Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica - PPGG/IG
URI Permanente desta comunidadehttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2603
O Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA) surgiu em 1976 como uma necessidade de desmembramento do então já em pleno desenvolvimento Curso de Pós-Graduação em Ciências Geofísicas e Geológicas (CPGG), instalado ainda em 1973 nesta mesma Universidade. Foi o primeiro programa stricto sensu de Pós-Graduação (mestrado e doutorado) em Geociências em toda Amazônia Legal. Ao longo de sua existência, o PPGG tem pautado sua atuação na formação na qualificação de profissionais nos níveis de Mestrado e Doutorado, a base para formação de pesquisadores e profissionais de alto nível. Neste seu curto período de existência promoveu a formação de 499 mestres e 124 doutores, no total de 623 dissertações e teses.
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) Análise comparativa hidroambiental das bacias do Una e da Estrada Nova, em Belém-PA, e suas implicações socioeconômicas(Universidade Federal do Pará, 2015-03-26) LEÃO, Eduardo Araujo de Souza; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626Para se avaliar a efetividade das intervenções públicas no que se refere a alterar a dinâmica social e a melhorar a qualidade de vida de uma população é necessário a construção e aplicação de indicadores sociais no monitoramento da gestão pública, principalmente quando se tratam de grandes intervenções ambientais. Por mais que tais indicadores sejam mapeados, na grande maioria dos estudos ambientais onde ocorrem essas intervenções, observa-se que o poder público não tem se dedicado ou não consegue realizar e monitorar, de forma eficiente o comportamento destes indicadores ao longo do tempo. Em Belém, as inundações em áreas urbanas representam um sério problema para grande parte do município, principalmente quando atingem áreas densamente ocupadas, ocasião em que geram prejuízos consideráveis e muitas vezes irreparáveis, com perdas inclusive de vidas humanas. A inundação tem sido um problema frequente nos períodos de chuvas, tanto nas áreas mais antigas e consolidadas da cidade, como nas áreas de expansão urbana, fato esse agravado em função das características geológicas e geomorfológicas das áreas bem como do seu alto índice pluviométrico, pela impermeabilização do solo, ocupação das várzeas e retirada das matas ciliares, o que dificulta a infiltração das águas das chuvas. Em decorrência desses fatores ambientais e da desatenção do poder público em prover equipamentos sociais e intervenções físicas na área da metrópole, as populações que ocupam as partes mais vulneráveis da cidade de Belém, têm no geral, uma baixa qualidade de vida, no que se refere à questão do ambiente em que vivem. Com vistas a avaliar comparativamente duas realidades distintas e analisar se realmente a intervenção pública foi efetiva e eficiente e a partir da mesma incluir, como prática a aplicação de indicadores de qualidade hidro ambientais no monitoramento da gestão pública, utilizou-se como “case” para essa pesquisa a intervenção realizada pelo governo estadual na bacia do Una, onde foi executado a implantação da Macro Drenagem da Bacia Hidrográfica do Una que contemplou os serviços de abastecimento de água potável, esgotamento sanitário, drenagem de águas pluviais e sistema viário, comparativamente com a intervenção do governo municipal para a bacia hidrográfica da Estrada Nova, em execução, com a implantação dos mesmos serviços. Para desenvolver a pesquisa, o estudo levantou dados e informações obtidas na bacia do Una e projetou cenários futuros para a bacia da Estrada Nova, utilizando os mesmos indicadores. Estes indicadores socioambientais, nesse estudo, ainda foram contemplados e fortalecidos com uma avaliação hidrogeologica das duas bacias, a análise de qualidade das águas superficiais e subterrâneas, a consideração sobre a incidência de doenças de veiculação hídrica, a vulnerabilidade dos aquíferos, com o objetivo de avaliar a espacialização de criticidade das bacias e identificar quais regiões precisam de mais atenção ou apresentam os melhores resultados. O estudo demonstrou que as características físicas e socioeconômicas das duas bacias de estudo são similares e que após a intervenção na bacia do Una, nenhum tipo de indicador foi monitorado, com vistas a comprovar a eficiência da intervenção. O estudo ainda apresentou que os indicadores de saúde, ligados a veiculação hídrica (motivo pelo qual também foi feito a intervenção) escolhidos para monitoramento antes e após a intervenção, têm, parcialmente, conexões diretas com a qualidade ambiental da bacia, porém muitos indicadores não puderam ser escolhidos pela inexistência de dados do poder público. A vulnerabilidade do aquífero superior também é preocupante em alguns bairros, na medida em que grande parte da população se abastece deste aquífero, o qual tem sua recarga provida, em boa parte, pelos canais drenantes de Belém, sabidamente detentores de índices de qualidade muito ruins de suas águas, podendo mesmo serem caracterizados como verdadeiros esgotos a céu aberto. Os canais drenantes e igarapés de Belém, são responsáveis assim pelo direcionamento deste excesso de esgoto, para a Baia do Guajará e para o rio Guamá por meio da interligação que têm com esses elementos fisiográficos. Em virtude do município ter grande parte da sua área situada em cotas de até 4 metros, que é também a amplitude média anual das marés regionais, essas áreas estão sujeitas à inundações. Por via de consequência todo o aquífero superior fica vulnerável a infiltração das águas contaminadas dos canais, as quais nos momentos de cheias ficam represadas, aumentando o tempo de residência nos mesmos. A pesquisa ora em apresentação avaliou cenários e indicadores, dessa realidade, deixando em aberto a necessidade de serem construídos e monitorados outros indicadores para que o ato de avaliar a efetividade da intervenção pública possa ser mais consistente. Por fim o estudo também constata que vários indicadores não puderam ser considerados no estudo devido à insuficiência e a qualidade de dados existentes disponibilizados pelo poder público.