Dissertações em Sociologia e Antropologia (Mestrado) - PPGSA/IFCH
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6623
O Mestrado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-graduação em Sociologia e Antropologia (PPGSA) é vinculado ao Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Dissertações em Sociologia e Antropologia (Mestrado) - PPGSA/IFCH por Afiliação "UFPA - Universidade Federal do Pará"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) A doença do petróleo: extração petroleira na comunidade achuar nuevo Jerusalén no rio corrientes na Amazõnia Peruana(Universidade Federal do Pará, 2017-05-11) PALACIOS, Cynthia Cárdenas; LÓPEZ-GARCÉS, Claudia Leonor; http://lattes.cnpq.br/5655397771707702; https://orcid.org/0000-0001-9550-0152No norte da Amazônia peruana, perto da fronteira com o Equador, os Achuar do rio Corrientes convivem há mais de quarenta anos com a extração de petróleo em seu território, como consequência das políticas de concessão e exploração de hidrocarbonetos promovida pelos diferentes governos em toda a Amazônia. Esta é uma pesquisa sobre as percepções, ações e dinâmicas dos Achuar da comunidade Nuevo Jerusalén, cujo território está sobreposto pelo Lote 192. A partir das experiências particulares das lideranças e alguns comunheiros, principalmente dos jovens e das crianças, trata as percepções e as relações que os Achuar têm com seu território. A abordagem privilegia o ponto de vista dos próprios Achuar. Em que pese o argumento sobre as mudanças produzidas em seu território, como consequência da contaminação ambiental e social, produto das más práticas desenvolvidas pelas empresas petroleiras e da pouca regulamentação estatal ambiental, a relação deste povo como seu território é muito forte e está permeada por sua epistemologia, assim como pela extração de petróleo. Abordo a maneira como os Achuar aprendem a se relacionar com seu território, um território que é habitado por outros seres da floresta, além dos humanos. E que, ao mesmo tempo, já não pode lhes fornecer tudo de que precisam para garantir seu bem viver.Dissertação Acesso aberto (Open Access) “Em todo tempo mulher foi tapete”: a escrevivência de um corpo rebarbado sobre as relações assimétricas de gênero na Assembleia de Deus em Boa Esperança - PA(Universidade Federal do Pará, 2023-12-19) COSTA, Thaís de Oliveira; BUENO, Michele Escoura; http://lattes.cnpq.br/3126701924384242Este texto sintetiza parte dos resultados da pesquisa que desenvolvo desde 2018 e centra-se nas discussões referentes à liderança de mulheres na igreja evangélica Assembleia de Deus. A instituição, fundada em 1911, em Belém do Pará, com o passar dos anos difundiu-se para outros estados fora da Amazônia Paraense e atualmente está presente em todos os estados brasileiros. Partindo de um viés colonialista, a igreja construiu sua hierarquia na sacralização da desigualdade de gênero, reservando às mulheres, principalmente negras, papéis subservientes e não permitindo que estas ascendessem na hierarquia eclesiástica. Esse fator endossa a postura androcêntrica da igreja que, em seus 110 anos de fundação, nunca consagrou mulheres aos cargos de liderança eclesiástica, mesmo tendo uma mulher como pioneira na fundação na igreja e um público de maioria feminina negra. Buscando desenvolver uma escrevivência, como propõe dona Conceição Evaristo, delimitei como “campo de pesquisa etnográfica” a comunidade cristã da qual sou “membra desviada”, cuja sede fica em Boa Esperança, na zona rural do município de Santarém, no Oeste do Pará. Mais especificamente, o trabalho se desenvolveu por meio do diálogo entre a pesquisadora rebarbada e as integrantes do Círculo de Oração. Em suma, esse texto é sobre como operam as estruturas de opressão que atuam sobre os corpos das mulheres e de suas subjetividades dentro da igreja.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Maretório: o giro ecoterritorial dos povos extrativistas costeiro-marinhos do litoral da Amazônia paraense do litoral da Amazônia paraense?