Matemazônia: textos estranhos que se entretecem

Existe um lugar, nele há esforços para que suas fronteiras se borrem, onde a racionalidade abriu suas cancelas para novas formas de pensar e produzir conhecimentos, onde as palavras de uma hábil anciã tecem reflexões sobre multidimensionalidades, dentro de uma poética que entrelaça Matemática e Literatura, Ciência e Arte, poesia e prosa, onde uma vertente chamada Magtética expressa uma concepção epistemológica em que a vida e seus aspectos sensíveis não podem ser desconsiderados do tecido de nossa existência, esse lugar se chama Matemazônia. Perdida entre a imaginação e a realidade, Matemazônia tona-se solo deste estudo que, por meio do que foi chamado de “textos estranhos que se entretecem”, busca refletir questões relacionadas à Educação, com ênfase à Educação Matemática e suas articulações poéticas, a partir de uma perspectiva transdisciplinar, à luz do pensamento complexo, utilizando a mitologia matemazônica como fundo narrativo. De caráter qualitativo e de interface literário-matemática, esta pesquisa se caracteriza como uma ressignificação à pesquisa bibliográfica, uma vez que são adotadas, em seu método, as características do uso bibliográfico, ao mesmo tempo em que há esforços para construir uma existência científica dentro deste lugar famigerado e imaginário, expressa por meio de exercícios narrativos. Alicerçada em justificativas que perpassam aspectos da formação do próprio pesquisador, esta investigação se apoia, sobretudo, no anseio de construir novos significados na pesquisa acadêmica, lançando mão da imaginação, da estética, da criatividade. Impulsionado por autores como Morin (1999, 2005, 2015, 2020), D’Ambrosio (1991, 2001, 2005, 2008, 2019), Skovsmose (2007, 2008), Gardner (1994, 1995), Montoito (2019, 2020, 2021) e Derrida (2001), os esforços para a existência desta produção acadêmica nos propõe, em sua derradeira, a importância de subverter as fronteiras de uma ciência e de uma matemática dominante e rígida, limitantes aos horizontes de um conhecimento atravessado pela transdisciplinaridade, de modo a tornar este estudo uma possível referência a outros trabalhos e perspectivas que contemplam olhares e posturas transversais.