Dissertações em Comunicação, Cultura e Amazônia (Mestrado) - PPGCOM/ILC
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/4453
O Mestrado Acadêmico em Comunicação, Cultura e Amazônia funciona no Programa de Pós-Graduação em Comunicação, Cultura e Amazônia (PPGCOM) do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) O futuro ancestral da comunicação política: análise e reflexões sobre as primeiras candidaturas indígenas para deputadas federais do Pará(Universidade Federal do Pará, 2025-03-14) PEREIRA, NailanaThiely Salomão; STEINBRENNER, Rosane Maria Albino; http://lattes.cnpq.br/1508467019000744; https://orcid.org/0000-0003-4321-7245Nas últimas sete décadas, os povos indígenas começaram a eleger seus primeiros representantes para cargos eletivos e o crescimento desta participação em processos eleitorais no Brasil tem voltado o olhar de pesquisadores para reflexões sobre esta expansão enquanto fenômeno sociopolítico (Baniwa, 2003, 2006, 2010, 2022; De Paula, 2017, 2023; Harari, 2023; Jecupé, 1998; Lima, 2010, 2022; Oliveira, 1968; Oliveira, 1983; Pataxó, 2023; Terena, 2021; Tuxá, 2020; Verdum, 2004, 2023). A dimensão comunicacional, entretanto, atravessa esses estudos ainda de maneira incipiente. Poucas pesquisas exploraram a forma como os povos indígenas se envolvem com a comunicação político partidária, suas contribuições, o impacto das estratégias de campanha na mobilização eleitoral entre não-indígenas e indígenas e as barreiras culturais enfrentadas por esses grupos. Apesar da Constituição Federal de 1988 reconhecer as organizações sociais e culturais dos povos indígenas como base para cidadania diferenciada – noção que se explica, segundo Baniwa (2022), na medida em que povos indígenas têm direitos específicos, além daqueles extensivos ao restante de cidadãos brasileiros, a representatividade no Legislativo, Executivo e também no Judiciário, ainda é proporcionalmente incipiente para que indígenas participem politicamente de forma mais ativa nas decisões que dizem respeito a seus povos e ao país, como um todo. O direito à cidadania política diferenciada, e as lacunas de estudos sobre os desafios de comunicação político partidária de indígenas nas eleições brasileiras são o ponto de partida e justificativa deste estudo, que objetiva analisar a candidatura das duas primeiras indígenas a deputadas federais do estado do Pará, suas ontologias e reafirmações de si enquanto candidatas indígenas, buscando compreender as estratégias e os desafios de comunicação eleitoral, sobretudo frente às desigualdades estruturais do processo eleitoral no Brasil. Para isso, utilizamos o conceito de contracolonização de Nego Bispo (2015), os Estudos Críticos da Branquitude por Deivison Faustino (2017), Priscila Elisabete Da Silva (2017), W. E.B. DuBois (1920, 1935); Frantz Fanon (1952); Albert Memmi (1957), Steve Biko (1978) e Alberto Guerreiro Ramos (1957), Lourenço Cardoso (2017), Daniela Núñez Longhini (2022), Lia Schucman (2017), Bento, (2002) e a visão comunicacional de Paulo Freire (1976, 1981, 1986, 1987, 1994), através de uma investigação mista e em profundidade da campanha das candidatas, complementando as reflexões com teóricas(os) das resistências à colonialidade. Entre as diversas assimetrias (ontológicas, estruturais, financeiras, raciais), a necessidade de implantação de uma eleição especial e diferenciada para povos indígenas, com cadeiras reservadas no Parlamento, mostrou-se como proposta de urgente debate e implementação.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A guerrilha do Araguaia: meios de comunicação contra-hegemônicos da Amazônia para a Europa(Universidade Federal do Pará, 2017-03-22) RODRIGUEZ, Lorena de Meira; AMORIM, Célia Regina Trindade Chagas; http://lattes.cnpq.br/9650931755253248O presente estudo busca refletir acerca do papel das mídias contra-hegemônicas na divulgação de notícias sobre a Guerrilha do Araguaia nas dimensões internacionais, nacionais e regionais e tem como objetos empíricos de análise os seguintes meios de comunicação alternativos: rádio Tirana (Albânia), jornais Frente Brasileño de Informaciones (1968-1973) (Chile), Politique Hebdo (1970-1978/1982) e Liberatión (1973) (França), A Classe Operária (1925), O Araguaia (1974-1975), Coojornal (1976-1983) e Resistência (1978-1983) (Brasil). Para este fim foram selecionadas veiculações que abordassem a Guerrilha, uma de cada meio, dando-se prioridade à primeira identificada seguindo a ordem cronológica. Estes veículos de comunicação alternativos referiram-se à Guerrilha do Araguaia, movimento de resistência armada à ditadura militar brasileira (1964-1985) que aconteceu entre as décadas de 1960 e 1970, no sudeste do Pará, enquanto esta ainda se encontrava em curso e sob a mordaça do Estado brasileiro. A hipótese apreciada é a de que, mesmo essas mídias tendo sido produzidas em âmbitos e locais distintos, eram alimentadas por uma ou mais redes de informações, preocupadas em divulgar o conflito. A questão que originou esta pesquisa foi: como as notícias da Guerrilha chegavam à mídia contra-hegemônica