Teses em História (Doutorado) - PPHIST/IFCH
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6869
O Doutorado Acadêmico iniciou-se em 2010 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em História (PPHIST) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em História (Doutorado) - PPHIST/IFCH por Orientadores "PACHECO, Agenor Sarraf"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Cidade e educação: memórias e experiências do ensino primário e ginasial em Breves – Marajó das Florestas (1943-1985)(Universidade Federal do Pará, 2023-06-30) PUREZA, Enil do Socorro de Sousa; PACHECO, Agenor Sarraf; http://lattes.cnpq.br/5839293025434267Para compreender o processo de construção da cidade de Breves, no Marajó das Florestas, como polo de desenvolvimento regional, com foco no século XX, esta pesquisa apresentou como tesecentral a afirmativa de que as experiências educacionais no ensino primário e ginasial na cidade de Breves, entre as décadas de 1940 a 1980, foram de grande relevância para a formação, expansão do espaço urbano e desenvolvimento da municipalidade, atraindo para sua estrutura instituições, serviços públicos e particulares necessários à vida no século XX. Para chegar à confirmação desta tese, partiu-se das seguintes questões problematizadoras: Como cidade e educação, e educação e cidade se construíram historicamente no território brevense no período de 1943 a 1985? Como ocorreram as práticas educacionais e socioculturais vivenciadas pelos moradores na expansão e desenvolvimento da vida urbana? Como se deu a implantação e/ou fortalecimento do ensino primário e ginasial na cidade? A partir desses questionamentos norteadores, os objetivos da pesquisa foram: analisar cidade e educação e educação e cidade por meio de documentos escritos, orais e visuais, identificando mudanças e continuidades histórico-sociais nos modos de viver brevense entre as décadas de 1940 a 1980; compreender a trajetória de formação do grupo escolar a partir de 1943 na cidade, a expansão e a consolidação do ensino primário e acompanhar a emergência da educação ginasial no contexto das décadas de 1960/70, suas contribuições na expansão da cidade e a visibilidade brevense no cenário regional e estadual em tempos de regime militar. Fundamentada na História Social e Cultural e dialogando com documentos escritos, orais e visuais, os resultados indicam que Breves se tornou o principal polo educacional dos Marajós das Florestas, a partir da década de 1960 com a implantação do Ginásio Estadual Miguel Bitar, que se juntou ao ensino primário, iniciado na década de 1940 com o grupo escolar Dr. Lauro Sodré, Internato Evangélico Amazonas e Colégio Santo Agostinho. Mostraram também que, no movimento educação e cidade, a cidade passou a ser referência regional em diversos setores, sendo que a educação teve papel sine qua non, pois através da formação de pessoas, abriu-se múltiplas possibilidades de desenvolvimento para que Breves se tornasse, na atualidade, uma cidade educadora.Tese Acesso aberto (Open Access) Emília Snethlage e Heloísa Alberto Torres: gênero, ciência e turismo na Amazônia do século XX(Universidade Federal do Pará, 2022-08-04) ALBERTO, Diana Priscila Sá; PACHECO, Agenor Sarraf; http://lattes.cnpq.br/5839293025434267A presença das mulheres na história da ciência, em especial no mundo Ocidental, confunde-se com a própria constituição dessa área do saber, contudo, por muito tempo elas ficaram nas sombras da atuação masculina. A ciência histórica desde seu nascimento, demarcou o “homem” como o personagem central das narrativas e, mesmo que alguns estudiosos assinalassem que a mulher estava inclusa nesse ser histórico, o campo disciplinar da história as afastou do palco de formação sociocultural da humanidade. As viagens cientificas a partir do século XIX mostraram-se caminho rico para problematizar essa visão e sentidos dos seus silêncios, permitindo conexões interpretativas entre ciência, gênero e turismo. A história da participação feminina na história das ciências na Amazônia no século XX, focalizando a atuação e legado de duas mulheres cientistas, uma alemã e uma brasileira, Emília Snethlage (1868-1929) do Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG e Heloísa Alberto Torres (1895-1977) do Museu Nacional do Rio de Janeiro – MNRJ, é a temática central dessa tese. Essas cientistas ao vivenciarem experiências em regiões do Brasil, especialmente na Amazônia, utilizaram-se de táticas para construir um caminho importante em suas áreas de atuação nas ciências naturais (ornitologia) e humanas (antropologia). As expedições por elas realizadas deixaram pistas importantes para a investigação da história do turismo na região, por apresentar elementos que compunham o fenômeno turístico moderno, tais como: hospedagem, alimentação e transporte. A partir dessa contextualização, o objetivo desse trabalho foi investigar, à luz dos estudos da história das ciências, do gênero e do turismo, a participação feminina desempenhada, em particular, por Emília Snethlage e Heloísa