Hemiptera: Heteroptera: Pentatomidae)(Universidade Federal do Pará, 2025-03) FERREIRA, Adiney Ferreira; FERNANDES, José Antônio Marin; http://lattes.cnpq.br/6743352818723245; https://orcid.org/0000-0001-7450-5296Edessinae é a segunda mais diversa subfamília de Pentatomidae, com aproximadamente 500 espécies descritas distribuídas em 17 gêneros. Este táxon é considerado monofilético, sustentado por evidências moleculares e características morfológicas. Entre os gêneros, Edessa destaca-se por abrigar mais de 300 espécies, porém enfrenta desafios taxonômicos, incluindo problemas de nomenclatura e de classificação, sendo frequentemente considerado um "depósito de espécies". Este trabalho tem como objetivo a descrição de um novo gênero com três espécies anteriormente alocadas em Edessa e cinco espécies novas. Para o estudo foram analisados 94 exemplares provenientes de instituições nacionais e estrangeiras. Urhai gen. nov. é facilmente reconhecido pela morfologia do corpo por apresentar pincipalmente a cabeça com pontuações medianas formando duas listras verticais no clípeo, artículos antenais I–III com pequenas manchas circulares escuras, pronoto com ângulo umeral desenvolvido; achatado e pontuado dorsoventralmente; margem distal laminar; ângulo posterior espiniforme, margem posterior do pronoto cobrindo a parte anterior do escutelo, processo metasternal achatado; braços anteriores da bifurcação atingindo ou quase o limite da propleura; margem distal geralmente reta. Diagnoses, chave de identificação das espécies e mapas de distribuição foram apresentados. Esse estudo representa grande importância na compreensão da diversidade de Edessinae.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O futuro dos quelônios amazônicos no contexto das mudanças climáticas(Universidade Federal do Pará, 2023-04) SILVA, Iago Barroso da; FAGUNDES, Camila Kurzmann; http://lattes.cnpq.br/7942655716698636; MASCHIO, Gleomar Fabiano; http://lattes.cnpq.br/7967540224850999; https://orcid.org/0000-0002-9013-4437A avaliação dos efeitos do aquecimento global na distribuição das espécies é amplamente necessária para o entendimento das suas consequências na biodiversidade. Com base no conhecimento sobre os impactos atuais e previstos das mudanças climáticas na Amazônia e no grupo dos quelônios, este estudo utilizou modelos de distribuição de espécies para compreender as consequências dessas modificações nas áreas potenciais de ocorrência das espécies, respondendo as seguintes questões: 1) Quais as regiões e qual a extensão da distribuição dos quelônios amazônicos que serão afetadas pelas mudanças climáticas futuras? 2) Quais espécies serão mais impactadas? Como resultados, observamos que os modelos apresentaram desempenhos consideráveis. Destacam-se as, como projeções de distribuições potenciais no período atual, a ampla distribuição das espécies Chelonoidis denticulatus; C. carbonarius e Platemys platycephala. Para as projeções no cenário climático futuro, todas as espécies perderam área potencial. Phrynops tuberosus (87.69%), M. nasuta (82.51%), P. platycephala (45.16%), M. raniceps (43.96%), P. sextuberculata (38.69%), C. denticulatus (36.19%) são as espécies que mais perderam área nesse cenário. Para um cenário de um futuro mais extremo, as espécies que perderam maior área potencial são M. nasuta (98.93%), P. tuberosus (97.87%), P. erythrocephala (66.26%), M. raniceps (63.46%), C. denticulatus (61.62%). Quelônios são animais muito afetados pela dinâmica hidrológica dos corpos d’água, a qual será especialmente impactada na Amazônia, prevendo-se modificações na vazão, precipitação, umidade, extensão de inundação e na intensidade desses fenômenos em diferentes estações da bacia. Essas mudanças trarão efeitos deletérios para os quelônios, os quais dependem do nível dos rios e da área e período de inundação para reprodução e alimentação. Quelônios com hábitos semiaquáticos também perdem áreas importantíssimas de alimentação com a modificação do regime hidrológico e da paisagem do entorno dos rios. É muito preocupante o fato que todas as espécies de quelônios da Amazônia serão afetadas pelas mudanças climáticas, sendo que a grande maioria perderá amplas extensões de áreas ambientalmente adequadas para sua ocorrência. Ações governamentais mitigatórias, a longo prazo, em diferentes escalas, são essenciais para suavizar os impactos desse cenário e contribuir para a conservação dessas espécies.