Teses em História (Doutorado) - PPHIST/IFCH
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6869
O Doutorado Acadêmico iniciou-se em 2010 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em História (PPHIST) do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em História (Doutorado) - PPHIST/IFCH por CNPq "CNPQ::CIENCIAS HUMANAS"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Emília Snethlage e Heloísa Alberto Torres: gênero, ciência e turismo na Amazônia do século XX(Universidade Federal do Pará, 2022-08-04) ALBERTO, Diana Priscila Sá; PACHECO, Agenor Sarraf; http://lattes.cnpq.br/5839293025434267A presença das mulheres na história da ciência, em especial no mundo Ocidental, confunde-se com a própria constituição dessa área do saber, contudo, por muito tempo elas ficaram nas sombras da atuação masculina. A ciência histórica desde seu nascimento, demarcou o “homem” como o personagem central das narrativas e, mesmo que alguns estudiosos assinalassem que a mulher estava inclusa nesse ser histórico, o campo disciplinar da história as afastou do palco de formação sociocultural da humanidade. As viagens cientificas a partir do século XIX mostraram-se caminho rico para problematizar essa visão e sentidos dos seus silêncios, permitindo conexões interpretativas entre ciência, gênero e turismo. A história da participação feminina na história das ciências na Amazônia no século XX, focalizando a atuação e legado de duas mulheres cientistas, uma alemã e uma brasileira, Emília Snethlage (1868-1929) do Museu Paraense Emílio Goeldi – MPEG e Heloísa Alberto Torres (1895-1977) do Museu Nacional do Rio de Janeiro – MNRJ, é a temática central dessa tese. Essas cientistas ao vivenciarem experiências em regiões do Brasil, especialmente na Amazônia, utilizaram-se de táticas para construir um caminho importante em suas áreas de atuação nas ciências naturais (ornitologia) e humanas (antropologia). As expedições por elas realizadas deixaram pistas importantes para a investigação da história do turismo na região, por apresentar elementos que compunham o fenômeno turístico moderno, tais como: hospedagem, alimentação e transporte. A partir dessa contextualização, o objetivo desse trabalho foi investigar, à luz dos estudos da história das ciências, do gênero e do turismo, a participação feminina desempenhada, em particular, por Emília Snethlage e Heloísa Alberto Torres, na construção do conhecimento científico na Amazônia no começo de século XX, adentrando em suas trajetórias profissionais, estratégias e seus respectivos universos. Com relação a problemática questionou-se qual a importância da atuação das mulheres na história das ciências no Brasil e como se deu a participação específica dessas cientistas na Amazônia? A pesquisa fundamentou-se em Edward P. Thompson com a História Social e suas reflexões sobre a experiência e as táticas no cotidiano; Carlo Ginzburg com a Micro-História ao adentrar nos indícios de outros caminhos feitos por elas; Michelle Perrot, Londa Schiebinger e Anne McClintock ao referendarem o papel da mulher no campo científico, ajudando a inquirir formas de colonialidade vivenciadas no cotidiano de vida e trabalho de Emília e Heloisa. No que tange aos estudos do turismo, dialogou-se com Paulo de Assunção, Alexandre Panosso Netto e Helena. Doris. A. B. Quaresma ao tratarem acerca da reflexão do fenômeno turístico e suas aberturas na história e pesquisa na Amazônia. O percurso metodológico rastreou pistas da atuação dessas mulheres da ciência no Museu Paraense Emílio Goeldi, Arquivo Guilherme de La Penha. Buscou-se também arquivos sobre Emília Snethlage em meio virtual na Biblioteca Nacional Digital e no Museu de Astronomia e Ciências Afins, onde foi encontrado acervo sobre Heloísa Alberto Torres. A pesquisa documental encetou em 2018 e foi até meados de 2022, principalmente por ambiente virtual, em virtude da pandemia de Covid-19. Para responder a problemática da tese, a pesquisa mapeou e analisou evidências em jornais, artigos produzidos por essas