(Universidade Federal do Pará, 2022-04-13) LIMA, Paulo Victor Sousa; RIBEIRO, Tânia Guimarães; http://lattes.cnpq.br/1193175057010343; https://orcid.org/0000-0003-1683-3659Esta dissertação apresenta uma reflexão acerca da construção socioantropológica da identidade dos povos extrativistas costeiro-marinhos do litoral da Amazônia paraense. Tendo em vista isso, o estudo teve como objetivo compreender como as lideranças da Comissão Nacional de Fortalecimento das Reservas Extrativistas e Povos Extrativistas Costeiros e Marinhas (CONFREM) de Reservas Extrativistas (RESEXs) Costeiro-Marinhas do litoral do Pará dão sentido ao maretório, que ao mobilizá-lo pelo reconhecimento de uma identidade singular, a de extrativistas costeiro-marinhos, vão desenhando um conceito na prática – enquanto um giro ecoterritorial. Constitui-se numa pesquisa de caráter exploratório de cunho qualitativo, que envolveu um conjunto de técnicas e procedimentos metodológicos que incluem, pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e entrevistas com roteiros semiestruturados. Este material foi analisado em diálogo com uma proposta de síntese conceitual do campo teórico dos movimentos sociais. Contudo, dadas as especificidades das lutas socioambientais no contexto do litoral da Amazônia paraense, houve a necessidade de incorporação outras categorias analíticas, tais como conflitos socioambientais e expropriação do mar. Atualmente existem 30 RESEXs Costeiro-Marinhas decretadas entre os anos de 1992 e 2018, e 13, estão localizadas no litoral do estado do Pará. As mobilizações protagonizadas por povos extrativistas costeiro-marinho demando a criação dessas Unidades de Conservação de Uso Sustentável foram originadas em função dos conflitos socioambientais desencadeados pela incorporação do litoral da Amazônia paraense à uma agenda composta por ações, políticas e iniciativas, caracterizada pela literatura como expropriação do mar. Os resultados da pesquisa apontam que somente no 2008, isto é, pouco mais de uma década após a institucionalização da primeira RESEXs Costeiro-Marinhas no Brasil, é que surgiu a ideia de formar uma organização para representar o movimento socioambiental, que viria a ser conhecida pela sigla CONFREM. Ao longo dos anos a CONFREM foi ampliando sua janela de atuação e conquistando reconhecimento do Estado e Sociedade como um todo. As principais pautas defendidas pela CONFREM envolvem a demanda e o acompanhamento dos processos de criação de novas Unidades de Conservação, bem como, o acesso a políticas que atendam e reconheçam as especificidades da categoria. Em diferentes espaços de participação como encontros, fóruns e seminários, essas lideranças da CONFREM de RESEXs Costeiro-Marinhas do litoral do Pará apresentam uma reivindicação direcionada a academia: a construção do conceito maretório. A partir dessas lideranças foi possível compreender que o maretório, enquanto um conceito, caracterizar-se-ia como as lentes necessárias para àqueles e àquelas que desejam compreender a dinâmica socioambiental, que ocorre no litoral da Amazônia paraense, do segmento populacional autodenominado “povos extrativistas costeiro-marinhos”, que está atrelada a singularidade de um modo de vida pautado na reprodução cultural, política e econômica em meio a fluidez dos processos de apropriação e usos dos recursos comuns dos ambientes e ecossistemas costeiros e marinhos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Nas veredas da sobrevivência: mulheres no setor informal na feira do Ver-o-Peso em Belém, do Pará(Universidade Federal do Pará, 2021-03-17) SILVA, Mayara de Oliveira; DANTAS, Luísa Maria Silva; http://lattes.cnpq.br/1573989294603242A presente dissertação tem como objetivo apresentar, a partir de uma etnografia, trajetórias e narrativas de mulheres que encontraram na feira do Ver-o-Peso, em