Navegando por Assunto "Palinologia"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Desenvolvimento da vegetação e morfologia da foz do Amazonas-PA e rio Doce-ES durante o Quaternário tardio(Universidade Federal do Pará, 2013-11-05) FRANÇA, Marlon Carlos; PESSENDA, Luiz Carlos Ruiz; http://lattes.cnpq.br/0425441943533975; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Este trabalho compara as mudanças morfológicas e vegetacionais ocorridas ao longo da zona costeira da Ilha de Marajó, litoral amazônico, e da planície costeira do Rio Doce, sudeste do Brasil, durante o Holoceno e Pleistoceno tardio/Holoceno, respectivamente, com foco especificamente sobre a resposta dos manguezais para as flutuações do nível do mar e mudanças climáticas, já identificadas em vários estudos ao longo da costa brasileira. Esta abordagem integra datações por radiocarbono, descrição de características sedimentares, dados de pólen, e indicadores geoquímicos orgânicos (δ13C, δ1₵N e C/N). Na planície costeira do Rio Doce entre ~47.500 e 29.400 anos cal AP, um sistema deltaico foi desenvolvido em resposta principalmente à diminuição do nível do mar. O aumento do nível do mar pós-glacial causou uma incursão marinha com invasão da zona costeira, favorecendo a evolução de um sistema estuarino/lagunar com planícies lamosas ocupadas por manguezais entre pelo menos ~7400 e ~5100 anos cal AP. Considerando a Ilha de Marajó durante o Holoceno inicial e médio (entre ~7500 e ~3200 anos cal AP) a área de manguezal aumentou nas planícies de maré lamosas com acúmulo de matéria orgânica estuarina/marinha. Provavelmente, isso foi resultado da incursão marinha causada pela elevação do nível do mar pós-glacial associada a uma subsidência tectônica da região. As condições de seca na região amazônica durante o Holoceneo inicial e médio provocou um aumento da salinidade no estuário, que contribuiu para a expansão do manguezal. Portanto, o efeito de subida do nível relativo do mar foi determinante para o estabelecimento dos manguezais na sua atual posição nas regiões norte e sudeste do Brasil. Entretanto, durante o Holoceno tardio (~3050-1880 anos cal AP) os manguezais em ambas as regiões retrairam para pequenas áreas, com algumas delas substituídas por vegetação de água doce. Isso foi causado pelo aumento da vazão dos rios associada a um período mais úmido registrado na região amazônica, enquanto que na planície costeira do Rio Doce, os manguezais encolheram em resposta a um aumento da entrada de sedimento fluvial associado a uma queda no nível relativo do mar.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Dinâmica da vegetação da região de Humaitá - AM durante o Pleistoceno tardio e o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2013-01-30) FRIAES, Yuri Souza; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A dinâmica da vegetação oeste da Amazônia durante os últimos 42000 anos AP foi estudada por pólen, fácies sedimentares, datação por 14C, δ13C e C/N. Dois testemunhos foram coletados, o primeiro próximo da cidade de Humaitá no sul do Estado do Amazonas e o segundo nas proximidades de Porto velho, norte de Rondônia. Os pontos de amostragem estão localizados em uma região coberta por campos naturais e vegetação de floresta tropical, respectivamente. Os sedimentos depositados são predominantemente compostos por areia compacta, lama e areia com estratificação heterolítica, lama laminada e compacta representando sedimentos acumulados em um canal ativo, planície aluvial e lago em ferradura representando os ambientes sedimentares. Nessa configuração, as condições subaquáticas são desenvolvidas em um ambiente de baixa energia, favorecendo localmente a preservação da comunidade de grãos de pólen de vegetação herbácea e de floresta glacial representado principalmente por Alnus, Drymis, Hedyosmum, Podocarpus e Weinmannia com ocorrência entre > 42.033 – 43.168 cal anos AP e 34.804 – 35.584 cal anos AP. A vegetação arbórea e herbácea formam um ecótono que persiste do Holoceno Inferior ao Médio, enquanto a assembleia de vegetação adaptada ao frio se extingue. Os resultados desse trabalho sugerem a presença de uma significativa população de plantas de origem glacial nas planícies baixas do leste da Amazônia antes do Máximo Glacial Pleistocênico, as quais, na atualidade estão restritas aos Andes (2000-3000 m), sugerindo que nesse intervalo de tempo podem ter ocorrido temperaturas com valores inferiores aos que foram propostos para essa região.Dissertação Acesso aberto (Open Access) dinâmica da vegetação durante o quaternário tardio no limite continental da península bragantina, litoral amazônico(Universidade Federal do Pará, 2022-11-25) MACIEL, Giordana Leticia Monteiro; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994; https://orcid.org/0000-0002-6468-6158; FRANÇA, Marlon Carlos; http://lattes.cnpq.br/8225311897488790; https://orcid.org/0000-0002-3784-7702O setor leste amazônico é dominado e moldado por um regime de macromarés, abrigando ambientes como: planícies lamosas colonizadas por manguezais, estuários associados a canais de maré, planícies de inundação, praias de macromaré, entre outros. Visando compreender a reconstituição paleoambiental em uma planície de inundação e a dinâmica da vegetação em um setor da região amazônica, foram realizadas coletas e integração de dados palinológicos, sedimentares e datações C-14, a partir de um perfil sedimentar de subsuperfície coletado na região dos campos herbáceos do Taperaçu, no interior da península de Bragança (PA), no litoral amazônico. O presente estudo permitiu a identificação de três associações de fácies, e quatro zonas polínicas ocorridas durante o Pleistoceno superior e Holoceno. A primeira associação de fácies definida como depósito aluvial, apresentando fácies de pelito, acamamento heterolítico flaser, com tendência granocrescente ascendente. A vegetação era predominantemente típica de árvores e arbustos, marcadas pela presença de famílias Rubiaceae, Bromeliaceae, Annonaceae, além de baixa ocorrência de vegetação herbácea dominada pela família Araceae, que se estavam presentes naquela região em torno de 41.200-39.975 anos cal AP. A segunda associação de fácies identificada, apresentou características típicas de canal de maré, com superfície erosiva bem delimitada, que marca o início da transição dos processos atuantes neste ambiente, formado por fácies de conglomerados, pelito com marcas onduladas e fácies de areia maciça. Nas áreas adjacentes ao canal, ocorria uma vegetação tipicamente herbácea, representada por Cyperaceae e Ulmaceae, além da presença de árvores e arbustos, como: Arecaceae, Malphighiaceae e Rubiaceae. Durante o Holoceno inicial e médio (6.000-5.915 anos cal AP), os resultados obtidos revelaram a formação de uma planície de maré. O principal resultado polínico durante esta fase foi o estabelecimento do manguezal, colonizado por Rhizophora e Avicennia, além da presença da vegetação herbácea, que atualmente ocupa a região estudada, marcando o Holoceno tardio.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A dinâmica da vegetação nas planícies de maré do delta do rio Doce durante o holoceno tardio.