Teses em Artes (Doutorado) - PPGARTES/ICA
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Tese Acesso aberto (Open Access) Os amigos que desconheço : performance(s) do caminhar e a guerrilha dos cuidados no Antropoceno(Universidade Federal do Pará, 2022-06-22) MOTA, Artur Dória; ALENCAR, Cesário Augusto Pimentel de; http://lattes.cnpq.br/0024366223698692Os amigos que desconheço é um processo de criação artística e poética concebido como uma performance caminhante em que o caminhar é composto como um fundamento e qualidade de guerrilha e posto em prática como um cuidado de pensamento e ação em relação à emergência e a permanência do Antropoceno. Se o Antropoceno, a época geológica do homem, o homem tornado força geológica, indica um tempo inexorável de intensificação das catástrofes em todo o planeta, como é possível caminhar-viver por entre catástrofes? E o que o caminhar pode nos fazer ver e criar como linha de fuga e deserção em relação ao modo como temos vivido, sobretudo, frente às estruturas de colapso que são os grandes centros urbanos? Assim, este caminho artístico é pronunciado através dos impactos e das metamorfoses que afetam o performercaminhante em um mundo que rapidamente e violentamente se atropela de novas premissas à vida. Os calçados, nesse sentido, se situam como o ponto de partida que o orientam na trama deste processo-caminho. Aparecem como imagens espectrais que insinuam tragédias. Calçados nas ruas: que dizem da falência do mundo e o que podem sugerir de histórias e/ou situações que suscitem sensibilidades e/ou cuidados que nos fortaleçam e/ou apontem outros caminhos? Para pensá-los nestes termos, performei um modo de ir e de me fazer ao encontro deles; sou seu amigo, eu lhes disse. Junto a eles é que esse processo foi se alargando – dando origem, inclusive, a séries performativas consequentes – e sendo esculpido através de inúmeras linhas de escrituras e densidades literárias, entre enxertos e estratos de pensamento, fragmentos poéticos e insinuações teóricas e/ou imagéticas, que especulam e discorrem, à sua maneira, acerca dos modos e das possibilidades de caminhar e, portanto, de existir, em um mundo cada vez mais hostil ao corpo e aos corposTese Acesso aberto (Open Access) Ânima trama: dança e artes mágicas como processo de autocriação.(Universidade Federal do Pará, 2021-02-01) LAVAND, Ana Rosangela Colares; SAPUCAHY, Ana Flávia Mendes; http://lattes.cnpq.br/6144243746546776Esta é uma tese memorial que tem como espaço de pesquisa o processo de criação da obra de dança contemporânea Ânima Trama, adotando como mote a dimensão feminina familiar da pesquisadora e suas relações com as poéticas manuais femininas, práticas artesanais que se utilizam de tecido, linha e agulha. A pesquisadora declara ser aranha tecelã e assume como corpo de pesquisa suas oito pernas, as quais são dimensões de percepção e análise da obra, ou espaços por onde o processo de criação se espalha. A metodologia de pesquisa é entendida como uma teia labirinto, metáfora da produção de conhecimento em arte, teia porque a matéria que a compõe é orgânica, visceral e de natureza sutil, pois advém do corpo da pesquisadora, e labirinto por suas múltiplas possibilidades de percurso, onde perder-se é sempre possibilidade. O fio condutor da pesquisa é o fio da vida aqui representado pelo cordão umbilical e a partir desta ideia de linhagem feminina, sua dimensão mágico-religiosa e suas tessituras, a pesquisadora apresenta a noção de autocriação, por afirmar que enquanto cria a obra vivencia uma série de questionamentos e ajustes de coerência frente ao mundo e a si mesma, passando a autocriar-se, sendo assim um processo de criação da obra e autocriação de si.Tese Acesso aberto (Open Access) Arte-Educação em psicologia: a educação musical no tratamento de depressão e/ou ansiedade(Universidade Federal do Pará, 2020-11-20) SOUSA, Maria Jucilene Silva Guida de; FREITAS JÚNIOR, Áureo Déo de; http://lattes.cnpq.br/9902320223569217O propósito deste trabalho parte da ideia-força de que Arte-educação e Psicologia podem ser aliadas no processo psicoterápico de determinados fenômenos relacionado ao comportamento humano. Tem a assertiva de que ao serem utilizadas, ambas não perdem sua importância frente ao objeto de estudo, isto é, sem que nenhuma seja descaracterizada, subjugada ou coisificada em função da outra, nem submetida a uma mera funcionalidade. O objetivo geral da pesquisa é analisar como a Educação Musical pode ajudar na qualidade de vida dos pacientes com depressão e /ou ansiedade. Para tanto, o problema de que norteou a pesquisa, é descrito da seguinte forma: como a Educação Musical pode ajudar no tratamento de pessoas com Transtornos de Depressão e/ou Ansiedade? Diante desse problema é possível entender que o exercício da Arte-educação pela Educação Musical não é uma tarefa apenas de Educadores Musicais, dentro das salas de aula, mas pode ser também de Psicopedagogos e Psicólogos, que trabalham na área da Saúde e que buscam se qualificar na área de Educação Musical, para aplicá-la nos contextos psicopedagógicos e psicoterapêuticos, por meio de objetivos claros e definidos na promoção de saúde individual e coletiva. O estudo demonstra como é possível aplicar a Arte-educação em Psicologia, num processo interdependente e dialógico, sem perda de sua essência, já que todas elas priorizam o sujeito em suas diferenças. Para tal consecução utiliza o método Fenomenológico que busca compreender um fenômeno e não necessariamente explicá-lo. Como tipo de pesquisa, esta tese é qualitativa e fez a pesquisa Teórico-aplicada, por meio da Observação Participativa em um laboratório de experimentação no Serviço de Psicologia e Psicopedagogia da Universidade Estadual do Maranhão, em São Luís-MA, para dois grupos de pacientes com transtorno de depressão e ou ansiedade: um para intervenção com