Teses em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (Doutorado) - PPGDSTU/NAEA
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2297
O Doutorado Acadêmico em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido pertence ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU) do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). O Doutorado em Ciências – Desenvolvimento Socioambiental iniciou em 1994, absorvendo o debate crítico de ponta na época nos temas sobre desenvolvimento, planejamento e questões ambientais.
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Navegando Teses em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (Doutorado) - PPGDSTU/NAEA por CNPq "CNPQ::CIENCIAS BIOLOGICAS::BOTANICA"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Diversidade, uso e manejo de quintais agroflorestais no distrito do carvão, Mazagão-AP, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2010-01-18) SILVA, Raullyan Borja Lima e; SABLAYROLLES, Maria das Graças Pires; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4786846P1; BASTOS, Ana Paula Vidal; http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?id=K4755354Y1Os quintais agroflorestais são sistemas de produção localizados próximos às casas e muito presentes nos trópicos, formados por espécies agrícolas e florestais, podendo envolver também a criação de pequenos animais com o intuito de produção de alimentos para subsistência e geração de renda com importante função na conservação da biodiversidade. Com o objetivo de caracterizar do ponto de vista florístico e etnobotânico os quintais agroflorestais do Distrito do Carvão e sua organização interna, ressaltando sua composição, estrutura e função socioeconômica, destacando aspectos de manejo e usos, de maneira a levantar informações que contribuam para a conservação dos recursos naturais e seu uso racional para valorizar esta importante prática cultural, foram estudados 94 quintais agroflorestais no Distrito do Carvão, Mazagão-AP. No trabalho de campo usou-se o método etnográfico com as técnicas de observação participante, entrevistas formais e informais. A coleta do material botânico foi feita usando as técnicas usuais em botânica. A renda bruta mensal dos moradores é de 261,08 salários mínimos (SM) com média por domicílio de 2,53 SM e moda de 1SM. As práticas agrícolas colaboram com 30,82 SM que corresponde a 11,801% do total bruto. As doenças mais comuns nas famílias são gripe, malária e dores nas pernas e braços, e as plantas medicinais são usadas por parte da população na prevenção e cura de problemas de saúde. Os quintais investigados apresentaram tamanhos variados, bem como o número de espécies e espécimes, sendo o tamanho médio de 0,08 ha. Animais domésticos são criados para complementar alimentação e renda. Foram registradas 218 espécies incluídas em 69 famílias e 164 gêneros, tendo uma média de 20,90 espécies por quintal. As famílias com maior número de espécies foram: Lamiaceae, Solanaceae, Arecaceae, Asteraceae e Rutaceae. Os gêneros mais frequentes são representados por Citrus, Capsicum, Alternanthera, Justicia e Allium. As espécies mais frequentes foram: Mangifera indica L., Anacardium occidentale L., Citrus sinensis (L.) Osbeck, Euterpe oleracea Mart., Musa sp. e Cocos nucifera L. Com relação às categorias de uso a maioria das espécies é de uso múltiplo, com destaque para as de uso medicinal (169 espécies), alimentar (102 espécies), ornamental (71 espécies), místico (56 espécies) e para arborização (36 espécies). Os quintais estão arranjados basicamente em quatro estratos distintos e a mulher desempenha importante função na introdução e manutenção das espécies presentes neste ambiente, sendo que o manejo nessas práticas é simples e de baixo custo, uma vez que envolve práticas tradicionais de cultivo de plantas e a principal finalidade dos quintais no Distrito de Carvão é de promover a complementação alimentar das unidades familiares, com exceção de alguns poucos que vendem os excedentes. A composição florística e a distribuição das espécies nos quintais são determinadas por fatores externos e internos, como função e tamanho do quintal, bem como fatores socioeconômicos e culturais, além da influência direta da família que seleciona as espécies de acordo com suas necessidades. Estes locais poderiam ser mais bem aproveitados, a fim de aumentar à produtividade e aproveitamento da produção.Tese Acesso aberto (Open Access) Os folheiros do jaborandi: organização, parcerias e seu lugar no extrativismo amazônico(Universidade Federal do Pará, 2012-04-23) COSTA, Fabiano Gumier; PEZZUTI, Juarez Carlos Brito; http://lattes.cnpq.br/3852277891994862; MCGRATH, David Gibbs; http://lattes.cnpq.br/4373475491613670O jaborandi (Pilocarpus microphyllus Stapf ex Wardl) é uma planta de porte arbustivo da família Rutaceae. Seu uso é consagrado na oftalmologia em virtude da presença da pilocarpina, substância utilizada na produção de colírios para o tratamento do glaucoma. Além disso, o jaborandi é muito utilizado na indústria cosmética, em xampus e cremes capilares contra queda de cabelo. Na Floresta Nacional de Carajás existem populações nativas de jaborandi manejados pela população local, organizados em uma Cooperativa e que são denominados folheiros. De modo a investigar como evoluiu o extrativismo desta planta em Carajás e quais as perspectivas para atividade, partimos de uma pergunta norteadora para o trabalho: Por que, apesar de todas as dificuldades em sua base organizativa, do baixo poderio na negociação com as empresas farmacêuticas, do processo de criminalização de que foram alvos, e das fragilidades do extrativismo vegetal como atividade econômica, os folheiros do jaborandi persistem na atividade extrativista após 25 anos? Através de quatro hipóteses explicativas traçamos o cenário para o extrativismo de jaborandi em Carajás dialogando com a literatura que aborda o manejo de recursos naturais em florestas tropicais, em especial sobre o extrativismo vegetal. Concluímos que o extrativismo de jaborandi, após várias dificuldades legais para seu ordenamento, evoluiu de uma condição de grande repressão do Estado até um processo de pactuação para seu manejo sustentável. Apesar das previsões sobre a inviabilidade econômica do extrativismo, entendemos que o extrativismo de jaborandi possa ser uma exceção aos padrões anteriormente observados. Isto porque a planta nativa possui vantagens qualitativas em relação ao jaborandi cultivado em larga escala. Atualmente as empresas farmacêuticas tem buscado adquirir folhas de jaborandi de extrativistas também pelas vantagens de mercado associadas à imagem positiva das parcerias estabelecidas com comunidades locais ou populações tradicionais. Apesar disto, o extrativismo corre sério risco de entrar em colapso pela frágil organização social dos folheiros ou pela inviabilidade de seu manejo, causada pelo avanço da mineração na área.