(Universidade Federal do Pará, 2019-08-31) CARVALHO, Victor Rocha; FRANÇA, Marlon Carlos; http://lattes.cnpq.br/8225311897488790Este trabalho tem como objetivo avaliar a dinâmica da vegetação nas planícies de maré do delta do rio Doce – sudeste do Brasil – sob a influência das mudanças climáticas e das flutuações do nível relativo do mar durante o Holoceno Tardio (2350 anos cal AP). Para isso, foram utilizadas datações 14C, descrição de características sedimentares e dados polínicos, obtidos a partir de dois testemunhos denominados URU1 e URU2, com profundidades de 0,5 m e 4 m, respectivamente, coletados com um Trado Russo. Os testemunhos apresentaram quatro fácies sedimentares, típicas de planícies de maré: i) acamamento heterolítico flaser (Hf), ii) acamamento heterolítico wavy, iii) acamamento heterolítico lenticular (Hl) e iv) lama com laminação paralela (Mp). A análise polínica do testemunho URU1 revelou o predomínio de ervas, árvores e arbustos em todas as profundidades, com aumento na frequência da vegetação aquática em direção à superfície. No testemunho URU2 foram registrados palinomorfos de manguezais e de foraminíferos na parte basal e mediana, sugerindo um domínio marinho/estuarino mais atuante até aproximadamente 2250 anos cal AP. Por outro lado, nas profundidades mais próximas ao topo do testemunho URU2 ocorreu a redução dos grãos de manguezal e de foraminíferos, seguido de um aumento da vegetação aquática de água doce, indicando diminuição da influência marinha. Essa tendência pode ser resultado de um clima relativamente mais úmido a partir de ~2250 anos cal AP, que proporcionou aumento dos índices pluviométricos e maior vazão dos rios na região, com aumento da influência fluvial. Foi possível perceber ainda, possíveis alterações antrópicas e /ou natural, corroborado pelo aumento na porcentagem de grãos de Cecropia e Typha angustifolia, e pela diminuição na cobertura de palmeiras nas planícies de maré, a partir de ~2250 anos cal AP. Assim, é razoável propor que o aumento da influência de água doce nos últimos 2000 anos, foi decisivo no aumento do transporte de sedimentos pelos rios para a planície deltaica, o qual pode ser o responsável pelo processo de substituição da planície de maré colonizada por manguezais por vegetação herbácea.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A dinâmica das florestas alagadas durante o holoceno no litoral de Calçoene, Amapá(Universidade Federal do Pará, 2008-02-25) GUIMARÃES, José Tasso Felix; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A integração das análises palinológicas e espectrofotométricas de testemunhos de sedimentos, auxiliada por datações por radiocarbono - EAM permitiu propor um modelo de desenvolvimento e dinâmica da vegetação influenciada pelas mudanças climáticas e variação do nível relativo do mar durante o Holoceno médio e superior na Planície Costeira de Calçoene, Amapá. Neste contexto, foram identificadas mudanças na vegetação desta região durante os últimos 2100 anos. Este estudo sugere a existência de três períodos com maior influência marinha entre 2000-800 anos AP, 500-300 anos AP e 80 anos AP até o presente. Assim como, dois períodos com maior influência fluvial durante os intervalos de 800-500 anos AP e 300-80 anos AP. A análise dos atuais padrões de distribuição espacial das unidades geobotânicas e a paleovegetação, indica que os manguezais (311 Km 2 ) e as florestas de várzea (684 Km 2 ) estão migrando sobre os campos inundáveis (1.021 Km 2 ) situados nas áreas topograficamente mais elevadas da planície costeira de Calçoene, que pode estar relacionado a um aumento no nível relativo do mar no setor estudado.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A dinâmica dos manguezais subtropicais no litoral norte de Santa Catarina durante o Holoceno tardio.(Universidade Federal do Pará, 2019-06-28) PINHEIRO, Vanessa da Conceição; FRANÇA, Marlon Carlos; http://lattes.cnpq.br/8225311897488790Este trabalho objetivou identificar o estabelecimento e a expansão dos manguezais no litoral norte de Santa Catarina durante o Holoceno tardio. Para isso, foram integrados dados polínicos, datações 14C, indicadores geoquímicos orgânicos (δ13C, C:N, NT e COT) e resultados de análises sedimentares. Esses dados foram obtidos a partir das análises realizadas em dois testemunhos sedimentares, coletados com a utilização de um amostrador Russo, na Baía da Babitonga (SF7 e SF8), litoral norte de Santa Catarina. Os dados revelam depósitos típicos de canal de maré e planície de maré ao longo dos testemunhos. O depósito de canal de maré foi acumulado entre >1692 anos cal AP até ~ 667 anos cal AP, ocorrendo na base dos testemunhos. Esse depósito é formado por areia fina a média com estratificação plano-paralela (fácies Sp), estratificação cruzada (fácies Sc), laminação planar de baixo ângulo (fácies Sb) e areia maciça (fácies Sm). O depósito caracterizado como planície de maré apresentou idade a partir de ~1223 anos cal AP até o presente, constituído pelas fácies acamamento heterolítico flaser (Hf), acamamento heterolítico wavy (Hw), acamamento heterolítico lenticular (Hl) e lama com acamamento plano-paralelo (Mp). O conteúdo polínico preservado ao longo dos depósitos de canal de maré indica predomínio de árvores e arbustos, seguido de ervas e palmeiras oriundos das unidades de vegetação presentes tanto no entorno do canal como de regiões topograficamente mais elevadas. Apenas no testemunho SF8 foram encontrados grãos de pólen de manguezais, nessa associação de fácies. Os dados isotópicos de δ13C (-24,4 a -21,47 ‰) e da razão C:N (4,77 a 20,81) revelaram uma forte contribuição de matéria orgânica marinha e de plantas terrestres C3. O canal de maré foi colmatado e permitiu o início da deposição da planície de maré. O depósito da planície de maré possui grande quantidade de fragmentos vegetais e o conteúdo polínico encontrado revela um predomínio de ervas, seguido de árvores, arbustos, palmeiras e manguezal. Os resultados de δ13C (-22,48 a -21,18 ‰) e da razão C:N (11,49 % a 19,89%) indicaram a contribuição de plantas terrestres C3 além da contribuição de matéria orgânica marinha. Assim, os dados do presente trabalho revelam que a implantação do manguezal começou a partir de aproximadamente 1692 anos cal AP, com o gênero Laguncularia, seguido de Avicennia, ainda na borda do canal de maré, e a partir de aproximadamente 586 anos cal AP observou-se a instalação e desenvolvimento do gênero Rhizophora. Os gêneros Laguncularia e Avicennia se estabeleceram inicialmente em substratos predominantemente arenosos e em seguida ocuparam também as intercalações de solo arenoso e siltoso. No ambiente de planície de maré, o gênero Rhizophora, se estabeleceu em substratos lamosos. Os manguezais dessa região se instalaram primeiramente nas regiões topograficamente mais elevadas e posteriormente se expandiram para as regiões mais baixas e mais próximas da baía, possivelmente devido à diminuição do nível relativo do mar registrado durante o Holoceno tardio, bem como à migração e preenchimento dos canais de maré. A ocorrência de grãos de pólen de Rhizophora nas profundidades mais próximas ao topo, possivelmente é resultado do aumento de temperatura registrado durante o Holoceno tardio.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Os efeitos da subida do nível do mar sobre os manguezais do litoral sul da Bahia durante o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2015-03-25) FONTES, Neuza Araújo; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228O trabalho atual integra dados palinológicos, sedimentológicos e geomorfológicos com datações por Carbono-14, assim como valores de δ13C e C/N da matéria orgânica sedimentar para identificar o impacto das mudanças do nível do mar e do clima durante o Holoceno sobre os manguezais do Rio Jucuruçu, próximo a cidade de Prado, no estado da Bahia. Um testemunho de sedimento com 4,5 m de profundidade amostrado de um vale fluvial, 23 km distante da atual linha de costa, apresentou idade de 7450 cal AP na sua base. Os dados revelam duas importantes fases caracterizadas pela 1) presença de um estuário com planícies de maré colonizadas por manguezais, e matéria orgânica sedimentar proveniente principalmente de plâncton de águas salobras durante o Holoceno inicial e médio. 