atividades em Educação Musical e outro para testagem comparativa de resultados. Obteve como resultado, a constatação de que o grupo de pacientes, que teve atividades de Educação Musical no processo de intervenção psicológica e psicopedagógica obteve 100% de melhora comportamental, de acordo com os testes e reteste aplicados e com o parecer da equipe multidisciplinar de acompanhamento, enquanto o grupo de pacientes que não teve atividades em Educação Musical obteve somente 20% de melhora. Conclui, portanto que foi confirmado a hipótese inicial de que a Educação Musical contribui para minimização de transtornos depressivos e ou de ansiedade.Tese Acesso aberto (Open Access) O Auto do Santo Preto e a bênção das três fomes: a carnavalização-afeto das festividades jurunenses de São Benedito em Belém do Pará(Universidade Federal do Pará, 2020-11-06) CHAGAS, Eduardo Wagner Nunes; SANTA BRÍGIDA JÚNIOR, Miguel de; http://lattes.cnpq.br/6889411521648199Este trabalho traduz a imersão dos últimos dez anos de minha vida nos passos das muitas procissões, festas, ladainhas, alvoradas integrantes do complexo de eventos que compõem as festividades dedicadas a São Benedito, realizadas anualmente no bairro do Jurunas, em Belém do Pará, entre o fim do mês de julho e início de agosto. Imersão vivida na carne de um carnavalesco-etno-devoto, por meio da qual percebo essas festividades como práticas culturais espetaculares, possuidoras de um vocabulário simbólico requintado tendo função de linha que borda e une memórias, pertencimento, identidades, identificações, singularidades, em um único estandarte, burlando tensões sociais; ações sustentadas pelo que nomeio de carnavalização-afeto, conceito formulado à luz dos entendimentos de carnavalização, festa e afetos, a partir de Mikhail Bakhtin, Émile Durkheim, Michel Maffesoli e Davi Le Breton. Em seu horizonte epistemológico, o trabalho é construído sobre o vislumbre do mundo como texto, pela visão de Paul Ricouer, da antropologia interpretativa, de Clifford Geertz, das sociologias compreensiva e orgiástica, de Michel Maffesoli, e da antropologia das emoções, de Davi Le Breton. Em sua perspectiva metodológica, somada a seu horizonte epistemológico, o trabalho é produto etnocenológico, trazendo a própria vivência daquele que pesquisa como ferramenta do olhar, de onde emerge o conceito de espetacularidade e o vislumbre dessas festas como Práticas e Comportamentos Humanos Espetaculares Organizados. O trabalho, por fim, traduz-se na leitura burlesca do carnaval das escolas de samba, guiando a pesquisa das procissões beneditinas pelo olhar espetacular de um enredo de escola de samba, juntando, num mesmo bordado, pesquisa, vida artística e afetações que de mim e sobre mim emanam.Tese Acesso aberto (Open Access) O brega cibermórfico de Wanderley Andrade: pontos de inflexão no mercado musical contemporâneo(Universidade Federal do Pará, 2023-01-30) SAGICA, Frank de Lima.; CHADA, Sonia Maria Moraes; http://lattes.cnpq.br/1004865944722134A presente tese propõe investigar como se desenvolveram a produção, a circulação e o consumo da música durante e após o enfrentamento da pandemia ocasionada pelo vírus SARS-CoV-2, tendo como recorte etnográfico o cantor Wanderley Andrade, abordando com olhar interpretativo a sua produção, sua adaptabilidade e suas articulações nas principais plataformas digitais, que foram ferramentas rentáveis para o artista se manter no período de isolamento social imposto como forma de contenção do contágio e proliferação da COVID-19. Proponho focalizar o ponto de inflexão que demarcou as mudanças significativas na acepção mercadológica e posicional nas paragens digitais nos anos de 2020/2021, focalizando o surgimento e a aplicação de editais emergenciais e festivais culturais criados pelo Governo do Estado do Pará, que foram: Lei Aldir Blanc, Te Aquieta em Casa e Minha Banda na Cultura. Para isso, foi realizada entrevista com o artista da música, compositor, pesquisador, produtor musical e diretor do departamento de música da Secretaria de Estado de Cultura do Pará (SECULT) – Allan Carvalho. Todas essas medidas foram essenciais para a sobrevivência de muitos profissionais, contemplando não somente artistas, mas também outros profissionais da música, como roadies, iluminadores, técnicos de som, DJs entre outros. Mediante às transformações promovidas pelo avanço tecnológico, esta tese propôs um novo modelo conceitual-analítico, definido por mim como neopersona cibermórfica, utilizado para um melhor enquadramento teórico sobre o fenômeno do novo perfil identitário que transita nos ciberespaços, que tem a individualidade afetual, o nomadismo virtual e a metamorfose identitária, particularidades estas que dão sustentáculo para a construção de uma mentalidade que se metamorfoseia constantemente, em consequência do avanço tecnológico em constante fluxo, padrão representativo das sociedades contemporâneas. Pode-se inferir que o brega, além de sua concepção fundamentada como um ritmo, também compreende uma série de conflitos, de relações sociais e de poder; de oposições frente às classes dominantes; de adaptações que foram feitas em contrapartida às novas tendências musicais surgidas ao longo da história. Nesse sentido, Wanderley Andrade é o estereótipo perfeito dessa mutação cibermórfica, evidenciada ao longo de toda a sua jornada como um artista brega, seja no ecletismo do seu repertório musical, na sua indumentária peculiar ou na fusão da estética local com a global. Esta proposição intelectual também tem a intenção de lançar um material que possa servir de base bibliográfica para futuras pesquisas que venham a se relacionar com aspectos voltados a uma suposta pós-modernidade cibernética. Foi utilizada como ferramenta metodológica a etnografia virtual, dado a dificuldade na recolha de dados de modo presencial, por consequência das medidas de