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Contribuição ao conhecimento das formações Barreiras Pirabas utilizando-se ferramentas da análise estrutural com vistas à aplicação em hidrogeologia(Universidade Federal do Pará, 2016-10-17) SILVA, Larissa Silva e; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626A existência de conexão hidráulica entre os sistemas aquíferos Barreiras e Pirabas na área Nordeste do Estado do Pará e mais especificamente na Região Metropolitana de Belém – RMB vem sendo levantada, há alguns anos, por diferentes autores a partir da aplicação de técnicas analíticas variadas. Este trabalho apresenta mais uma contribuição à essa temática, dessa feita agregando-se dados e informações obtidos a partir da utilização das ferramentas da análise estrutural, no sentido de procurar entender o mecanismo de fluxo subterrâneo e as condições de recarga, que tem lugar na área em consideração. O trabalho foi realizado a partir dos bancos de dados sobre poços existentes em órgãos públicos e privados. A análise estrutural realizada teve em conta os elementos geométrico-cinemáticos presentes nos sistemas aquíferos mencionados e avançou na consideração dos processos geotectônicos que teriam levado à conformação do arranjo geométrico presente na área, tido como essencialmente neotectônico. Verificou-se que o desenvolvimento das estruturas tectônicas rúpteis, principalmente de falhas, impressas sobre as rochas regionais que encerram os sistemas aquíferos, levaram à composição espacial de blocos morfoestruturais em arranjos de horsts e grábens, limitados preferencialmente por descontinuidades NE e SW resultantes da interação das falhas normais com falhas transcorrentes. As fronteiras desses blocos, sempre marcados por falhas permitem interconectar a circulação de águas dos sistemas aquíferos de diferentes posições espaciais, sustentada pelo princípio de vasos comunicantes, do que decorre a mistura das águas contidas, em cada um deles individualmente. Assim é impossível manter o modelo defendido por vários autores na literatura regional do confinamento de aquíferos. Por outro lado, a elaboração de mapas potenciométricos e de fluxo em regiões de rochas sedimentares, aonde se tem os chamados meios homogêneos, como é o caso da RMB não pode ser realizada sem considerar a análise estrutural, geométrica e cinemática, sob pena de serem cometidos erros na elaboração dos mesmos e assim de se chegar à interpretações hidrogeológicas equivocadas. Desse modo, é necessário rever as metodologias para a elaboração desses importantes instrumentos, com o intuito de se obter resultados mais precisos em relação aos mecanismos de circulação, recarga e descarga de sistemas aquíferos, no que esse trabalho também avança.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo tectono-sedimentar da Bacia de Jaibaras, na região entre as cidades de Pacujá e Jaibaras, noroeste do estado do Ceará(Universidade Federal do Pará, 1996-04-22) QUADROS, Marcos Luiz do Espírito Santo; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626Os estudos realizados na porção sudoeste da Bacia de Jaibaras em uma área de aproximadamente 300 km², situada entre as cidades de Pacujá e Jaibaras, região noroeste do Estado do Ceará, envolvendo mapeamento geológico de semi-detalhe na escala de 1:25.000, análises faciológica, petrográfica e estrutural das formações Pacujá e Aprazível, permitiram uma melhor visualização da distribuição espacial das unidades acima referenciadas, bem como a caracteriza ção dos seus ambientes de deposição, padrão estrutural e por fim tecer cons iderações acerca da evolução tectono-sedimentar da Bacia de Jaibaras. A Formação Pacujá é caracterizada como uma seqüência vulcano-sedimentar afossilífera que foi submetida a dobra mentos e falhamentos. É constituída por intercalações rítmicas de arenitos arcosianos finos a siltitos com pelitos, onde os arenitos ocorrem na forma de bancos decimétricos tabulares, contínuos lateralmente, exibindo base abrupta e gradação para siltitos em direção ao topo. Os arenitos podem apresentar-se maciços ou estratificados, exibindo laminação plano-paralela, estratificação cruzada micro-hummocky, cruzada climbing waveripples, lineação de partição e laminação convoluta. No topo das camadas de arenito ocorrem, por vezes, marcas onduladas assimétricas e simétricas. Os pelitos apresentam laminação planoparalela e eventualmente gretas de contração. Intercaladas nos sedimentos da Formação Pacujá ocorrem rochas vulcânicas e sub-vulcânicas (basaltos, andesitos, dacitos e riolitos), sob a forma de sills, diques e derrames associados com rochas vulcanoclásticas. Tais rochas tem sido englobadas na Suite Parapuí. O ambiente deposicional da Formação Pacujá foi caracterizado como lacustre, com vulcanismo associado, sujeito a ação de ondas de tempestades, atestada pela presença da laminação cruzada micro-hummocky. Entretanto, não se descarta o ambiente marinho para esta formação, haja vista que os dados obtidos no campo não são suficientes para caracterizar com segurança um destes ambientes. Nesta formação, as intercalações rítmicas de arenitos com pelitos caracterizam ciclos de tempestitos, geralmente incompletos. No contexto geral da Bacia de Jaibaras, a Formação Pacujá representa o pr imeiro pulso deposicio nal, ocorrido no Neo-Proterozóico e estendendo-se até o Cambriano, sendo que a sua área de sedimentação estendeu-se além dos limites atuais da Bacia de Jaibaras. A Formação Pacujá apresenta um padrão de dobramento complexo, resultado de superposição de dobramentos, com formas geométricas semelhantes aos padrões de interferência do tipo 1 - “domos e bacias” e dobras em kinks. Este dobramento pode estar relacionado a transpressões em regime dúctil-rúptil, ligado a um esquema transcorrente sinistral nordestesudoeste no Eopaleozóico, que levou a fraca inversão da Bacia de Jaibaras. A Formação Aprazível compreende uma seqüência sedimentar delgada, falhada e basculada em geral para sudeste, que recobre discordantemente a Formação Pacujá. É constituída por conglomerados polimíticos com arcabouços fechado (clast -support) e aberto (matrixsupport), maciços ou estratificados, contendo clastos de rochas vulcânicas, gnaisses, granitos, rochas calciossilicáticas, quartzo, anfibolitos, riolitos, mármores, milonitos, siltitos e arenitos, com tamanhos que variam de grânulos até matacões. A matriz é arenosa arcosiana grossa a muito grossa, localmente microconglomerática. Ocorrem, em menor proporção, arenitos arcosianos médios a grossos maciços, localmente com estratificação cruzada acanalada, e também intercalações de camadas contínuas lateralmente de arenitos arcosianos com pelitos laminados com níveis gretados. Estes