internacional se o conflito era negado pelo Regime Militar Brasileiro e pouco foi divulgado na imprensa chamada “oficial”, à época de sua ocorrência? De modo a poder desvelar o objeto de estudo preterido buscamos como referências conceitos fundamentais ao tema tais como o de hegemonia proposto por Antonio Gramsci (1999), que aborda o domínio de um grupo detentor de capital financeiro e/ou intelectual sobre outro o qual detém a condição de oprimido, este logo alude à contra-hegemonia, aqui ancorada por Denis de Moraes (2011). Outros preceitos foram fundamentais como a censura à imprensa debatida por Karl Marx (2006), em âmbito internacional, e por Beatriz Kushnir (2015) e Anne-Marie Smith (2000), no plano nacional. Nos debruçamos ainda sobre a mídia tida como radical e alternativa, contestadora do status quo, através de John Downing (2002) e Cecília Peruzzo (2006) dentre outros. Logo, para a Guerrilha, estudamos as obras de Fernando Portela (1986), Élio Gáspari (2002) e Paulo Fonteles Filho (2013). A pesquisa mostrou-se relevante uma vez que levantou meios de comunicação alternativos que abordaram a temática da Guerrilha e, todavia, não haviam sido trabalhados anteriormente. Para além do ineditismo, o estudo fez-nos perceber que, mesmo estando a imprensa nacional censurada sobre o assunto, o tema alcançou inclusive veículos internacionais, sendo estes fundamentais para que o conflito fosse registrado e legitimado. Inferiu-se que as notícias eram partilhadas por redes de informações. A pesquisa foi feita a partir do viés qualitativo proposto por Ortez e Gonzáles e das técnicas de análise de conteúdo propostas por Laurece Bardin (1979).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Entre dunas, mangue e mar: narrativas e resistências dos moradores da Ponta da Sofia em Salinas (PA)(Universidade Federal do Pará, 2024-02-28) FERREIRA, Erika Mourão; COSTA, Vânia Maria Torres; http://lattes.cnpq.br/7517564393392394Esta dissertação tem como objetivo principal compreender as interações, narrativas e práticas de resistência dos moradores da comunidade da Ponta da Sofia, em Salinópolis (PA), diante da violação de seu território para a instalação de empreendimentos turísticos. O estudo abordará o cotidiano dessa comunidade, suas produções de sentido sobre história, lugar, preservação do meio ambiente e relações de afeto, explorando as narrativas dos moradores, suas interações e os processos de resistência em suas práticas sociais e culturais. Os procedimentos metodológicos adotados são fundamentados na pesquisa qualitativa, com base na análise de dados por meio de entrevistas (MOTTA, 2013); (GOMES, 2007), amparada na prática etnográfica conforme definido por Rocha e Eckert (2008), e realização de entrevistas. Os principais autores utilizados para embasar a compreensão das narrativas e práticas sociais incluem Ferdinand Tönnies (1973), Martin Buber (1987), Filho e Mendes (2014), Krenak (2021), Medeiros e Ido (2018), Gudynas (2019) e Santos (2023). O resultado desta investigação destaca não apenas as adversidades enfrentadas pelos moradores da Ponta da Sofia, mas também a resiliência e a profundidade de suas conexões, especialmente o cuidado com o meio ambiente, uma vez que compreendem a intrínseca interdependência com o ecossistema que consideram seu lar.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Sertanejo feminino em relações de gênero e consumo em Belém do Pará e em Parauapebas(Universidade Federal do Pará, 2024-01-29) GALVÃO, Sarah Melo; VIEIRA, Manuela do Corral; http://lattes.cnpq.br/1758973354834768; https://orcid.org/0000-0003-2034-5359Esta pesquisa visa a entender a relação do consumo do sertanejo feminino, no estado do Pará, tendo como campo de análise as cidades de Belém e Parauapebas, através das categorias de estudo: consumo, relações de gênero e cultura material. Assim, trazem-se essas temáticas para o objeto de estudo levando em consideração características do entretenimento do sertanejo feminino, bem como as dinâmicas que se desenvolvem no circuito dos shows e das plataformas de acesso de comunicação e de divulgação dessas cantoras. A partir de pesquisa etnográfica, entrevistas com interlocutores, observação participante nas festas e levantamento de dados de pesquisas realizadas em fontes primárias e secundárias sobre o tema, foi possível analisar algumas das percepções dos interlocutores das duas cidades sobre a ratificação ou questionamento de comportamentos fundamentados em preceitos patriarcais, bem como os próprios usos ou refutações da identificação com o movimento feminista para compreender algumas das relações de gênero no cenário das práticas de consumo do sertanejo feminino. As análises realizadas, por meio dos levantamentos de dados e das entrevistas com interlocutores, tanto homens quanto mulheres, mostraram que ainda há uma disparidade de remuneração e de visibilidade midiática das cantoras em relação aos cantores, bem como condutas machistas e patriarcais que influenciam e orientam não apenas as ações profissionais, mas o próprio viver destas artistas, manifestos e alvos tanto em seus corpos, quanto posicionamentos de fala e posturas de vida.