Dissertações em Filosofia (Mestrado) - PPGFIL/IFCH
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/5863
O Mestrado Acadêmico iniciou-se em 2011, foi reconhecido pela CAPES nos termos da Portaria nº 84, de 22/12/2014 pertence ao Programa de Pós-Graduação em Filosofia (PPGFIL) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ciência, conhecimento e naturalismo na filosofia de Nietzsche(Universidade Federal do Pará, 2024-03-08) JESUS, Francisco de Paula Santana de; BARROS, Roberto de Almeida Pereira de; http://lattes.cnpq.br/4521253027948817; https://orcid.org/0000-0001-6142-450XEsta dissertação tem como objetivo investigar, discutir e interpretar a questão do conhecimento na filosofia de Nietzsche. Para tanto, partimos do pressuposto que o filósofo tematiza o conhecimento e a ciência a partir de uma perspectiva naturalista ao destacar seus elementos meta-epistemológicos (como as influências biológicas, ou os compromissos sub-reptícios com valores morais). Nesse sentido, o recurso às ciências naturais serve ao filósofo como subsídio para uma investigação não metafísica a respeito das maneiras humanas de cognição. Importante, então, ressaltar os paralelos existentes entre a interpretação nietzschiana e os estudos de autores com os quais Nietzsche entrou em contato, como Mach, Boscovich e Ribot. O que demanda o estudo de fontes como recurso metodológico para determinarmos o sentido da noção de conhecimento na filosofia de Nietzsche. Assim, nossa pesquisa procura 1) esboçar uma história da noção de conhecimento a partir de O nascimento da tragédia; para, em seguida, 2) apresentar as perspectivas naturalistas do conhecimento; e, por fim, 3) interpretarmos como teriam se formado os principais modelos científico-filosóficos (o socrático e o sofístico) a partir da psicologia filosófica nietzschiana. Por fim, oferecemos um discurso sobre a noção de espaço implicada na hipótese nietzschiana da vontade de poder.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O sentido do belo para conversão em Plotino(Universidade Federal do Pará, 2023-11-29) RIBEIRO, Bruno José Bezerra; ALENCAR, Cesar Augusto Mathias de; http://lattes.cnpq.br/8781508238600725; https://orcid.org/0000-0003-3145-0584A tradição neoplatônica tem como principal expoente Plotino, cujo legado abrange um vasto campo de pesquisa situado entre os séculos II e III. Plotino proporciona ao Ocidente uma herança de escritos nos quais interpreta toda a tradição helênica. Através dessa imersão no espírito grego, o filósofo oferece um testemunho de vida e pensamento dedicado à contemplação da verdade. De certa forma, Plotino pretende explicitar a relação entre o ser humano e o divino, retomando os elementos da tradição platônica. Esta investigação tem como objetivo refletir e compreender o sentido da beleza na filosofia de Plotino, e como ele se relaciona com o projeto contemplativo-dialético presente nas Enéadas. Para abordá-la, analisaremos a filosofia plotiniana em um duplo movimento que corresponde à ideia descendente de precessão e ao movimento ascendente de conversão pela contemplação. À medida que nossa investigação revelar a beleza inteligível segundo Plotino, compreenderemos de que maneira a alma se percebe em um caminho de ascensão, de tal modo que o mundo, os pensamentos e as obras humanas são envoltos no sentido inerente do Belo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O conceito de ontologia no livro IV da metafísica de Aristóteles(Universidade Federal do Pará, 2023-09-04) SOARES, Élida Teixeira; CORÔA, Pedro Paulo da Costa; http://lattes.cnpq.br/3785172545288511A ontologia é um domínio que abrange toda a história da filosofia conhecida, desde os gregos até pensadores contemporâneos importantes, como Martin Heidegger e sua ontologia do Dasein. Mas, assim como cada sistema filosófico parece ser diferente um do outro, ao tentarmos conceituar a ontologia, surge uma certa confusão, afinal, como vemos em Heidegger, ele entende que na história da filosofia aconteceu o esquecimento do ser, ou seja, do próprio objeto da ontologia, na forma em que esta foi concebida. E um dos alvos da crítica de Heidegger ao esquecimento do ser é Aristóteles, como também Kant procura fazer correções ao sistema categorial com o qual as coisas são determinadas. Por essa razão, estamos propondo estudar o conceito de ontologia em Aristóteles, concentrando nossa análise no que ele diz sobre esta epistéme no Livro IV da sua obra Metafísica. Nosso objetivo, com essa proposta é saber se é possível encontrar em Aristóteles uma definição precisa de ontologia que nos guie no estudo dessa parte da filosofia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A questão racial na constituição do self: análise crítica a partir de Seyla Benhabib e Sueli Carneiro(Universidade Federal do Pará, 2023-09-11) MACHADO, Juliana Pantoja; FRATESCHI, Yara Adario; http://lattes.cnpq.br/1917359676356798; VERBICARO, Loiane Prado; http://lattes.cnpq.br/4100200759767576; https://orcid.org/0000-0002-3259-9906O presente trabalho busca analisar a concepção