Belém do Pará, oportunidades de geração de renda e que sem permissão pela Prefeitura Municipal de Belém para a utilização do espaço na feira, sobrevivem através dos seus trabalhos informais, autônomos e ambulantes. A pesquisa de campo foi dividida em três momentos: a) chegada ao campo b) imersão ao campo c) conhecendo mulheres que trabalham na feira. E foi realizada entre os meses de abril de 2018 e fevereiro de 2020. Foram levantados dados bibliográficos para suporte teórico da antropologia e sociologia, assim como, alguns dados quantitativos do universo da pesquisa. Foram entrevistadas 66 mulheres, na faixa etária entre 17 a 69 anos. A pesquisa qualitativa mostrou-se essencial para o conhecimento de trajetórias de vida de mulheres pertencentes ao setor informal; também, através da observação participante, dos seus trabalhos na feira, atividades laborais imprescindíveis para a subsistência diária. Observou-se que a feira representa um espaço acolhedor, que absorve grande parcela da população desempregada na cidade e ao mesmo tempo representa um desafio para o controle do poder público e lócus de práticas de criminalidade. O trabalho informal é abundante e marca característica da feira do Ver-o-Peso, sobretudo representado pela figura feminina no espaço.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Nosso território, nossas regras! a construção do protocolo de consulta como instrumento pedagógico e de defesa do modo de vida no território quilombola de Moju Miri, Pará.(Universidade Federal do Pará, 2024-07-20) LIMA, Ruth Cardoso; PEIXOTO, Rodrigo Corrêa Diniz; http://lattes.cnpq.br/9872938064820413Nosso território, nossas regras! Essa afirmação orientou e deu significado à construção do Protocolo de Consulta Livre, Prévia, Informada e de Consentimento no território de Moju Miri. Tomando como referência esse processo, a dissertação traz as dimensões coletivas de uma escrita baseada em muitas vozes. Eu faço parte dessa polifonia (Clifford, 1998), referenciada na escrevivência de Conceição Evaristo (2018), dado que me coloco no texto, enquanto mulher quilombola pertencente ao quilombo de Moju Miri e também como pesquisadora. A partir deste “entre-lugar” (Bhabha, 1998), ou seja, eu situada entre a academia e a minha comunidade, trago a experiência do processo em Moju Miri e também aportes teóricos de outras experiências de protocolos de consulta realizados em outros lugares. Faço uma etnografia não apenas do processo do protocolo, mas também do cotidiano da minha comunidade, com referência em Mariza Peirano (2014).Etnograficamente, trabalhei aspectos característicos do cotidiano da comunidade, com foco na memória, na ancestralidade e na história do nosso quilombo, e participei ativamente das oficinas realizadas desde 2020, com uma paralisação, em virtude da pandemia, e depois retomadas no final de 2021 para e que transcorreram até os primeiros meses de 2023. O trabalho para a construção do Protocolo de Consulta foi coletivo, com intensa participação dos moradores de Moju Miri. Mas, além disso, o trabalho contou também com a participação de instituições aliadas, como a Fase, que patrocinou o projeto, e de lideranças de outras comunidades, convidadas a integrar o protocolo de Moju Miri, trazendo experiências de outros processos. Importante dizer que tudo isso produziu coesão, não apenas no território de Moju Miri, como também entre vários outros territórios - Abacatal, Jambuaçu, Bom Remédio em Abaetetuba, por exemplo. Portanto, um argumento central da dissertação é a capacidade de produzir coesão e agregação de um processo político como é o protocolo de consulta. Este, portanto, foi um efeito pedagógico muito relevante. No processo do protocolo, vários atores coletivos convergiram para o valor central que é a defesa do território, contra agressões de empresas e do próprio governo, com empreendimento tais como a dendeicultura, linhão de eletricidade, abertura de