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Um perfil brasileiro de consumo do jogo League of legends (LOL): skins, publicidade e sociabilidades digitais(Universidade Federal do Pará, 2024-05-25) FERREIRA, Ibnny Afonso Sena; SANTOS, Luíz Cezar Silva dos; http://lattes.cnpq.br/2449524316115443Nos ambientes dos jogos eletrônicos online, a aquisição de bens virtuais, ao mesmo tempo que evidencia novas formas de consumo, reproduz a busca por status, prestígio e diferenciação social entre os indivíduos/jogadores(as). O presente trabalho realiza um estudo sobre o fenômeno do consumo de skins nos jogos League of Legends e League of Legends: Wild Rift, buscando compreender de que forma as dinâmicas de sociabilidade digital entre os jogadores e as jogadoras são influenciadas pelo consumo desses bens virtuais. Para atingir os objetivos propostos, foi realizada uma pesquisa bibliográfica sobre os temas em questão e foi feita a coleta de dados quantitativos a partir de um formulário de pesquisa online com jogadores(as) brasileiros(as) de todo o território nacional para identificar as principais motivações que os(as) levam a adquirir bens virtuais desse tipo e de que forma o consumo de skins é utilizado como agente mediador das sociabilidades estabelecidas entre os sujeitos nestes dois jogos da empresa norte-americana Riot Games. Após realizada a análise dos dados coletados, obteve-se um possível perfil dos consumidores brasileiros do jogo League of Legends (LOL) e verificou-se: as principais motivações para a compra de skins no LOL; as temáticas mais populares entre os(as) jogadores(as), inclusive àquelas ligadas à América Latina e à Amazônia; e como o consumo e a utilização de skins acrescentam camadas na experiência do jogo e nas sociabilidades digitais estabelecidas entre os(as) jogadores(as) no ambiente do League of Legends.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A atuação digital de mulheres negras de Belém (PA) e o lugar da branquitude crítica(Universidade Federal do Pará, 2024-02-26) BERNAR, Lígia Isís Pinto; LAGE, Danila Gentil Rodriguez Cal; http://lattes.cnpq.br/4593992869253877; https://orcid.org/0000-0003-3243-8368Esta pesquisa analisa o lugar da branquitude crítica (CARDOSO, 2010), representada por seguidoras brancas que repudiam o racismo nos ambientes digitais, em relação à atuação de mulheres negras de Belém, representadas por ativistas e produtoras de conteúdo digitais. O referencial teórico abrange diferentes conceitos, movimentos e disciplinas teóricas, organizados aqui em três dimensões: (1) a da abordagem interseccional, compreendendo Raça, Gênero e Classe, a partir do pensamento das autoras Cida Bento (2022), Edith Piza (2002), Lia Vainer Schucman (2020), Liv Sovik (2009), Ruth Frankenberg (2004), Zélia Deus (2008), Lourenço Cardoso (2010; 2014) e Deivison Campos (2023); (2) a do olhar comunicacional, por meio das lentes dos processos interacionais e da midiatização, a partir dos estudos dos autores José Luiz Braga (2017), com os dispositivos interacionais e o processo de midiatização; e a da teoria do reconhecimento com Axel Honneth (2003) e Rousiley Maia (2018), utilizada para focalizar o comportamento das ativistas e produtoras de conteúdo digitais negras,cabrangendo os aspectos da intersubjetividade com a comunicação, assim como também, para compreender como ocorrem os padrões de intersubjetividade no processo relacional individual e coletivo das sujeitas desta pesquisa; e (3) a do Colonialismo Digital, a partir de Deivison Faustino (2023) e Walter Lippold (2023) para refletir sobre a dinâmica das relações comunicacionais nos ambientes digitais. O desenho metodológico é o de uma pesquisa empírica qualitativa que faz conexão com os fundamentos teóricos desta dissertação, a qual parte de uma concepção interacional, relacional e situacional da comunicação (FRANÇA, 2022). Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com oito mulheres, sendo duas ativistas digitais negras e duas produtoras de conteúdo digitais negras e quatro seguidoras racializadas como brancas. A partir desse percurso, é possível destacar que o lugar da branquitude crítica possui um papel secundário, de apoio público contra o racismo somente no ambiente digital, mas pouco efetivo quanto às atitudes práticas e diárias no ambiente presencial para combater a branquitude e o racismo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Elas e o neoconservadorismo: análise da desinformação sobre aborto entre mulheres evangélicas(Universidade Federal do Pará, 2024-05-16) LEAL, Camila Fagundes; ESTEVES, Lorena Cruz; http://lattes.cnpq.br/6917631244983786; http://orcid.org/0000-0003-1332-1236; LAGE, Danila Gentil Rodriguez Cal; http://lattes.cnpq.br/4593992869253877; https://orcid.org/0000-0003-3243-8368Esta dissertação tem o objetivo de analisar como se posicionam mulheres evangélicas do bairro da Cabanagem, um dos bairros considerados periféricos de Belém (PA), sobre o aborto e como interagem com