de self que baseia a teoria do universalismo interativo de Seyla Benhabib, demonstrando que muito embora construa novas categorias para interpretar de forma mais completa e complexa a teoria do universalismo, o faz com ênfase na questão de gênero, sem, no entanto, apontar outro dispositivo igualmente importante e constitutivo do self, o dispositivo de racialidade, discutido por Sueli Carneiro (2023). Cruzase a potência reflexiva dessas duas filósofas a fim de se pensar uma filosofia política prática que consiga abarcar as questões estruturais da sociedade brasileira. É por esse motivo que se reformula nesse estudo a pergunta lançada por Benhabib ao buscar reconstituir o legado do universalismo moderno, questionando “o que está vivo e o que está morto nas teorias universalistas morais e políticas do presente após as críticas que lhes foram dirigidas por comunitaristas, feministas e pós-modernos?” (Benhabib, 2021, p. 30) por “o que está vivo e o que está morto na teoria do universalismo interativo após uma análise crítica sobre o racismo?”. Ao demonstrar tal limitação, apresentamos como a filosofia pensada por Sueli Carneiro demarca que a formação da identidade das pessoas negras em sociedades violentamente racistas, como a brasileira, atravessa uma combinação demasiadamente complexa dos marcadores gênero, raça e classe, o que despontou um déficit tanto teórico, quanto da prática política, impossibilitando a integração das diferentes expressões que constituem o self de mulheres negras em sociedades multirraciais e pluriculturais. Aproveitando o modelo de reflexão sobre a tradição filosófica moderna, implementado por Seyla Benhabib, em que ela se aproxima dos pontos positivos desse pensamento e se afasta daqueles que considera insuficientes para o aperfeiçoamento da crítica ao universalismo, colocando-se a favor e, ao mesmo tempo, contra o cânone filosófico, é que apontamos o problema do déficit racial em sua análise, pois a ética benhabibiana que se assenta no universalismo sensível aos contextos, o qual é precursor do continum entre o outro generalizado e o outro concreto, necessita ser interconectada com a crítica racial para sanar a lacuna descrita. Assim, a questão que o trabalho levanta é a de que o self precisa ser constituído através da grade racial tanto quanto necessita fundamentar-se na grade de gênero, pois essa é uma maneira de corporificarmos corretamente os sujeitos, levando em consideração os seus contextos, sua identidade e mais do que isso, abrindo as portas para a sua habilidade de autodeterminação ôntica e ontológica. O processo de destituição do ser das pessoas negras, através do epistemicídio e da consequente exclusão do campo educacional não pode ser deixado de fora dessa reflexão, posto que são formacionais para as condições de possibilidade que edificam a supremacia branca, constituinte do Eu hegemônico branco, historicamente central na arquitetura conceitual filosófica clássica, razão pela qual também se traz ao debate a defesa pelas cotas para ingresso nas universidades.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Vulnerabilidade, luto e interdependência: reflexões críticas ao individualismo neoliberal a partir de Judith Butler(Universidade Federal do Pará, 2023-10-23) LOBATO, Lílian Gabriela Rodrigues; AGGIO, Juliana Ortegosa; http://lattes.cnpq.br/5290499042057589; https://orcid.org/0000-0001-6283-4797; VERBICARO, Loiane Prado; http://lattes.cnpq.br/4100200759767576; https://orcid.org/0000-0002-3259-9906A presente dissertação propõe-se a investigar a crítica à moral neoliberal de responsabilização individual formulada pela filósofa estadunidense Judith Butler a partir do conceito de vulnerabilidade primordial — dimensão de nossa existência atravessada por ambivalências com forte potencial exploratório, mas que fundamenta as condições de possibilidades para nossa sobrevivência física, psíquica e social. Para alcance do referido objetivo, este percurso articula-se em torno de duas principais discussões, a saber: 1) a relação do ideal neoliberal de autossuficiência com a indução política de precariedade e distribuição desigual do luto público e 2) o potencial ético-político do luto público para proteção dos elos de interdependência, enfraquecidos pela moralidade neoliberal. No primeiro momento, evidenciamos como o neoliberalismo é uma racionalidade que modela o Estado, a sociedade e a nossa própria subjetividade em conformidade com o imperativo do mercado, esvaziando o estado de bem-estar social e o sentimento de solidariedade coletiva, aprofundando ainda, a vulnerabilidade de sujeitos historicamente subalternizados através de políticas de precarização que atribuem valoração diferenciada à vida e resultam em uma comoção seletiva diante da morte. Aqui, elucidamos como o luto opera como descritor da inteligibilidade da vida, subvertendo o entendimento comumente difundido de que o valor da vida reside desde o nascimento. No segundo momento, evidenciamos como a experiência da perda nos desperta para a opacidade e despossessão, inerentes à nossa relacionalidade constitutiva, estremecendo a fantasia de um sujeito autônomo e com pleno domínio sobre si. Diante do recrudescimento de agendas neoliberais experimentadas nas democracias ocidentais, pretendemos pensar os limites e possibilidades da proposição de Butler para uma ética da vulnerabilidade com vistas à proteção dos elos de interdependência. Espera-se que esta pesquisa possa fortalecer a construção de narrativas que alarguem a nossa capacidade imaginativa diante do niilismo neoliberal.