rodovia, ferrovia e porto. Quando se trata de defender nosso território, não tem como evitar uma escrita etnográfica engajada, assim como o faz Grada Kilomba (2019), que critica o academicismo tradicional. A luta é pela garantia de direito à consulta, diante das investidas de governos e empresas que afetam a nossa vida e agridem nossas matas, rios, saberes e formas de vida. O trabalho faz uso das narrativas de moradores e moradoras que participaram do processo, trazendo assim suas experiências pela oralidade, as vozes coletivas que se juntam à escrita para produzir a escrevivência. A dissertação investiga como o Protocolo de Consulta se constituiu instrumento de direito à participação da comunidade nos destinos do território, como ele permitiu ou não uma negociação menos assimétrica com os grandes interesses econômicos que avançam nas imediações e mesmo dentro dos domínios do território de Moju Miri. Na escrevivência, as seguintes problematizações foram consideradas: Como o processo do Protocolo de Consulta influenciou no fortalecimento do protagonismo, da ancestralidade e na organização política da comunidade? De que forma contribuiu para afirmar nossa identidade? Quais momentos/debates mais contribuíram para o que queremos? O processo nos informou sobre direitos? Produziu efeitos pedagógicos? Trazemos vozes de Moju Miri para essa discussão.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Paradoxos da conservação da biodiversidade e da salvaguarda do patrimônio imaterial no Estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2024-07-12) CUNHA, Ana Paula Araújo Gomes; CARVALHO, Luciana Gonçalves de; http://lattes.cnpq.br/9870905738650852; https://orcid.org/0000-0001-7916-9092sta pesquisa debruça-se sobre questões referentes às políticas relativas aos patrimônios cultural e natural do Estado do Pará. Mesmo sendo reconhecida a indissociabilidade natureza- cultura em capítulos da Constituição Federal de 1988 e da Constituição do Estado do Pará de 1989 as dimensões cultural e ambiental são abordadas separadamente no processo de patrimonialização do artesanato de balata diante das restrições de acesso a essa matéria-prima. O objetivo geral desta pesquisa foi discutir se, e como, as práticas do Estado do Pará em relação ao patrimônio cultural imaterial e ao meio ambiente contribuem para sua salvaguarda e conservação, respectivamente. Trata-se de uma pesquisa qualitativa e explicativa para especificar características que determinam ou favorecem a ocorrência dos fenômenos sociais focalizados. A metodologia envolveu pesquisa bibliográfica e pesquisa de campo, que incluiu entrevistas semiestruturadas e observação participante. Assim, constatou-se que o Estado, embora tenha reconhecido o artesanato de balata como patrimônio imaterial por meio do poder legislativo, ameaça o suporte material do artesanato por meio do poder executivo na medida em que destina as árvores que fornecem a matéria-prima que compõe o artesanato para empresas manejarem na Floresta Estadual do Paru. Os órgãos encarregados pela gestão de patrimônios culturais e meio ambiente, bem como o poder legislativo e executivo estão desarticulados. É imprescindível que se afastem as desconexões nas operações executadas pelos órgãos e se busque práticas mais integradas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Partilhando o sensível: práticas dissidentes de cinema na Amazônia paraense(Universidade Federal do Pará, 2024-11-14) ARAUJO, Gabriela Laroca; CARDOSO, Denise Machado; http://lattes.cnpq.br/2685857306168366; SANTOS, Patricia da Silva; http://lattes.cnpq.br/3554364096207512; https://orcid.org/0000-0002-1266-1311Esta dissertação investiga a democratização do audiovisual na Amazônia paraense, com foco no projeto Telas em Rede em Santarém/PA, que utiliza o audiovisual como ferramenta de comunicação popular para amplificar as vozes das comunidades periféricas e fortalecer suas lutas por reconhecimento e