Teses em Comunicação, Cultura e Amazônia (Doutorado) - PPGCOM/ILC
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/15151
Navegar
Navegando Teses em Comunicação, Cultura e Amazônia (Doutorado) - PPGCOM/ILC por CNPq "CNPQ::CIENCIAS SOCIAIS APLICADAS::COMUNICACAO"
Agora exibindo 1 - 6 de 6
- Resultados por página
- Opções de Ordenação
Tese Acesso aberto (Open Access) O cárcere e o relato de si: abjeção e normas regulatórias na experiência de mulheres sobreviventes ao centro de reeducação feminino(Universidade Federal do Pará, 2014-10-02) FONSECA, Nathália de Sousa; LAGE, Leandro Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/2396184188116499; https://orcid.org/0000-0002-6814-9640Neste trabalho, investigamos para compreender como se tecem relações entre normas regulatórias, os sistemas interseccionais de desigualdades e a abjeção que foram verbalizadas por nossas interlocutoras, em seus relatos de si, ao investigar a experiência de mulheres que já foram encarceradas. Os relatos de si são a materialização da violência ética - que pode ser subjetiva - na vida das interlocutoras da pesquisa. Essa forma de violência é afetada pelas normas regulatórias, pela interseccionalidade e pela abjeção – que se configuram como gramáticas morais que são mobilizadas para organizar a inteligibilidade antes do presídio e dentro dele. Por meio deste problema, buscamos compreender a tessitura da relação entre normas regulatórias, sistemas interseccionais de desigualdades e abjeção através de relatos de si de mulheres que já foram internas no Centro de Reeducação Feminino (Belém-PA). Para isso, nos propomos a investigar se ou de que forma o movimento de relatar-se a si mesma das mulheres concernidas é marcado por negação de humanidade, imposição de normas generificadas e por práticas atravessadas por marcadores sociais de diferenças (gênero, raça, classe e sexualidade), ou mesmo seu questionamento. Metodologicamente, os conceitos centrais que animam o trabalho são utilizados como as categorias analíticas, e se mostraram profícuos na análise. Dentre os resultados, temos a imposição da cena de interpelação que versa sobre o momento da prisão como primeiro relato de si das interlocutoras, a “mulher a não ser” na compreensão de como as normas regulatórias de gênero configuram que mulheres são mulheres encarceradas, a intersecção que se desdobra na “patente” de riqueza e os privilégios que se entrelaçam com ela; operante nos sistemas interseccionais e na abjeção temos a realidade de mulheres que foram encarceradas a partir da condição de estarem em situação de rua, a essas, a abjeção interpela de modo que são negadas ao estatuto do sujeito, enquadradas como sujas, e mesmo nos sistemas interseccionais de desigualdades refletem o outro lado da “patente”, desprovidas de respeito entre as mulheres encarceradasTese Acesso aberto (Open Access) Geração 60+ na internet : relações tecnológicas, tensões e produção de sentidos na pandemia de Covid-19(Universidade Federal do Pará, 2023-02-14) SIMÕES, Camila de Andrade; CUNHA, Elaide Martins da; http://lattes.cnpq.br/3778190981135428; https://orcid.org/0000-0001-7723-7055O presente estudo se interessa pelas relações de pessoas com 60 anos ou mais junto às tecnologias cotidianas, em especial, durante a pandemia de Covid-19. Os anos de referência (2020 e 2021) são marcados por uma crise de saúde vivida mundialmente, de administração ondulante, no que diz respeito aos Estados-Nação e, ainda, internamente. No Brasil, medidas de afastamento físico e orientações de higiene se tornaram assunto central e, nesse contexto, as tecnologias digitais de comunicação tomaram centralidade não antes vista. Ao considerar grupos de pessoas que eventualmente tenham apresentado afastamentos mais evidentes em relação às telas conectadas, independentemente da pandemia, o recorte da pesquisa parte da experiência da pessoa idosa. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, que parte de uma visada meta comunicacional na tentativa de abarcar o fenômeno do fazer social ampliado, tendo como eixo explicativo as relações comunicativas cotidianas. Algumas das frentes teóricas ativadas durante a argumentação vêm de Vera França e Paula Simões (2016), como também de Vera França em reflexão solo (2018), de Jesús Martín-Barbero (1997), de Adriana Braga e Édison Gastaldo (2009), junto às contribuições de Stig Hjarvard (2015), de Vilso Junior Santi (2018), de José Luiz Braga (2007), de Göran Bolin (2020), além de Daniel Miller (2007), Paula Sibilia (2014 e 2019), Michel Foucault (2009) e Giorgio Agamben (2009), com outros e outras que contribuíram com a discussão. Em resumo, são conceitos e constructos no campo do envelhecimento (cronológico e social), das identidades (gerações), da cultura material e das relações de poder, partindo de um conjunto de sentidos produzidos pelos interlocutores e interlocutoras da pesquisa. Como métodos de coleta, o formulário digital e os grupos de foco foram utilizados. Nesse sentido, a Análise Temática (AT) se mostrou um caminho de interesse, com a flexibilidade necessária, na busca por padrões nas falas, a caminhos de significações e sentidos produzidos pelos investigados. No auxílio da tarefa, o software Iramuteq foi utilizado nas frentes de análises estatística, de similitude, na classificação hierárquica descendente e apresentação de nuvens de palavras. Ao abrir o leque dos achados, se reforça a preocupação de partida sobre a heterogeneidade das experiências dos sujeitos e sujeitas com mais idade. Condições de vida, de saúde, econômicas e de relação familiar, por exemplo, vão influenciar diretamente na chamada independência (mais conectada às questões físicas) e na almejada autonomia (tomada de decisão; autogoverno). Para eles e elas, a principal tela utilizada foi o telefone celular e para falar com familiares e amigos. Entre aqueles e aquelas que mantiveram relações profissionais ativas, durante o período verificado, foi possível perceber um menor campo de atritos. De modo geral, os sentidos que emergiram dessas relações são paradoxais – contém frentes, grosso modo, positivas e negativas – e traduzidos nas tecnologias vistas como acesso, porta para novos aprendizados e possibilidades, ao mesmo tempo que um conjunto de espaços de perigo, insegurança e mistério, principalmente, entre aqueles que utilizaram o termo medo para se referir às experiências e relações digitais.Tese Acesso aberto (Open Access) O movimento da Zwanga African fashion: comunicação e moda ativista como prática decolonial na Amazônia-amapaense(Universidade Federal do Pará, 2024-12-20) NEVES, Lúcio Dias das; AMARAL FILHO, Otacílio; http://lattes.cnpq.br/2605877670235703; https://orcid.org/0000-0001-5467-8528A tese faz uma análise sobre a compreensão da experiência comunicativa das mulheres que participaram dos desfiles de moda propostos pela Zwanga nas edições de 2020, 2022 e 2023, bem como de uma pequena amostra dos homens que participaram da edição de 2023. A importância de estudar a Zwanga como lócus de pesquisa doutoral transcende a moda, visto que ela articula a economia criativa, o empreendedorismo, o resgate da autoestima dos afrobrasileiros. A fundamentação teórica teve como base as obras de pesquisadores da Amazônia como Amaral Filho (2016), tendo suas ideias reforçadas em autores como Tarcízio Silva (2020), Joaze Bernardino-Costa, Nelson Maldonado-Torres e Ramón Grosfoguel (2018) e Molefi Kete Asante (2009) que robustecem as ideias sobre decolonialidade com base na cultura local, o racismo, o marabaixo, quilombismo e outras manifestações da cultura afroamapaense e uma importante aproximação sobre a Zwanga e outras manifestações culturais do Amapá. A pesquisa de comunicação é de natureza básica, tendo como estudo de caso o meio para a investigação sobre as tradições e heranças afroamapaenses que atravessam o movimento da Zwanga. Sob esse enfoque, optamos por uma pesquisa do tipo explicativa e participante – uma vez que o autor faz parte e se conhece neste processo, para estudar fenômenos pontuais, de modo analítico e crítico, referentes ao