arenitos apresentam laminação plano-paralela, laminação cruzada cavalgante (climbing-ripples), localmente estratificação acanalada de pequeno porte, lineação de partição e laminação convoluta. Na superfície das camadas de arenitos ocorrem, eventualmente, marcas onduladas simétricas e assimétricas. O ambiente de deposição da Formação Aprazível foi caracteriza do como do tipo leque/planície aluvial, dominado por debris-flows e stream-flows, progradando distalmente sobre pequenos corpos lacustres. O acamamento da Formação Aprazível encontra-se em geral basculado para sudeste, fato este ocasionado a partir da rotação de blocos, em função de um eixo extensional de direção noroeste-sudeste atuante no Ordoviciano, o qual controlou a deposição da Formação Aprazível no espaço compreendido entre as zonas de cisalhamento Sobral-Pedro II e Café- Ipueiras. A Formação Aprazível representa a seqüência do segundo e último pulso deposicional ocorrido na Bacia de Jaibaras no Ordoviciano, em uma área de deposição mais restrita, controlada pelas zonas de cisalhamento Sobral-Pedro II e Café Ipueiras. Sua deposição ocorreu no intervalo de tempo pós-seqüência Pacujá e intrusões dos granitos da Suite Meruoca, e pré-seqüência do Grupo Serra Grande da Bacia do Parnaíba.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudos geológicos na faixa de alto grau de Cariré, noroeste do estado do Ceará(Universidade Federal do Pará, 1996-06-13) FERREIRA, Marcos Aurélio Araújo; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626Dissertação Acesso aberto (Open Access) Evolução geológica da região nordeste do estado do Pará com base em estudos estruturais e isotópicos de granitóides(Universidade Federal do Pará, 2001-07-04) PALHETA, Edney Smith de Moraes; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução geológica das seqüências do embasamento na porção sul do Cinturão Araguaia - Região de Paraíso do Tocantins(Universidade Federal do Pará, 2002-09-12) ARCANJO, Silvia Helena de Souza; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626As unidades litoestratigráficas do embasamento do segmento sul do Cinturão Araguaia, em função dos restritos registros geocronológicos, foram inicialmente consideradas como de idade arqueana. Este posicionamento estratigráfico começou a ser modificado após as primeiras investigações geocronológicas sistemáticas que surgiam, a partir da segunda metade da última década, revelaram um predomínio de processos geológicos do Paleoproterozóico, contrastando com as idades arqueanas encontradas em ortognaisses do embasamento do segmento setentrional do cinturão. Um estudo isotópico foi realizado nas rochas que constituem as seqüências do embasamento no segmento sul do Cinturão Araguaia, arredores de Paraíso do Tocantins e os resultados do mesmo, apresentados neste trabalho, tiveram como base as metodologias de evaporação de Pb em monocristais de zircão (Pb-Pb em zircão) e Sm-Nd (rocha total). Estes foram empregados com intuito de aperfeiçoar o quadro estratigráfico e reconstituir a evolução geológica desse segmento crustal, onde ocorrem o Grupo Rio do Coco, o Complexo Rio dos Mangues e o Granito Serrote, bem como à Suíte Monte Santo, que também aparece nesse contexto. Os processos geológicos identificados para a região aconteceram a partir do Arqueano e estenderam-se até o Neoproterozóico. Os primeiros indícios de fontes arqueanas foram obtidos em alguns restritos corpos ortoderivados no setor leste da área mapeada, cujas idades TDM situaram-se entre 3,25 e 2,78 Ga. De maneira clara, o Arqueano, ocorre na porção noroeste da área estudada, sendo representado por uma rocha metabásica pertencente ao Grupo Rio do Coco (seqüência greenstone belt), com idade de 2.618 ± 14 Ma, que é interpretada como a idade de extrusão do protólito vulcânico. Representariam assim dois segmentos crustais pretéritos individualizados na região. No Paleoproterozóico foi constituído o Complexo Rio dos Mangues, a unidade de maior expressão no embasamento, cujos registros das idades (Pb-Pb em zircão) encontrados nos ortognaisses que o compõem variaram desde 2.054 ± 4 Ma até 2.086 ± 16 Ma, formados a partir de fonte mantélica, juvenil, com uma menor contribuição crustal e idades TDM entre 2,35 e 2,21 Ga. Os processos geológicos que marcaram este período, de maneira geral, envolveram encurtamento crustal, com a participação de colisões e cavalgamentos que facilitaram a fusão parcial de compartimentos crustais, espessados, resultando na geração de alguns corpos ígneos (1,85 e 1,82 Ga) e do Granito Serrote (1,86 Ga). O Granito Serrote, apesar de ter se colocado ao final do Paleoproterozóico, foi gerado a partir de fontes ainda mais antigas que aquelas do Complexo Rio dos Mangues, situadas entre 2,50 e 2,43 Ga. O segmento crustal continental então estabelecido, com rochas de idades e origens diversas, pode ser projetado para leste, muito além da área aqui enfocada, no contexto da arquitetura do Supercontinente Atlântica, consolidado de forma definitiva no final do Paleoproterozóico. Ao término de um longo período durante o qual não se registraram eventos tectônicos significativos, no final do Mesoproterozóico, sobreveio na região, uma nova fase de instabilidade marcada por processos tafrogenéticos, cujas evidências seriam o aparecimento de magmatismo alcalino e máfico, além de bacias deposicionais que assinalam um contexto distensivo por toda a área. Em uma dessas bacias tem destaque a que acolheu os sedimentos que originaram as supracrustais do Cinturão Araguaia, a qual, durante o seu processo evolutivo, alcançou o estágio de proto-rifte. Mais distalmente, ao norte do Maciço de Goiás, este processo de quebramento aparentemente permitiu a constituição de um domínio oceânico, que por evolução e reciclagem, teria gerado as rochas que compõem o Arco Magmático de Goiás. Na região trabalhada este terreno de arco seria apenas prenunciado pelo aparecimento de um gnaisse tonal ítico com idade de 840 Ma e idade modelo TDM de 1,83 Ga. Os efeitos dos processos dessa tafrogênese, dos quais os principais vestígios são os gnaisses sieníticos encontrados na Suíte Monte Santo, com idade de 1.051 ± 17 Ma, correlacionam-se aos processos de fissão ocorridos mundialmente e que levaram à fragmentação do Supercontinente Rodinha. Os protólitos desta suíte também foram gerados durante o Mesoproterozóico, conforme atestam as idades modelo TDM entre 1,49 e 1,70 Ga. Finalmente, passando ao Neoproterozóico, através