2) Na segunda fase os manguezais desapareceram e as ervas e palmeiras expandiram no local de estudo. Valores de δ13C e C/N apontam um aumento na contribuição de plantas terrestres C3. Tais fases identificadas nesse estudo estão compatíveis com o aumento do nível relativo do mar do Holoceno inicial e médio, assim como com sua subsequente descida no Holoceno tardio. Além disso, influência dos padrões climáticos propostos para o Holoceno podem ser identificados ao longo do testemunho estudado. Provavelmente, mudanças no ambiente deposicional e na vegetação dominante no local de estudo foram causadas pela ação combinada das mudanças no nível relativo do mar e aporte de águas fluviais. Segundo o modelo proposto nesse estudo, durante o Holoceno inicial e médio ocorreu um aumento do nível relativo do mar que causou uma incursão marinha ao longo do vale fluvial estudado. O período seco do Holoceno inicial e médio gerou uma diminuição na descarga fluvial e contribuiu para a transgressão marinha. Entretanto, durante o Holoceno tardio ocorreu uma queda no nível relativo do mar juntamente com um clima mais úmido. Isso favoreceu uma regressão marinha e, consequentemente, os manguezais abandonaram o interior do vale fluvial e se refugiaram nas planícies de maré das lagunas próximas a atual linha de costa. A evolução geomorfológica e da vegetação descrita neste trabalho está compatível com uma subida contínua do nível de mar acima do atual até o Holoceno médio, seguida de uma queda até os dias atuais.Tese Acesso aberto (Open Access) Efeitos das mudanças climáticas nos limites austral e boreal dos manguezais americanos durante o Holoceno e Antropoceno(Universidade Federal do Pará, 2021-09-08) RODRIGUES, Érika do Socorro Ferreira; KAM, Biu Liu; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Durante o Holoceno a distribuiçãos dos manguezais foi controlada em grande parte pelo clima e flutuações do nível do mar. O clima limitou essas florestas às latitudes 30°N e 28°S. Portanto, em resposta ao aquecimento global no Antropoceno, espera-se que os manguezais migrem para latitudes mais temperadas invadindo áreas úmidas colonizadas por marismas (Spartina sp.). O objetivo geral desta Tese é avaliar os efeitos das mudanças climáticas e flutuações do NRM na distribuição dos manguezais americanos ao longo do Holoceno e Antropoceno, baseado em imagens de satélite e drone, fácies sedimentares, diatomáceas, pólen, geoquímica (LOI, XRF, COT, NT, ST, C: N, C: S, δ13C e δ15N) e datações por 210Pb e 14C. Para isto, foi escolhido um estuário do litoral sul do Espírito Santo como representante dos manguezais tropicais (20°41'S), além de regiões costeiras subtropicais situadas na costa norte (26° 6'S) e sul de Santa Catarina (28°29’ S) e litoral da Louisiana (29°09’N). Os resultados desta pesquisa estão apresentados em quatro artigos científicos. O primeiro, (ver, capítulo II) trata sobre os efeitos do aquecimento global no estabelecimento dos manguezais na região costeira da Louisiana (29° 09’ N) durante o Holoceno. O segundo artigo científico (ver, capítulo III) mostra a migração dos manguezais para o limite austral desse ecossistema no continente sul-americano, na região de Laguna, de acordo com o aumento nas temperaturas mínimas de inverno no Antropoceno (costa sul de Santa Catarina, 28°29’ S). O terceiro manuscrito (ver, capítulo IV) avalia os impactos do aumento do nível do mar nos manguezais tropicais do sudeste brasileiro (costa sul Espírito Santo, 20°41'S) durante o Holoceno e Antropoceno, usando uma abordagem multi-proxy. O quarto artigo científico (ver, capítulo V) aborda o estabelecimento dos manguezais na Baía de São Francisco do Sul (costa norte de Santa Catarina, 26°6'S), em resposta ao aquecimento global nos últimos 1000 anos. Os resultados indicaram uma transgressão marinha na costa sul de Santa Catarina (28°29’ S) e litoral da Louisiana (29° 09’ N) no Holoceno inicial. Este processo natural converteu ambientes lacustres em lagunas colonizadas por ervas adaptadas a ambiente estuarino. Na costa tropical brasileira o aumento do NRM no Holoceno médio (2-5 m acima do nível atual) foi determinante para o estabelecimento dos manguezais. Este comportamento foi observado em um estuário localizado na costa sul do Espírito Santo (20°41'S) onde uma planície herbácea foi gradualmente substituída por uma laguna cercada por manguezais entre ~6300 anos cal AP e ~4650 anos cal AP. No entanto, entre ~4650 anos cal AP e 2700 anos cal AP a laguna colonizada por manguezais em suas margens foi convertida em uma planície de maré ocupada por ervas, palmeiras e árvores/arbustos refletindo a redução da influência estuarina no Holoceno tardio, de acordo com a queda do NRM. A partir dos últimos mil anos ocorreu uma diminuição significativa na ocorrência de pólen de manguezal nos sedimentos das planícies de maré do sul do Espírito Santo (390 cal anos AP (1560 DC) e 77 cal anos AP (1873 DC), provavelmente causado por uma queda no NRM associada a Pequena Idade do Gelo (LIA). Estudos paleoclimáticos indicaram flutuações na temperatura durante LIA (380 a 50 anos cal AP) e MCA – Período Quente Medieval (950 a 750 anos cal AP) no Holoceno tardio e consequente mudança na vegetação no sul do Brasil. Estes eventos climáticos provavelmente influenciaram o aparecimento da sucessão de gêneros de manguezais na Baía de São Francisco do Sul (costa norte de Santa Catarina, 26°6' S). Os efeitos da queda e/ou estabilização do nível do mar no Holoceno tardio foram registrados na costa sul catarinense (Laguna, 28°29′S) através da mudança na geomorfologia costeira. Neste mesmo período no litoral de Louisiana (29°09′N), sedimentos arenosos (sedimentos overwash) foram depositados nesses estuários refletindo a migração gradual desses sedimentos em direção ao continente provavelmente resultado de eventos de tempestade. As tendências de NRM na costa sul brasileira (Laguna, 28°29′S) e norte americana (litoral da Louisiana, 29°09′N) a partir do Holoceno médio foram as mesmas apresentando condições físico-químicas apropriadas para o desenvolvimento de manguezais, como ocorreu no litoral do Espírito Santo (~6300 anos cal AP) e na Baía de São Francisco do sul (~1500 anos cal AP). Entretanto, não foram registrados grãos de pólen de manguezal nos sedimentos do atual limite austral (Laguna, 28°29′S) e boreal (litoral da Louisiana, 29°09′N) dos manguezais americanos durante o Holoceno. Neste intervalo de tempo ocorreu uma contribuição significativa de matéria orgânica de origem estuarina em planícies de maré ocupadas por Spartina sp. Em relação ao aquecimento global e aumento do NRM no Antropoceno um aumento de pólen de manguezal nos testemunhos sedimentares do Espírito Santo (20°40'S) refletiram a migração do mangue para planícies arenosas topograficamente mais elevadas anteriormente dominada por vegetação herbácea. Em relação aos manguezais de Laguna (atual limite austral dos manguezais americanos, 28°29′S), análises de pólen e datações de 14C e 210Pb indicaram que os manguezais foram estabelecidos sob influência estuarina entre ~ 1957 e 1986 DC, representados por árvores de Laguncularia sp. Análises espaço temporal com base em imagens de satélite e drone indicaram que os manguezais vêm se expandindo nas últimas décadas com introdução de novos gêneros de mangue. Em nossa área de estudo na Baía de São Francisco do Sul (costa norte de Santa Catarina, 26°6' S), análises palinológicas e datação 14C revelaram que os manguezais se estabeleceram em torno de ~ 1500 anos cal AP representados por Laguncularia sp. seguido por Avicennia sp. (~500 anos cal AP) e Rhizophora sp. apenas no último século. Provavelmente, essa sucessão de gêneros de manguezais foi causada por uma tendência de aquecimento na América do Sul durante o Holoceno tardio e as árvores de Rhizophora sp. pelo aquecimento durante o Antropoceno. Em relação aos manguezais localizados no litoral da Louisiana registros históricos indicaram a presença de pequenos arbustos de Avicennia sp. no início do século XX. Atualmente, estudos de sensoriamento remoto coordenado por Cohen (2021) indicam uma expansão latitudinal de Avicennia sp. colonizando áreas que eram anteriormente ocupadas por Spartina sp. após duas décadas de invernos quentes. Portanto, os manguezais migraram dos trópicos para zonas temperadas na medida que as temperaturas mínimas de inverno aumentaram durante o Holoceno. No entanto, os manguezais de Laguna e Louisiana (atual limite dos manguezais sul e norte americano) estabeleceram- se apenas no início e meado do século XXI, respectivamente. Tal dinâmica dos manguezais americanos estudados na presente tese foi causada provavelmente pelo aquecimento global natural do Holoceno e intensificado durante o Antropoceno. Esse processo também causou um aumento do nível do mar que resultou na migração dos manguezais de zonas baixas para novas planícies de maré mais elevadas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estabelecimento e expansão dos manguezais de Laguna-SC: efeito do aquecimento global ou resultado de processos sedimentares?