isolamento do período pandêmico. O uso de novas tecnologias e mídias, as adaptabilidades do mercado da música, bem como a análise das particularidades cotidianas de uma sociedade em transição são temas caros a este estudo, tendo a etnomusicologia como chave elementar para elucidar os entremeios nos quais sojornam confluências e disrupturas, entre os quais: mercado musical, glocalização, tribalismo, tradição e tecnologia, temas estes que podem, consequentemente, trazer contribuições não apenas para o campo teórico como também para o âmbito cultural.Tese Acesso aberto (Open Access) O camelo, o leão e a criança que brinca: transmutações da busca de si em três atos-poéticos(Universidade Federal do Pará, 2019-04-05) MIRANDA, Michele Campos de; LIMA, Wladilene de Sousa; http://lattes.cnpq.br/4769018199137074Este é um memorial poético composto por escritos intitulados “O Camelo, O Leão e A Criança Que Brinca: transmutações da busca de si em três atos-poéticos; e por uma obra cênica, Árvore de Mim. Igualmente os componho pelo desenho simbólico de uma árvore, me valendo dos estudos em minha árvore genealógica pela Metagenealogia (JODOROWSKY, 2009c), para resgatar minhas origens e transformá-las em poesia no espaço. Recupero nas raízes, as lembranças de minha infância, as memórias tão guardadas dentro. Ritualizo o (des)encontro de meus ancestres (as três linhagens que estão acima de mim, ou, a baixo, pois gosto de pensar que estou erguida em seus ombros); como tronco desta pesquisa-árvore apresento a construção da Dramaturgia do Si-mesmo, criada a partir de imagens-força, de arquétipos, mitos, estudos filosóficos, ritualísticos, místicos, alquímicos e pela ferramenta metafisica do Tarot, como aceso fundamental a criação e a abertura de consciência e conexão com quem somos. Nasce assim, como fruto da descoberta desta árvore uma Trilogia da Escuridão, na cria-ação de três atos-poéticos: Ritos (2011), Para você... (2014) e Árvore de Mim (2018). Que assinam um fazer artístico que se dá na realização lúdica de tudo que se encontrava escondido, e de repente irrompe o limite entre vida e o poético de forma bela e cruel por se dar no afeto, no compartilhar com o outro quem realmente somos e por isso se revela um fazer curativo.Tese Acesso aberto (Open Access) A caminhada como modo de existir na Festa de São Marçal: poéticas moventes, espetacularidades e geração de outros mundos possíveis em São Luís/MA(Universidade Federal do Pará, 2022-01-31) FONSÊCA, Danielle de Jesus de Souza; ALMEIDA, Ivone Maria Xavier de Amorim; http://lattes.cnpq.br/5012937201849414Esta escritura incursiona a respeito dos modos de existência experimentados pelos corpos brincantes que caminham na Festa de São Marçal, em São Luís, capital maranhense. A festa, também conhecida como Encontro de Bois de Matraca, acontece anualmente no dia 30 de junho, dia de São Marçal, no bairro do João Paulo. Com base nesse contexto festivo e caminhante, a pesquisa mira por outros modos de fazer e dizer epistêmicos, atentos às sapiências das ruas (SIMAS, 2019) em meio às invenções produzidas pelos grupos de Bumba meu boi. Nisso, elaborei giros, redemoinhos, cruzos e ruminações, gerando a proposição metodológica da etnocaminhada, noção que tem proximidade epistêmica e afetiva com a motriz de pensamento da etnocenologia (SANTA BRÍGIDA, 2016, 2015; BIÃO, 2009, 2007). É pela etnocaminhada que percebo a força dos processos estéticos, devotivos, ritualísticos, poéticos e políticos nutridos na Festa de São Marçal, sobretudo do corpo brincante em seus movimentos e gestualidades assentadas no tempo espiralar (MARTINS, 2021). Além disso, a etnocaminhada fez emergir, como acontecimento metodológico, meu estado de caminhante etno-pesquisadora, que é quando caminho na imersão festiva com o desejo intenso pelas encruzilhadas, dobras, frestas e bordas do fenômeno espetacular e pelos encontros gerados a partir do estar-junto coletivamente (MAFFESOLI, 2014; 1998). O estudo busca ainda conhecer as táticas elaboradas (DE CERTEAU, 1994) pelos homens lentos (SANTOS, 1996) e suas corpografias geradas (JACQUES E BRITTO, 2006) na ambiência urbana e caminhante de São Marçal, como experiência festiva geradora de microrresistências. O contexto pandêmico e as novas configurações do festejar também movimentaram esta investigação, que versa acerca da inventividade empregada e do alargamento no modelo festivo, profundamente afetando pela pandemia. Portanto, a pesquisa objetiva compreender como a caminhada ativa modos inventivos de existir, transformando a paisagem festiva de São Marçal num espaço – físico e virtual – de trocas afetivas, criação nômade e geração de outros mundos possíveis (KRENAK, 2019; ROLNIK, 2019).Tese Acesso aberto (Open Access) Caminho Sonoro: O corpo em escuta performativa(Universidade Federal do Pará, 2024-12-01) AMÉRICO, Waléria.; MANESCHY, Orlando Franco; http://lattes.cnpq.br/6198572031091761; https://orcid.org/0000-0001-8917-1348O Caminho Sonoro trata da relação do corpo e paisagem usando o deslocamento como espaço de criação artística. O corpo diante do horizonte de rio-floresta teve como objetivo desenvolver sonoridades na duração do caminho. Procedimentos de escuta da paisagem sonora, desenhos de partituras e colaborações com pessoas e seres da natureza compõem as performances ou transmissões sonoras. A reflexão parte da escrita de partituras experimentais entre lugares e a prática de escuta da paisagem sonora ao norte do Brasil, na capital Belém, localizada no estado do Pará. A experiência do corpo no território amazônico floresceu para ações de arte em ressonância com a espécie árborea Samaúma.Tese Acesso aberto (Open Access) Cartografia do Teatro : Contexto, políticas e poéticas do teatro de grupo em Macapá(Universidade Federal do Pará, 2023-09-24) MATOS, Bruno Sérvulo da Silva; MARTINS, Benedita Afonso; http://lattes.cnpq.br/6379814397024971Esta pesquisa derivou a construção de uma tese dividida em quatro partes ou quatro atos. A princípio, a feitura da composição do arquivo sobre grupos teatrais, induziu-me para o método cartográfico e, possivelmente, ao etnográfico. Para início dos estudos, foi necessário conhecer e escrever sobre o panorama do teatro amapaense, com a finalidade de lançar um olhar crítico e sócio-político-cultural sobre os cenários do teatro no Amapá. Observei que havia uma quantidade enorme de material sobre teatro em geral, mas sobre grupos teatrais do Amapá nenhuma ou poucas referências. Comecei por referências bibliográficas: Elderson, MELO. Teatro de Grupo: Trajetória e prática do teatro acriano 1970 a 2010. 