Os "bons europeus" e a "nova síntese" no pensamento nietzschiano

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2021-04-26

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Universidade Federal do Pará

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FEITOSA, Wesley Leite. Os "bons europeus" e a "nova síntese" no pensamento nietzschiano. Orientador: Ernani Pinheiro Chaves. 2021. 103 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13740 . Acesso em:.

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A presente dissertação consiste em uma análise hermenêutico-filológica a respeito dos desdobramentos filosóficos de Nietzsche sobre o conceito de “bom europeu” enquanto questão fundamental em sua tarefa de superação da moral. O termo “bom europeu” ocorre em dois períodos distintos de pensamento na obra de Nietzsche. A primeira menção está presente em seus textos intermediários (1876-1882), nos quais o autor discorre sobre o problema da linguagem, da metafísica e da cultura. Nesta ocasião, o filósofo discute sobre a formação do sujeito e os processos de coerção do indivíduo na cultura que condicionam o pensamento e o comportamento humano. Esta abordagem suscita em seu pensamento a necessidade da elaboração de uma tarefa de superação da moralidade/tradição, sobre o qual o conceito de “espírito livre” é formulado. Os conceitos de “espírito livre” e “bom europeu” são associados enquanto sinônimos na fase intermediária de seu pensamento, o segundo termo enfatiza a necessidade de distanciamento e superação das pátrias e discute sobre o nacionalismo alemão do século XIX. Em seus textos tardios (1883-1889), o conceito de “bom europeu” é reintroduzido em um novo contexto em que o autor desenvolve sua crítica à moral e superação da visão etnocêntrica no pensamento moderno europeu. Desta forma, Nietzsche estabelece níveis hierárquicos de visão e superação, quais sejam: 1. Europeu; 2. Supraeuropeu; 3. Oriental; 4. Grego. O supraeuropeu é um conceito que designa um nível perspectivo de visão segundo o qual a própria Europa deve ser superada. Nessa perspectiva o indivíduo não deve ser apenas supranacional, como também, supraeuropeu, na pretensão de sobrelevação de seu horizonte europeu e alcance de uma visão mais ampla acerca da construção cultural do Ocidente. Porém, para isso é necessário levar esta tarefa adiante. O autor na tentativa de extinguir sua parcialidade ocidental propõe a visão oriental da Europa através do conceito supra-asiático. O nível asiático representa um nível mais elevado de superação da moral europeia em relação supraeuropeu, este conceito caracteriza uma objeção mais radical ao Ocidente e seus valores enquanto consequência cultural da Europa. Com intenção à esta proposta, finalmente o pensador destaca a fundamentação grega como modelo teórico para os chamados “europeus do futuro” no denominado ideal grego. Este representa, em sua tarefa, uma visão de superação mais elevada que os demais níveis anteriores e caracteriza sua visão cosmopolita da cultura europeia, pela síntese cultural que esta simboliza. A partir dessa perspectiva, Nietzsche descreve um processo contínuo de superação segundo procedimentos atávicos e de diferenciação sobre o qual seja possível o surgimento de uma “nova síntese” cultural, linguística e fisiológica.

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CAPES - Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior

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FEITOSA, Wesley Leite. Os "bons europeus" e a "nova síntese" no pensamento nietzschiano. Orientador: Ernani Pinheiro Chaves. 2021. 103 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) - Instituto de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal do Pará, Belém, 2021. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/13740 . Acesso em:.