conteúdos de ampla visibilidade sobre a temática, num contexto de desinformação e de avanço do neoconservadorismo. A discussão teórica está centrada na temática do aborto (Barrancos, 2022; Biroli, 2016), do neoconservadorismo (Vaggione; Machado; Biroli, 2020), da desinformação, pós-verdade e conteúdos desinformativos (Gelfert, 2018; Nguyen, 2018; Wardle; Derakshan, 2017) e das crenças na formação de valores morais (Haro, 2006). Como procedimento metodológico, realizou-se entrevistas estruturadas e semi-estruturadas e dinâmicas sobre o aborto com sete mulheres evangélicas, residentes do bairro da Cabanagem em Belém (PA) e atuantes em igrejas, buscando compreender seus contextos sociais e informacionais e como se sentem e reagem a conteúdos desinformativos sobre aborto. Ao fim da análise, observou-se que a questão do aborto e da desinformação sobre o tema está intimamente ligada à processos políticos, sociais e culturais que advém da sociabilidade, educação e processos históricos, como a constituição política, educacional e institucional do país. Também foi utilizado o Iramuteq para ajudar no processo de análise. Percebeu-se que as crenças religiosas, que compõem os valores morais das participantes das pesquisas, aliadas às suas percepções de mundo, foram fundamentais no processo de acreditar ou não nos conteúdos desinformativos. Como proposta conclusiva da pesquisa, se propôs a identificação dos estereótipos que reverberam nas falas dessas mulheres conservadoras, para tornarem-se eixos de diálogos a serem trabalhados com elas por grupos progressistas, como combate a conteúdos desinformativos e ao imaginário que invisibiliza o debate sobre o aborto.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Marcha virtual das mulheres negras amazônidas: dimensões interseccionais na comunicação ativista em tempos de pandemia(Universidade Federal do Pará, 2023-07-11) RIBEIRO, Flávia Andrea Sepeda; LAGE, Danila Gentil Rodriguez Cal; http://lattes.cnpq.br/4593992869253877; https://orcid.org/0000-0003-3243-8368Invisibilizadas na historiografia oficial, as mulheres negras vêm elaborando estratégias para mostrar que a história única (ADICHIE, 2019) é uma história escrita por mãos brancas (NASCIMENTO, 2021) e também uma história que tem a colonialidade (QUIJANO, 2005) como pano de fundo. Nesse mesmo fluxo, a Amazônia tem sido subalternizada (LOUREIRO, 2019) e estereotipada ante o imaginário social nacional. A partir desse contexto, a pesquisa analisa a Marcha Virtual das Mulheres Negras, que foi realizada em 25 de julho de 2020, primeiro ano da pandemia de Covid-19. O evento, que durou cerca de quatro horas, foi mobilizado, divulgado e realizado por meio das redes digitais, reunindo mulheres negras ativistas de oito dos nove estados da Amazônia Legal. A interseccionalidade (BILGE; COLLINS, 2021) é acionada ao longo de todo o percurso investigativo e será a nossa lente para compreendermos, dentre outras indagações, como as interseccionalidades atravessam e são mobilizadas no ativismo digital das mulheres negras na Amazônia a partir da sua Marcha Virtual. Quais as repercussões desse processo na luta política das mulheres negras amazônidas? No aporte teórico, trazemos principalmente, o pensamento feminista negro, por exemplificar a decolonialidade do saber e por ser uma ferramenta de atuação adotada pelas mulheres negras amazônidas. Os procedimentos metodológicos que nos conduzem são a Roleta Interseccional (CARRERA, 2021), que proporciona análises qualitativas que abranjam sujeitos, objetos e processos comunicacionais, ao aproximar a interseccionalidade ao campo da Comunicação, e a Escrevivência (EVARISTO, 2020) que permite a nossa inserção na pesquisa, ativando a memória e as linguagens oral e escrita para contarmos uma história que não pode ser invisibilizada. Por meio do aporte e das metodologias acionadas compreendemos que as mulheres negras amazônidas compartilham e politizam de uma identidade regional; que são norteadas pelo pensamento feminista negro, isto é, valorizam saberes de lideranças comunitárias e religiosas e que a marcha aciona diversas dimensões interseccionais não só nas falas das ativistas, mas até mesmo na proposta e realização do evento on-line. Apresentamos esta pesquisa como parte da estratégia das mulheres negras amazônidas para se marcarem como protagonistas e sujeitas de suas histórias.