2006. Samantha Agustin, COHEN. Teatro de grupo: Trajetória e relações. Impressões de uma visitante., 2010. Um autor específico é, constantemente, utilizado por quaisquer pesquisas, no que diz respeito às atividades teatrais amapaenses, o professor pesquisador, Romualdo Palhano, da Universidade Federal do Amapá. Esse autor serviu como suporte bibliográfico principal, para uma pesquisa que até então, estava no luscofusco, pois, apesar de saber que havia trabalhos teatrais no Estado do Amapá, eu os desconhecia. Assim, decidi mudar o foco principal do trabalho e me dedicar a um objeto: os grupos de teatro do Amapá. Ou seja, a pesquisa deixou de ser exclusivamente bibliográfica e passou a ser in loco. A cartografia é uma ciência que, tradicionalmente, refere-se à habilidade de elaborar mapas, cartas e outras formas de representar e descrever, detalhadamente, ou expressar objetos, fenômenos físicos e socioeconômicos. É, também, uma demarcação, ou territorialização; uma determinação de espaços com a finalidade de orientação e de conhecimento a respeito dessas mesmas porções espaciais. Amparado por essas características, deixei que a pesquisa seguisse seu processo, explorando cada parte que se sobressaía, seus desdobramentos, porém, com o cuidado de não perder de vista o objetivo principal: registrar, quantificar, qualificar, quando for preciso, sem esquecer seu caráter ibertário. Percebi que minha pesquisa também possuía um caráter etnográfico. Afinal, a etnografia é um método das ciências sociais, mas não apenas, principalmente da antropologia, em que o principal foco é um estudo das culturas e o comportamento de determinados grupos sociais. No primeiro ato, faço um breve panorama histórico das atividades de cunho teatral desenvolvidas no Estado do Amapá. Passeio pela cronologia mais ou menos fiel de imagens selecionadas que contam como o teatro, seja com o primeiro prédio ou nas primeiras atividades teatrais, vem sendo apreciada, vivenciada, constituída no Estado. No segundo ato, piso o terreno movediço, por assim dizer, das políticas públicas de incentivo às artes cênicas. De todos os atos, este é aquele ao qual dediquei cuidado especial, por tocar em questões conflituosas, por dialogar com temas caros às instituições públicas governamentais e não governamentais, e por descortinar situações visíveis, porém mudas, caladas por uma opressão conveniente. O terceiro ato é dedicado aos espaços teatrais ou aos lugares de teatro. A cidade de Macapá possui poucos espaços institucionais, constituídos como lugar de teatro, o que leva muitos grupos teatrais a buscarem alternativas para o desenvolvimento de suas atividades. Destaco, com essa evidência, que não apenas os lugares de teatro são necessariamente espaços teatrais. Surgem outros territórios, ditos aqui como alternativos. O quarto ato, eu considero a alma do projeto de pesquisa. É nele que dedico e concentro esforços para construir uma espécie de narrativa, que expresse todos os anseios, alegrias, lutas dos grupos teatrais para fazerem arte, para se fazerem existir, em um lugar em que a valorização artística é tão incipiente. A cada conversa, a cada descrição dos grupos e suas atividades, era o descortinar de um perfil apaixonante. Independentemente, das farsas e dos disfarces, dos dissonantes discursos, das máscaras e maquiagens, busquei descrever e reverberar vozes que gritam, choram, lamentam, suplicam para se fazerem ouvir, mas também riem e trazem e sentem felicidade.Tese Acesso aberto (Open Access) O Cineteatro territorial de Macapá e a criação de uma política cultural janarista(Universidade Federal do Pará, 2023-06-26) FERREIRA, Frederico de Carvalho; MARTINS, Benedita Afonso; http://lattes.cnpq.br/6379814397024971A presente pesquisa de doutorado, desenvolvida no Programa de Pós-Graduação em Artes da Universidade Federal do Pará, sob a orientação da Profa. Dra. Bene Martins, realizou estudo sobre contextos sócio-político-culturais engendrados a partir da instauração do Território Federal do Amapá (TFA), com foco no Cineteatro Territorial de Macapá, entre os anos de 1944 e 1949. A pesquisa, intitulada: O Cineteatro Territorial de Macapá e a Criação de uma Política Cultural Janarista. Os objetivos são os de evidenciar e de refletir sobre a criação de uma política cultural, disseminada pelo Governador Capitão Janary Gentil Nunes e suas possíveis influências no processo de formação identitária amapaense. Esta pesquisa justifica-se pela insuficiência de trabalhos que contemplem o tema e pela necessidade de abordagens mais aprofundadas sobre as memórias artística, cultural e teatral amapaense e seus contextos sociais e políticos, que podem ter influenciado na sua formação identitária e cultural, além de contribuir, como aporte teórico e crítico para pesquisas futuras, possibilitando, com isso, condições para o crescimento do Teatro no/do Norte e no/do Brasil. O ponto central do estudo é o movimento artístico e cultural oportunizado (ou não) pelo Cineteatro Territorial de Macapá, espaço oficial de difusão política e cultural do TFA. No processo de construção desta pesquisa, conforme objetivos propostos, é investigada