(Universidade Federal do Pará, 2018-03-19) SOARES, Jaine Freitas; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A integração de dados polínicos, isotópicos (δ13C, δ15N, C/N), feições sedimentares e datação por 14C e 210Pb a partir de quatro testemunhos (LAG3, LAG4, LAG5 e LAG6) coletados em uma barra arenosa na lagoa de Santo Antônio, município de Laguna, Santa Catarina, permitiu a reconstituição paleoambiental dos últimos 900 anos AP. Os dados revelam duas associações de fácies ao longo destes testemunhos: (A) Barra arenosa, representada por depósitos arenosos maciços (fácies Sm) e (B) Planície de maré, representada pelas fácies acamamento heterolítico lenticular (Hl) e acamamento heterolítico wavy (Hw). Os depósitos da barra arenosa foram acumulados entre >940 e ~431 cal anos AP, provavelmente sob influência de um Nível Relativo do Mar (NRM) estável ou subida do NRM durante os últimos 1000 anos. O conteúdo polínico preservado ao longo da fase da barra arenosa indica um predomínio de árvores, arbustos, ervas e algumas palmeiras oriundos das unidades de vegetação do entorno da laguna. A relação δ13C (-24‰ - 15‰) e C/N (6-30) desta associação de fácies revela uma forte contribuição de matéria orgânica de algas marinhas e plantas terrestres C3 e C4. Durante o acúmulo dos depósitos da planície de maré, ocorridos nos últimos 60 anos, houve a implantação principalmente de Spartina com alguns arbustos de Laguncularia espaçados. A relação δ13C (-24‰ - 16‰) e C/N (7-22) revela uma origem da matéria orgânica sedimentar similar ao período da barra arenosa. Com base nesses dados e nos gradientes de temperatura na distribuição da Spartina e nos gêneros de árvores de manguezais ao longo da costa de Santa Catarina é razoável propor que a recente colonização de Laguncularia na região de Laguna está sendo causada pelo aumento gradual das temperaturas mínimas de inverno observado nos últimos 50 anos. Caso de fato exista uma relação entre essa tendência climática e a expansão das árvores de Laguncularia para sul do Brasil, a superfície das barras arenosas e planícies de maré lamosas da margem das lagunas do sul do Brasil, hoje em grande parte ocupadas por Spartina, serão gradualmente colonizadas e/ou substituídas não apenas por Laguncularia, mas também por Avicennia e dentro de mais alguns anos por Rhizophora.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Estudo sistemático de gastrópodes neógenos, com ênfase ao gênero Tryonia (STIMPSON, 1865), Formação Solimões, Estado do Amazonas(Universidade Federal do Pará, 2011-02-01) GUIMARÃES, Lívia Isadora de Almeida; RAMOS, Maria Inês Feijó; http://lattes.cnpq.br/4546620118003936A Formação Solimões é uma unidade geológica formada de depósitos neógenos, situados na Amazônia Ocidental brasileira. Tais depósitos estão correlacionados com a Formação Pebas (Peru e Colômbia), a Formação Curaray (Equador) e a Formação Urumaco (Venezuela), gerando o Sistema Pebas. Do ponto de vista litológico, a Formação Solimões compõe-se, sobretudo, de sedimentos argilosos e arenosos. Em se tratando da paleoecologia, a maior parte dos trabalhos anteriores aponta para um ambiente dulcícola (fluviolacustre) ou de águas salobras. A Formação também é conhecida por ser ricamente fossilífera, compreendendo a palinologia, vertebrados e invertebrados, sobretudo ostracodes e moluscos. Poucos são os estudos sobre os moluscos desta unidade, principalmente no que se refere aos gastrópodes, sendo estes remotos. Assim, o presente trabalho visa contribuir com o estudo taxonômico dos gastrópodes oriundos da perfuração 1AS34-AM (às margens do rio Jutaí), bem como dos afloramentos Morada Nova e Aquidabã (às margens do rio Juruá), estado do Amazonas, além de contribuir com as interpretações paleoambientais e bioestratigráficas da unidade em apreço. A análise dos gastrópodes nas amostras analisadas dos afloramentos permitiu o registro da família ?Pachychilidae e do gênero Onobops (Cochliopidae) em Aquidabã, bem como Planorbidae e Hemisinus kochi (Thiaridae) em Morada Nova. O testemunho 1AS-34-AM apresentou uma grande abundância e diversidade do grupo. Duas famílias foram identificadas neste testemunho: Thiaridae e Cochliopidae. A família Cochliopidae é a mais diversa e abundante nas amostras analisadas, estando representada principalmente pelos gêneros Dyris e Tryonia, sendo o segundo objeto do presente estudo. O estudo sistemático do gênero Tryonia, permitiu a identificação da subespécie Tryonia scalarioides scalarioides além de outras três espécies que ficaram em nomenclatura aberta. A presença de Tryonia nas amostras estudadas infere um ambiente predominantemente de baixa salinidade e baixo fluxo energético. O registro de T. s. scalarioides no intervalo de 121,09 a 130,85 m do testemunho 1 AS 34-AM permitiu correlacioná-lo com as biozonas MZ8 a MZ12 definida em trabalhos anteriores e de idade Mioceno Médio a Superior. O registro de Hemisinus kochi em Morada Nova nos níveis MN2 e MN5 indicam que este intervalo é correlacionado com a biozona 8, do Mioceno Médio. Diante disso, é possível que a perfuração 1 AS 34-AM e o afloramento Morada Nova fossem, pelo menos em parte, contemporâneos. Contudo, faz-se necessária a identificação taxonômica específica de um maior número de táxons gastrópodes presentes em ambas as áreas de estudo para um resultado mais preciso.Tese Acesso aberto (Open Access) A Evolução da paisagem de transição savana-floresta em Roraima durante o Holoceno tardio: base mineralógica, geoquímica e palinológica(Universidade Federal do Pará, 2011-01-10) MENESES, Maria Ecilene Nunes da Silva; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432A Amazônia compreende diversas fisionomias vegetais, além da vasta e amplamente difundida floresta tropical. As savanas, por exemplo, estão presentes em várias partes como manchas descontínuas, ou cobrindo extensas áreas como é o caso das savanas encontradas nas porções norte e nordeste do estado de Roraima. Estas savanas pertencem ao chamado Complexo Rio Branco-Rupununi considerado o maior bloco contínuo desse tipo de vegetação na Amazônia brasileira, que no estado de Roraima atinge 41.000 km2 de um total de 53.000 km2, sendo limitado ao sul e a oeste pelas florestas tropicais. Visando entender a dinâmica da cobertura vegetal e a evolução dessa paisagem como um todo, frente às possíveis mudanças climáticas ocorridas ao longo do tempo geológico, foi realizado o presente estudo. A área selecionada para este trabalho representa uma faixa de transição entre as savanas e florestas na porção ocidental do bloco de savanas, onde quatro topossequências (FC, FH, TIA e RU) representativas dos padrões de relevo, cobertura vegetal e pedológica foram selecionadas para amostragem. Dessa forma, amostras da cobertura regolítica foram coletadas a partir da base das topossequências (veredas) até o topo seguindo as aparentes variações cromáticas e texturais dos materiais. Adicionalmente, outras duas veredas (AM e MB) foram também amostradas. As amostras destes regolitos foram submetidas às análises granulométricas via úmida; mineralógicas por DRX; e químicas (elementos maiores e traços) por ICP-MS e FRX. Os sedimentos das veredas foram ainda datados pelo método radiocarbono empregando-se a técnica AMS (Accelerator Mass Spectrometry) e submetidos a análises palinológicas, incluindo-se a quantificação das micro-partículas de carvão presentes nos mesmos. Os regolitos da área estudada variam de arenosos a areno-sílticos sendo compostos majoritariamente por quartzo e caulinita, e em menores proporções por muscovita, sillimanita, goethita, microclínio e albita. Os teores