Crenças e atitudes linguísticas de paraenses e cearenses na Região Nordeste do Pará: um estudo sobre o abaixamento das vogais médias pretônicas

Carregando...
Imagem de Miniatura

Tipo

Data

2020-02-21

Título da Revista

ISSN da Revista

Título de Volume

item.page.theme

Editora(s)

Universidade Federal do Pará

Tipo de acesso

Acesso Abertoaccess-logo

Contido em

Citação

FERREIRA, Jany Éric Queiros. Crenças e atitudes linguísticas de paraenses e cearenses na região Nordeste do Pará: um estudo sobre o abaixamento das vogais médias pretônicas. Orientadora: Regina Célia Fernandes Cruz. 2019. 231 f. Tese (Doutorado em Letras) - Instituto de Letras e Comunicação, Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14247. Acesso em:.

DOI

A presente Tese objetivou investigar as crenças e atitudes linguísticas de falantes residentes na Região Nordeste do Estado do Pará (localidades de Santa Maria do Pará, São Miguel do Guamá, Aurora do Pará, Mãe do Rio, Ipixuna do Pará) no que se refere à variação das médias pretônicas, à luz dos princípios teórico-metodológicos da Dialetologia Pluridimensional, da Sociolinguística e o Estudo de Crenças Linguísticas (LAMBERT e LAMBERT, 1972; RADTKE e THUN, 1996; LABOV, 2008; BOTASSINI, 2013; FREITAG e SANTOS, 2016). Justifica-se pela contribuição que trará aos estudos linguísticos da Região Norte, onde há escassez de pesquisas dessa natureza. Espera-se contribuir para a compreensão da variação e mudança linguísticas e, consequentemente, auxiliar no combate ao preconceito linguístico (SILVA e AGUILERA, 2014). Para sua execução, as vogais médias pretônicas foram analisadasa partir da fala de migrantes cearenses e de nativos em cinco pontos de inquéritos, tendo como base da amostra a dimensão diatópica (oito informantes de cada localidade), subdividida em topostática (seis nativos de cada localidade) e topodinâmica (dois migrantes cearenses em cada localidade). A amostra foi estratificada de acordo com as dimensões diassexual (4 do sexo feminino e 4 do sexo masculino) e diageracional (18 a 25 anos e 50 a 65 anos). Os dados foram coletados por entrevistas: as ocorrências da vogais-objeto foram coletadas por meio de leitura, resposta ao questionário e narrativas; os dados de crenças e atitudes foram coletados por meio do questionário quantitativo, com uso da técnica matched guise test, e um questionário qualitativo, bem como do teste de autoavaliação. Todo material coletado foi organizado para transcrição no Praat. Foram constituídos três corpora: um de ocorrências das médias, com controle do abaixamento e não abaixamento; outro das respostas do questionário quantitativo de atitudes e outro para análise qualitativa. Os corpora de dados quantitativos foram codificados em Excel para tratamento estatístico no Goldvarb X. O corpus de dados qualitativos foi categorizado para posterior análises Os resultados apontaram que a realização de [e] e [o] predomina na fala de nativos e migrantes das localidades, seguindo a tendência de outras regiões do Pará (RAZKY, LIMA e OLIVEIRA, 2012; CRUZ, 2012). Para o abaixamento de /e/ e /o/, as vogais abertas, tanto em posição tônica como em posição contígua, e o grau de nasalidade da vogal da sílaba tônica favoreceram o fenômeno, evidenciando a harmonia vocálica como grande impulsionador desse fenômeno. O grau de formalidade não se mostrou significativo à aplicação do abaixamento. Dos fatores sociais, a procedência do informante, um único grupo considerado significante, apresentou favorecimento do fenômeno na fala de migrantes. Sexo e faixa etária não se mostraram significantes probalisticamente, mas em termos percentuais, houve maior ocorrência de abaixamento na fala de mulheres e de jovens. As atitudes subjetivas revelaram que os dialetos cearense, belenense e local gozam de certo prestígio, pois foram avaliados positivamente, com percentuais acima de 70%. Diatopicamente, os resultados divergem apresentando avaliações positivas ora ao dialeto local, ora ao belenense, ora ao cearense. Os migrantes atribuíram mais avaliações positivas aos dialetos que os nativos. Do ponto de vista diassexual, homens preferiram os dialetos locais e cearense, e mulheres, os dialetos locais e belenense. Em relação à diageracional, jovens os dialetos belenenses e local, enquanto adultos preferiam os dialetos local e cearense. A maioria dos informantes não percebeu a diferença entre vogais abertas e fechadas em duas sequências de palavras, entretanto, preferiram e afirmaram falar as sequências de palavras com vogais fechadas. Os dialetos local e belenenses possuem maior estatus social. Os nativos foram mais leais ao seu dialeto do que os migrantes.

Agência de Fomento

browse.metadata.ispartofseries

item.page.isbn

Fonte

1 CD-ROM

item.page.dc.location.country

Citação

FERREIRA, Jany Éric Queiros. Crenças e atitudes linguísticas de paraenses e cearenses na região Nordeste do Pará: um estudo sobre o abaixamento das vogais médias pretônicas. Orientadora: Regina Célia Fernandes Cruz. 2019. 231 f. Tese (Doutorado em Letras) - Instituto de Letras e Comunicação, Universidade Federal do Pará, Belém, 2019. Disponível em: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14247. Acesso em:.