da inversão nas condições geodinâmicas, seguir-se-iam na região processos de encurtamento horizontal e de espessamento crustal, além de fusões, espacial e volumetricamente distintas, que teriam gerado o Granito Matança e o Granito Santa Luzia, encontrado no domínio do Cinturão Araguaia. Este cinturão foi edificado a partir dessa movimentação tectônica, guardando registros de feições estruturais pretéritas, também presentes nos conjuntos litoestruturais mais antigos. O transporte de massas tectônicas no sentido do Cráton Amazônico teria ocorrido, resultando na atual arquitetura em que se encontram, na forma de lascas imbricadas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ferramentas multidisciplinares aplicadas à cartografia geológica: o exemplo da Folha Sobral – CE (SA-24-Y-D-IV)(Universidade Federal do Pará, 2009-10-20) SANTOS, Márcia Valadares dos; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626A região noroeste do Ceará compreende terrenos pertencentes aos Domínios Médio Coreaú e Ceará Central da Província Borborema. Os estudos realizados nessa região, na qual se enquadra a Folha Sobral (SA. 24-Y-D-IV) em escala de 1:100.000, procuraram contribuir para o avanço do seu conhecimento geológico. Para isso inicialmente foi realizada a sistematização de dados e informações geológicos pré-existentes a partir de um extensivo acervo de trabalhos realizados pelo IG/UFPA, desde a década de 1980. Além da utilização de imagens de sensores remotos (Landsat-5/TM e SRTM, e fotografias aéreas). Nas imagens Landsat foram aplicadas técnicas de realce, filtragem, transformação por componentes principais e transformação IHS, as quais permitiram complementar os resultados da interpretação visual. Os dados aerogeofisicos do Projeto Rio Acaraú de 1974, foram processados utilizando-se o software Oásis Montaj, e consistiu basicamente na interpolação dos dados (125m), micronivelamento e a geração dos temas transformados, como: imagens do campo magnético anômalo, das derivadas horizontais (dx e dy) e verticais (dz), amplitude do gradiente horizontal, amplitude do sinal analítico, inclinação do sinal analítico, e imagens dos canais de K, U, Th e CT e imagens ternárias (RGB e CMY). A interpretação dos produtos de sensoriamento remoto e aerogeofísicos, associadas ao mapeamento geológico na escala de 1:100.000 da Folha Sobral permitiram a caracterização lito-estrutural dessa importante região nordestina. Com base nos objetivos propostos nesta pesquisa e na metodologia utilizada para a execução da mesma, foram produzidos um mapa geológico enriquecido com o aporte de elementos geométricos revelados pela análise integrada de todos os produtos considerados, bem como mapas temáticos diversos. O trabalho demonstra a importância de se utilizar as chamadas geotecnologias para a cartografia geológica, tornando os mapas produzidos mais ricos e mais confiáveis, fornecendo também informações que podem ser disponibilizadas de maneira rápida, uma vez que todos os produtos resultantes deste trabalho encontram-se no formato digital.Tese Acesso aberto (Open Access) Fundamentos para o gerenciamento integrado dos recursos hídricos na microbacia urbana do rio Maguari-Açu com vistas à sustentabilidade hidroambiental(Universidade Federal do Pará, 2012-08-24) SILVA, Valdinei Mendes da; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626O município de Ananindeua como parte integrante da Região Metropolitana de Belém – RMB vem recebendo os impactos negativos resultantes da ocupação desordenada desse espaço territorial. As condições naturais da região vêm sendo ignoradas nesse processo de ocupação, o que se constata a partir da análise da situação atual dos recursos hídricos superficiais e subterrâneos, os quais vêm sendo degradados, de forma acelerada, em razão da ausência de intervenções, sobretudo de natureza pública que garantam o controle desses impactos ou mesmo pela implementação de ações que representam apenas a reprodução de experiências históricas não exitosas. A análise das condições socioeconômicas e hidroambientais demonstraram a insustentabilidade hidroambiental dessa região, bem como a existência de diversos conflitos no que se refere especificamente aos recursos hídricos. Para se contrapor a esse quadro são apresentados fundamentos para o gerenciamento integrado dos recursos hídricos, na microbacia urbana do rio Maguari-Açu, os quais buscam alcançar essa sustentabilidade. Tais fundamentos foram estruturados em 05 (cinco) ações: 1) Divisão da RMB em 6 (seis) bacia hidrográficas; 2) Zoneamento ambiental na Bacia do Rio Maguari- Açu; 3) Gerenciamento da impermeabilização do solo e do escoamento superficial; 4) Estratégias de organização social no gerenciamento de bacias urbanas e 5) Gerenciamento de informações a partir da base integrada de dados. Na sustentação de tais fundamentos foram elaborados cenários prospectivos, ancorados no arcabouço legal e no aparato tecnológico existentes, instrumentos suficientes para que ações integradas entre o poder público e a sociedade em geral, tornem possível empreender a transformação necessária para a construção ou reconstrução de cidades a partir dos preceitos da sustentabilidade.Tese Acesso aberto (Open Access) Gestão Integrada das Águas em Rondônia(Universidade Federal do Pará, 2010-10-30) ZUFFO, Cátia Eliza; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626; 9626349043103626A situação das águas em Rondônia, os desafios para sua gestão e, notadamente, para a mobilização social em sua defesa é o foco principal desta tese apresentada ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica, da Universidade Federal do Pará, PPGG/UFPA. Em sintonia com a Linha de Pesquisa em “Gestão de Recursos Hídricos”, do PPGG, os principais objetivos da pesquisa buscaram: acompanhar, registrar e analisar o processo de implementação da política e do sistema de gerenciamento de recursos hídricos de Rondônia; contribuir para o avanço desse processo por meio da realização de estudos sobre hidrogeologia, qualidade das águas subterrâneas e superficiais; pôr em prática alguns dos principais pressupostos de gestão das águas no Brasil, na atualidade, quais sejam o planejamento por bacia hidrográfica e a educação ambiental. A pesquisa foi realizada tendo como base a seguinte hipótese: a gestão integrada das águas em Rondônia, a exemplo de outros estados da Amazônia, ainda está em situação deficiente ou inexistente em razão de problemas estruturais no