elevados de SiO2 confirmam o caráter essencialmente quartzoso destes regolitos, enquanto que os valores de Al2O3 mais expressivos nas zonas saprolíticas mosqueadas e nos sedimentos das veredas refletem a maior participação da caulinita, único argilomineral presente nas amostras. As composições mineralógicas e químicas destes materiais indicam proveniência de rochas metamórficas e de lateritos da região, que diante de condições climáticas úmidas e quentes tem sofrido intenso intemperismo químico e lixiviação. O surgimento e amplo desenvolvimento de veredas de Mauritia flexuosa a partir de 1550 anos AP nessa região, como demonstram as análises palinológicas, corrobora o aumento de umidade na região, o que também favoreceu a expansão de florestas. De fato, árvores de Virola, Alchornea, Melastomataceae e Moraceae entre outras ocorreram com freqüência indicando que florestas de galerias e manchas de florestas secundárias indicadas pelos gêneros Didymopanax, Cecropia e Attalea se desenvolveram na região na maior parte do tempo registrado. Apesar dessas condições úmidas, há registros de redução das florestas por volta de 1400-1100 anos (vereda FC), 900-200 anos (veredas AM e FC) e entre 700 e 300 anos (vereda TIA) em favor da expansão das savanas. É provável que a redução de florestas durante esses períodos tenha sido provocada pelo aumento na intensidade de fogos (provavelmente antrópicos) inferido pela mais alta concentração de partículas carbonizadas nos sedimentos prévia e simultaneamente a essa diminuição da cobertura florestal. Estes fogos ainda são comuns na região com maior freqüência nas proximidades de assentamentos humanos (indígenas) e fazendas de gado e possivelmente exercem algum impedimento à expansão das florestas. Embora, condições alternadas de hidromorfismo e estresse hídrico também contribuam para impedir esta expansão. As características granulométricas, mineralógicas e químicas da cobertura regolítica e os registros palinológicos e cronológicos dos sedimentos das veredas permitem interpretar que a paisagem de transição savana-floresta estudada, marcada atualmente por um complexo mosaico de savanas graminosas e/ou arbóreas, recortadas por extensas veredas de Mauritia flexuosa, corredores de matas de galerias, ilhas de florestas, sobre regolitos arenosos, quartzosos e cauliníticos é condizente com as atuais condições climáticas quentes e úmidas prevalecentes na região a partir do Holoceno Tardio. Em contrapartida, feições tais como linhas de pedras compostas por fragmentos de quartzo e de crostas lateríticas denotam eventos erosivos provavelmente ocorridos no Pleistoceno Tardio e até mesmo no Holoceno Médio quando climas secos a semi-áridos dominaram a região. Assim, a paisagem em questão tem sido palco de intensas transformações ecológicas e geomorfológicas fomentadas principalmente pelas mudanças climáticas impostas à região, embora o homem pré-histórico e também moderno também tenha contribuído, no sentido de retardar a expansão das florestas sobre as savanas.Tese Acesso aberto (Open Access) A evolução dos manguezais nos litorais Nordeste e Sul brasileiros durante o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2020-09-30) FREIRE, Neuza Araújo Fontes; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A dinâmica dos manguezais durante o Holoceno pode ter sido em grande parte controlada pelas mudanças climáticas e flutuações do nível do mar (forças alogênicas). Entretanto, forças autogênicas podem ter significativamente afetado tais florestas. Distinguir a influência alogênica da autogênica nos manguezais é desafiador, pois os mecanismos relacionados à dinâmica natural dos ambientes sedimentatares (processos autogênicos) tem grande influência no estabelecimento e degradação dos manguezais. Então, impactos causados por processos autogênicos podem ser erroneamente atribuídos aos mecanismos alogênicos. Portanto, é fundamental identificar a chamada “impressão digital” das mudanças globais na dinâmica atual dos manguezais. Essa tese integra dados palinológicos, geoquímicos (δ15N, δ13C e C/N), sedimentológicos e datações por 14C da matéria orgânica sedimentar, juntamente com dados geomorfológicos e de vegetação no intuito de avaliar o grau de influência dos processos autogênicos e alogênicos na dinâmica dos manguezais brasileiros durante o Holoceno. Para tal, foram escolhidos estuários tropicais do Rio Grande do Norte e sul da Bahia, e subtropicais, norte e sul de Santa Catarina com diferentes características climáticas, geomorfológicas e oceanográficas. Na porção oriental do Rio Grande do Norte, próximo a cidade de Natal, o NRM atingiu valores modernos e estabilizou há ~7.000 anos cal. A.P. permitindo o estabelecimento de manguezais nas bordas do estuário do Rio Ceará-Mirim até os dias atuais. Entretanto, mudanças na distribuição espacial dos manguezais ocorreram desde então devido à dinâmica dos canais na região, portanto sendo controladas por processos autogênicos. Considerando os manguezais do Rio Jucuruçu no sul da Bahia, estes sofreram mudanças na sua distribuição horizontal e vertical em decorrência das interações das mudanças do NRM e descarga fluvial. Portanto, a dinâmica desses manguezais estuarinos durante o Holoceno foi principalmente controlada pelas variações do nível do mar e mudanças na precipitação que afetou a descarga fluvial. Esses mecanismos alogênicos foram os principais condutores da dinâmica desses manguezais. Entretanto, durante os últimos 600 anos na foz do Rio Jucuruçu, fatores intrínsecos ao sistema deposicional ganharam relevância controlando o estabelecimento e migração dos manguezais através da formação e erosão de planícies de maré lamosas, abandono e reativação de canais (processos autogênicos). No caso dos manguezais de Santa Catarina, o aumento do nível do mar até o Holoceno médio foi determinante para o estabelecimento de planícies de maré apropriadas para a ocupação de pântanos. Entretanto, os manguezais não toleraram as baixas temperaturas dessa época na região. Os dados indicam o surgimento de manguezais com Laguncularia por volta de 1.700 anos cal. A.P., seguido por Avicennia, e por último, árvores de Rhizophora, gênero menos tolerante ao frio, em torno de 650 anos cal. A.P. em São Francisco do Sul, norte de Santa Catarina. Os manguezais de Laguna, sul de Santa Catarina, composto por Laguncularia e Avicennia, foram estabelecidos no atual limite austral dos manguezais sulamericanos somente nas últimas décadas. Não foram encontradas evidências da presença de manguezal em Laguna durante o Holoceno. O estabelecimento desses manguezais na região, provavelmente, foi iniciado durante o Antropoceno, como consequência do aumento das temperaturas mínimas de inverno no sul do Brasil. Considerando as mudanças nas taxas de precipitação sobre as bacias de drenagem que alimentam estuários com manguezais, assim como as tendências de aumento do nível do mar e de temperatura até o final do século 21, provavelmente, os manguezais estuarinos tropicais migrarão para setores topograficamente mais elevados no interior dos vales fluviais, onde sua extensão dependerá do volume de descarga fluvial interagindo com o aumento do nível do mar. Os manguezais subtropicais devem expandir para zonas mais temperadas na medida que as temperaturas mínimas de inverno aumentem. Esse processo deve causar um aumento na diversidade de espécies de mangue, como a introdução do gênero Rhizophora no atual limite austral dos manguezais, posicionado em Laguna-SC. Entretanto, no caso de um forte aumento no nível do mar, os relativamente novos manguezais subtropicais também devem migrar para setores topograficamente mais elevados da costa.Tese Acesso aberto (Open Access) Evolução dos pântanos da região central da península de Bragança-PA de acordo com as mudanças do nível relativo do mar durante o holoceno(Universidade Federal do Pará, 2016-12-07) CAMARGO, Paloma Maria Pinto; CORRÊA, José Augusto Martins; http://lattes.cnpq.br/6527800269860568Esta pesquisa integra dados de geomorfologia, feições