a formação do TFA, desde sua fragmentação do estado do Pará (1943); a escolha da capital territorial e o Jornal Amapá, como fonte documental; a inauguração do Cineteatro Territorial de Macapá (1944) e suas atividades político-culturais; a criação de uma política cultural janarista e o possível diálogo com o movimento cultural amapaense. O estudo alia-se à linha de pesquisa: Memórias, histórias e educação em artes, do Programa de pós-graduação em artes (PPGARTES-UFPA). As metodologias de apoio são as do campo artístico-cultural, estudos culturais, em diálogo com outras referências, a partir de uma análise qualitativa das fontes. Inicialmente com leitura sistemática das bibliografias sobre política cultural, contextos teatral e audiovisual estabelecidos entre 1944 e 1949. Os materiais consultados são de filmes, espetáculos, artistas e companhias teatrais registrados em MacapáAP. Caracteriza-se como pesquisa documental, por priorizar o levantamento e análise das fontes que possibilitem a interpretação dos órgãos e documentos oficiais, como o Jornal Amapá e Relatório de Atividades do Governo do Território Federal do Amapá.Tese Acesso aberto (Open Access) COM QUANTOS NARIZES SE FAZ UMA PALHAÇA BEIJA FLOR? O desvelar dos modos de ser e de existir de Aurora Augusta.(Universidade Federal do Pará, 2024-09-17) CORRÊA, Suani Trindade; ALMEIDA, Ivone Maria Xavier de Amorim; http://lattes.cnpq.br/5012937201849414Esta pesquisa de doutoramento em Artes se insere no campo epistemológico da Comicidade, especialmente da Palhaçaria, esgarçando os modos de ser e de existir de minha persona palhacesca – Aurora Augusta, no intuito de desvelar sua ânima palhacesca, isto é, seus estados, temperaturas, características. Ao esgarçar o olhar sobre Aurora Augusta, lanço-me em um escarafunchamento da dualidade existente entre mim, a atriz, e ela, palhaça. Ao mergulhar nessa pesquisa, sou lançada em um campo de investigação que me faz pensar na seguinte questão: que persona é essa que eu trago comigo, que é o próprio espelho de mim, mas que reflete diferente? Hipoteticamente inquieta, vislumbro que nas fricções existentes neste emaranhado atriz-palhaça, Aurora Augusta mantém seus próprios traços, uma ânima própria, seja em cena ou fora dela. Mas Aurora é um ente, uma persona que já nasceu comigo, herança familiar ou foi/vem sendo construída ao longo dos meus processos artísticos? No desfiar da pesquisa que se apresenta movente e afetiva, clownverso com vários estudos teóricos, artísticos e literários, numa bricolagem de saberes epistêmicos, mas principalmente da Palhaçaria: Marton Maués (20212; 2004), Romana Melo (2016), Alessandra Nogueira (2009), Alana Lima (2019), Marcelo Colavitto (2016), Alice Viveiros de Castro (2005), Andréa Flores (2020; 2019), Ana Elvira Wuo (2016), Rodrigo Robleño (2015), Ricardo Puccetti (2009), Renato Ferracini (2003) Wládia Correia (2020); da atuação cênica do Ator: Eugenio Barba (1994); da Ontologia do ser: David Lapoujade (2017), Jung (2002; 1984), Greganich (2010), Pedro Cesarino (2008); e da criação poética: Manoel de Barros (2018, 2022, 2023). Em termos metodológicos, lanço-me a trabalhar na dimensão da Bricolagem, procedimento cujo produto gerado mostra, de alguma forma, um pouco do que é o artista, a maneira como se comunica com o mundo, expondo seu universo, seu imaginário e sua capacidade de articular discursos distintos (Denzin e Lincoln, 2006). E ainda no desfiar da pesquisa, ancoro-me nas discussões de Sylvie Fortin (2009) ao tratar das contribuições da Autoetnografia para a pesquisa na prática artística. Aciono essa metodologia por enveredar pelo processo de composição e criação de Aurora Augusta, que vai incidir na minha prática artística. Logo, irei bricolar e autoetnografar meus procedimentos artísticos (junto com os Palhaços Trovadores), os escritos de poetas e literatos que fazem parte de minhas leituras e prazeres, as conversas com os parceiros de cena e de palhaçaria da cidade, além de escarafunchar os diários (impressos e virtuais) com as discussões de e sobre a minha palhaça, os álbuns de fotografias e relatos de família, amigos. Ao desvelar os modos de existência dessa palhaça chamada Aurora Augusta, que atua na Amazônia Paraense, deixo e comungo a contribuição que minha pesquisa de doutoramento trará para o campo das Artes, principalmente da Palhaçaria, principalmente no movimento da Palhaçaria e Comicidade feitas por mulheres palhaças que estão cada vez mais intenso. Portanto, esgarçar e desfiar as pesquisas sobre nossas palhaças é de extrema importância, política e historicamente falando.Tese Acesso aberto (Open Access) Como Estrela és David: um Miguel da cor de breu(Universidade Federal do Pará, 2020-07-10) PUGET, Dayse Maria Pamplona; CHADA, Sonia Maria Moraes; http://lattes.cnpq.br/1004865944722134David Miguel dos Santos, compositor paraense nascido no bairro do Jurunas, em Belém do Pará, em 29 de dezembro de 1926, e falecido nesta mesma cidade, em 19 de fevereiro de 2000, é o objeto desta pesquisa. Este compositor foi um cronista do cotidiano e um cantador da periferia de Belém. Investigar os fatores que incidem no seu processo criativo a partir de uma perspectiva etnomusicológica foi o objetivo geral desta pesquisa. Os objetivos específicos foram: fornecer informações contextualizadas sobre este compositor, prover um catálogo comentado das suas obras, descrever o seu processo criativo e analisar os sambasenredo deste compositor. Para alcançar os objetivos propostos realizei levantamento bibliográfico, discográfico, imagético e audiovisual em diversos acervos; lancei mão de pressupostos da História Oral (entrevistas semiestruturadas, depoimentos e narrativas), interpretação e análises dos dados coletados e registrados, entre as quais: históricas, contextuais, cognitivas, estruturais, textuais e musicais, tendo como suporte teórico