cientistas, cartas pessoais, institucionais e romances, que visibilizaram vivências e práticas dessas cientistas em suas instituições e no cotidiano de pesquisas na Amazônia. Com base nesses achados, a tese demonstra que Emília e Heloísa tiveram papel fundamental na construção da ciência na Amazônia, por suas ações e “sensibilidades de mundo”, numa época de plena hegemonia do domínio masculino no campo científico. Essas mulheres construíram suas trajetórias na ornitologia e na antropologia de forma que suas publicações e realizações científicas espraiaram-se para além de suas instituições, marcando espaço na história das ciências no Brasil e no exterior. Outrossim, as viagens revelaram novos rumos para se compreender o fenômeno turístico na região amazônica, já que se utilizaram de elementos constituintes da prática na atividade. Assim, contribuíram para pensar a emergência de uma nova epistemologia sobre viagens turísticas.Tese Acesso aberto (Open Access) “Guiados pelo raciocínio e pela razão”: ciência e modernidade a serviço da agricultura paraense (1908-1929)(Universidade Federal do Pará, 2022) SANTOS, Francisnaldo Sousa dos; NUNES, Francivaldo Alves; http://lattes.cnpq.br/4125313573133140A presente tese busca analisar a implantação de um novo modelo de desenvolvimento pensado para a agricultura paraense no início do século XX. Especialmente a partir do segundo mandato do governador Augusto Montenegro se observa uma mudança de orientação não mais voltada exclusivamente para a criação de núcleos coloniais e a consequente ocupação dos mesmos por colonos estrangeiros, mas voltado também para a qualificação desse trabalhador agrícola. Em outras palavras, a qualidade na mão de obra para o campo ganhava cada vez mais importância. Com o auxílio da ciência os agentes públicos pretendiam então a qualificação técnica do lavrador por meio do ensino agrícola em instituições como estações experimentais e campos de demonstração ou por meio do ensino agrícola ambulante. Essa nova metodologia exigiu a criação, em 1908, de uma seção voltada exclusivamente para a agricultura e a pecuária dentro da Secretaria de Obras Públicas, Terras e Viação, mostrando uma estreita aproximação entre estado e elite agrícola paraense, uma vez que o representante desse patronato, o fazendeiro marajoara José Ferreira Teixeira, assumiu a direção da 4ª Secção de Agricultura. A publicação da revista A Lavoura Paraense, que circulou entre 1908 e 1912, retratou bem esse novo momento em suas páginas. Um dos objetivos dos agentes públicos era superar a monocultura e desenvolver outros produtos, principalmente quando a exportação da borracha mostrava sinais de crise, fazendo com que a agricultura ganhasse cada vez mais relevância para a economia paraense das primeiras décadas do século XX. Para além do receio em sustentar toda uma economia com base em um único produto, podemos apontar não apenas os resultados pouco satisfatórios com o antigo modelo de desenvolvimento agrícola que vinha sendo adotado desde meados do século XIX, mas também todo o incremento pelo qual passou o Museu Paraense a partir da chegada do suíço Emílio Goeldi e de seu sucessor na direção dessa instituição, o também suíço Jacques Huber. Contudo, a promissora expectativa em relação à onda modernizadora para o campo, pautada na racionalização das práticas agrícolas a partir dos atuais preceitos agronômicos da época, não se efetivou de fato, visto que o setor extrativo manteve-se em alta frente ao setor agrícola, com destaques, no final da década de 1920 para alguns produtos como o arroz e o algodão.Tese Acesso aberto (Open Access) A mobilidade social das lideranças indígenas Tabajara e Potiguara na Paraíba e demais capitanias do Norte do Brasil (séculos XVI – XVIII)(Universidade Federal do Pará, 2021-05-04) MEIRA, Jean Paul Gouveia; COELHO, Mauro Cezar; http://lattes.cnpq.br/7187368960757936Essa tese teve como objetivo analisar o papel desempenhado pelas lideranças Tupi, pertencentes aos povos Tabajara e Potiguara, no processo de inserção