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A publicidade identitária nas representações da Amazônia paraense nas propagandas dos governos do Estado do Pará em 2017, 2020 e 2021(Universidade Federal do Pará, 2022-05-10) PRADO, Kleyse Costa Vaz Santana; SANTOS, Luiz Cezar Silva dos; http://lattes.cnpq.br/2449524316115443Esta pesquisa buscou realizar uma análise dos discursos presentes em dois vídeos-propaganda e seis cartazes publicitários de turismo de autoria dos Governos do Estado do Pará. O objetivo foi identificar e comparar as narrativas e argumentações, bem com as formas de representação das identidades culturais do Pará e do paraense afim de refletir sobre a construção de sentidos que possam reforçar estereótipos e discursos coloniais sobre a Amazônia Paraense. Além disso, buscamos refletir sobre a cidade, sua apropriação e a visibilidade dos espaços projetados pelas propagandas. Os objetos da pesquisa são o vídeo-propaganda “Pará te encantar” (comercial turístico de 2017), o vídeo-propaganda “Fique em casa” (comercial de 2020 com o alerta sobre aglomerações no contexto da pandemia da Covid19), e seis cartazes de divulgação da campanha “Redescobrir o Pará” (2020). Utilizaremos como referencial teórico autores como Stuart Hall, Homi K. Bhabha e Amaral Filho para dialogar sobre identidades culturais, estereótipos e colonialidade no contexto amazônico. Nosso referencial metodológico se baseia em Eni Orlandi, Martine Joly e Diana Rose para o desenvolvimento da Análise de Discurso e imagens em movimento. Também foi utilizado o conceito de publiCIDADE proposto por Santos (Luiz LZ Cezar), além de outros autores sobre Amazônia como Paes Loureiro, e sobre comunicação, como Martín-Barbero.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ser mulher no jornalismo paraense: violência de gênero e relações de poder no ambiente profissional(Universidade Federal do Pará, 2022-12-14) SILVA, Sávia Moura da; COSTA, Alda Cristina Silva da; http://lattes.cnpq.br/2403055637349630A presente pesquisa trata da relação entre mulheres jornalistas e ambiente de trabalho. Desde 2017 com a campanha #MeToo emergem no cenário mundial, movimentos insurgentes contra a violência sexual e a discriminação das mulheres nos espaços de trabalho. Em março de 2020, o coletivo Jornalistas Contra o Assédio mobilizou diversas jornalistas e entidades, em todo o país através do Twitter para promover a hashtag #MulheresJornalistasEmLuta, com a intenção de alertar sobre os ataques e o assédio cometidos contra as mulheres dentro da profissão. A presente pesquisa se alinha a entender esses movimentos quando busca investigar as experiências profissionais das jornalistas no estado do Pará, para tanto apresenta as seguintes indagações: De que maneira a violência de gênero e as relações de poder afetam mulheres jornalistas em seus ambientes de trabalho? E como essas mulheres reagem e compartilham suas experiências? Parte-se da hipótese de que as redações dos veículos de comunicação são espaços de relação de poder, e enquanto tal, a violência de gênero se manifesta de forma disfarçada. As relações de gênero, poder e violência são entendidas em Safiotti, Scott, Hooks, Foucault e Bourdieu, entre outros. Ou seja, as relações de poder são relações entre sujeitos e sujeitas, assim como modos de ação que podem: induzir, separar, facilitar, dificultar, limitar, impedir, entre outros aspectos. Essa violência impõe uma arbitrariedade pelo poder imposto e pelo modo de imposição, indicando a complexa relação entre poder e incorporação das normas de gênero. Como procedimentos metodológicos trabalhamos com a pesquisa qualitativa, aplicando a entrevista em profundidade com 7 (sete) jornalistas, que relataram suas experiências no ambiente do trabalho. Os resultados apontam experiências negativas nesses ambientes, em que as jornalistas relatam comportamentos abusivos e agressivos dos homens, com a ‘naturalização’ da violência de gênero. Contra essa cultura machista ainda vigente constata-se uma mudança de postura das mulheres, de menos aceitação e mais proteção coletiva.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Os modos de ver e viver: a violência e as sociabilidades comunicativas dos moradores das ilhas de Abaetetuba - PA(Universidade Federal do Pará, 2022-06-06) SILVA, Giovane Silva da; COSTA, Alda Cristina Silva da; http://lattes.cnpq.br/2403055637349630A presente proposta objetiva compreender as experiências comunicativas que emergem na vida dos moradores das ilhas de Abaetetuba, região Baixo Tocantins, a partir de duas questões centrais: a) a relação entre urbano e rural e; b) as práticas de violência vividas no cotidiano das ilhas. Percebe-se, assim, que a violência atravessa as fronteiras da cidade e instala-se no ambiente rural, provocando mudanças e reconstruções de significados. Ou seja, a violência que amedronta e aterroriza as grandes cidades metropolizadas (TRINDADE JUNIOR, 2005) passa a fazer parte do cotidiano dos moradores das ilhas, principalmente pelas ações dos denominados “piratas”, mediante o uso do poder, da força física ou de qualquer forma de coerção. Essa prática de violência reduz a condição de um sujeito frente ao outro. Neste sentido, a presente pesquisa concentra-se em entender: a) quais as experiências comunicativas dos moradores das ilhas na relação entre urbano e rural? e b) como a extensão da violência urbana tem transformado as sociabilidades dos moradores? Entende-se urbano e rural não como sentidos opostos, mas como ‘entrelugares’, pelo hibridismo vivido, que, ao mesmo tempo, separa e limita, distancia e aproxima, espaço de tensionamentos e estranhamentos, mas que necessita de reelaboração dos seus sentidos e significados a partir das influências sofridas. Nossas reflexões, em trabalhar as