arranjo administrativo das unidades federativas; da não implantação de instrumentos de gestão previstos na Política Nacional de Recursos Hídricos; da cultura da abundância e do desperdício; e, ainda, da execução de ações antrópicas sem o necessário respaldo de pesquisa e de análise consistente de dados e informações sobre as águas, nas suas variadas formas de ocorrência. Entre os caminhos para superar a situação atual estão: a aplicação dos instrumentos de gestão por bacias hidrográficas, a formulação dos planos de bacias e a valorização da mobilização social, chegando-se à constituição de colegiados, tais como os comitês de bacias hidrográficas, importantes fori para debates com vistas a se viabilizar as condições para que seja possível um desenvolvimento regional sustentável, o que evidencia que a gestão integrada das águas depende de conhecimento técnico-científico, estrutura administrativa, legislação compatível e mobilização da sociedade para delas bem cuidar. A metodologia empregada compreendeu estudos e ações enfocando o meio físico, aspecto socioeconômico do uso da terra, das águas subterrâneas e superficiais, juntamente com a experiência de aplicação de planejamento por bacia hidrográfica - unidade de gestão dos recursos hídricos - e de educação ambiental como instrumento de mobilização social, através do Acqua Viva Rede UNIR – pelas Águas de Rondônia, buscando-se contribuir para a gestão integrada das águas Rondonienses. O desenvolvimento deste trabalho permitiu a ponderação sobre o estado atual de conhecimento de temas distintos, porém complementares entre si. O formato escolhido para apresentar os estudos, as ações e os resultados da tese foi o da preparação e submissão de artigos a veículos reconhecidos de difusão técnico-científica, conforme o seguinte arranjo: Nos artigos 1 e 2, abordam-se aspectos ligados às águas subterrâneas: 1) A NATUREZA DOS SISTEMAS HIDROGEOLÓGICOS DE RONDÔNIA E SUAS RELAÇÕES COM O BANCO DE DADOS DO SIAGAS (Zuffo et al. submetido à revista online Pesquisas em Geociências da UFRGS); 2) CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUAS SUBTERRÂNEAS EM RONDÔNIA (Zuffo et al. submetido à revista on-line do Instituto Geológico - SP); Nos artigos 3 e 4 são apresentados aspectos ligados às águas superficiais: 3) CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE DE ÁGUAS SUPERFICIAIS EM RONDÔNIA (Zuffo et al. submetido à revista on-line Anuário do Instituto de Geociências da UFRJ); 4) PLANEJAMENTO E ZONEAMENTO AMBIENTAL DA BACIA DO IGARAPÉ TAPADO – RONDÔNIA: uma contribuição à sua gestão (Catia Eliza Zuffo & Francisco de Assis Matos de Abreu - artigo científico aceito para publicação em livro do Programa de Mestrado em Geografia da UNIR). A gestão das águas e a educação ambiental são o foco dos artigos 5 e 6: 5) GESTÃO PARTICIPATIVA DAS ÁGUAS EM RONDÔNIA: ações e propostas para a formação dos Comitês de Bacias Hidrográficas (Catia Eliza Zuffo & Francisco de Assis Matos de Abreu - submetido à Formação - Revista Eletrônica do Programa de Pós-Graduação em Geografia da FCT-UNESP Presidente Prudente). 6) EDUCAÇÃO AMBIENTAL E GESTÃO DAS ÁGUAS EM RONDÔNIA: a atuação do ACQUA VIVA REDE UNIR (Catia Eliza Zuffo & Francisco de Assis Matos de Abreu - Submetido à Remea - Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental da FURG). Dessa forma, esses artigos compõem um todo integrado, sendo que cada um deles, individualmente, é apresentado de forma completa, compreendendo materiais e métodos que foram utilizados, bem como os resultados, discussões e referências bibliográficas. Assim, os resultados constantes nesses artigos trazem subsídios, com o intuito de melhorar a gestão das águas em Rondônia e de promover o desenvolvimento em bases efetivamente sustentáveis.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Influência da neotectônica sobre os arranjos geométricos dos aquíferos na Região Metropolitana de Belém – Estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2004-08-31) COSTA, Francisco Ribeiro da; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626A Região Metropolitana de Belém, RMB, está localizada em um segmento distensivo, no qual se alojam as seqüências sedimentares das formações Pirabas e Barreiras (COSTA et al. 1996), as quais, conjuntamente, encerram um dos maiores reservatórios de água subterrânea do Brasil (Oliveira, 2003). A dissertação que ora se apresenta visa contribuir ao conhecimento das unidades aqüíferas mencionadas, a partir do estabelecimento de parâmetros relacionais envolvendo aspectos geológicos geométricos e cinemáticos, hidrogeológicos e morfotectônicos, avançando assim, na compreensão da evolução espaço-temporal dessas unidades. A base de dados para se alcançar o objetivo colimado envolveu, trabalhos de campo e a análise de informações contidas em relatórios de construção de poços, em bases planialtimétricas 1:100.000, em imagens de satélite Landsat 7, em bases digitais do SRTM–Shuttle Radar Topographic Mission, ortofotos, bases topográficas da RMB e batimétricas das baias do Guajará e do Marajó, sistematizadas e integradas em um Sistema de Informação Geográfica – SIG para isso especificamente desenvolvido. Os softwares utilizados foram principalmente o SPRING – Sistema de Informações Georreferenciadas, ArcView e Global Mapper, este último utilizado no tratamento das imagens de radar SRTM. A abordagem utilizada no trabalho considerou o tratamento das informações em duas escalas distintas. Uma regional em 1:100.000, envolveu as folhas Belém, Acará e Abaetetuba, perfazendo um total de 10.635,3 km2. A outra, em semidetalhe, em 1:25.000, que recobriu a RMB, com área total de 1.929,7 km2. A análise morfotectônica permitiu o estabelecimento de três domínios geomorfológicos na consideração do relevo a saber: Relevo de Planícies Fluviais, Relevo Colinoso e Relevo de Morros e Morrotes. Os elementos geométricos neles descritos mostraram orientações compatíveis com aqueles definidos na análise da rede de drenagem. Esta foi compartimentada segundo cinco bacias principais: Litorânea, Rio Marapanim, Rio Guamá, Rios Acará-Mojú e Rio Pará. Essa análise permitiu a identificação de elementos neotectônicos, com destaque para lineamentos, individualizados por bacia hidrográfica, com direções gerais NE-SW, NW-SE e NNE-SSW na área regional e NE-SW e NW-SE e com menor freqüência, WNW-ESE na RMB. Na RMB foi possível, através da projeção e prolongamento dos lineamentos, traçar um arranjo bidimensional