Teses em Sociologia e Antropologia (Doutorado) - PPGSA/IFCH
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/8829
O Doutorado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) é vinculado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Sociologia e Antropologia (Doutorado) - PPGSA/IFCH por Afiliação "IEB - Instituto Internacional de Educação do Brasil"
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Tese Acesso aberto (Open Access) “Toda planta tem Alguém com ela” – sobre mulheres, plantas e imagens nos quintais de mangueiras(Universidade Federal do Pará, 2020-04-24) PEIXOTO, Lanna Beatriz Lima; SILVEIRA, Flávio Leonel Abreu da; http://lattes.cnpq.br/1972975269922101Neste trabalho apresento um estudo sobre a relação de mulheres e quintais, com ênfase no cultivo de plantas. A pesquisa foi desenvolvida na Comunidade Quilombola de Mangueiras, município de Salvaterra, Arquipélago do Marajó, região Norte do Brasil. A partir da vivência junto a quatro mulheres e suas narrativas, objetivo compreender como se dá a habitação do espaço, como constroem suas paisagens. Entendo os quintais como um microcosmos, estudar as relações nele/com ele estabelecidas envolve questões relacionadas a vários aspectos da vida social como família, política, cura e xamanismo, e deixa transparecer formas e perspectivas de ver e viver o mundo marajoara. Em Mangueiras, como na maioria das comunidades quilombolas de Salvaterra que lutam até hoje pelo reconhecimento de suas terras, as mulheres tiveram papel decisivo no processo político e identitário. Papel de protagonistas elas também têm em outros âmbitos, entre eles está o cuidado com quintais e hortas domésticas, implicando a esfera de interações entre não-humanos e humanos; às preocupações com seus filhos, às sutis relações com o sagrado e o si-mesmo. São conhecimentos repassados através de uma trama de transmissão e troca, muitas vezes herdadas das relações de mães, filhas e avós. Neste caso também estão em jogo segredos, táticas de resistência de uma cultura, das mulheres de um povo. São conhecimentos e práticas que resistem e se reinventam frente os processos de dominação desde o período colonial aos mais recentes processos de colonialismo interno e externo. Quintais e mulheres cultivam-se mutuamente ao longo do tempo em direção ao cuidar de si e dos seus, reflexo do modelo patriarcal dominante. Mas que apresenta uma faceta política fundamental, que mantêm até hoje vivas, pulsantes, essas culturas.