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A formação do raciocínio prático a partir da apreensão dos fins e da deliberação dos meios na ética nicomaqueia(Universidade Federal do Pará, 2024-04-05) POMPEU, Ian Silveira; PITTELOUD, Luca Jean; http://lattes.cnpq.br/0887702139830510; https://orcid.org/0000-0002-1864-5742A presente dissertação visa investigar a formação do raciocínio prático na psicologia aristotélica tomando como base a Ética Nicomaqueia, sem deixar de considerar referências a outras obras, as quais, e função da relação entre as ciências em Aristóteles, servem como fundamento para o desenvolvimento de uma resposta ao problema central. Para isso no capítulo I, são apresentadas as condições de possibilidade de uma ciência sobre a alma humana, o que exige (1.1) entender a definição aristotélica de ciência; (1.2) o fundamento sobre o qual todas as ciências teóricas estão baseadas; e (1.3) os fundamentos específicos da psicologia. Nessa exposição, recorreu-se à explicação do Princípio de Contradição presente no livro IV da Metafísica, à noção polissêmica de ousia e como os seus princípios – forma e matéria – relacionam-se com o estudo da alma humana. No capítulo II, aprofundou-se no estudo da alma humana entendida como forma segundo (2.1) a metodologia apresentada no De Anima; (2.2) a investigação das operações anímicas; e (2.3) a conexão com as virtudes ao modo exposto na Ética Nicomaqueia. No capítulo III, adentrou-se no raciocínio prático como conjugação do conhecimento acerca dos fins e da deliberação quanto aos meios através (3.1) da situação do problema no âmbito acadêmico com a contribuição de Elizabeth Anscombe; (3.2) da avaliação crítica da resposta de Jessica Moss ao problema do modo de apreensão e da natureza dos primeiros princípios práticos e da defesa da apreensão noética-experiencial em função de sua abrangência; e (3.3) do cotejamento de leituras a respeito do objeto da phronesis e da apresentação da especificação dos fins gerais enquanto interpretação proposta.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Sapientia Et Beatitudo: o humano como imago Dei em Santo Agostinho(Universidade Federal do Pará, 2023-04-13) SANTOS, Renan Santos dos; FERREIRA FILHO, Pedro Calixto; http://lattes.cnpq.br/0104971775700240; CHAVES, Ernani Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/5741253213910825; https://orcid.org/0000-0002-8988-1910O tema da felicidade já havia sido abordado pelos filósofos antigos, mas no novo mundo cristão que surgia, devemos atentar para as peculiaridades, pois, na Idade Média, possuía-se dois vocábulos para designar a palavra felicidade, uma destas expressões era o vocábulo felicitas que indicava prosperidade e fecundidade e o outro termo era o vocábulo beatitudo que implicava na bem-aventurança, na posse do verdadeiro absoluto, representando uma espécie de felicidade ―eterna‖, ou ―última‖, ou ―final‖, assumindo a ideia de ―perfeição‖ – a igreja apropriou-se do vocábulo de origem grega makaría, eudaimonia e se concretizou na beatitudo (felicidade), dando-lhe um além do religioso que lhe era próprio, um sentido além disso cristão, por pensar o fim último da felicidade como comunhão (união íntima) com um Deus pensado agora como dom e, consequentemente, concebido agora como plenitude da bondade. Defenderemos que, de acordo com Agostinho, a felicidade implica em comunhão com aquilo que se deseja enquanto bem para si e para os outros, de modo que o indivíduo se afasta da miséria, pois, como poderia ser feliz aquele que vive diante daquilo que é temporalmente irrealizável para o outro e para si, por si mesmo, o homem sábio é aquele que reconhece sua natural debilidade, de sua fraqueza. Porém, o distúrbio da ordem original nos conduz a viver diante do irrealizável, visto que sua vontade se dirige apenas as coisas impossíveis e incompatíveis com a sua natureza. Esta é a posição defendida pelo jovem Agostinho. Por conseguinte, neste trabalho buscaremos apresentar todo este itinerário do humano para a felicidade destacando o papel que a sabedoria desempenha na configuração do homem como imagem de Deus na trajetória do pensamento agostiniano.