de polígonos, que tridimensionalmente definem blocos, compreendendo dois setores distintos, diferenciados por vários aspectos. O setor I está localizado na parte sudeste e o setor II na parte nordeste da área. Do ponto de vista cinemático esses dois setores apresentam variações no que se refere à movimentação. No setor I esta é dextral, tendo o maior estiramento (σ3) orientação NW-SE e falhamentos normais NE-SW. No setor II por sua vez a movimentação encaixa-se em um arranjo sinistral com direção de maior estiramento (σ3) NW-SE e falhamentos normais também NE-SW. A correlação de poços situados em um mesmo bloco individual demonstrou, utilizando-se técnicas geométricas simples, que as camadas geológicas que ocorrem em cada um deles, têm atitudes distintas, certamente influenciadas pela atuação de processos neotectônicos. No Setor I o gradiente é suave, da ordem de 1/180 m/m. No Setor II o gradiente é cerca de 5 vezes maior, da ordem de 1/30 m/m diferenciando os dois setores com relação ao basculamento das camadas. O tratamento integrado das informações levantadas permite estabelecer a direção de estiramento da Bacia Pirabas - Barreiras como sendo NW-SE, e conseqüentemente a das falhas normais que se instalaram a ele associadas NE-SW. Sendo as falhas normais as superfícies potenciais de menor pressão elas se constituem um dos locais de maior favorabilidade para a recarga dos aqüíferos por elas interceptadas. Daí decorre uma grande preocupação no que diz respeito à possibilidade de contaminação desses aqüíferos por influência antrópica, a partir dessas áreas de recarga, haja vista muitas delas estarem completamente oneradas pela ocupação humana, seja pela urbanização ou por atividade agrícola.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Neotectônica e estruturação dos sistemas hidrogeológicos da região de Castanhal/Pa(Universidade Federal do Pará, 2008-05-13) BANDEIRA, Iris Celeste Nascimento; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626O estudo morfoestrutural e hidrogeológico realizado no município de Castanhal - PA em duas escalas distintas, 1:100.000 e 1:25.000, permitiram avançar no entendimento das relações entre elementos geométricos dos sistemas hidrogeológicos e elementos estruturais relacionados aos eventos neotectônicos como base para determinar entre outros aspectos, áreas potenciais de recarga destes sistemas. O estudo morfoestrutural auxiliado pelos dados geofísicos levantados mostrou que a área tem um controle estrutural relacionado a um pulso neotectônico responsável pela reativação de falhas de direção NW-SE, NE-SW, E-W e N-S as quais provocaram anomalias e mudanças nos padrões de drenagem, assim como condicionou o estabelecimento de unidades de relevo onde se destacam planícies fluviais, colinas pediplanizadas e colinas de topo aplainado. Essas falhas podem ser compatibilizadas em um regime de esforço, que gerou um arranjo geométrico caracterizado por blocos tectônicos, limitados por tais falhas, bem como um quadro cinemático de configuração dextral, onde de forma destacada, se formaram falhas trativas na direção NW-SE, firmando importantes condutos para a recarga dos sistemas hidrogeológicos. A área é composta por três sistemas hidrogeológicos: Superior, caracterizado como livre e encontrado em profundidades de 2 a 8m; Barreiras variando entre livre e semiconfinado e encontrado a partir de 20m de profundidade; e Pirabas caracterizado como confinado e encontrado a partir 90 a 120m de profundidade. Estes sistemas apresentam profundidades variáveis relacionadas aos deslocamentos provocados por falhas neotectônicas. Os sistemas hidrogeológicos confinados (Pirabas) a semi-confinados (Barreiras) estão sendo recarregados em grande parte na área de Castanhal por condutos naturais que são as zonas de falhas e fraturas trativas de direção NW – SE . Já a recarga dos sistemas hidrogeológicos livres (Superior e Barreiras) se dá pela precipitação direta, a partir da água da chuva na porção centro-oeste da área de estudo, ou seja, nas proximidades do igarapé Couro do Curió e na porção nordeste próximo ao igarapé Defunto.Tese Acesso aberto (Open Access) Planos de sistemas aqüíferos como fundamento legal para a gestão de recursos hídricos(Universidade Federal do Pará, 2010-07-14) GUTIERREZ, Lucy Anne Cardoso Lobão; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626; 9626349043103626A avaliação das condições do autoabastecimento na RMB, em especial de 25 bairros, os quais apresentam informações consolidadas e disponíveis, evidenciou a necessidade de aprimorar a gestão dos recursos hídricos subterrâneos no Estado. Para isso é proposta a elaboração dos Planos de Sistemas Aquíferos como fundamento legal para a gestão de recursos hídricos no estado do Pará, em especial na RMB. Os dados e informações levantados demonstram que o sistema de abastecimento público apresenta déficit de atendimento, em razão principalmente da inexistência de rede pública de distribuição em muitas áreas; da deficiência ou inexistência de planos para a ampliação dessa rede; da necessidade de adequação e melhoramento da rede existente; da baixa disponibilidade de inversões financeiras para a melhoria geral do sistema; dos elevados índices de perdas verificados; dentre outros fatores. Em decorrência desse quadro tem aumentado o número de usuários, em especial do seguimento residencial, que utilizam poços tubulares para o autoabatecimento, quase sempre completados nos sistemas aquíferos Pós-Barreiras e Barreiras. Esta situação é observada, principalmente, nos bairros mais verticalizados, como Nazaré, Reduto, Umarizal e São Braz, que apresentaram, respectivamente, (62,9%), (49,2%), (31,8%) e (33,3%) das economias residenciais atendidas por poços particulares para abastecimento próprio. Estes aquíferos apresentam vulnerabilidade moderada a elevada, sendo que os dados disponíveis sobre a qualidade de suas águas revelam elevados índices de nitrato, causados, muito provavelmente, pela ausência quase total de sistemas de coleta e tratamento de esgoto. Para a formulação do modelo também foi realizado o levantamento e análise da legislação Federal e Estadual pertinente aos recursos hídricos, sendo verificado que essa legislação está bem mais avançada em relação às águas superficiais. O estabelecimento de cenários futuros, a partir da metodologia descrita por Michel Goodet, trouxe consigo a vinculação entre gestão e planejamento das águas subterrâneas e das águas