dos indígenas na sociedade colonial a partir da conquista e colonização da Capitania Real da Paraíba, e demais capitanias do norte do Brasil, ao longo dos séculos XVI – XVIII. Durante os primeiros contatos entre indígenas e colonizadores, estes últimos tiveram a necessidade de se inserir na lógica das guerras travadas entre as sociedades Tupi para contrair alianças e conquistar o território. Os europeus foram inseridos no “universo” indígena a partir das relações de matrimônios estabelecidas com as filhas dos chefes Tupi. Os acordos matrimoniais entre indígenas e colonizadores foram fundamentais para o povoamento das capitanias de Pernambuco e Itamaracá na primeira metade do século XVI. Ao longo do referido século, muitos indígenas aliados foram escravizados, e tal conjuntura fez com que os chefes indígenas reestabelecessem os acordos de paz com os colonizadores através da prestação de serviços, notadamente de guerras, para não somente evitarem a escravização da sua gente, mas, também, para a preservação das terras coletivas a partir da inserção de tais indivíduos nos aldeamentos missionários. Muitos indígenas foram protagonistas nas guerras que resultaram na fundação da capitania da Paraíba e demais capitanias do norte do Brasil, assim como na conquista dos sertões, ao longo dos séculos XVI e XVIII. A prestação de serviços resultou em inúmeras recompensas, principalmente para as lideranças Tabajara e Potiguara, as quais puderam obter mobilidade social.Tese Acesso aberto (Open Access) O Ramal do 40: histórias e memórias de comunidades na reserva extrativista Marinha Maracanã, Nordeste do Pará (1960-2020)(Universidade Federal do Pará, 2022-07-28) FIGUEIREDO, Elida Moura; PACHECO, Agenor Sarraf; http://lattes.cnpq.br/5839293025434267Este estudo tem como objetivo compreender, do ponto de vista das experiências históricas, mudanças e continuidades nos modos de vida dos moradores de uma comunidade de pescadores amazônicos, o 40 do Mocooca, a partir do surgimento de novas formas de mobilidades com a construção de uma estrada que provocou a emergência de outras zonas de contato, práticas sociais, trocas culturais, alterando tradições na cotidianidade local. A pesquisa foi realizada na região do 40 do Mocooca, vilarejo do município de Maracanã, Zona do Salgado paraense, entre os anos de 2018 e 2021, cronologicamente definido entre 1960-2020. Teoricamente fundamentou-se na História Social e nos Estudos Culturais e metodologicamente seguiu orientações da crítica documental e da História Oral para dialogar com memórias coletivas e individuais em circuitos da tradição oral como constituinte dos modos de ser, pensar e agir dos habitantes dessa região. No trabalho, defende-se a tese de que mudanças percebidas no estudo do passado frente ao presente, se por um lado alteram teias de relações tecidas por décadas entre moradores e ambiente com o contato de novos agentes históricos, informações, produtos culturais, especialmente, na virada do século XX para o XXI, por outro lado, mesmo em condições desiguais, os agentes sociais do lugar reelaboram os novos aparatos tecnológicos e culturais e seguem em defesa de suas tradições vivas, lutando diariamente por aquilo que acreditam ser o caminho do desenvolvimento local. Para explicar esta tese, a pesquisa se apoia em análises da experiência e das vivências dessas pessoas, assim como no estudo dos pequenos e grandes eventos locais, alguns individuais, outros coletivos, na tentativa de entender a trajetória dessa comunidade que se apresenta numa rede de relacionamentos e decisões de uma vida móvel entre o campo e a cidade, entre o passado e o presente, entre a natureza e a urbanização, entre a pesca e um tipo de turismo, que chamamos de “alternativo” e “informal”, que vem forçando o aparecimento de algumas práticas globalizadas observadas a partir da chegada de novas necessidades e hábitos de consumo local, sobretudo, pelos mais jovens.Tese Acesso aberto (Open Access) TRANSAMAZÔNICAS: memórias, experiências e trajetórias de pessoas trans