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A religião nos limites da crítica kantiana da razão(Universidade Federal do Pará, 2023-04-18) SANTOS, Fladerny Marques dos; MEIRELLES, Agostinho de Freitas; http://lattes.cnpq.br/7826494085324141A presente dissertação tem como propósito analisar a temática do mal radical (radikales Böse). Essa temática, conforme veremos, tem suas implicações com a filosofia prática de Kant, sobretudo após o filósofo ter consumado a formulação do Projeto Crítico, que envolve as três Críticas. Tais implicações antecedem o exame da temática realizada na obra A religião nos limites da simples razão (1793). Assim sendo, o referido vínculo está exposto de modo direto nessa obra, mas nela não é esgotado. Portanto, em nosso exame, inicialmente, interessa nos discorrer sobre os elementos principais da argumentação kantiana, os quais são condições necessárias e alargam o horizonte em que a temática religiosa conjugada à concepção do mal recebe o destaque merecido no panorama da filosofia transcendental. A noção de mal radical não deve ser resumida como uma tese religiosa ou antropológica; assim, a nossa pesquisa argumenta que o trabalho de Kant na Religião está de acordo com as suas obras anteriores sobre moralidade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estoicismo imperial e estética da existência em a Hermenêutica do sujeito, de Michel Foucault(Universidade Federal do Pará, 2022-12-21) SAMPAIO, Ronald Valentim Gomes; CHAVES, Ernani Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/5741253213910825; https://orcid.org/0000-0002-8988-1910Em seus últimos estudos, Michel Foucault (1926-1984) se debruçou sobre a questão do cuidado de si, retornando à Antiguidade Clássica para (re)pensar a ética moderna nos termos de uma ontologia crítica do momento presente. Foucault nos revela que o processo de subjetivação do indivíduo clássico, na tomada de uma posição ética, caminha na direção de uma estética da vida. Os fundamentos para essa assertiva serão encontrados na leitura e interpretação atenta dos filósofos antigos, sobretudo das principais obras de Sêneca (Séc. I d. C), Epiteto (Séc. I d. C) e Marco Aurélio (Séc. II d. C), conhecidos como filósofos do estoicismo romano imperial, encarando-as como dotadas de função “etopoiética”, isto é, função transformadora do sujeito que as examina. Não obstante ter tratado das práticas éticas dos antigos em outros trabalhos (livros, entrevistas e conferências), é em A Hermenêutica do sujeito (1981-1982) que Foucault apresenta, passo a passo, todo o labor da filosofia antiga, a partir da identificação das “práticas de si”, “técnicas da existência” e “cuidado de si”, na elaboração de um modo de vida pautado em escolhas pessoais capazes de engendrar um estilo de vida como “obra de arte”. Assim, a ética que Foucault extrai dos antigos é uma verdadeira estética da existência, uma liberdade possível no fazer-se existir.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Uma análise do método de conjecturas e refutações Popperiano e de sua Aplicação ao ensino da Filosofia na educação básica(Universidade Federal do Pará, 2023) SIQUEIRA, Ailton dos Santos; DIAS, Elizabeth de Assis; http://lattes.cnpq.br/9610357600630781; https://orcid.org/0000-0003-0951-6313O objetivo deste trabalho é examinar se o método de conjecturas e refutações, que Popper propõe para a ciência pode ser aplicado ao ensino da Filosofia na educação básica, mais especificamente nos níveis fundamental e médio. Trata-se de uma problemática relacionada à educação e em particular à forma de se ensinar Filosofia. Entretanto, tal questão não está desvinculada de sua teoria da ciência. Nossa pretensão é mostrar que tal método, com algumas adaptações, pode ser um procedimento eficaz para suscitar a reflexão filosófica, na medida em que possibilita não apenas a problematização, mas também a discussão crítica das soluções propostas pelos filósofos. Em nossa análise, procuramos evidenciar que Popper critica e recusa a indução como método da ciência e propõe como alternativa, o de conjecturas e refutações. Elucidamos a natureza de tal procedimento e suas etapas. Posteriormente, procuramos destacar algumas reflexões do filósofo sobre a pedagogia de modo a respaldar nossas reflexões sobre a temática. Apresentamos, também, algumas propostas de aplicação das ideias de Popper à educação, como as de Bedoya e Duque (2019), que acreditam que o emprego do método de conjecturas e refutações na educação possibilita a formação de alunos que tenham consciência de que a ciência não é infalível e evidenciam como tal procedimento, pode melhorar o aprendizado em geral. Outra proposta, objeto de nossa análise, foi a de Oliveira (2008), que procura mostrar como a epistemologia popperiana pode fomentar uma abordagem falibilista no ensino das ciências. Examinamos, ainda, as sugestões de Segre (2009) para que se utilize o racionalismo crítico popperiano na didática acadêmica, como alternativa ao ensino dogmático e autoritário praticado no ensino universitário. E por fim, mostramos como o método proposto por Popper, pode ser aplicado ao ensino da Filosofia na educação básica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A suspensão da empiria estudos sobre a Psicologia da propaganda fascista nos anos 1940: Filosofia, Psicanálise e pesquisa empírica em Theodor Adorno(Universidade Federal do Pará, 2022-12-14) LIMA, Victor Hugo Amaro Moraes de; CHAVES, Ernani