direitos. O estudo discute as práticas dissidentes de produção audiovisual como uma forma de resistência contracolonial, explorando os entrelaçamentos entre arte e política. Ancorada na teoria estética de Jacques Rancière, a pesquisa analisa como o audiovisual pode reconfigurar percepções, sensibilidades e modos de agir, tanto no nível individual quanto coletivo, propondo novas formas de subjetivação política e transformação social. O principal objetivo é examinar a relevância do audiovisual como uma ferramenta de luta em contextos de organização popular e defesa de territórios, além de discutir os múltiplos significados atribuídos ao fazer audiovisual nas periferias da Amazônia. A metodologia utilizada inclui uma etnografia multissituada que combinou observação participante, entrevistas abertas e semiestruturadas com os membros do Telas em Rede e análise das produções audiovisuais realizadas no projeto. O trabalho de campo foi realizado em Santarém, e foi ampliado com análises de relatórios de atividades e materiais digitais relacionados ao projeto. A pesquisa destaca a importância da democratização das tecnologias de produção audiovisual como forma de reconfigurar o sensível, permitindo que grupos historicamente marginalizados criem suas próprias narrativas e questionem as representações coloniais dominantes, articulando novos horizontes políticos e sociais. Dessa forma, o Telas em Rede busca reconfigurar a percepção do espaço amazônico, não apenas como uma área de exploração, mas como um território de resistência, criação e transformação coletiva, onde o audiovisual se torna um meio de amplificar as demandas e as vozes das populações invisibilizadas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Quando o pesquisador e o sujeito da pesquisa são um: reflexividade quilombola sobre pesca, conflito e disputa na RESEX Ipaú-Anilzinho e TQ de Joana Peres (PA)(Universidade Federal do Pará, 2024-02-26) RIBEIRO FILHO, Manoel Machado; CAÑETE, Voyner Ravena; http://lattes.cnpq.br/9961199993740323; https://orcid.org/0000-0001-8528-3086Ao considerar os olhares cheios de significados nos quais me atravessam, pois sou quilombola, nascido, criado no quilombo e hoje atuando em um lugar de liderança, de uma minoria que busca se comunicar com a sociedade hegemônica em uma relação sem hierarquias, trago minha fala nesta escrita. Ao trazer a minha fala neste texto, as minhas memórias, meu pertencimento e vivências estão presentes do início ao fim desta dissertação. Pensada e escrita assim, este estudo compreende uma autoetnografia, que para Miranda (2022, p. 71) é compreendida “como uma análise cultural elaborada por meio da narrativa pessoal, onde é possível desenvolver uma lente crítica em uma práxis dentro-fora, de modo a entender quem somos nas nossas comunidades”. Neste contexto, venho dissertar sobre as tensões que desenham novas relações no processo de nova delimitação do território no contexto da Reserva Extrativistas (RESEX) e Território Quilombola (TQ), em cenários de conflito que vieram a se estabelecer e marcam essa relação, particularmente considerando a atividade pesqueira e a comunidade de Anilzinho. Joana Peres e Anilzinho são as únicas comunidades quilombolas, das seis que compõem a RESEX, criada em 14 junho de 2005. Dois territórios quilombolas, pré-definidos ao longo do tempo por lideranças e pescadores, sendo unidas ao mesmo território da RESEX, a partir de sua criação. Enquanto o território da comunidade Anilzinho foi inserido em sua totalidade na RESEX, no que diz respeito ao meu quilombo vila de Joana Peres, a RESEX dividiu o seu território, parte da área da comunidade está no interior da RESEX, a outra não, que vai para além do entorno da unidade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Roda Cultural de Benevides: uma pesquisa-ação sobre a atualização da luta antirracista em Benevides/PA.