autores da Etnomusicologia e da Antropologia, entre outros, Béhague (1992), Blacking (2000), Merriam (1964), Nettl (2005) e Durand (2012). David Miguel, pela importância da sua obra, está inserido no lugar que lhe é de direito: a Música Popular Paraense.Tese Acesso aberto (Open Access) CORPO OCUPANTE AUTOCRIADOR: Diálogos possíveis entre fazer artístico e diversidade sexual e de gênero(Universidade Federal do Pará, 2023-12-28) SILVA, Juanielson Alves; BRITO, Maria dos Remédios de; http://lattes.cnpq.br/6896268801860211Esta tese nasce do desejo de compreender o fazer artístico, em especial os que tecem diálogos diretos com a Diversidade sexual e de gênero, como processos que se fazem no entre Arte&vida e que, por conseguinte, por meio de insurreições e insubordinações geram caminhos possíveis para o tensionamento do dispositivo de violência e vigilância do gênero e da sexualidade, isto é, a LGBTfobia/homofobia. Para tal, versando a noção de autocriação artística (LAVAND 2021) enquanto trajeto de pesquisa, debruçou-me sobre uma série de experiências artísticas que transitam entre processos criativos e experiências comunitárias, que podem ser lidos como práticas artísticas LGBTQIAPN+, vivenciadas por mim entre os anos de 2019 e 2023. Como suporte teórico, dialogo com três principais artistas-pesquisadoras da Amazônia paraense e algumas noções chaves de suas teorias-práticas que são: Ana Flávia Mendes (2010) e o “Corpo Imanente”, Mayrla Andrade Ferreira e o “Habitante Criador” e Rosangela Colares Lavand (2021), com a, anteriormente mencionada, “Autocriação Artística”, além de autores do campo dos estudos de gênero e sexualidade tais como Daniel Borrillo (2016), Regina Facchini(2003) entre outros, para materializar linhas de força entre esta pesquisa e sua função social artivista dos direitos humanos, em especificamente do direito a existência da comunidade LGBTQIAPN+ com suas dobraduras e intersecções. De tal forma, enquanto tese, defendo que o fazer-pensar em artes é capaz de tensionar o cis-heteropatriarcado ao inventa outros modos de existência por meio da autocriação artística presente em práticas artísticas LGBTQIAPN+, na qual há um corpo que se ocupa e cria incessantemente a si mesmo, sendo um processo em que o artista é implicado no e com o fazer poético em que ao mesmo tempo que se transforma, transforma o mundo. Um corpo que, em suas criações e feituras artísticas, também se encontra em processo de criação de si. Um Corpo Ocupante Autocriador.Tese Acesso aberto (Open Access) Corpos alterados: gesto, performance e paixão entre torcedores do Paysandu(Universidade Federal do Pará, 2023-07-03) COUTINHO, Lucienne Ellem Martins; CAMARGO, Giselle Guilhon Antunes; http://lattes.cnpq.br/2551648142775344; https://orcid.org/0000-0003-2662-8704A presente Tese tem como tema central a performance do torcedor apaixonado do Paysandu. No caminho que trilhei, trabalhei com a noção de “comportamento restaurado”, de Richard Schechner (2003); e com a ideia de “torcida como comunidade”, do antropólogo Roberto da Matta. Começo fazendo uma retrospectiva histórica do futebol, mostrando sua evolução, desde a Idade Antiga até os dias atuais, quando passa a ser regido por regras e caracterizado como esporte. Os dados históricos acerca da chegada do futebol em Belém do Pará foram coletados nas obras de Gaudêncio (2007) e Costa (2007). Aquino (2002) apresenta os primeiros indícios de uma prática semelhante ao que hoje se conhece como ‘futebol’; Zainaghi (1998) nos coloca em contato com os primórdios do futebol no Brasil; Leal (2000) nos fala sobre a prática do Tsuchu (século II), considerada a mais antiga forma de jogo na China; Grisard (2003) discorre sobre o manejo da bola nos jogos; Brustolin (2008) lança um olhar sobre o futebol como um dos fenômenos sociais e culturais mais importantes do século XX; Carioba (2017) reflete sobre o lado sombrio do futebol enquanto prática elitista no século XIX. O coração do trabalho – descrição etnográfica das performances dos torcedores apaixonados do Paysandu – encontra se no capítulo intitulado ‘Domingo de Payxão’. Nele, levanto hipóteses de como nasceu a paixão do “maior e melhor” time de futebol da Região Norte – o Paysandu.Tese Acesso aberto (Open Access) Cosmogonias amorosas: aberturas do caderno de encenadora n’A casa da atriz(Universidade Federal do Pará, 2021-05-31) PORTO, Luciana de Andrade Moreira; ALMEIDA, Ivone Maria Xavier de Amorim; http://lattes.cnpq.br/5012937201849414Cosmogonias Amorosas: aberturas do caderno de encenadora n’A Casa da Atriz é uma cartografia afetiva e luminosa sobre o processo de descoberta de uma encenadora na casa-teatro. Pensada como um desmanche, como nominou Rosane Preciosa em Rumores discretos da Subjetividade, são composições que arriscam a se desarticular completamente. Tentativas de construções do processo criativo através de imagens e exercícios induzidos com Eugênio Barba em Queimar a Casa: Origens de um diretor são vozes múltiplas que se compõem e se esgotam. Há mudanças de tempos verbais, confusões, histórias e sonhos. Assumindo a fala de Barba quando diz que no meio do processo criativo há uma ferida e somando à voz de Jorge Dubatti em O teatro dos mortos quando diz que precisamos reconhecer nossas falhas para falhar melhor, nos coloca (no sentido de ciência e construção de sentido) em posição mais humana e verdadeira com o objeto da matéria do que escrevo: a humanidade da carne, do pensamento, do errôneo afastamento das falhas que por vezes me tornaram apenas um autômato da cena. A tese é um acordo de humanidade que faltava, de doutorar-se em época pandêmica, dos riscos que corremos e do privilégio de continuar pensando. Mesmo que de outras formas. Eliana Bertolucci em Psicologia do Sagrado e Zulma Reyo em Alquimia interior são faíscas na escuridão, para tomar consciência do processo criativo, há que