Pinheiro; http://lattes.cnpq.br/5741253213910825; https://orcid.org/0000-0002-8988-1910O objetivo desta dissertação é explorar os estudos elaborados pelo Instituto de Pesquisas Sociais sobre o antissemitismo nos anos 1940, com um enfoque nos textos de Theodor W. Adorno sobre a propaganda fascista. Busca-se por meio de três eixos os desdobramentos possíveis na temática específica da propaganda fascista, para relacioná-los de acordo com o sentido geral que elas possuem na obra de Adorno. O primeiro eixo refere-se a importância histórica da pesquisa empírica no cenário intelectual dos anos iniciais da Teoria Crítica ainda em Frankfurt, explorando as primeiras tentativas de projetos e compreensões sobre o tema, e de analisar como a experiência norte-americana de pesquisa afetou o pensamento Adorno sobre tal questão. O segundo eixo se refere a importância da teoria psicanalítica no pensamento de Adorno em suas pesquisas empíricas e teóricas, formalizando uma interpretação que demonstre a ligação entre psicanálise, filosofia e sociologia em seu pensamento, almejando entrelaçar suas principais inflexões teóricas, e como estas se organizam nestas três áreas distintas. E o terceiro eixo busca realizar uma subsequente leitura e interpretação dos textos decorrentes do financiamento da AJC ao Instituto em referência à pesquisa sobre o antissemitismo: “Antissemitismo e propaganda fascista”, “Elementos do Antissemitismo” e “Padrão de Propaganda Fascista”, discutindo como os conceitos de Adorno para o problema do ódio aos judeus se desenvolveram ao mesmo tempo em que uma pesquisa empírica e teórica foi realizada entre os anos 43-44, data da escrita dos Elementos do Antissemitismo e da sua participação no projeto empírico, buscando elaborar como a interpretação sociológica de Adorno media o problema da teoria e da empiria pelo prisma de uma teorização crítica da sociedade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O FR. 16 de Safo e o Banquete de Platão: a relação entre Eros e beleza(Universidade Federal do Pará, 2022-04-19) LACERDA, Marjore Mariana Lima; SOUZA, Jovelina Maria Ramos de; http://lattes.cnpq.br/0475424515288539; https://orcid.org/0000-0002-1249-1068Procuraremos mostrar ao longo desta dissertação que a concepção de eros e de beleza (to kalon), assim como a relação entre esses dois elementos, estão presentes nos materiais poéticos mais antigos gregos, tais quais os fragmentos de Safo de Lesbos, poeta mélica arcaica. Dessa maneira, ao analisarmos o seu Fr. 16, pontuaremos de que modo a concepção erótica se coaduna com a visão tradicional para, enfim, acentuarmos que o diálogo Banquete platônico, ao trazer à baila a conexão de eros com a beleza, resgata temas retratados na tradição, voltando-os, porém, para a filosofia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Friedrich Nietzsche e John Coltrane: a manifestação das pulsões Apolíneo e Dionisíaco na improvisação musical do Jazz(Universidade Federal do Pará, 2022-10-10) CONCEIÇÃO, Robenare Marques dos Santos; PONTES, Ivan Risafi de; http://lattes.cnpq.br/8592244270861493Esta pesquisa tem por objetivo mostrar, através da análise abordada em O Nascimento da Tragédia, que a improvisação musical praticada na música instrumental jazzística é passível de ser pensada como o resultado do emparelhamento das pulsões apolínea e dionisíaca, apontando uma zona de convergência entre Nietzsche e o Jazz. Friedrich Nietzsche é o autor principal a ser pesquisado a partir de sua obra O Nascimento da Tragédia. Ela inaugura um vasto legado que vai perdurar nas décadas seguintes do séc. XIX, marcando o início de um filosofar sem precedentes e o ponto de partida de sua filosofia. Logo, o estudo e a pesquisa a serem apresentados neste trabalho dissertativo, foram os resultados das reflexões em torno da primeira obra publicada do filósofo alemão. No entanto, além de O Nascimento da Tragédia, incluiu-se ao referencial bibliográfico deste trabalho as demais obras de Nietzsche, entre elas: Os Escritos Preparatórios: O Drama Musical Grego, Sócrates e a Tragédia e A Visão Dionisíaca do Mundo; Richard Wagner em Bayreuth; Ecce Homo; A Gaia Ciência; Humano, Demasiado Humano; Crepúsculo dos Ídolos; O Caso Wagner e Nietzsche contra Wagner, além das anotações e as cartas em que Nietzsche trata da música, ademais far-se-á a consulta de trabalhos dissertativos de pesquisadores que se dedicaram ao estudo filosófico sobre a relação entre a filosofia de Nietzsche e a música. Portanto, pretende-se expor uma análise de uma das obras jazzísticas mais importantes na historiografia do jazz – A Love Supreme, gravada em 1964 por John Coltrane, com a finalidade de ser envolvida nesta pesquisa para descrever a relação entre as pulsões geradoras da arte, para, a partir da relação descrita, ser possível de observar uma convergência entre o pensamento de Nietzsche sobre a arte e o artista da antiga tragédia grega com John Coltrane e seu processo criativo musical. Desse modo, além de Friedrich Nietzsche, como interlocutor no estudo e reflexão filosófica na música, é importante mostrar um panorama histórico do saxofonista John Coltrane, conhecido mundialmente nos anos 60 do séc. XX e de grande influência na geração de músicos de jazz que vieram posteriormente e por sua influência na estruturação da improvisação musical. A metodologia a ser utilizada nesta pesquisa é a de abordagem exploratória, por buscar aproximar-se com o fenômeno identificado: a relação entre o pensamento filosófico abordado por Friedrich Nietzsche no Livro O Nascimento da Tragédia e a Improvisação Musical aplicada na música instrumental jazzística, levando a conhecer mais a seu respeito e, dessa forma, contribuir no desenvolvimento de conceitos e ideias no campo da filosofia, estética e música.