Dissertações em Estudos Antrópicos na Amazônia (Mestrado) - PPGEAA/Castanhal
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/12385
Navegar
Navegando Dissertações em Estudos Antrópicos na Amazônia (Mestrado) - PPGEAA/Castanhal por Orientadores "VILLACORTA, Gisela Macambira"
Agora exibindo 1 - 3 de 3
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Dissertação Acesso aberto (Open Access) “No meu sangue corre as águas desse mar”: o movimento do bloco Pretinhos do Mangue, Curuçá-PA, Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2020-06-07) FERREIRA, Marcus dos Reis; FURTADO, Lourdes de Fátima Gonçalves; http://lattes.cnpq.br/1828475659148260; https://orcid.org/0000-0002-5243-4607; VILLACORTA, Gisela Macambira; http://lattes.cnpq.br/4673875521234184Esta pesquisa busca discutir sobre a ideia de natureza produzida pelos brincantes-curuçaenses do bloco “Pretinhos do Mangue”, no Município de Curuçá – Região do Salgado Paraense. Para realizar essa discussão, parto das orientações teóricas da História Ambiental (ARNOLD, 2000; PÁDUA, 2010; WORSTER, 2015) e da Antropologia (CSORDAS, 2008; INGOLD, 2015). E, nessa perspectiva, a etnografia foi utilizada como caminho para experimentar as formas de habitar o ambiente, que estão presentes no desfile do bloco, no Carnaval (FABIAN, 2013; SALDI; WAGNER, 2013; PEIRANO, 2014; INGOLD, 2015). Nesse período, os interlocutores buscam apresentar os principais não humanos que habitam o ambiente da cidade e, também, enunciar o dia-a-dia do pescador artesanal. E essas experiênciasperceptivas do “salgado” paraense são materializadas por meio das suas alegorias: o “Caranguejo”, o “Guará”, a “Ostra” e a “Barraca do Avoado”. Contudo, é o uso da “lama” (“tijuco”e “tabatinga”) que tem chamado mais atenção dos “brincantes”, já que para eles a lama-no-corpo manifesta a experiência “ecológica” e a ideia de “preservação da natureza”. Nesse contexto, os meios de comunicação começaram a divulgar essa experiência com o manguezal que, por sua vez, passou a fomentar cada vez mais o deslocamento de turistas para participar do bloco. Com isso, nota-se que os brincantes-curuçaenses buscam levar a vida do “salgado” paraense para o seu desfile, a fim de “mostrar” essa experiência para “todos” que visitam o Carnaval de Curuçá. Assim, a lama do manguezal e as alegorias não são simples acessórios utilizados pelos brincantes-curuçaenses, uma vez que eles apresentam as suas ideias de natureza, no desfile do Pretinhos do Mangue.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O ofício de benzer como produção de conhecimento: etnografando práticas de benzeção do município de Tracuateua – PA – Amazônia – Brasil(Universidade Federal do Pará, 2020-08-31) CASTRO, Rita de Cássia de Quadros; VILLACORTA, Gisela Macambira; http://lattes.cnpq.br/4673875521234184O ofício de benzer consiste em uma prática cultural do saber popular do Município de Tracuateua/PA relacionada à cura religiosa. Além dos seus aspectos espirituais intrínsecos, o benzimento é uma importante fonte de produção de conhecimento daquela comunidade, em que pese a desvalorização de sua prática em relação ao saber científico. Pensando nessa temática, este trabalho objetivou, mediante estudo etnográfico, analisar a epistemologia da benzeção, a partir do saber popular e de práticas de cura, partindo do conceito da educação da atenção proposto por Tim Ingold. Busca-se relatar os impactos da sobreposição do saber científico sobre outros saberes, identificar as razões da desvalorização das práticas de benzimento e sinalizar a importância de diálogos entre saberes e da valorização do conhecimento, independentemente de sua origem. A partir desta análise epistemológica, almeja-se subsidiar políticas públicas para a valorização dos saberes e das práticas culturais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) “A TEUCY é uma nação própria”?: transnação e malha ritual no culto as folhas na tenda espírita de umbanda cabocla Yacira – Ananindeua-PA(Universidade Federal do Pará, 2019-06-06) RIBEIRO, Rafael Santos; VILLACORTA, Gisela Macambira; http://lattes.cnpq.br/4673875521234184A vida nas religiões afro-brasileiras está na expressão e vivência da natureza. Os adeptos dos diversos segmentos desta religião não percebem o mundo como algo distante ou separado de si, mas, como fluxos circulatórios ligados ao mesmo tecido, chamado por eles de ayê (terra). Este movimento e inserção no mundo dialoga com o que Tim Ingold (2012; 2017) chama de malha de linhas entrelaçadas de crescimento e movimento. Todo esse processo está longe de uma percepção do ambiente enquanto fator material, mas o percebe enquanto materialidade, ou seja, elementos que não estão em um lugar, mas ao longo do caminho e, principalmente, estão vivos. Partindo desta perspectiva, busca-se compreender neste trabalho o espaço da folha nos cultos litúrgicos de matriz africana, especificamente na Tenda Espírita de Umbanda Cabocla Yacira (T.E.U.C.Y.), localizada na cidade de Ananindeua-PA. Entende-se que o espaço da folha nestes cultos não é vivido dentro de um ambiente, mas através dele, peregrinando, criando vida, perpetuando a materialidade do culto na própria folha, assim, à folha não possui o poder apenas de cura, através de banhos, garrafadas, ebós, mas é importante na ordenação da produção de conhecimento, na base epistemológica do ambiente do terreiro. Através desse pensamento, observo as ramificações religiosas da TEUCY não como um objeto que se separa do mundo que está inserido, mas como coisas que se entrelaçam, que geram conhecimento e relações de força, o que Ingold chama de fluxos, ou seja, já não é mais interessante os objetos que estão contidos no terreiro, mas como elas (ramificações religiosas) interagem entre elas e com meio e como se expandem além delas mesmas através do culto às folhas.