na segunda metade do século XX(Universidade Federal do Pará, 2022-03-18) VASCONCELOS, Otto Osvaldo da Silva; QUINTELA, Rosângela da Silva; http://lattes.cnpq.br/4127805532176209; SOUZA JUNIOR, José Alves de; http://lattes.cnpq.br/0493030136179246Esta tese tem como tema as trajetórias de vida de pessoas trans na Amazônia brasileira na segunda metade do século XX. Seu objetivo geral é compreender as experiências de travestis e mulheres trans para a formação individual e também para a formação do próprio entendimento delas sobre suas identidades de gênero. Tal proposição vai depender de um entendimento de experiência como constituinte da consciência do indivíduo sobre si baseado em suas vivências, conforme preconizado por Edward Palmer Thompson. As trajetórias aqui narradas ainda contaram com o aporte teórico dos estudos de gênero, da Teoria Queer e do transfeminismo. As narrativas, principalmente, foram analisadas tendo por base a metodologia da história oral. Este trabalho se debruça sobre as experiências mais longínquas, de quando as protagonistas ainda tentavam vislumbrar o mundo ao redor com a ingenuidade sem limites que só a mais tenra idade pode oferecer. Se debruça também sobre as pequenas implosões que elas fizeram ao começar a perceber que seus desejos e anseios não eram consoantes ao que os outros haviam imaginado para elas, além de contemplar também a construção subjetiva e política que elas elaboraram ao longo dos anos.Tese Acesso aberto (Open Access) “Vergonhosas Saturnais”: a experiência prostibular em Belém do Pará (1900-1945)(Universidade Federal do Pará, 2022-12-14) AMADOR, Luiza Helena Miranda; HENRIQUE, Márcio Couto; http://lattes.cnpq.br/9096024504515280Nesta tese analiso os discursos médicos, higienistas, jurídicos e policiais sobre prostituição em Belém no período de 1900 a 1945, e como as meretrizes foram protagonistas e ativas diante desses mecanismos de controle. As meretrizes que circularam na Belém republicana e moderna, viveram num espaço socioeconômico e culturalmente diverso, urbe de códigos, regras e símbolos influenciados pela Belle Époque, período que a prostituição ganhou maior visibilidade, antes reclusa aos atendimentos privados, a prostituta passou a se expor nas ruas, boulevards e cafés. A partir dos discursos sobre prostituição apresento as mudanças culturais e a implantação de novos códigos e regras de comportamento. A chegada das mulheres estrangeiras e nacionais na Amazônia. As discussões e narrativas sobre os "tráfico de brancas” e a cruzada contra o caftismo. Através dos processos crimes de lenocínio que os donos de pensões e bordéis responderam, exponho como o mundo prostibular era rentável e contribuiu para a economia da cidade. Como agiram médicos, higienistas e poder público na tentativa de implantar medidas higiênicas e disciplinadoras nas habitações das meretrizes. Apresento os casos de infanticídios e abortos cometidos pelas meretrizes e de que maneira elas foram julgadas e seus atos exibidos para a sociedade. As estratégias das mulheres diante de uma gravidez indesejada. Discuto a institucionalização da medicina em Belém e quais os pensamentos médicos sobre o corpo feminino. Descrevo a chegada dos serviços da Profilaxia das Doenças Venéreas dentro do contexto do sanitarismo. A preocupação dos médicos com as meretrizes definidas como as grandes responsáveis pelos “mal venéreo”. As medidas de regulamentação da prostituição e as iniciativas de controlar e fixar as mulheres em determinado local para somente lá exercerem o meretrício. Abordo os discursos pautados na moralidade e como as meretrizes não se deixaram intimidar por mais esse recurso que tentava frear a venda de sexo e suas liberdades de ir e vir na cidade. Evidencio o uso do álcool pelas meretrizes e como a embriaguez foi utilizada pelo aparato judicial para encarcerar e controlar as prostitutas. Por fim, conto um pouco da vida afetiva das meretrizes, seus amores, paixões e as violências que sofriam, por não preencherem o modelo/padrão desejado de mulher.