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Arthur Schopenhauer e o medo da morte(Universidade Federal do Pará, 2022-07-01) LOBATO, Milene Dayana Paes; DEBONA, Vilmar; http://lattes.cnpq.br/5992703653122811; https://orcid.org/0000-0002-0411-3358; PONTES, Ivan Risafi de; http://lattes.cnpq.br/8592244270861493udo o que se conhece no mundo fenomênico são formas de objetivação da Vontade. A Vontade é tratada por Schopenhauer como cega, arbitrária, tirânica e brutal, sendo responsável por todo o sofrimento da vida. Dentre os diversos medos e temores existenciais, a morte é o maior entre eles, a ideia de finitude é o que mais aterroriza o ser humano. Sabendo disso, Arthur Schopenhauer desenvolveu um pensamento filosófico acerca da morte que fornece uma resposta possível para a referida aflição comum à humanidade. Morte e vida seriam partições do mesmo ciclo no qual existem dois extremos de não-ser: o antes da vida e o pós-morte. Se a vida e a morte formam uma unidade, o que faz o indivíduo temer a morte, porém, não a vida (na mesma intensidade)? O pensamento schopenhaueriano mostra que deveriam da mesma forma temer a vida, visto que ela pode Sufferingser ainda pior. A morte para o sujeito é apenas um cessar da consciência, que é somente resultado da vida orgânica e não a causa dela. A falta de consciência da morte e a mera consciência do presente (nunc stans) tem como consequências angústias e frustrações de não conseguir alcançar a eternidade. Sendo assim, o presente trabalho problematiza a “filosofia da morte” em Schopenhauer e a relação com a indestrutibilidade do nosso ser-em-si. Busca indicar possibilidades de amenização do medo da morte através de duas vias: a do autoconhecimento enquanto Vontade (metafísico/conhecimento) e a da busca de uma vida mais suportável e menos infeliz possível (eudemonológica). Assim, percebendo-se enquanto constituinte de um ser-em-si que é impossível de ser aniquilado com a morte, ou aceitando a impossibilidade de uma vida ausente de dores, Schopenhauer mostra vias diretas para a possível superação e amenização do medo de morrer – e de diversos outros medos existenciais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A recepção de Franz Kafka no pensamento político de Hannah Arendt(Universidade Federal do Pará, 2022-06-08) PICANÇO NETO, Ival de Andrade; PONTES, Ivan Risafi de; http://lattes.cnpq.br/8592244270861493Esta pesquisa busca analisar a recepção da obra do escritor judeu Franz Kafka no pensamento político de Hannah Arendt, uma vez que as menções ao autor e aos seus escritos ocorrem em diferentes momentos na obra da pensadora: em Entre o passado e o futuro (1961 – 1968), A vida do espírito (1977) e em ensaios como Franz Kafka: a Revaluation (1944), O judeu como pária (1944) e o ensaio sobre Walter Benjamin (1968). Partiremos do entendimento de que nos diversos momentos em que Kafka surge nas obras de Arendt é para, de alguma forma, elucidar o contexto contemporâneo de perplexidade decorrente da ruptura com a tradição, portanto pretendemos responder a seguinte questão: qual a profundidade desta recepção de Kafka para o pensamento político de Arendt, qual o significado de sua presença e o contexto em que ele surge nas obras da autora? Uma vez que Arendt vê no escritor um representante da tipificação do pária, o pária exemplar, como homem de boa vontade, que, por meio de sua figura e seus escritos, pensa as diferentes faces e camadas da fragmentação contemporânea.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ética do diálogo e o princípio político do comum(Universidade Federal do Pará, 2022-09-16) BRITO, Suellen Lima de; SANTIAGO, Maria Betânia do Nascimento; http://lattes.cnpq.br/2640094533229805; https://orcid.org/0000-0002-8822-1806; VERBICARO, Loiane Prado; http://lattes.cnpq.br/4100200759767576; https://orcid.org/0000-0002-3259-9906O presente estudo tem como objetivo analisar a ética do diálogo proposta pelo filósofo judeu Martin Buber (1923) e o princípio político do comum, formulado pelos autores Pierre Dardot e Christian Laval (2017), como alternativa, para compreender a problemática das relações na sociedade neoliberal contemporânea. Buber em sua obra principal intitulada Eu e Tu (1923), apresenta as duas palavras-princípios que fundamentam nossa existência e são inerentes à condição humana, a saber: o Eu-Tu