ilhas como entre-lugares ou continuum espacial (GRAZIANO, 2002), seja do ponto de vista de sua dimensão geográfica e territorial, seja na sua dimensão econômica e social, objetivam apontar as sociabilidades, em condições diferenciadas de um lá e um cá, ou seja, não relações separadas, mas experiências que são atravessadas por fenômenos sociais presentes no cotidiano da vida nas cidades urbanas, como a violência. Como aportes metodológicos, optou-se pela pesquisa qualitativa e com ela a entrevista narrativa, uma vez que essa proporciona reconstruir os processos interativos, que produzem o sentido prático da vida (JOVCHELOVITCH; BAUER, 2002). Tal método favorece a imersão nas experiências vividas pelos moradores das ilhas e, ao mesmo tempo, uma análise do sentido narrativo enunciado por esses sujeitos. Os resultados encontrados apontam que a violência mudou os modos de viver nas ilhas, interferindo nas sociabilidades e interações sociais dos moradores.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Narrativas orais: vestígios da história da Comunidade da Praia do Crispim-PA(Universidade Federal do Pará, 2023-05-03) SANTOS, Maria Mirley Farias dos; AMARAL FILHO, Otacílio; http://lattes.cnpq.br/2605877670235703; https://orcid.org/0000-0001-5467-8528A presente pesquisa realizou um estudo de comunicação com a finalidade de coletar e registrar de forma escrita, as narrativas orais para identificarmos possíveis vestígios da história da Comunidade da Praia do Crispim-PA, de modo a compreender como a comunidade surgiu e se tornou uma das mais relevantes para a região do Salgado. Para a coleta das narrativas, contamos com a colaboração de interlocutores importantes para a comunidade, pois ambos, foram um dos primeiros a migrarem para localidade, são providos de memórias, práticas e saberes sobre a região praiana, além de possuírem uma forte relação com o local que habitam. O interesse na pesquisa surgiu, após constatação de que não haviam registros oficiais que relatassem a história da comunidade. Deste modo, o objetivo desta pesquisa é mostrar de que forma as narrativas orais podem contribuir na compreensão da história e memória da comunidade. Assim como, registrar as narrativas orais, para que se possa entender como a comunidade do Crispim- PA surgiu, bem como, aconteceram as mudanças no ambiente e na vida social da comunidade ao longo do tempo. Como aporte teórico nos embasamos naqueles que abordam sobre o estudo de narrativas: Ricoeur (1994), Souza (2010), Halbwachs (2013) e Benjamin (1985). Acerca dos conceitos de memórias e história: Le Goff (1990), Maciel (2017) e Sodré (2002). A pesquisa de campo surgiu nos moldes metodológicos da pesquisa narrativa de Motta (2013, 2017) e os apontamentos de Jovchelovitch & Bauer (2008) sobre a entrevista narrativa, que é considerado um método de pesquisa qualitativa, entrevista não estruturada e de profundidade.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Amazônia ameaçada: análise do discurso jornalístico nos portais de notícias O Liberal.com – PA e A Crítica – AM sobre desmatamento e queimadas no contexto da pandemia da COVID-19(Universidade Federal do Pará, 2022-07-26) MANGAS, Laiza Monik de Oliveira; COSTA, Luciana MirandaO ano de 2020 foi marcado pelo início da pandemia da COVID-19 e pelo aumento do desmatamento e das queimadas na Amazônia Legal Brasileira. Dados do Inpe (2020) registraram 10.312, 88 km2 de desmatamento consolidado na região, além de 103.161 focos de queimadas durante o ano. Os meses de agosto e setembro foram os que apresentaram maior índice de queimadas e os estados do Pará, Mato Grosso e Amazonas responderam por 70% do desmatamento. Enquanto isso, “a boiada passava” com a aprovação de 593 atos pelo governo federal relacionados às mudanças de regras sobre a proteção ambiental no Brasil (OBSERVATÓRIO DO CLIMA, 2021). Em meio à crise sanitária, política e ambiental, o jornalismo desempenhou um papel importante no fornecimento de informação à população (CASERO-RIPOLLÉS, 2020). Nesse contexto, esta pesquisa analisa como foi a cobertura sobre desmatamento e queimadas em dois dos principais portais de notícias da região Norte do país: O Liberal.com – PA e A Crítica – AM, durante o mês de setembro de 2020, considerando o período pandêmico e suas adversidades. O principal referencial teórico-metodológico escolhido foi a Análise Crítica do Discurso - ACD (FAIRCLOUGH, 2001). A partir da análise realizada nos jornais pode-se concluir que o governo Jair Bolsonaro, em meio à pandemia da COVID-19, conseguiu ocupar um espaço privilegiado nas publicações, com um discurso voltado a amenizar os problemas na Amazônia e largamente reproduzido pelos dois jornais sem contrapontos expressivos. Foram utilizadas justificativas que atribuíam os desmatamentos e queimadas ao próprio clima na Amazônia e às atividades agrícolas realizadas tradicionalmente por comunidades rurais, indígenas e quilombolas. Além disso, colocou-se em dúvida a credibilidade de dados científicos sobre o tema divulgados por instituições como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais – INPE.