Alberto Torres, na construção do conhecimento científico na Amazônia no começo de século XX, adentrando em suas trajetórias profissionais, estratégias e seus respectivos universos. Com relação a problemática questionou-se qual a importância da atuação das mulheres na história das ciências no Brasil e como se deu a participação específica dessas cientistas na Amazônia? A pesquisa fundamentou-se em Edward P. Thompson com a História Social e suas reflexões sobre a experiência e as táticas no cotidiano; Carlo Ginzburg com a Micro-História ao adentrar nos indícios de outros caminhos feitos por elas; Michelle Perrot, Londa Schiebinger e Anne McClintock ao referendarem o papel da mulher no campo científico, ajudando a inquirir formas de colonialidade vivenciadas no cotidiano de vida e trabalho de Emília e Heloisa. No que tange aos estudos do turismo, dialogou-se com Paulo de Assunção, Alexandre Panosso Netto e Helena. Doris. A. B. Quaresma ao tratarem acerca da reflexão do fenômeno turístico e suas aberturas na história e pesquisa na Amazônia. O percurso metodológico rastreou pistas da atuação dessas mulheres da ciência no Museu Paraense Emílio Goeldi, Arquivo Guilherme de La Penha. Buscou-se também arquivos sobre Emília Snethlage em meio virtual na Biblioteca Nacional Digital e no Museu de Astronomia e Ciências Afins, onde foi encontrado acervo sobre Heloísa Alberto Torres. A pesquisa documental encetou em 2018 e foi até meados de 2022, principalmente por ambiente virtual, em virtude da pandemia de Covid-19. Para responder a problemática da tese, a pesquisa mapeou e analisou evidências em jornais, artigos produzidos por essas cientistas, cartas pessoais, institucionais e romances, que visibilizaram vivências e práticas dessas cientistas em suas instituições e no cotidiano de pesquisas na Amazônia. Com base nesses achados, a tese demonstra que Emília e Heloísa tiveram papel fundamental na construção da ciência na Amazônia, por suas ações e “sensibilidades de mundo”, numa época de plena hegemonia do domínio masculino no campo científico. Essas mulheres construíram suas trajetórias na ornitologia e na antropologia de forma que suas publicações e realizações científicas espraiaram-se para além de suas instituições, marcando espaço na história das ciências no Brasil e no exterior. Outrossim, as viagens revelaram novos rumos para se compreender o fenômeno turístico na região amazônica, já que se utilizaram de elementos constituintes da prática na atividade. Assim, contribuíram para pensar a emergência de uma nova epistemologia sobre viagens turísticas.Tese Acesso aberto (Open Access) O Ramal do 40: histórias e memórias de comunidades na reserva extrativista Marinha Maracanã, Nordeste do Pará (1960-2020)(Universidade Federal do Pará, 2022-07-28) FIGUEIREDO, Elida Moura; PACHECO, Agenor Sarraf; http://lattes.cnpq.br/5839293025434267Este estudo tem como objetivo compreender, do ponto de vista das experiências históricas, mudanças e continuidades nos modos de vida dos moradores de uma comunidade de pescadores amazônicos, o 40 do Mocooca, a partir do surgimento de novas formas de mobilidades com a construção de uma estrada que provocou a emergência de outras zonas de contato, práticas sociais, trocas culturais, alterando tradições na cotidianidade local. A pesquisa foi realizada na região do 40 do Mocooca, vilarejo do município de Maracanã, Zona do Salgado paraense, entre os anos de 2018 e 2021, cronologicamente definido entre 1960-2020. Teoricamente fundamentou-se na História Social e nos Estudos Culturais e metodologicamente seguiu orientações da crítica documental e da História Oral para dialogar com memórias coletivas e individuais em circuitos da tradição oral como constituinte dos modos de ser, pensar e agir dos habitantes dessa região. No trabalho, defende-se a tese de que mudanças percebidas no estudo do passado frente ao presente, se por um lado alteram teias de relações tecidas por décadas entre moradores e ambiente com o contato de novos agentes históricos, informações, produtos culturais, especialmente, na virada do século XX para o XXI, por outro lado, mesmo em condições desiguais, os agentes sociais do lugar reelaboram os novos aparatos tecnológicos e culturais e seguem em defesa de suas tradições vivas, lutando diariamente por aquilo que acreditam ser o caminho do desenvolvimento local. Para explicar esta tese, a pesquisa se apoia em análises da experiência e das vivências dessas pessoas, assim como no estudo dos pequenos e grandes eventos locais, alguns individuais, outros coletivos, na tentativa de entender a trajetória dessa comunidade que se apresenta numa rede de relacionamentos e decisões de uma vida móvel entre o campo e a cidade, entre o passado e o presente, entre a natureza e a urbanização, entre a pesca e um tipo de turismo, que chamamos de “alternativo” e “informal”, que vem forçando o aparecimento de algumas práticas globalizadas observadas a partir da chegada de novas necessidades e hábitos de consumo local, sobretudo, pelos mais jovens.