e o Eu-Isso. A primeira apresenta-se como um relacionamento dialógico, um encontro entre dois seres mutuamente, em caráter ontológico e o segundo como um relacionamento monológico, baseado em experiências, utilização e o uso dos indivíduos como meros objetos, com um caráter objetivante. Dessa forma, se o mundo do Isso predominar e orientar as formas dos homens relacionarem-se levam estes à ruína, pois tais homens perdem-se em seu interior, ou seja, desvinculando-os drasticamente das relações inter-humanas no círculo da convivência dialógica, ocasionando uma profunda perda do sentido de comunidade, solidariedade, com relações mercantilizadas e impessoais, tal como vem se manifestando no modelo de sociedade neoliberal. Considerando esse cenário, o princípio político do comum mostra-se como uma alternativa ao sistema neoliberal de controle, por tratar-se de uma racionalidade coletiva, anticapitalista, uma esfera social comum e pertencente a todos, onde não há a descaracterização da humanidade dos homens. Nesse sentido, o princípio político do comum une-se a perspectiva buberiana no enfrentamento aos desafios que se configuram com o sistema neoliberal. A partir desse diagnóstico, nosso objetivo é elucidar a necessidade de resgatar a dialogicidade das relações na contemporaneidade buscando caminhos possíveis para uma sociedade saudável e humanizada, propondo como alternativa a inspiração da ética do diálogo formulada por Martin Buber juntamente com o princípio político do comum, formulado pelos autores Pierre Dardot e Christian Laval, como uma nova racionalidade anticapitalista mundial onde o imaginário social é uma realidade de práticas coletivas, opondo-se, portanto, a racionalidade neoliberal que mantém seu sistema à custa de uma vivência descaracterizada em nome do sucesso do capital, onde explora, instiga e legitima um sentimento de competição em detrimento da solidariedade e do companheirismo aprofundando o individualismo contemporâneo. Este estudo implica relacionar autores pertencentes a tradições filosóficas distintas por meio de análises de caráter exploratório, filosófico e bibliográfico para demonstrar que diferente do neoliberalismo, a ética do diálogo e o princípio político do comum aspiram para uma vivência saudável e dialógica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Protágoras e a Paidéia como possibilidade de conhecimento para além da Techné(Universidade Federal do Pará, 2021-12-12) SILVA, Renan Ferreira da; PITTELOUD, Luca Jean; http://lattes.cnpq.br/0887702139830510; https://orcid.org/0000-0002-1864-5742Pretende-se, de maneira geral, com a presente pesquisa abordar a paidéia grega antiga a partir do sofista Protágoras. Segundo o contexto ateniense o qual sofre uma vasta transformação cultural no período V a.C., pretende-se fazer entender a profunda importância do sofista enquanto educador, no sentido de alguém que absorve a necessidade da polis grega em se modificar e se reestruturar, após o seu tradicional padrão de educação, isto é, a velha paideia, não se encontrar mais como único na antiga Atenas. Num primeiro momento, portanto, buscase compreender que existe sob esse ponto de vista uma antiga e uma contemporânea paidéia no período clássico. De maneira específica, tentar-se-á entender que Protágoras se situa a partir de então com suas novas propostas de educar uma cidade repleta de urgências, e o presente trabalho acredita que há uma possibilidade de uma proposta do sofista em seu programa de ensino, isto é, a sua paidéia, que vai além dos limites do antigo ou velho padrão de educação, chegando enfim à conclusão de que Protágoras foi um educador que possibilitou o conhecimento para além da antiga techné.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ciência e ética em Karl Popper(Universidade Federal do Pará, 2022-03-24) DIAS, Leandro José dos Passos; DIAS, Elizabeth de Assis; http://lattes.cnpq.br/9610357600630781; https://orcid.org/0000-0003-0951-6313Os estudos mais tradicionais acerca da filosofia de Popper têm se concentrado em aspectos de sua teoria da ciência ou de sua filosofia política, ou então em estabelecer elos de ligação entre essas duas vertentes de seu pensamento. Mais recentemente, surgiram novos estudos que têm se direcionado para uma nova hermenêutica que procura evidenciar que a ética está na raiz de sua filosofia. Nosso trabalho, pressupondo que há uma ética na base de seu pensamento, pretende analisá-la sob uma perspectiva mais específica, a da própria ciência. Nesse sentido investigaremos a seguinte questão: podemos afirmar que a concepção de ciência de Popper envolve uma dimensão ética? Ou melhor, há uma relação entre ciência e ética no pensamento do filósofo? Iremos considerar que sua concepção de ciência pressupõe uma ética, que se manifesta, em suas pretensões de demarcar a ciência, nos princípios que a norteiam e nas responsabilidades que ele imputa aos cientistas. Nossa análise da questão pretende, partir do próprio racionalismo popperiano, que ele considera como fruto de uma decisão ética. Nesse sentido