Teses em Artes (Doutorado) - PPGARTES/ICA
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Navegando Teses em Artes (Doutorado) - PPGARTES/ICA por Orientadores "SANTA BRÍGIDA JÚNIOR, Miguel de"
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Tese Acesso aberto (Open Access) O Auto do Santo Preto e a bênção das três fomes: a carnavalização-afeto das festividades jurunenses de São Benedito em Belém do Pará(Universidade Federal do Pará, 2020-11-06) CHAGAS, Eduardo Wagner Nunes; SANTA BRÍGIDA JÚNIOR, Miguel de; http://lattes.cnpq.br/6889411521648199Este trabalho traduz a imersão dos últimos dez anos de minha vida nos passos das muitas procissões, festas, ladainhas, alvoradas integrantes do complexo de eventos que compõem as festividades dedicadas a São Benedito, realizadas anualmente no bairro do Jurunas, em Belém do Pará, entre o fim do mês de julho e início de agosto. Imersão vivida na carne de um carnavalesco-etno-devoto, por meio da qual percebo essas festividades como práticas culturais espetaculares, possuidoras de um vocabulário simbólico requintado tendo função de linha que borda e une memórias, pertencimento, identidades, identificações, singularidades, em um único estandarte, burlando tensões sociais; ações sustentadas pelo que nomeio de carnavalização-afeto, conceito formulado à luz dos entendimentos de carnavalização, festa e afetos, a partir de Mikhail Bakhtin, Émile Durkheim, Michel Maffesoli e Davi Le Breton. Em seu horizonte epistemológico, o trabalho é construído sobre o vislumbre do mundo como texto, pela visão de Paul Ricouer, da antropologia interpretativa, de Clifford Geertz, das sociologias compreensiva e orgiástica, de Michel Maffesoli, e da antropologia das emoções, de Davi Le Breton. Em sua perspectiva metodológica, somada a seu horizonte epistemológico, o trabalho é produto etnocenológico, trazendo a própria vivência daquele que pesquisa como ferramenta do olhar, de onde emerge o conceito de espetacularidade e o vislumbre dessas festas como Práticas e Comportamentos Humanos Espetaculares Organizados. O trabalho, por fim, traduz-se na leitura burlesca do carnaval das escolas de samba, guiando a pesquisa das procissões beneditinas pelo olhar espetacular de um enredo de escola de samba, juntando, num mesmo bordado, pesquisa, vida artística e afetações que de mim e sobre mim emanam.Tese Acesso aberto (Open Access) Dançaeira : O Corpo Feminino Afro-amazônico nas Malandragens e Vadiagens da Capoeira para a decolonização em Dança Contemporânea(Universidade Federal do Pará, 2023-11-13) SILVA, Andreza Barroso da.; SANTA BRÍGIDA JÚNIOR, Miguel de; http://lattes.cnpq.br/6889411521648199Os caminhos e trajetos artístico-culturais ao longo do trânsito Icoaraci-Belém e Belém-Icoaraci, proporcionaram ao corpo feminino afro-amazônico, imerso nas relações com a dança e com a capoeira, a construção da práxis epistemológica Dançaeira. Nestes caminhos, foram acionadas memórias a partir da infância nos quintais, ruas, escolas, experiências artístico culturais com a dança e com a capoeira, seguindo uma trajetória de menina-mulher-mãe educadora-professora-pesquisadora, revelando-se então, a “ancestralidade viva” que se presentifica a partir das mulheres ancestrais que habitam em mim. Convoco três manas que empunham o berimbau, junto a mim, e decolonizam o poder em dança na Amazônia com suas poéticas de “RE-existências”. Apresento possibilidades de caminhos teórico-metodológicos decoloniais em dança contemporânea, seguindo um fluxo autoetnográfico, de Fortin, sustentado pelo NOS-NÓS em que os “nós atados” com o mundo ao redor, com os fazeres, saberes e poderes se realizam sob a perspectiva da malandragem. Cantigas de capoeira, poesias e poesias-cantigas autorais, imagens de fotos e prints de vídeos de imersões durante a pesquisa, desenhos autorais emanam reflexões do processo e, a presença marcante do berimbau, que impele a voz do corpo feminino com seus sons e toques, endossam o percurso metodológico da pesquisa. O interjogo dos diálogos dançaeirantes acolheu contribuições de Freire, a Práxis pedagógica; Santos e Menezes, as Epistemologias do Sul e; Costa, Torres e Grosfoguel, Decolonialidade, que consubstanciam a metodologia não hierarquizada, que revela simbolismos e significados dos sete elementos da Dançaeira para despertá-la em vós, a partir da Amazônia para o mundo.Tese Acesso aberto (Open Access) A encruzilhada de Zé Pelintra com três Mestres-Salas paraenses: por uma