universo da moda afroempreendedora no Amapá – a experiência da Zwanga. Para coleta e análise de dados foram utilizadas diversas entrevistas abertas com a afroempreendedora e entrevistas semiestruturadas com mulheres e homens que participaram dos eventos de moda e sociais da Zwanga entre o período de 2020–2023.Tese Acesso aberto (Open Access) As mulheres da resistência e megaprojetos na Amazônia: comunicação, território e luta em Barcarena (PA)(Universidade Federal do Pará, 2024-04-24) SILVA, Leonardo de Souza; COSTA, Vânia Maria Torres; http://lattes.cnpq.br/7517564393392394; https://orcid.org/0000-0002-0493-8763A ideologia da modernidade presente na América Latina trata-se de uma ontologia criada pelos governos europeus, cujos pilares foram construídos com base no racismo e no patriarcalismo. Essa herança adentrou as nossas veias e encontra-se presente na Amazônia brasileira a partir dos megaprojetos de mineração, os principais exemplos contemporâneos da modernidade planejada pelos ocidentais, especialistas na comercialização da natureza. Baseada na ausência do diálogo e dando jus ao histórico, a atividade promove a desigualdade entre minorias como as mulheres. Os megaempreendimentos apresentam implicações nas vidas das mulheres e, pensando nisso, nos propomos a investigar e alcançar narrativas de mulheres que fazem parte desta realidade. Com base em etnografias e análise de conteúdo temática, pesquisamos as histórias de vida, os impactos da mineração e as lutas de três lideranças femininas de Barcarena (PA) contra os megaprojetos. Analisamos as suas memórias e narrativas sobre a mineralização do território, os seus conhecimentos e os caminhos aderidos para resistir. E destacamos o uso do WhatsApp como principal dispositivo interacional de organização e mobilização da luta. Esta pesquisa pretende ressoar as narrativas dessas personagens historicamente invisibilizadas, julgadas e apresentadas como destituídas de agência política no território mineralizado, mas que utilizam as vozes, o corpo, a união e a esperança para resistir, negando o que está posto e lutando por direitos.Tese Acesso aberto (Open Access) Tensões interseccionais e giro decolonial no fazer poético da escritora paraense Roberta Tavares(Universidade Federal do Pará, 2025-02-22) VIDAL, Claudia Valeria França; LAGE, Leandro Rodrigues; http://lattes.cnpq.br/2396184188116499; https://orcid.org/0000-0002-6814-9640A presente tese defende que a literatura brasileira escrita por mulheres paraenses é um espaço saturado de relações interseccionais de poder por ser atravessado por discriminações baseadas em diferenças sociais herdadas do violento processo de colonização europeia nas Américas. Isso se dá porque agentes sociais ao interagirem se engajam em relações nas quais procuram alcançar seus interesses exercendo pressões uns sobre os outros, ou seja, gerando forças de poder que em cada sociedade tomam diversas formas e que se sobrepõem acentuando umas às outras (Foucault, 1995). Embora o poder não seja uma substância que se possa reter e que relações de poder também gerem movimentos de resistência, processos históricos de dominação criam formas opressivas mais estáveis porque historicamente prolongadas e naturalizadas em uma sociedade, porém, em certos espaços a intensidade com que atuam interseccionalmente as tornam mais evidentes (Collins 2022). Assim, o objetivo geral desta pesquisa é investigar a reverberação de tensões interseccionais de gênero, racialização e classe social no fazer poético de Roberta Tavares considerando sua especificidade de mulher e pessoa negra e quilombola vivendo e produzindo literatura no estado do Pará no século XXI. Com esse propósito, discutimos as origens coloniais das opressões de gênero, racialização e classe presentes na constituição do espaço social brasileiro que afetam sobretudo mulheres racializadas como a escritora. Além disso, traçamos um panorama diacrônico do campo da literatura paraense de autoria feminina para compreender as condições do contexto atual que contribuem para