Para uma pedagogia cultural da tradição: práticas de professores ribeirinhos na Ilha de Marajó

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2017-12-05

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Universidade Federal do Pará

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Acesso Aberto
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PIRES, Esmeraldo Tavares. Para uma pedagogia cultural da tradição: práticas de professores ribeirinhos na Ilha de Marajó. Orientador: Prof. Dr. Carlos Aldemir Farias da Silva. 2017. 168 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Educação Matemática e Científica, Belém, 2017. Disponível em: PedagogiaCulturalTradicao_Dissertacao. Acesso em:.

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A ação docente assume papel fundamental no campo educacional em qualquer nível de ensino. Logo, as práticas dos professores na escola devem espelhar o contexto sociocultural vivido pelos estudantes, sobretudo em turmas multianos ribeirinhas, nas quais o universo é plural. A temática das práticas docentes nas escolas campesinas tem mobilizado diversos estudos e novos argumentos ganham potência a partir das pesquisas de Gonçalves (2005), Oliveira (2003, 2008, 2009, 2011), Almeida (2010, 2017), Farias (2006) e Hage (2005, 2006, 2011). Esse conjunto de autores demonstra a importância a respeito das discussões sobre as práticas desenvolvidas pelos professores dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental em turmas multianos e valorizam a diversidade cultural das populações ribeirinhas na Amazônia. O questionamento desta pesquisa centra-se em entender como sucede o ensino de Ciências nos Anos Iniciais da Educação Básica e a integração de saberes em turma multianos na escola ribeirinha. A fim de perscrutar a questão de investigação, trabalhamos com entrevistas compreensivas (KAUFMANN, 2013) e com observação (VIANNA, 2003). Permanecemos na escola de julho de 2016 a abril de 2017, quando gravamos as entrevistas semiestruturadas e fizemos as observações concomitantemente. Ao longo desses nove meses, entrevistamos três docentes que lecionam na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Santa Elisa, no município de Ponta de Pedras, na Ilha de Marajó, estado do Pará, e realizamos observações em suas salas de aula, objetivando analisar como os professores integram saberes em suas aulas de Ciências nos anos escolares iniciais em turmas multianos. A partir da análise das seis práticas intituladas biojoias, carimbó, matapi, plantas e ervas, contos e corpo, desenvolvidas pelos professores, foi possível compreender o significado que eles atribuem à sua cultura e como acolhem saberes plurais em suas aulas, fortalecendo, assim, a identidade dos estudantes ribeirinhos, uma vez que os conteúdos curriculares dispostos nos livros didáticos não abarcam plenamente a complexidade exigida pelas turmas multianos. Como resultado, inferimos que as práticas desenvolvidas integram saberes socioculturais da região com os conhecimentos escolares, tornando-os significativos na vida dos estudantes, o que contribui para a valorização da identidade e da diversidade cultural dos ribeirinhos marajoaras. Cultivar práticas que tenham por base os saberes socioculturais seculares das populações ribeirinhas permite reafirmar os princípios éticos da educação em prol de uma sociedade múltipla, plural e diversa. Esperamos, assim, que as reflexões propostas fomentem outras discussões com enfoque na educação ribeirinha na Amazônia. Conclui-se que a vida ribeirinha amazônica – se reatualizada pelas práticas educativas nas escolas – permite a afirmação e atualização da diversidade sociocultural da região. Uma pedagogia cultural da tradição pode favorecer aos alunos ribeirinhos a construção de um horizonte de futuro, onde sejam eles a definir o curso das águas que desejarem.

Agência de Fomento

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PIRES, Esmeraldo Tavares. Para uma pedagogia cultural da tradição: práticas de professores ribeirinhos na Ilha de Marajó. Orientador: Prof. Dr. Carlos Aldemir Farias da Silva. 2017. 168 f. Dissertação (Mestrado em Educação em Ciências e Matemáticas) - Universidade Federal do Pará, Instituto de Educação Matemática e Científica, Belém, 2017. Disponível em: PedagogiaCulturalTradicao_Dissertacao. Acesso em:.