sedimentares, pólen, diatomáceas, isótopos, mineralogia, análises químicas e datações C-14 obtidos de testemunhos da Península de Bragança, litoral do Pará. Os dados polínicos indicam que a zona central e topograficamente mais elevada da Península de Bragança foi uma área dominada por manguezais, com ampla expansão de árvores de Avicennia, presença de diatomáceas marinhas, uma tendência de aumento de matéria orgânica sedimentar de origem estuarina e uma assembleia mineralógica formada principalmente por pirita e hematita típica de sedimentos redutores de manguezais entre >6300 e ~4900 cal anos AP. Entre 4900 e 4300 cal anos AP houve uma zona estéril, sem pólen que pode ser interpretada como um brusco desaparecimento da vegetação costeira (manguezal e pântanos salgados). Nesse intervalo ocorrem ainda espécies de diatomáceas marinhas e estuarinas, assim como um aumento na contribuição de matéria orgânica sedimentar de origem marinha e um desaparecimento de minerias tipicamente formados em ambientes redutoes. No Holoceno tardio (<4300 cal anos AP), o local de estudo foi recolonizado por ervas com árvores de Avicennia restritas às bordas da planície herbácea e uma significativa tendência de aumento da contribuição de matéria orgânica de origem terrestre (plantas C4), além da presença de resíduos de diatomáceas de água doce. A composição mineralógica é formada principalmente por minerais típicos de ambientes expostos a intensa evaporação. Nas últimas décadas existe uma tendência de migração dos manguezais por sobre superfícies mais elevadas ocupadas por ervas de metabolismos C3 e C4, assim como um aumento na contribuição de matéria orgânica de origem estuarina e uma tendência de incremento nas concentrações de Sr na superfície (últimos 10 cm). Tais dados sugerem fortemente uma dinâmica dos manguezais e pântanos salgados controlados principalmente pela variação do nível relativo do mar. Provavelmente, o aumento do nível relativo do mar pós-glacial contribuiu significativamente para a implantação e expansão dos manguezais na Península de Bragança com grande impacto na expansão de árvores de Avicennia, diatomáceas marinhas/estuarinas, aumento na contribuição de matéria orgânica de origem estuarina e favorecimento de ambientes adequados para a precipitação por exemplo de pirita. Entre 4900 e 4300 cal anos AP, provavelmente o nível relativo do mar continuou aumentando. Isso causou um aumento na contribuição de espécies de diatomáceas marinhas/estuarinas e matéria orgânica de origem marinha, porém o contínuo aumento do nível relativo do mar na área de estudo afogou os manguezais e vegetações associadas, causando o desaparecimento desses pântanos do local de estudo, e, consequentemente, desfavorecimento das condições de anoxia do substrato que inviabilizou a precipitação de minerais formados por S e Fe. Após 4300 anos, houve um aumento na contribuição de matéria orgânica de origem de plantas C4 terrestre, assim como a presença de fragmentos de diatomáceas de água doce. A composição mineralógica sugere um ambiente árido tipo sabkha. Tais dados sugerem uma diminuição no nível relativo do mar que causou a recolonização por ervas de metabolismos principalmente C4 com presença de árvores de Avicennia apenas nos setores topograficamente mais baixos da planície herbácea. Considerando as últimas décadas, a migração das árvores de Avicennia em direção aos campos herbáceos, assim como a tendência de aumento de matéria orgânica de origem estuarina e nas concentrações de Sr para o topo do testemunho analisado sugerem um aumento no nível relativo do mar.Tese Acesso aberto (Open Access) Geomorfologia, mudanças na fonte de matéria orgânica e vegetação em planícies de maré próximas a foz do rio Amazonas durante o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2011-11-11) GUIMARÃES, José Tasso Felix; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228; 8809787145146228Dados geomorfológicos, fácies sedimentares, pólen, esporos, isótopos do carbono e nitrogênio, razão C/N e datações por 14C permitiram a identificação e discussão sobre a relação entre os principais processos morfológicos, sinais climáticos e suas influencias nos padrões de vegetação das planícies de mare próximas a foz do Rio Amazonas durante os últimos 5500 cal anos AP. Assim, os resultados da margem do Rio Amazonas (área da cidade de Macapá, Amapá) indicam influencia marinha relacionada a presença de manguezal em planícies lamosas de mare entre 5560 - 5470 anos AP e 5290 - 5150 anos AP. Posteriormente, a área de manguezal retraiu seguindo o retorno de condições mais úmidas e aumento da descarga do Rio Amazonas. Um processo comum de retrabalhamento da planície de maré através da migração lateral de um canal meandrante ocorreu na área de estudo, com desenvolvimento subsequente de uma vegetação transicional sob influencia de água doce. Seguindo a sucessão natural da vegetação em condições climáticas e hidrológicas estáveis, a expansão das florestas de várzea (vegetação inundada por agua doce) ocorreu desde 600 – 560 cal anos AP ate o presente. Além disso, considerando as planícies de maré localizadas a oeste da foz do Rio Amazonas (área da cidade do Amapá, Amapá), estas condições estáveis também favoreceram a permanência do manguezal nas planícies de maré com deposição de matéria orgânica marinha durante, pelo menos, os últimos 2350 - 2300 cal anos AP. Dados de geomorfologia, salinidade da agua, altura máxima de inundação, series históricas de chuvas e fácies sedimentares foram utilizadas na analise das unidades morfológicas e geobotânicas, e suas mudanças de curto período para entender os principais processos atuantes em planícies de mare a noroeste da foz do Rio Amazonas (área da cidade de Calcoene, Amapá) durante os últimos 30 anos. Assim, esta área de estudo foi subdivida em planalto e planície costeira. O planalto costeiro apresenta uma superfície plana a levemente ondulada modelada por processos erosivos. Avulsão de canais aluviais e feição birdfoot possivelmente relacionada a seis lobos deltáicos foram também identificadas neste compartimento. A vegetação e representada por várzea e cerrado. A planície costeira tem um comprimento médio de 10 km, e apresenta canal fluvial de maré, paleocanais, lagos, várzea, campos herbáceos, manguezal, cadeias de chenier, barras lamosas alongadas de maré, planícies lamosas e mistas de maré (não vegetada). As fácies sedimentares indicam ambientes dominados por onda e maré. A presença de lagos e cinturão de lagos, coexistência dos campos herbáceos e manguezal na planície costeira podem estar relacionados ao abandono e preenchimento de canais de maré. A analise temporal destas feições indica redução da área do cerrado, expansão das áreas de várzea e manguezal, e formação de extensas planícies lamosas de mare durante os períodos mais secos sob influencia do El Nino. Os períodos mais úmidos sob influência do La Nina provavelmente favoreceu o aumento das áreas de várzea e lagos sobre as áreas de cerrado, e a expansão do manguezal. Desta forma, a diminuição dos índices de chuva durante o El Nino pode ter reduzido o influxo do Rio Calcoene e permitido um aumento da propagação da maré, transporte e deposição de lama ao longo do canal fluvial de maré e seus canais secundários com posterior desenvolvimento do manguezal e estabilização do substrato lamoso próximo a linha de costa durante o La Nina. Considerando uma escala de tempo maior, durante o Holoceno médio e superior, a análise dos dados de morfologia, fácies sedimentares, palinologia, isótopos do carbono e nitrogênio das planícies de maré da cidade de Calcoene-Amapá, indicou que esta planície apresentou alternâncias entre ambientes de supra e intermaré. A porção proximal desta planície esta relacionada ao setor transicional entre o planalto e a planície costeira, e representa o estagio final de preenchimento de uma feição côncava para cima formada por um canal abandonado que contribui para o acumulo de água sob fluxos de energia muito baixos, estabelecimento de pteridófitas e