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Trilha de pesquisador e trilha de morador: análise comparativa para o monitoramento da fauna em duas unidades de conservação na Terra do Meio, Amazônia Oriental, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2021-04-30) SANTOS, Paola Maria Feio; ENDO, Whaldener; http://lattes.cnpq.br/8408566223923754; https://orcid.org/0000-0002-7305-4398; PEZZUTI, Juarez Carlos Brito; http://lattes.cnpq.br/3852277891994862; https://orcid.org/0000-0002-5409-8336AAmazônia conta com uma elevada diversidade de vertebrados de médio e grande porte, que são essenciais para a dinâmica florestal. Estes também são os mais caçados por populações humanas locais e, em decorrência disso, ocorrem alterações na composição, riqueza e abundância deste grupo de animais pelo território. Essa interação entre humanos-animais gera distúrbios para ambas as partes, reduzindo as chances de encontros diretos ou indiretos, acarretando prejuízos à caça de subsistência de comunidades locais. Devido a essa situação, discute-se a capacidade de persistência da vida selvagem em áreas de densidades humanas variadas, especialmente em áreas protegidas, sendo necessário estabelecer programas de monitoramento para compreender e lidar com as ameaças citadas anteriormente. Este trabalho procurou avaliar a viabilidade do uso de trilhas de moradores (TM) para o monitoramento de vertebrados, comparando com os resultados obtidos em transecções lineares destinadas ao monitoramento de mamíferos de médio em grande porte e aves cinegéticas, em trilhas de pesquisador do protocolo TEAM (TPt) e Trilhas de pesquisador do Protocolo Mínimo (TPm). Os resultados obtidos nas curvas de rarefação de espécies, riqueza e Análise de Escalonamento Multidimensional Não- Métrico (NMDS), indicaram que houve uma diferença significativa na composição de espécies obtidas em TM, TPt e TPm. Apesar da diferença significativa entre as áreas, os dados de riqueza e abundâcia em TPt foram mais estáveis entre todas as espécies registradas, além de demonstrarem uma similaridade com os dados de riqueza e abundância obtidos em TM. Portanto, é possível que as futuras ações de monitoramento possam ocorrer em trilhas de moradores presentes nas reservas extrativistas, o que permitiria uma ampliação de áreas monitoradas, a redução dos custos de implementação e manutenção de protocolos de monitoramento com uma maior participação das populações locais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Sarcophaginae (Diptera: Sarcophagidae) da Amazônia Brasileira(Universidade Federal do Pará, 2019-08) SOUZA, Matheus Tavares de; CARVALHO FILHO, Fernando da Silva; http://lattes.cnpq.br/7987049452090800; ESPOSITO, Maria Cristina; http://lattes.cnpq.br/2112497575917273; https://orcid.org/0000-0001-8735-5338A família Sarcophagidae (Diptera) tem distribuição cosmopolita e compreende cerca de 3.000 espécies e 355 gêneros descritos. Dentre suas subfamílias, Sarcophaginae é a mais diversa e ambundante no novo mundo. Há poucos estudos sobre a família para a região Neotropical, sobretudo para a região Amazônica onde há uma carência de taxonomistas no grupo. Sendo assim, o trabalho levantou as espécies da subfamília Sarcophaginae registradas para a Amazônia Brasileira e ampliou o conhecimento da fauna, através de descrição e redescrição de espécies e confecção de chave dicotômica para as espécies da região. O trabalho foi realizado com base na bibliografia atual e nos exemplares de quatro coleções entomológicas do Brasil. Foram feitas análises morfológicas, medições e ilustrações de espécimes machos. Foram encontrados 132 espécies e 31 gêneros de Sarcophagidae para a Amazônia Brasileira. Foram descritas duas espécies novas do gênero Dexosarcophaga e uma do gênero Rettenmeyerina . Foi feita uma redescrição da espécie Promayoa peculiaris Dodge, 1966, com novas ilustrações. Foi confeccionado uma chave dicotômica para as espécies ocorrentes na região, com exceção das espécies do gênero Lepidodexia , no qual não foram incluídas na chave pelo grande número de espécies neotropicais não descritas e a falta de revisão que este gênero precisa, tornando qualquer esforço prematuro.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Efeito da exploração madeireira na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes em riachos de terra firme na Amazônia Oriental(Universidade Federal do Pará, 2018-04) JACOB, Laís Lobato; PRUDENTE, Bruno da Silveira; http://lattes.cnpq.br/0790796091423878; https://orcid.org/0000-0003-4226-2431; SILVA, Rogério Rosa da; http://lattes.cnpq.br/5989181105383977Alterações ambientais resultantes da exploração madeireira modificam a estrutura física do habitat de riachos indiretamente, e consequentemente a estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes. O presente estudo objetivou avaliar o efeito das modificações na estrutura física do habitat, resultantes da exploração madeireira convencional (EC) e de impacto reduzido (EIR) na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes de riachos da Amazônia Oriental, verificando (1) quais variáveis