superficiais, visto que, no modelo nacional, a unidade territorial para a gestão das águas é a bacia hidrográfica. Para permitir que o planejamento das águas subterrâneas não ocorra de forma fragmentada no âmbito das bacias hidrográficas e nem esteja totalmente atrelado ao início da gestão das águas superficiais, é proposto um modelo de planejamento e gestão das águas subterrâneas para o Estado do Pará. Nesse modelo, o planejamento dos sistemas aquíferos poderia ser realizado por meio dos Planos de Sistemas Aquíferos, sob a responsabilidade e coordenação do Estado. Para a definição das diretrizes de elaboração e aprovação desses Planos propõe-se a formação das Comissões de Sistemas Aquíferos a serem coordenadas pelo órgão Estadual de Recursos Hídricos, as quais incorporarão a participação indispensável dos usuários, representantes dos municípios que se encerram em bacias hidrográficas sobrejacentes a esses sistemas aqüíferos, bem como da sociedade civil organizada, um novo paradigma de funcionamento da sociedade contemporânea.Tese Acesso aberto (Open Access) Uso de ferramentas multidisciplinares na avaliação de vulnerabilidade e risco a subsidência no meio cárstico na cidade de Castanhal, Nordeste do Pará – Brasil.(Universidade Federal do Pará, 2009-11-06) PINHEIRO, Ana Valéria dos Reis; GOUVEIA, José Luiz; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626; 9626349043103626Castanhal é uma das cidades de maior crescimento demográfico do estado do Pará e tem o abastecimento público de água feito a partir do sistema aqüífero Pirabas, cuja característica principal é ser formado por rochas carbonáticas. A hipótese levantada neste trabalho é a de que a presença de edifícios cársticos subsuperficialmente explicaria a perda de fluido bentonítico de perfuração ocorrida durante a construção de três poços no bairro Jaderlândia, naquela cidade. Isto representaria uma situação de risco ambiental, por se tratar de área sujeita a colapso por afundamento de solo devido à desestabilização em subsuperfície. Geologicamente a região nordeste do Pará, onde Castanhal está inserida, é composta pelos sedimentos Pós-Barreiras e por rochas do Grupo Barreiras, que recobrem irregularmente a Formação Pirabas, cuja constituição calcária possibilita o desenvolvimento de edifício cárstico. Para a execução deste trabalho foi criada uma metodologia própria na qual são utilizadas diversas metodologias e aplicadas várias técnicas em diversas áreas do conhecimento, com destaque para sensoriamento remoto, geomorfologia, estratigrafia, neotectônica, geofísica e hidrogeologia, para análise ambiental. A partir de imagens do satélite Landasat-5/TM, imagens da SRTM, fotografias aéreas pancromáticas em escala 1: 70.000 e mosaico de ortofotos em escala 1: 10.000 foram gerados os mapas temáticos que junto com os perfis litoestratigráficos concebidos a partir de perfis litológicos dos poços da COSANPA possibilitaram a elaboração de perfis e blocos diagramas, que deram origem ao mapa de risco ambiental da cidade de Castanhal. Para complementar os dados geológicos usou-se métodos geofísicos de gravimetria, resistividade e de perfilagem de poços: raios γ, potencial espontâneo e resistência elétrica. O estudo hidrogeológico da cidade de Castanhal foi feito utilizando-se principalmente dados de poços para abastecimento público, complementados por poços particulares. A interpretação da rede de drenagem indica que ela está estruturalmente ordenada, representada por padrão em treliça, com direção principal NE-SW e NW-SE e assimetria forte, utilizada para evidenciar os landformes tectônicos primários, cujo significado permitiu a compartimentação tectônica da Folha Castanhal SA.23-V-C-I e da cidade de Castanhal. A organização geométrica foi confirmada pelos perfis litoestratigráficos dos poços e pelos perfis de resistividade. Esta estruturação tectônica é congruente com o sistema transcorrente dextral de Riedel, e ainda contém relay ramps, que são favoráveis à recarga dos sistemas aqüíferos, por serem estruturas abertas. Quanto à análise da qualidade das águas foram 2 observados altos teores de ferro total e turbidez em vários poços e de carbonato de cálcio nos poços abastecidos pelo sistema Pirabas. A carga hidráulica e o fluxo subterrâneo apresentam uma zona de recarga no centro da cidade e outra na Vila de Apeú, e indicam drenagens efluentes, subordinadas a falhas e fraturas abertas, que podem ser áreas de recarga. Isto aumenta a vulnerabilidade à contaminação dos aqüíferos, fato preocupante, tanto pela contaminação em si como pela penetração de águas superficiais levemente ácidas que proporcionam a dissolução do calcário, desenvolvendo a construção de edifícios cársticos. O levantamento gravimétrico mostrou uma anomalia positiva no centro da cidade, indicando a proximidade do embasamento cristalino em subsuperfície, corroborado pelas SEV’s. Já nos bairros Jaderlândia e Bom Jesus ocorrem anomalias negativas, concordantes com alinhamentos de drenagem com direção NNESSW, as quais indicam a construção de dois edifícios cársticos entre 60 m e 100 m de profundidade com uma extensão de 200 m e 400 m, representando alto risco de colapso nestes bairros. A interação das informações supracitadas possibilitou delinear a geometria das formações geológicas assim como a definição dos padrões estruturais geométrico e cinemático, o que permitiu estabelecer modelos tridimensionais. Quanto à hidrogeologia, foram indicadas as áreas de recarga, áreas de vulnerabilidade à contaminação, e ainda as áreas com risco de colapso por afundamento, devido ao desenvolvimento de edifícios cársticos, sendo sugeridos procedimentos para minorar e/ou evitar tais problemas.Tese Acesso aberto (Open Access) O valor econômico e estratégico das águas da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2006-03-22) DUARTE, André Augusto Azevedo Montenegro; RIBEIRO, Mário Ramos; http://lattes.cnpq.br/4314158355862373; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626A água propriamente dita é um recurso natural imprescindível para a vida, importantíssimo para os metabolismos e processos sócio-econômicos e fundamental para o equilíbrio e manutenção das condições climáticas e do meio ambiente em geral. O bem “água” em seu aspecto ontológico, isto é, como substância em si, bem como entidade sócio-econômica, e as águas da Amazônia, em particular podem ter medido ou calculado, o seu VALOR ECONÔMICO, a ser expresso em unidades monetárias, pautando-se