outros vegetais terrestres ao redor do lago formado desde 5280 - 5160 cal anos AP. Durante os últimos 2840 - 2750 cal anos AP, a fonte de lama cessou e matéria orgânica autoctone tornou-se predominante, assim como o aumento na contribuição de matéria orgânica terrestre (plantas C3), principalmente representada pela vegetação de várzea. Campos herbáceos já colonizavam a planície de maré durante os últimos 3170 - 2970 cal anos AP. Entretanto, parte da porção distal da planície de maré relacionada com os campos herbáceos foi coberta por cadeias de chenier entre 3170-2970 e 220-140 cal anos AP. O estabelecimento do manguezal, caracterizado por matéria orgânica estuarina, pólen de Rhizophora e Avicennia, ocorreu após 1350-1290 cal yr B.P e 220-140 cal anos AP na áreas do G3 e G2, respectivamente. Este padrão de empilhamento dos sedimentos indicando retrogradação, com fácies distais sobre fácies próximais, e transição gradual do depósito herbáceo para o depósito de manguezal sugere que a criação de espaço de acomodação pode ter sido produzida durante um aumento da ação de ondas, frequência de inundação da mare e evolução de canais secundários na área de estudo como resultado de um aumento progressivo no nível relativo do mar. A integração de todos estes dados sugere que os processos morfológicos, padrões de vegetação e as fontes de matéria orgânica das planícies de maré de Calcoene, Amapá e Macapá foram influenciados pela interação entre o nível relativo do mar, mudanças climáticas e hidrológicas, e dinâmica dos canais de maré durante o Holoceno.Tese Acesso aberto (Open Access) A influência marinha nas águas do lago Arari (ilha de Marajó-Pa) durante o Holoceno com base em indicadores biológicos e isotópicos.(Universidade Federal do Pará, 2011-03-14) SMITH, Clarisse Beltrão; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228; 8809787145146228Este trabalho teve por objetivo realizar a reconstituição paleoambiental da área da bacia de drenagem do Lago Arari (Ilha de Marajó-PA) durante os últimos 7.250 anos A.P. Foram aferidas as condições físico-químicas atuais da água do lago, assim como sua composição botânica (fitoplâncton e macrófitas). A partir de nove testemunhos de sedimento, distribuídos no Lago Arari, na planície herbácea e no litoral leste da Ilha de Marajó, foram identificadas a granulometria e as estruturas sedimentares, além do conteúdo polínico, isotópico (_15N e _13C) e elementar (C/Nmolar) que permitiram uma correlação lito, bio e quimioestratigráfica entre os locais de amostragem. O controle temporal dos eventos foi obtido através de quatorze datações 14C. A análise integrada destes dados sugere três fases de importante transformação da bacia de drenagem do lago em estudo: Fase 1, entre 7.328-7.168 e 2.306-2.234 cal. Anos A.P., os depósitos sedimentares são classificados como silte argiloso e silte arenoso, apresentando predominantemente estruturas sedimentares do tipo lenticular e wavy com presença significativa de grãos de pólen de manguezal e valores da razão molar C/N, _13C e _15N compatíveis com um ambiente deposicional lagunar. Na fase 2, entre 2.306-2.234 até ~500 cal. anos A.P. ocorre diminuição no fluxo energético na área de estudo, os depósitos sedimentares passam a apresentar estrutura plano paralela ou são depósitos maciços. Apesar dos dados de pólen sugerirem ausência de manguezal nessa fase, os valores isotópicos e elementares continuam a indicar contribuição preferencial de matéria orgânica aquática marinha. Na fase 3, a partir de ~500 cal. anos A.P. ocorre o estabelecimento do sistema lacustre, pois a deposição sedimentar reflete fluxo energético relativamente baixo e a influência marinha torna-se gradativamente menor, aumentando a contribuição de algas de água doce. Além disso, torna-se perceptível um suave aumento na matéria orgânica derivada de plantas terrestres resultado da expansão da planície herbácea que atualmente coloniza a rede de drenagem do Lago Arari. Hoje os bosques de manguezal estão restritos apenas à zona do litoral leste da Ilha de Marajó. De acordo com o modelo proposto nesse trabalho, a diminuição da influência marinha, com consequências para a hidrodinâmica, matéria orgânica e vegetação da região do Lago Arari, teve como causa principal a interação aumento no nível de mar seguido da diminuição na descarga fluvial dos rios que compõe a região de estudo.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Model of wetland development of the Amapá coast during the late Holocene(2010-06) GUIMARÃES, José Tasso Felix; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; FRANÇA, Marlon Carlos; LARA, Rúben José; BEHLING, HermannOs tipos de vegetação atual, sequências sedimentares, dados de pólen e datações por radiocarbono obtidas em três testemunhos de sedimento da planície costeira de Calçoene foram utilizados para estabelecer uma história paleoecológica durante o Holoceno superior das zonas úmidas costeiras do Amapá conforme as mudanças no regime de inundação, nível do mar e clima. Baseado nestes três registros, quatro fases de desenvolvimento da vegetação são apresentadas e provavelmente refletem a interação entre o fluxo de energia na acumulação do sedimento e a influência das águas salobras e doces na vegetação. Este trabalho sugere alternâncias entre períodos caracterizados por influências marinha e fluvial. O perfil longitudinal não revelou a ocorrência de manguezais nos sedimentos depositados por volta de 2100 anos A.P. Durante a segunda fase, a lama preencheu progressivamente as depressões e canais de maré. Provavelmente, os manguezais iniciaram seu desenvolvimento nas margens dos canais, e os campos herbáceos nos setores elevados. A terceira fase é caracterizada por uma interrupção no desenvolvimento dos manguezais e a expansão da vegetação de várzea devido a uma diminuição na influência das águas marinhas. A última fase é representada pela expansão de manguezais e várzeas. A correlação entre os padrões atuais de distribuição das unidades geobotânicas e a paleovegetação indica que os manguezais e as florestas de várzea estão migrando sobre os campos herbáceos nos setores topograficamente mais elevados do litoral em estudo, o que pode estar relacionado a um aumento do nível relativo do mar.Artigo de Periódico Acesso aberto (Open Access) Morfologia polínica de espécies de Bonamia thouars, Evolvulus l. e Jacquemontia choisy (Convolvulaceae) ocorrentes numa região de ecótono no município de Caetité, BA, Brasil(Instituto de Botânica, 2019-07) VASCONCELOS, Liziane Vilela; JUNQUEIRA, Maria Elizangela Ramos; BIANCHINI, Rosangela Simão; SABA, Marileide DiasA morfologia polínica de 17 táxons de Convolvulaceae [Bonamia agrostopolis, Evolvulus (nove espécies) - Tribo Cresseae) e Jacquemontia (sete espécies) - Tribo Jacquemontieae)] foi descrita sob microscopia de luz (ML) e microscopia eletrônica de varredura (MEV) com objetivo de contribuir com a palinologia e taxonomia do grupo. O material polinífero foi retirado de anteras e/ou botões florais de exsicatas de herbários, acetolisado, analisado quantitativa e qualitativamente sob ML e MEV, descrito e ilustrado. Os dados aqui apresentados sobre a morfologia polínica das espécies de Bonamia, Evolvulus e Jacquemontia estudadas evidenciaram que B. agrostopolis apresenta grãos de pólen médios, isopolares, microequinados, granulados e o tipo apertural 3-colpado, presente na maioria das espécies estudadas de Jacquemontia. Por outro lado, as espécies de Evolvulus, J. gracillima e J. pentanthos compreendem o mesmo tipo polínico, caracterizado pelos grãos de pólen esferoidais, pantocolpados e microequinados. As demais espécies de Jacquemontiacaracterizaram-se pelos grãos de pólen com forma variando de subprolata a prolata-esferoidal, zonocolpados e exina microequinada em todas as espécies, com grânulos, perfurações e microrretículo em algumas espécies. Observou-se aqui uma indefinição dos tipos polínicos que delimitam Cresseae e Jacquemontieae, visto que há afinidades palinológicas entre espécies das duas tribos. As espécies de Evolvulus formam um grupo estenopolínico. No entanto, o presente estudo apresenta descrições palinológicas inéditas para nove espécies, contribuindo para a ampliação dos dados palinológicos e confirmando o carácter euripolínico de Convolvulaceae.