ancestralidade artística(Universidade Federal do Pará, 2024-02-26) GONÇALVES, Arianne Roberta Pimentel; SANTA BRÍGIDA JÚNIOR, Miguel de; http://lattes.cnpq.br/6889411521648199Esta pesquisa versa sobre a instauração poética da noção de Ancestralidade Artística assentada pelas dimensões encruzas entre Zé Pelintra – o grande ancestral malandro da Umbanda – e o Mestre-sala, emblemático artista do carnaval brasileiro de escola de samba, na relação mítica, sagrada e artística da espetacularidade ancestral do samba. É uma pesquisa-encruzilhada de construção epistemológica afrocentrada e de guerrilha decolonial que propõe desconstruções de perspectivas emolduradas e hierarquizadas estabelecidas ao corpo. Exu é o grande ancestral epistemológico, força transgressora e movente, a encruzilhada enquanto motriz de atravessamentos e a malandragem enquanto filosofia e poética dos homens-malandros pesquisados. Zé Pelintra e Mestre-sala são corpos encantados, homens da rua, do terreiro, do samba, assim denominados pela observação das diversas e profundas relações destes espaços-territórios em suas poéticas. A pesquisa apresenta uma iconografia própria, com símbolos e significados específicos atrelados aos fundamentos da Escrita Sagrada da Umbanda, os pontos riscados, e do riscado dançado dos mestres-salas Nando Elegância, Bené Brito e Fábio de Cássio, três “entidades”, negros, afro-religiosos, célebres mestres-salas do carnaval paraense, sujeitos-protagonistas da pesquisa que evidenciam a espetacularidade do riscado na Amazônia. A Metodologia-Etno-Encruza é uma instauração autoral da pesquisa, assentada pelo processo de escuta sensível do fenômeno, sustentada pela Etnocenologia, principal base teórico-metodológica e pelas imersões ancestres e criações artísticas da pesquisadora exuística enquanto mulher, mãe-artista-porta-bandeira.Tese Acesso aberto (Open Access) Saudades, Reencontros e Manicuera: espetacularidades entrecruzadas de afeto na Iluminação dos Mortos em Curuçá-PA(Universidade Federal do Pará, 2022-01-28) SALES, Valéria Fernanda Sousa; SANTA BRÍGIDA JÚNIOR, Miguel de; http://lattes.cnpq.br/6889411521648199Este estudo compreende a alteridade que vivenciei no cemitério São Bonifácio e Bosque da Igualdade com biscateiros, famílias enlutadas, vendedoras de manicuera, de doces de tapioca, de grinaldas de flores e com os praticantes da Iluminação dos Mortos em Curuçá-PA nos anos de 2017, 2018, 2019, 2020 e 2021. Vivência que trouxe à luz o corpo da pesquisa em suas dimensões econômicas, sociais, simbólicas e de pertencimento como etapa importante para a saída do luto e o apaziguamento entre vivos e mortos. Com o mergulho epistemológico na Etnocenologia, enquanto Etnocenóloga de Ritos Fúnebres, adenso as discussões sobre espetacularidades apresentando o corpo-cemitério, territorialidade habitada por mortos que possuem vizinhos de sepultura, zeladores de túmulos e biscateiros (trabalhadores exclusivos para construção, pintura, limpeza e identificação de casas-túmulo) – nomenclatura própria do fenômeno e que compreendo como um papel social dentro das Práticas e Comportamentos Humanos Espetaculares Organizados (Armindo Bião). Na Iluminação dos Mortos, os túmulos são enfeitados com grinaldas de flores, velas são acesas e preces são realizadas pelos praticantes que desfilam seus estilos escolhidos para aquela ocasião em um verdadeiro Cemitério Fashion, com camisas personalizadas homenageando o morto familiar, sendo o corpo, o templo do afeto (Miguel Santa Brigida) para honrar seus antepassados. Para desenterrar as concepções que cercam a mudança de mentalidade sobre a morte de si mesmo para a morte do outro (Philippe Àries), pelo deslocamento do espaço geográfico da igreja cemitério para o cemitério secular, na secularização da morte em Curuçá-PA, movi meus estudos para a igreja histórica da Ordem Terceira do Carmo em Sabará – MG, por ainda conservar indícios de igreja cemitério. Assim, apresento como contribuição epistemológica o Campo Movente, noção que possibilita ao pesquisador mover seus estudos para outro campo/corpo que abriga semelhanças históricas, territoriais, simbólicas e/ou de pertencimento para a compreensão do fenômeno estudado. Na trajetividade desta pesquisa, enfrentei a morte do meu pai em 2019, passei pela compreensão do luto, acompanhei os curuçaenses que se reconectaram aos seus entes queridos através de preces e velas acesas em quintais e cruzeiros do município durante a Pandemia de Covid-19.