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Entretenimento, consumo e sociabilidade no K-Pop: construções e experiências sociais no fandom Army em Belém do Pará.(Universidade Federal do Pará, 2022-04-25) PEREIRA, Raíssa Abraçado; PEREIRA, Manuela do CorralA presente pesquisa busca analisar, por meio do entretenimento enquanto experiência e construção do social, o consumo do pop sul-coreano e as práticas de sociabilidade no fandom Army, o qual é o fandom do principal grupo de K-pop da atualidade, o BTS (Bangtan Sonyeodan). A partir de uma abordagem comunicacional-antropológica netnográfica e com inspirações etnográficas, aderimos ao campo com observação participante do fandom Army, visando compreender como as práticas de consumo desses fãs impactam e contribuem para o desenvolvimento das sociabilidades e das práticas de interação entre a comunidade de fã e entre fã e grupo BTS. As análises se baseiam, principalmente, nos aportes teóricos sobre consumo, sociabilidade, cultura de fãs e cultura material. Os procedimentos metodológicos incluem a aplicação de questionários online, realização de entrevistas em profundidade via Google Meet e observações de campo nas redes sociais. Considera-se, a partir das análises dos relatos e observações de campo, a importância dos fãs para a indústria do entretenimento do K-pop, pois os identificamos como os principais agentes para a dinâmica da indústria e do consumo, assim como a sociabilidade que nessa esfera é necessária para que os códigos sejam familiares nos mais diversos contextos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Cidade (Re)vista: interpretação decolonial da fotografia de Naiara Jinknss em Belém do Pará(Universidade Federal do Pará, 2022-06-14) SANTA BRÍGIDA, Juliane Oliveira; COSTA, Vânia Maria Torres; http://lattes.cnpq.br/7517564393392394Esta pesquisa se debruçou sobre o trabalho imagético da fotógrafa documentarista paraense Naiara Jinknss, com foco no conteúdo postado em seu Instagram durante o ano de 2019, no intuito de compreender, a partir de uma interpretação decolonial, o papel de sua fotografia enquanto imagem de resistência. Deste modo, o objetivo geral procura responder a seguinte questão: “de que modo a produção fotográfica de Naiara Jinknss pode ser interpretada como imagem de resistência dentro das relações de poder presentes no discurso sobre a Amazônia?”. A partir da metodologia com inspirações netnográficas em Kozinets (2014) e uma abordagem fenomenológica-decolonial, ancorada na sociologia fenomenológica de Schutz (1979), adota-se a compreensão de que a interpretação de fenômenos e experiências são condicionados ao social e, portanto, transmitidos em sociedade. Ao explorar objetos de pesquisa que estão imersos no contexto de um país construído pela colonialidade, é fato que os fenômenos e experiências analisados estejam também envoltos no que Quijano (1992) denomina de matriz colonial de poder. Busca-se, portanto, desenvolver a articulação dos conceitos de Kossoy (2001), Aumont (2002), Fairclough (2001), Bhabha (1998), Hall (2006), Quijano (1992), Mignolo (2015), Maldonado-Torres (2017), entre outros. A metodologia de pesquisa desenvolvida incluiu levantamento bibliográfico sobre Amazônia, Poder e Fotografia, na área das Ciências Sociais, e múltiplas etapas de coleta de dados online. Acredita-se que a relevância deste estudo está em destacar a produção fotográfica feita por uma profissional paraense que se identifica com diversos grupos minoritários frente a um campo tradicionalmente marcado por relações de poder que não contemplam estes grupos e que não está isento dos discursos e imaginário reproduzidos sobre a Amazônia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Foliões Mensageiros: memórias e narrativas das comitivas de esmolação do Glorioso São Benedito de Bragança/PA(Universidade Federal do Pará, 2022-03-31) SANTOS, Adison Cesar Sousa dos; COSTA, Vânia Maria Torres; http://lattes.cnpq.br/7517564393392394; https://orcid.org/0000-0002-0493-8763O objetivo desta dissertação é compreender os processos de interação das comitivas de esmolação do Glorioso São Benedito de Bragança, município do nordeste paraense, suas memórias e narrativas. Caracterizada como uma manifestação de resistência da cultura popular na Amazônia Paraense, marcada pela sonoridade e o hibridismo entre o sagrado e o profano, esses grupos se configuram por meio de uma prática conhecida como esmolação do santo, na qual três cortejos, formados majoritariamente por homens, percorrem diversas localidades circunvizinhas à cidade de Bragança, situada a 210 quilômetros de Belém, levando imagens de São Benedito para as casas de devotos da região com cantos e orações, recepcionados em clima de festa. Para compreender a constituição da memória e das narrativas presentes nessa manifestação, a pesquisa utiliza as teorias de Le Goof (2003) e Motta (2013). Em relação à origem da devoção beneditina, significados, simbologias e conceitos desse rito tanto para os membros das comitivas como para os devotos do santo, o trabalho se sustenta dos estudos de Silva (1997), Eliade (2010) e Fernandes (2011), além de outros autores que retratam a construção das representações sociais.