dar luz, iluminar lugares ainda não conhecidos, se aproximar daquilo que não se sabe falar ao certo. Um risco concebido em três fases: Mistérios Gozosos que cria através do prazer o método de captura da escrita; Cosmos devém dos outros que habitam comigo, trocas de presença, ensaios sobre o universo da encenadora no momento de criação e Conjunções Lunares são as formas de constelar na essência como diz Hilda Hilst em Sete cantos do poeta para o anjo, implica a presença e afetação do outro na sua poética, no pensamento. Assombros.Tese Acesso aberto (Open Access) Crônica/Memorial sobre a produção artística na Belém do final do século XX: três coleções e alguns biografemas(Universidade Federal do Pará, 2021-03-18) CHARONE, Neder Roberto; SILVA, Joel Cardoso da; http://lattes.cnpq.br/6918547599708778; SOUZA, José Afonso Medeiros; http://lattes.cnpq.br/6045766440369156Esta pesquisa caminha pela via da história e da memória para expor uma vivência participativa e observativa do campo cultural e artístico da cidade de Belém do Pará nas três últimas décadas do século XX. Este espaço de tempo cronológico é construído por uma série de fatores e atitudes que impulsionaram o campo produtivo das artes, principalmente as artes plásticas e visuais, provocados pelos sismos da década anterior (os anos de 1960) e pelo rompimento do relativo isolamento territorial e cultural. O modo como está escrito tem estrutura de egohistória e de compreensões significativas num sentido fenomenológico sobre acervo, coleções e relação entre proprietário e obra, além do espaço existencial de ambos, complementado por comentário sobre as obras em sua composição, com bases na atitude professoral dos anos de docência. O marco zero da investigação deu-se em entrevista presencial sobre a origem do conjunto, seguido de seu registro visual, sequenciado pelo mapeamento dos artistas e técnicas O aporte teórico tem ancoragem principalmente em Paul Rucouer, Araci Amaral, Francois Dosse, Peter Burke, Georges Didi-Huberman, Jacques LeGoff, Philipp Blom, Aby Warburg, Ulpiano Menezes, Philadelpho Menezes, José Afonso Medeiros Souza, Mariza Mokarzel, e Aldrin Moura de Figueiredo. Em anexo, há uma seção descritiva das décadas, com citação dos fatos e seus influxos sociais, políticos e suas possíveis ingerências no conteúdo das obras contidas nos acervos e recolhidos em jornais e periódicos que circularam na capital Belém, nas décadas estudadas, tornando-se uma fonte de suma importância buscada também em bibliotecas e acervos de instituições (como museus e teatros) para se ter a memória entendida como faculdade, mas também entendida como história da arte, tornada uma crônica de um período determinado.Tese Acesso aberto (Open Access) Da rosa salta gafanhoto: trânsitos entre kata pessoal e poesia corpórea(Universidade Federal do Pará, 2023-01-20) PINHEIRO, Silvia do Socorro Luz; ALMEIDA, Ivone Maria Xavier de Amorim; http://lattes.cnpq.br/5012937201849414; https://orcid.org/0000-0001-8277-5210; MENDES, Ana Flávia de Mello; SOUZA, Iara Regina da Costa; SANTOS, Adriana Maria Cruz dos; SANTOS, Mayrla Andrade Ferreira dos; http://lattes.cnpq.br/6144243746546776; https://orcid.org/0000-0002-4807-0775Esta é uma tese memorial que foi dividida em cinco livros, que tem como espaço de pesquisa o processo de criação da obra cênica Da Rosa salta Gafanhoto, assumindo-a como poética e metodologia da pesquisa, que transita pela dimensão feminina da Samurai, Gueixa e Criança Luz inerente à pesquisadora e suas relações com as poéticas corpóreas de cada uma delas. A pesquisa declara ser o gafanhoto que salta da rosa e assume como corpo da pesquisa esse salto que ele dá e se metamorfoseia nas três figuras femininas que aparecem na tese, as quais são fantasmas que orbitam à pesquisadora, ou fendas por onde o processo de criação se espalha. A poética e método investigativo usado na pesquisa, perpassa no processo de perceber a metamorfose da palha que ao secar e começar a morrer, se torna flexível, se enrola em flor para depois saltar em forma de gafanhoto. Alguma coisa que se desenrola, mas, primeiro ela seca e vai em direção à morte, seria uma metodologia da morte? Do perecimento? Uma poética do perecimento, um método poético de trabalho, mas, o que é isso? Um método de flexibilidade poética, onde contém o treinamento Kata pessoal, os três mascaramentos. Apresento como suporte teórico o conceito de pesquisa performativa que abraça essas proposições para os estudos práticos realizados e para a construção da escrita que emana das práticas da sala de trabalho. A pesquisa performativa aqui é entendida conforme os preceitos de Brad Haseman (2015). O condutor da pesquisa é essa metodologia poética flexível – Da Rosa salta gafanhoto -, onde a artista-marcial apresenta o conceito de autocriação, por assegurar que enquanto gera a obra vivencia muitos devaneios, indagações lugares vazios da artista marcial e afinamentos de coerência diante do mundo que a cerca e a si mesma, passando a autocriarse, sendo assim um processo de criação da obra e autocriação de si diante das diferenças de si.Tese Acesso aberto (Open Access) Dança Sensorial: metodologias de ensino e aprendizagem e sua aplicação em um processo de criação em dança para pessoa com deficiência visual(Universidade Federal do Pará, 2022-02-08) MOTA, Alves Mota; ALENCAR, Cesário Augusto Pimentel de; http://lattes.cnpq.br/0024366223698692O objetivo deste estudo é criar metodologias sensoriais de ensino e aprendizagem aplicadas a um processo de criação em dança desenvolvido com dançarinos que possuem deficiência visual. Os conceitos que balizam a pesquisa são: o háptico a partir de Ingold (2015) e Deleuze e Guattari (1997) e a fenomenologia da percepção de Merleau-Ponty (2011). O processo de criação poética ocorreu nas dependências da Escola de Teatro e Dança da Universidade Federal do Pará (ETDUFPA), com a execução de laboratórios de experimentação e criação em dança em dois grandes eixos: 1. A Dança háptica e 2. O Corpo sonoro, ambos pautados em vivências em dança com a exploração dos sentidos remanescentes dos sujeitos da pesquisa, bem como a aplicação das metodologias advindas desses laboratórios no espetáculo Corpus Sensorialis. A análise conta com dois sujeitos, quais sejam um dançarino cego e uma dançarina com baixa visão. O método de abordagem é o fenomenológico hermenêutico. A pesquisa de campo é alicerçada pelo procedimento de estudo de caso, e tem como técnicas de coleta de dados o uso de registros audiovisuais e fotográficos, entrevistas semiestruturadas e depoimentos verbalizados gravados em áudio durante os laboratórios e o espetáculo. A pesquisa poética e teórica, base deste estudo, ao investigar metodologias sensoriais no processo criativo em dança para pessoa com deficiência visual, trouxe como possibilidade a dança pensada e executada a partir da percepção háptica e sonora. Os laboratórios de criação mostram a urgência de se pensar nas especificidades, necessidades reais do sujeito. Emergiram dessas experiências algumas metodologias sensoriais no fazer dança para pessoa com deficiência visual, pautadas nas experiências corporais dos sujeitos dançarinos desta pesquisa. As proposições metodológicas experimentadas nos laboratórios de criação, ao serem aplicadas no processo de criação do espetáculo Corpus Sensorialis, evidenciaram uma forma de pensar e fazer a dança que contempla os sentidos remanescentes dos sujeitos dançarinos com deficiência visual. Propiciaram, também, um estar em cena de forma autônoma por parte dos dançarinos e despertaram nesses corpos percepções sensoriais no ato de dançar, significativas.Tese Acesso aberto (Open Access) Dança, Cabala, Espiritualidade: autoetnografia dançada em roda na Amazônia paraense(Universidade Federal do Pará, 2021-10-21) COSTA, Ana Cláudia Pinto da; CAMARGO, Giselle Guilhon Antunes; http://lattes.cnpq.br/2551648142775344Os fios que tramam a escrita desta Tese se entrelaçam aos fios de experiências vividas pela artista-pesquisadora/focalizadora-dançante Ana Cláudia Pinto da Costa, no contexto do coletivo UBUNTU, movimento de Danças Circulares Sagradas da cidade de Belém/PA. O trabalho é fruto de uma pesquisa de cunho etnográfico e autoetnográfico no campo das Artes, acerca das doze Orações Corporais, inspiradas na Cabala pela bailarina e coreógrafa Frida Zalcman. Tais danças correspondem à “tradução” dançada das orações cantadas na sinagoga. A pesquisa se insere num estudo mais amplo acerca das chamadas orações corporais, norteadas, neste caso específico, pelos preceitos da Cabala, a Árvore da Vida, levando-se em consideração seus quatro mundos e suas emanações energéticas (sefirót). Essas orações corporais são um modo de vivenciar, por meio da dança, os rituais litúrgicos do Judaísmo, favorecendo o contato do praticante com os mundos da Cabala, onde supostamente acontece o encontro com o Criador. O estudo busca compreender o sentido e o significado que os preceitos da Cabala dão à dança, tal como foi organizada e sistematizada por sua idealizadora, implícitas no contexto da performance ritual da Oração Corporal Mode Ani Lefanecha, a partir da cosmovisão das dançantes. A pesquisa se inscreve em três campos teórico-metodológicos: 1. Antropologia da Dança, campo que possibilita observar, vivenciar, e compreender a “dança” – movimentos, passos, ritmos, gestos, simbolismos, ritual, entre outros elementos – em sua relação com o contexto no qual ela é transmitida e praticada; 2. Fenomenologia da Percepção de MerleauPonty, com estudos focados na estesiologia do corpo; 3. Dança Terapia de Andrea Bardawil que se constitui na experiência com a dança, a partir do diálogo com a educação somática, a consciência corporal e a improvisação.Tese Acesso aberto (Open Access) Dançaeira : O Corpo Feminino Afro-amazônico nas Malandragens e Vadiagens da Capoeira para a decolonização em Dança Contemporânea(Universidade Federal do Pará, 2023-11-13) SILVA, Andreza Barroso da.; SANTA BRÍGIDA JÚNIOR, Miguel de; http://lattes.cnpq.br/6889411521648199Os caminhos e trajetos artístico-culturais ao longo do trânsito Icoaraci-Belém e Belém-Icoaraci, proporcionaram ao corpo feminino afro-amazônico, imerso nas relações com a dança e com a capoeira, a construção da práxis epistemológica Dançaeira. Nestes caminhos, foram acionadas memórias a partir da infância nos quintais, ruas, escolas, experiências artístico culturais com a dança e com a capoeira, seguindo uma trajetória de menina-mulher-mãe educadora-professora-pesquisadora, revelando-se então, a “ancestralidade viva” que se presentifica a partir das mulheres ancestrais que habitam em mim. Convoco três manas que empunham o berimbau, junto a mim, e decolonizam o poder em dança na Amazônia com suas poéticas de “RE-existências”. Apresento possibilidades de caminhos teórico-metodológicos decoloniais em dança contemporânea, seguindo um fluxo autoetnográfico, de Fortin, sustentado pelo NOS-NÓS em que os “nós atados” com o mundo ao redor, com os fazeres, saberes e poderes se realizam sob a perspectiva da malandragem. Cantigas de capoeira, poesias e poesias-cantigas autorais, imagens de fotos e prints de vídeos de imersões durante a pesquisa, desenhos autorais emanam reflexões do processo e, a presença marcante do berimbau, que impele a voz do corpo feminino com seus sons e toques, endossam o percurso metodológico da pesquisa. O interjogo dos diálogos dançaeirantes acolheu contribuições de Freire, a Práxis pedagógica; Santos e Menezes, as Epistemologias do Sul e; Costa, Torres e Grosfoguel, Decolonialidade, que consubstanciam a metodologia não hierarquizada, que revela simbolismos e significados dos sete elementos da Dançaeira para despertá-la em vós, a partir da Amazônia para o mundo.