da estrutura física do habitat estão associadas aos diferentes métodos de exploração; (2) se há diferença na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes dos diferentes tratamentos, e (3) quais caracteres ecomorfológicos estão associados a variáveis físicas do habitat. Em cada riacho foram mensuradas 14 variáveis físicas do habitat, bem como realizadas coletas de peixes utilizando redes de mão. Os espécimes coletados foram acometidos em Eugenol, fixados em formalina a 10% e depois de 48h transferidos para álcool 70%. Possíveis diferenças na estrutura do habitat e na estrutura ecomorfológica das assembleias de peixes entre os tratamentos, foram avaliadas por uma Análise Discriminante Linear Múltipla (MLDA). As relações entre as variáveis do habitat e os caracteres ecomorfológicos foi avaliada através de Análise de Redundância (RDA). A estrutura do habitat dos riachos diferiu entre todos os tratamentos, sendo que áreas controle apresentaram maior cobertura vegetal e maior tamanho médio de substrato. Quanto à ecomorfologia, também constatamos que houve diferença na estrutura ecomorfológica entre todos os tratamentos. Em ambientes de EC, espécies com maior comprimento relativo da cabeça, com a nadadeira peitoral mais larga e com pedúnculo caudal mais comprimido foram predominantes nesses ambientes; em áreas controle espécies com boca mais larga foram favorecidas; e em áreas de EIR, espécies mais achatadas foram predominantes. A exploração madeireira afeta a estrutura do habitat dos riachos, resultando na perda de cobertura vegetal e no tamanho médio de substrato. Houve redução da cobertura vegetal e de tamanho médio do substrato em áreas de EC e áreas de EIR. Nesse sentido, acredita-se que tanto a EC quanto a EIR tem potencial para alterar a estrutura ecomorfológica, e consequentemente os serviços ecossistêmicos prestados pelas assembleias de peixes de riachos da Amazônia. Então, mesmo que a EIR reduza os danos as florestas, não está conseguindo proteger os ecossistemas de riachos, visto que foi constatada alterações nesses ambientes quando comparados com áreas controle. Contudo maiores esforços devem ser empregados para entendermos completamente tal relação e proporções que os danos podem causar ao ecossistema.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Biologia reprodutiva do peixe tetra splash Copella arnoldi (Regan 1912) em uma bacia do atlântico noroeste ocidental(Universidade Federal do Pará, 2017-12) FARIAS, Rafael Rodrigues; ROCHA, Rossineide Martins da; http://lattes.cnpq.br/4371300451793081; https://orcid.org/0000-0001-9224-3138; MONTAG, Luciano Fogaça de Assis; http://lattes.cnpq.br/4936237097107099; https://orcid.org/0000-0001-9370-6747Peixes que desovam em ambiente terrestre tendem a ter um maior gasto energético contra o risco de desidratação dos ovos e com o grau de sobrevivência de juvenis, acabando por ajustar a sua reprodução com as condições hidrológicas do ambiente. Assim sendo, o presente trabalho teve como objetivo analisar a influência da precipitação na biologia reprodutiva do peixe tetra splash Copella arnoldi no rio Taiassuí, uma bacia do Atlântico Noroeste Ocidental, Estado do Pará, Brasil. Um total de 171 espécimes foram coletados em campanhas bimensais de agosto de 2016 a junho de 2017, em laboratório foi avaliado comprimento padrão e o peso total, em seguida os espécimes foram eviscerados para posterior pesagem e análise das gônadas. Análises histológicas foram realizadas para determinação do estágio de desenvolvimento gonadal. As gônadas maturas foram colocadas em solução de Gilson e dissociadas para obtenção dos dados de fecundidade e tipo de desova. Em média, cada fêmea madura de C. arnoldi. possuí 85 oócitos; a menor e maior frequência de diâmetro dos oócitos ficou na classe dos 700 a 300 μm, respectivamente; a distribuição do tipo modal indica uma desova total. O L50 foi estimado em 18,09 mm para fêmeas e 18,52 mm para os machos. A relação peso-comprimento indicou que fêmeas e machos tendem a crescer em proporções iguais de peso e comprimento. O fator de condição não variou em relação ao ciclo pluviométrico, apesar de valores levemente mais altos serem observados durante o período de estiagem. A razão sexual se manteve ao esperado (1:1) para todo o período de estudo, entretanto durante abril e agosto há uma predominância de fêmeas na população. A período de desova de C. arnoldi aparenta estar associado a estação de maior precipitação, visto que dois picos reprodutivos podem ser observados em dezembro (início do período chuvoso) e abril (mês de maior precipitação). Assim, evidenciamos que C. arnoldi sincroniza a desova com a estação chuvosa provavelmente devido a um menor risco de desidratação dos ovos e maior sobrevivência de juvenis.