(Universidade Federal do Pará, 2022-01-31) OLIVEIRA, Evelyn Talisa Abreu de; PEIXOTO, Rodrigo Corrêa Diniz; http://lattes.cnpq.br/9872938064820413Esta dissertação de mestrado teve como objetivo central investigar a mobilização do coletivo “Roda Cultural de Benevides” (RCDB), fundado em 08 de agosto de 2018, enquanto movimento de resistência negra, construído em um município que traz em sua configuração histórica a primeira libertação dos escravos na Amazônia. Assim, esta pesquisa procurou responder o seguinte problema: como o coletivo Roda Cultural de Benevides contribui para a atualização e visibilização da luta antirracista em Benevides/PA? Para isso, primeiro caracterizamos a RCDB, a fim de identificar as dinâmicas e os significados das ações do coletivo em relação a luta antirracista no município e, em seguida, por meio da proposta de intervenção, objetivamos a cooperação para o aprimoramento da consciência racial do coletivo, tendo em vista o conhecimento adquirido na universidade em diálogo com as vivências na RCDB. A metodologia desta investigação está amparada nos princípios da pesquisa-ação socialmente crítica, uma modalidade da pesquisa-ação política. As categorias de análise utilizadas neste trabalho são os novos movimentos sociais, movimento negro, movimento hip hop, coletivo cultural, luta antirracista, colonialismo, colonialidade. Dentre as referências teóricas estão Abdias Nascimento (2016), Aluízio Marino (2013; 2015), Ângela Alonso (2009), Aníbal Quijano (1992;2005;2009), Bruno Borda (2016), Frantz Fanon (2008), Glória Diógenes (2015), Grada Kilomba (2019), Kabengele Munanga (2019), Leila Ferreira (2019), Nilma Lino Gomes (2017), Petrônio Domingues (2007), Regina Novaes (2006), Remo Mutzenberg (2015), Ricardo Campos e Ágata Sequeira (2018). Os resultados da análise dos elementos e das ações que constroem e caracterizam a RCDB, assim como a experiência de prática social implementada, nos conduziram a duas conclusões. A primeira conclusão é a reprodução de uma das formas atualizadas do racismo à brasileira, isto é, o racismo por omissão, ressaltando a urgência do posicionamento explícito contra o racimo. A segunda conclusão corresponde à resposta ao problema de pesquisa proposto, a saber, a arte é a principal estratégia de luta antirracista contemporânea no município de Benevides.Dissertação Acesso aberto (Open Access) São João em Santarém (PA): uma análise das performances da quadrilha humorística “As virgens do beco”(Universidade Federal do Pará, 2023-08-29) VIANA, Andreza Cristina Moraes; CARVALHO, Luciana Gonçalves de; http://lattes.cnpq.br/9870905738650852; https://orcid.org/0000-0001-7916-9092Esta pesquisa tem como objetivo investigar as expressões e significados do riso nas performances de quadrilhas juninas classificadas como humorísticas na cidade de Santarém, Pará. O percurso do estudo parte das apresentações da quadrilha intitulada “As Virgens do Beco”, tomadas como unidades empíricas de investigação. Essa quadrilha é especialmente reconhecida em Santarém pela sua capacidade de mobilizar elementos risíveis, dança e teatro nas apresentações. Estas são analisadas por meio de uma abordagem fundamentada na antropologia da performance e no estudo do riso, à luz das contribuições de Bakhtin, sobretudo acerca do realismo grotesco. A investigação também considera as exibições da quadrilha como eventos ritualizados, com destaque para as interações face a face que ocorrem durante as apresentações. A análise buscou compreender a exploração e os sentidos do humor nas performances. Evidencia-se que, enquanto algumas partes cômicas são predefinidas, uma porção significativa do humor é criada de forma improvisada. Ademais, este estudo explora as nuances do riso e do risível no contexto das quadrilhas humorísticas de Santarém. Percebe-se que temas relacionados ao corpo e à sexualidade desempenham um papel proeminente nos esquetes desse estilo de dança junina, como indicado pelo próprio nome do grupo, "As Virgens do Beco".