pretendemos analisar o seu caráter, distingui-lo de outras formas de racionalismo, contrapô-lo ao irracionalismo e trazer à tona seus fundamentos éticos tendo por base os estudos de Kiesewetter, Artigas e Oliveira. E também, estabelecer suas relações com a ética. Elucidados esses aspectos característico do racionalismo de Popper, procuraremos evidenciar de que forma a ética se faz presente em sua concepção de ciência. Iremos mostrar que o filósofo ao propor seu critério de cientificidade e complementá-lo com certas regras metodológicas, deixa transparecer que a adoção de tais regras envolve decisões dos cientistas pautadas em valores e que geram certos compromissos éticos. Pretendemos mostrar também, que a ética se faz presente nos princípios éticos que norteiam a ciência, como falibilidade, discussão sensata, busca da verdade, honestidade e que tais princípios estão intimamente relacionados à ideia de autocrítica e de tolerância. E por fim, iremos ainda tratar das responsabilidades éticas dos cientistas, dando ênfase, as ciências aplicadas. Iremos mostrar que Popper propõe uma nova ética para a ciência tendo por base o juramento de Hipócrates.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Da epistemologia moderna à epistemologia complexa de Edgar Morin: repercussões sobre o humanismo(Universidade Federal do Pará, 2022-03-03) MONTEIRO NETO, Benedito da Conceição; NUNES, Antônio Sérgio da Costa; http://lattes.cnpq.br/2937593233363602; SOUZA, Luís Eduardo Ramos de; http://lattes.cnpq.br/7892900979434696Nosso objetivo, no presente trabalho, dedica-se a demonstrar os principais elementos epistemológicos da complexidade elaborado por Edgar Morin em contraste geral com os princípios do método moderno de Descartes. Partimos das seguintes questões norteadoras: como ocorre a passagem do conhecimento ordenado moderno para o conhecimento organizado complexo e de que maneira esses conhecimentos culminam em uma concepção de humanismo? A hipótese que defendemos é que os princípios da complexidade de Morin são expostos como um diálogo crítico sobre as limitações do método moderno, apontando de que modo este último repercute de forma ambivalente na ciência e na sociedade a título de um humanismo degenerado e de um humanismo regenerado. Metodologicamente, dissertamos, em primeiro lugar, sobre a concepção da ciência e do método na modernidade, iniciando pelos argumentos que precedem e formulam a organização de um método quantitativo do conhecimento, tendo como eixo central as contribuições de Descartes em suas principais obras (1952). A segunda parte do texto volta-se para a concepção de ciência e método segundo as contribuições da epistemologia da complexidade, proposta por Edgar Morin (1996, 2011, 2015, 2016), onde apresentamos as principais inteligibilidades da sua teoria: o princípio dialógico, o princípio recursivo, o princípio hologramático. Na terceira e última parte do texto, fazemos o cotejo entre o pensamento complexo e a modernidade tomando por base o conceito do humanismo. Inicialmente, expomos a leitura da modernidade pela complexidade, destacando a categoria de racionalização. Em seguida, explanamos o modo como método moderno repercute na contemporaneidade com o advento da ecologia da ação. Por último, apresentamos uma reconstrução de um método e de um conhecimento alternativo, capaz de lidar com as incertezas culminando com a proposta de uma regeneração o humanismo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O conceito de trágico na dialética do esclarecimento(Universidade Federal do Pará, 2022-03-18) DUARTE, Diarlene da Silva; PONTES, Ivan Risafi de; http://lattes.cnpq.br/8592244270861493A pesquisa empreendida tem como objetivo analisar o conceito de trágico segundo a perspectiva dos autores Theodor Adorno e Max Horkheimer. O estudo possui como referência a obra Dialética do Esclarecimento, cuja teoria é absolutamente pertinente para interpretação da história da razão, bem como o contexto e a condição humana na atual sociedade. Sendo assim, a análise pretende compreender as perspectivas de Adorno e Horkheimer quando analisam a ausência do trágico partindo do pressuposto que o processo de esclarecimento foi o principal motivo que conduziu a perda da tragicidade no período contemporâneo. Para tanto, inicialmente propõe-se compreender a relação entre mito e tragédia no período clássico enquanto momento embrionário das tragédias gregas e a base do pensamento trágico. Por conseguinte, intenciona analisar de modo mais específico o processo de esclarecimento a partir do embate dialético entre o pensamento iluminista de Immanuel Kant e a teoria crítica de Adorno e Horkheimer possibilitando, posteriormente, compreender a relação entre esclarecimento e mito. Enfim, o estudo considera pertinente a crítica acerca dos operadores da Indústria cultural e suas implicações para o espectador. Dessa maneira, o esclarecimento mostrou-se não somente ser a causa principal da anulação do trágico no mundo contemporâneo, mas, sobretudo, também evidencia a anulação do próprio sujeito.