no princípio de que estas águas são um BEM ESTRATÉGICO. Não se restringindo a condição da existência apenas no estado físico líquido da matéria, nem aos princípios de que o valor deste bem se origina ou deriva dos custos econômicos/financeiros para sua obtenção, tratamento, armazenagem e distribuição e nem àquele obtido sob o enfoque da escassez. “O Valor de Não Uso” ou “de Existência” do objeto de estudo é o foco principal desta tese. A Amazônia possui as maiores reservas de água doce, floresta tropical e biodiversidade do planeta. O complexo sistema decorrente desta interação, nos aspectos dinâmico e funcional, bem como estático (estoque) é gerado e a sua manutenção só será possível se não se alterarem de forma expressiva o ciclo hidrológico na região, o qual é de suma importância para o equilíbrio climático da Terra, quando realiza o transporte de calor e umidade, e, mais especificamente, quando se expressa como suporte à existência de atividades produtivas no território brasileiro de grande relevância econômica. Logo é importante que se identifiquem estratégias, se criem mecanismos e se estabeleçam parâmetros para gestão deste imenso recurso natural, apresentando-se também mecanismo e políticas compensatórias, inclusive com a transferência de recursos financeiros que possam promover o desenvolvimento sócio-econômico da região. A pesquisa que sustentou o desenvolvimento dessa tese tem caráter teórico, conceitual e multidisciplinar, envolve conhecimentos de geociências (geologia, meteorologia, hidrologia), economia, engenharias, políticas públicas, ecologia e sociologia, tendo duas vertentes principais: a hidrológica e a econômica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A viabilidade econômica e técnica da utilização de poços tubulares para o abastecimento de água na região de Belém e Ananindeua(Universidade Federal do Pará, 2006-10-31) KOURY, Felipe de Souza Moitta; ABREU, Francisco de Assis Matos de; http://lattes.cnpq.br/9626349043103626Nas próximas décadas, o desenvolvimento econômico e a estabilidade política das nações estarão ligados à disponibilidade de água doce em seus territórios. A água será um produto tão importante quanto o petróleo ou a tecnologia e a sua escassez ou abundancia poderá provocar o desencadeamento de conflitos em escala imprevisíveis. Este problema tem como passo inicial para seu equacionamento, o conhecimento completo do ciclo hidrológico, que permitirá uma avaliação tecnicamente segura e correta da disponibilidade dos recursos hídricos de uma região. E uma parte importante é entender o que acontece com as águas subterrâneas, que é sem duvida a parte mais desconhecida do referido ciclo. E também conhecer a disponibilidade dos sistemas aqüíferos e a qualidade de suas águas é primordial para o estabelecimento de uma política de gestão das águas subterrâneas. O aproveitamento pleno dos recursos hídricos subterrâneos depende de observações, análises e conclusões hidrogeológicas que permitam a captação da água nos locais mais adequados em termos de profundidade, vazão e qualidade da água. Desta forma, as etapas do trabalho desenvolvido foram as seguintes: características do quadro hidroclimático e meteorológico, avaliação das unidades geológicas, cadastro de poços tubulares profundos, análise química das águas dos aqüíferos da região, avaliação do grau de vulnerabilidade das águas subterrâneas, calculo das reservas hídricas e comparação econômica entra água subterrânea e água superficial para escolha do manancial a ser captado para o sistema de abastecimento público. A população de Belém estimada para o ano de 2006 é de 1.444.618 habitantes, distribuídos numa área de 210 Km² e para Ananindeua 488.106 habitantes, numa área de 184 Km². O clima da região é equatorial úmido, do tipo Af, e o balanço hídrico indica que no período de janeiro a setembro há excesso de água no solo, o que resulta em escoamento superficial e infiltração dessa água no solo, e que nos meses de outubro e novembro há deficiência de água no solo. As águas do aqüífero livre são acidas, apresentando pH entre 3,4 e 5,7, baixa condutividade elétrica. São classificadas como cloretada sódica ou bicarbonatada sódica. As águas do aqüífero Pirabas se apresentam de excelente qualidade e são classificadas como bicarbonatadas cálcicas, alcalinas e apresentam valores elevados de condutividade elétrica, dureza e alcalinidade de bicarbonato. O aqüífero Pirabas se configura como a melhor opção para exploração de água subterrânea, tendo poços entre 250 e 350 metros de profundidade, que disponibilizam vazões de 250 a 380 m³/h, sendo por essas características o mais indicado para abastecimento público. O grau de vulnerabilidade do aqüífero Pirabas é considerado baixo e negligenciável, devido à espessura da zona não saturada e das características litológicas e estruturais, sendo mais protegido da infiltração de contaminantes e portanto menos vulnerável à poluição. A região de Belém e Ananindeua possui reserva total de água subterrânea de 10,71 bilhões de metros cúbicos por ano, e uma reserva explotavel de 134,7 milhões de metros cúbicos por ano, que representa toda a reserva reguladora mais 30% da reserva permanente no período de 50 anos. A disponibilidade hídrica subterrânea per capita é de 190 litros/dia. Como o acréscimo da demanda até o ano de 2025 é de 57,03 milhões de metros cúbicos de água por ano, será necessário para atender esse acréscimo a construção de 65 poços profundos com vazão media de 250 m³/h, operando num regime de bombeamento de 16 horas por dia ou então 52 poços se o regime de bombeamento for de 20 horas por dia. Sendo também que o investimento necessário para a construção desses poços será feito parceladamente ao longo deste período de 20 anos. Visto que o preço do metro cúbico de água subterrânea é 32,46% mais barata que a água superficial, então essa opção se configura como a mais indicada para atender o abastecimento público. Considerando-se as hipóteses levantadas, pode-se concluir que a utilização de água subterrânea proveniente do aqüífero Pirabas é a melhor opção para ampliação do sistema de abastecimento de água para a região de Belém e Ananindeua. Uma vez que a decisão tomada pela COSANPA foi a de ampliação do sistema de abastecimento de água de Belém e Ananindeua a partir de águas superficiais essa opção só será aplicável após 2025, onde pelas estimativas de crescimento populacional o sistema necessitará novamente de ampliação.