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Mudanças da vegetação na ilha de Marajó durante o Holoceno Superior(Universidade Federal do Pará, 2009-06-15) RODRIGUES, Thanan Walesza Pequeno; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A dinâmica da vegetação nas proximidades do Lago Arari - Ilha de Marajó durante o Holoceno Superior foi estudada a partir de três testemunhos de sedimento. Os locais de amostragem encontram-se no município de Santa Cruz do Arari, com altitude de 6 metros. Um testemunho de 65 cm foi amostrado do fundo do Lago Arari e os demais (40 e 30 cm) do substrato da planície herbácea que compõe a bacia de drenagem desse lago. A combinação de dados de reflectância, valores de δ13C, relação C/N, registro de polens e datação por carbono 14 (AMS) permitiram identificar as variações na constituição da vegetação na região leste da ilha de Marajó, próximos ao Lago Arari durante o Holoceno Tardio. Provavelmente, a planície herbácea que domina o setor leste da Ilha de Marajó começou a se desenvolver aproximadamente 3800 anos AP. Entre 3800 e 3000 cal anos A.P., o registro polínico indicou a presença de manguezais. A composição polínica desse intervalo de tempo sugere o estágio final de uma expansão pretérita de manguezais na região. A relação C/N e δ13C da matéria orgânica acumulada durante este período revelou uma influência marinha. A baixa concentração polínica entre 3000 e 2000 cal anos A.P., devido uma possível alteração na energia de fluxo, dificulta a interpretação do tipo de vegetação predominante nessa época, porém a relação C/N e δ13C indica uma forte contribuição de matéria orgânica também de origem marinha acumulada nos sedimentos em estudo. Esse período de ausência de pólen pode indicar um episódio de difícil desenvolvimento vegetal devido, por exemplo, ao aumento da influência marinha. Os últimos 2000 anos A.P. apresentaram conteúdo polínico compatível com uma planície herbácea com tendência de contribuição de matéria orgânica de origem mais continental. Os registros de pólen dos últimos 5 centímetros dos testemunhos indicaram uma predominância de espécies das famílias Poaceae e Cyperaceae que reflete a atual vegetação predominante na área de estudo. Os perfis polínicos (PH1 e PH2) referentes à planície herbácea que coloniza a bacia de drenagem do Lago Arari descrevem uma menor representatividade espacial da vegetação, desde que mostram uma constante predominância apenas de polens de Cyperaceae e Poaceae, que correspondem às principais famílias do local de amostragem. A pouca profundidade desses perfis permitiu marcar a presença da vegetação de ervas apenas desde 460 e 590 cal anos AP, respectivamente. Alternâncias históricas entre vegetações tipicamente de água doce e de água salobra provavelmente indicam modificações na salinidade da água intersticial que devem estar relacionadas com alterações na descarga de água doce dos rios da região e/ou mudanças no nível do mar.Tese Acesso aberto (Open Access) Ostracofauna da Formação Solimões (Atalaia do Norte, Amazonas, Brasil): taxonomia, implicações paleoambientais e bioestratigráficas.(Universidade Federal do Pará, 2017-09-12) PEREIRA, Ana Paula Linhares; RAMOS, Maria Inês Feijó; http://lattes.cnpq.br/4546620118003936; 4546620118003936O estudo de ostracodes provenientes dos testemunhos 1AS-7D-AM, 1AS-8-AM e 1AS-31-AM, perfurados no município de Atalaia do Norte, Amazonas, Brasil, permitiu reconhecer 9 gêneros e 30 espécies; o gênero eurihalino Cyprideis é o mais abundante e diverso, com 19 espécies já identificadas e duas novas espécies descritas nesse trabalho: C. atalaiensis sp. nov. e C. dictyon sp. nov. Outros gêneros marinhos e/ou transicionais (Paracypris, Perissocytheridea, Rhadinocytherura, Pellucistoma e Skopaeocythere) e nãomarinhos (Cypria, Cytheridella e Penthesilenula) foram encontrados, além de outros microfósseis (foraminíferos, peixes, moluscos e palinomorfos) que foram utilizados como elementos auxiliares nas interpretações paleoambientais e bioestratigráficas da Formação Solimões. A análise integrada da distribuição estratigráfica de ostracodes e palinomorfos nos testemunhos 1AS-8-AM e 1AS-7D-AM, permitiu datar a sequência do Eomioceno ao Neomioceno. Foram observadas, através dos fósseis- index, cinco zonas palinológicas já propostas para a Formação Solimões: Verrutricolporites, Mioceno Inferior; Psiladiporites–Crototricolpites, final do Mioceno Inferior ao início do Mioceno Médio; Crassoretitriletes, Mioceno Médio; Grimsdalea, final do Mioceno Médio ao início do Mioceno Superior; e Asteraceae, Mioceno Superior. A distribuição das espécies de Cyprideis permitiu reconhecer cinco zonas equivalentes às zonas palinológicas, das quais quatro já estabelecidas anteriormente, embora seus limites temporais tenham sido alterados nesse estudo: C. aulakos, renomeada para C. sulcosigmoidalis, final do Mioceno Inferior a início do Mioceno Médio; C. caraionae, Mioceno Médio a início do Mioceno Superior; C. minipunctata, início do Mioceno Superior; e C. cyrtoma, início do Mioceno Superior. Além dessas, é proposta aqui uma nova zona de ostracode: C. paralela, do Mioceno Superior. A análise bioestratigráfica integrada (palinologia e ostracodes), bem como o registro da microfauna associada revela uma sequência que inicia no Mioceno Inferior, com influência de ambientes costeiros, atestada pela presença de palinomorfos e foraminíferos tipicamente de manguezal. No Mioceno Médio as condições paleoambientais passam a ser de um ambiente flúvio-lacustre, com influência marinha. Finalmente, no Mioceno Superior, apesar de ainda apresentar intervalos de influência marinha, premomina um ambiente flúvio-lacustre em direção ao topo da sequência estudada.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Palinologia da Formação Pirabas, nos municípios de Primavera e Salinópolis, nordeste do estado do Pará, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2016-04-30) SILVA, Carla Batista da; GUIMARÃES, José Tasso Felix; http://lattes.cnpq.br/9602707802326509Durante a transição Paleogeno - Neógeno, a costa amazônica (Brasil) apresentava taxas muito baixas de sedimentação e influxo de sedimentos siliciclásticos supridos por uma antiga bacia hidrográfica, que permitiu formação de extenso e espesso depósito carbonático. Com o desenvolvimento do leque do Rio Amazonas no Mioceno superior, estes depósitos podem ter representado o último estágio de sedimentação carbonática em ambientes transicionais do litoral amazônico. A integração de dados de fácies e análise palinológica de um furo de sondagem de Primavera/PA (FPPR-160) juntamente com a reavaliação da sistemática palinológica de Cunha (2013) de um afloramento da praia do Atalaia em Salinópolis/PA, permitiu a identificação de uma laguna conectada à uma plataforma marinha rasa depositada entre o Oligoceno superior e Mioceno inferior. A ocorrência de Retibrevitricolporites grandis no testemunho FPR – 160, em amostras retiradas da base do testemunho, logo acima de rochas cristalinas do embasamento, atribuiu uma idade máxima de Oligoceno superior para então a base da Formação Pirabas. A presença das espécies Retitrescolpites irregularis, Psilatricolporites crassoexinatus e Retibrevitricolporites grandis somado à ausência da espécie Zonocostites ramonae e Deltoidospora adriennis, pode indicar que houve considerável influência continental sobre os depósitos ou ocorrência de um ambiente marinho com áreas de mangue restritas. A ocorrência de Mauritiidites franciscoi, P. crassoexinatus, R. irregularis, Malvacipolloides maristellae e Z. ramonae no perfil estratigráfico feito na praia do Atalaia (Salinopólis/PA), sugere idade de Mioceno inferior para o topo desta unidade, interpretado como um paleoambiente lagunar bordejado por vegetação de manguezal.