acolher ou dificultar a emergência de sua produção. Ademais, pensamos sobre as obras de Tavares tendo em conta sua referida especificidade. A justificativa dessa pesquisa no âmbito da Comunicação é a perspectiva do texto literário como unidade enunciativa que integra um processo comunicativo em diálogo com outras, como propõem Gadamer (1999), Ricoeur (2010) e Bakhtin (2010). A decisão em centrar a investigação no fazer poético da escritora Roberta Tavares deveu-se a sua representatividade no recorte a partir de levantamento realizado na presente pesquisa entre 2021 e 2022 que catalogou 136 escritoras paraenses em atividade a partir de obras do acervo pessoal preexistente da pesquisadora. A investigação foi direcionada pela combinação das abordagens de pesquisa com afetos (Moriceau, 2020) e a interseccional e realizada combinando as metodologias bibliográfica e documental. Foram adotados cinco eixos de análise, o primeiro dizendo respeito à materialidade dos três livros individuais da escritora e os demais concentrados nos poemas de seu livro artesanal “Mulheres de Fogo”. Além dos estudos já mencionados, o aporte teórico foi composto principalmente de autores que discutem historiografia literária brasileira e gênero, tais como Gotlib (1998), Duarte (2004; 2018) e Dalcastagnè (2018), colonialidade e decolonialidade na América Latina, tais como Quijano (2005), Mignolo (2017), Maldonado-Torres (2019) e Carneiro (2023), e feminismos de orientação decolonial, tais como Gonzalez (2018), Lugones (2014) e Ribeiro (2019). Concluímos que o fazer poético de Tavares se alinha a escrevivências (Evaristo, 2020) e é disruptivo em relação à tradição hegemônica e que o contexto paraense atual é mais propício à sua emergência em comparação a períodos históricos anteriores.Tese Acesso aberto (Open Access) Territorialidades de enunciações: as Amazônias na tetralogia Amazônica, de Benedicto Monteiro(Universidade Federal do Pará, 2024-09-24) OLIVEIRA, Airton Souza de; CASTRO, Fábio Fonseca de; : http://lattes.cnpq.br/5700042332015787; http://orcid.org/0000-0002-8083-1415Em grande parte as noções a respeito das Amazônias, sejam elas simbólicas ou reais estão marcadas, sobremaneira, por processos de disputas que envolvem diretamente os tecidos sociais, as Identidades/identificações, os fatores culturais, econômicos, religiosos e políticos. À custa disso, determinados discursos supostamente hegemônicos e seus signos homogêneos, binários, centrados na ideia de pureza, superioridade e centralidade, utilizando-se de uma argumentação estruturada na manutenção de poder. Considerando que essas relações estão, de maneira intrínseca, sempre marcadas por dinâmicas atravessadas por tipificações e a intersubjetividade, principalmente por meio de elementos que foram historicamente silenciados, objetiva-se com esta tese mostrar, a partir da Tetralogia Amazônica, de Benedicto Monteiro, como os tecidos sociais e as suas experiências endógenas contribuem para interrogar e tensionar determinadas representações simbólicas sobre as Amazônias, maiormente com base em noções como a de territorialidades de enunciações. Para isso, o marco teórico desta pesquisa tem como base autores como, Castro (2010; 2011; 2018), Sarmento-Pantoja (199; 2002; 2005; 2019), Pinto (198O; 1982; 1991; 2002; 2012), Loureiro (1992; 2009; 2015), Pachêco de Souza (2020), dentre outros/as. Para tanto, procede-se a interpretação de um projeto de Amazônias que está presente nos romances da Tetralogia Amazônica. Em vista disso, observa-se que essas narrativas problematizam diversas questões ligadas às territorialidades, às temporalidades e às identidades/identificações. O que nos faz concluir que as narrativas contribuem para dar visibilidade aos tecidos sociais, as suas tipificações, à intersubjetividade e às territorialidades amazônicas, com base na noção de territorialidades de enunciações, conforme veremos e que determinadas formações discursivas tentaram silenciar, em do que aqui estamos considerando como a noção de territorialidade enunciada.