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O janarismo e o jornal Amapá: o discurso do Jornal Amapá ao longo do seu primeiro ano de circulação no antigo território do Amapá (1945)(Universidade Federal do Pará, 2023-06-19) RODRIGUES JÚNIOR, Marlon Galeno; SEIXAS, Netília Silva dos Anjos; http://lattes.cnpq.br/2301685130625189O Jornal Amapá, dentro do recorte a ser estudado, foi o principal instrumento de comunicação da comunidade amapaense, logo, analisar seus discursos é remontar historicamente a Amazônia amapaense no primeiro ano de circulação desse periódico, atravessada por transformações e reconfigurações políticas e socias. A presente pesquisa objetiva analisar o discurso do jornal Amapá, no recorte temporal do primeiro ano de circulação desse (1945) visando a identificar a narrativa do jornal no primeiro ano de edificação do então Território Federal do Amapá. Para a discussão teórica comunicacional, busca-se subsídios nas obras da professora Marialva Barbosa, escritora do campo da comunicação que abordam questões sobre a história da comunicação, e a comunicação nos contextos sociais. Metodologicamente, pretende-se caminhar pela análise de discurso sob uma perspectiva do discurso como uma construção social, buscando identificar a perspectiva social e política que conduziam, permeavam ou tangenciavam o discurso jornalístico do jornal Amapá a partir de interpretações da história de longa duração, segundo Braudel, e a desconstituição do presente continuo, na perspectiva de Hobsbawn.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Comunicar no instagram em tempos de pandemia: um estudo de caso do Sesc na Região do Norte(Universidade Federal do Pará, 2023-03-28) RODRIGUES, Samara Sarmanho; LIMA JUNIOR, Walter Teixeira; http://lattes.cnpq.br/2230911862328122; https://orcid.org/0000-0003-0678-7062A pandemia de covid-19 afetou pessoas e organizações em escala global e o isolamento social, imposto como medida de segurança, provocou grande impacto na economia mundial. A partir disso, a sociedade como um todo precisou se adaptar e as organizações precisaram levar a sua comunicação para o ambiente digital a fim de manter a interação com o seu público e minimizar os danos provocados pela pandemia. Dessa forma, as Mídias Sociais, com forte crescimento durante o período pandêmico, foram ferramentas essenciais neste processo, pois permitiram o relacionamento entre empresa e público buscando reduzir a distância causada por esta situação atípica. A problematização deste estudo diz respeito a como o Serviço Social do Comércio (Sesc) na Região Norte utilizou o Instagram como ferramenta para divulgar suas programações na área da cultura e como as suas estratégias de comunicação foram alteradas com o advento da pandemia, uma vez que as atividades deixaram de ser presenciais e passaram a ocorrer no ambiente digital. Neste sentido, a presente pesquisa de mestrado busca analisar como a pandemia de covid-19 modificou as estratégias de comunicação do Sesc na mídia social Instagram durante os anos de 2020 e 2021. Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa de métodos mistos (quantitativa e qualitativa) do tipo estudo de caso múltiplos, pois analisou os sete Sesc da Região Norte. Primeiramente, por meio de pesquisa exploratória, foram analisadas as publicações no feed do Instagram de forma geral e, também as relativas à área da cultura, obtendo-se dados para a realização da análise quantitativa, assim como para a análise qualitativa. O caráter qualitativo da pesquisa deu-se por meio de entrevistas com roteiro semiestruturado com os coordenadores de comunicação e sua posterior análise de conteúdo. O resultado encontrado foi a intensificação da utilização das mídias sociais como estratégia geral de comunicação com o público, além destas mídias servirem como ferramenta para divulgação de atividades e programações diversas da instituição. O destaque ficou para a mídia social Instagram, que foi a principal mídia social utilizada e a que trouxe mais resultados para os regionais no período estudado, inclusive para a divulgação de atividades e programações na área da cultura do Sesc.Dissertação Acesso aberto (Open Access) As experiências comunicacionais e identitárias ribeirinhas amazônicas por meio do consumo do chocolate da marca Filha do Combu(Universidade Federal do Pará, 2023-03-27) MORAES, Giselle do Carmo Souza; SANTOS, Luiz Cezar Silva dos; http://lattes.cnpq.br/2449524316115443; VIEIRA, Manuela do Corral; http://lattes.cnpq.br/1758973354834768; https://orcid.org/0000-0003-2034-5359Esta pesquisa procura investigar o consumo do chocolate da Ilha do Combu da cidade de Belém, no estado do Pará, enquanto mediador de experiências comunicacionais identitárias ribeirinhas amazônicas, centrando as análises nas estratégias comunicacionais e de consumo na marca Filha do Combu, empresa localizada no Combu e de propriedade de Izete Costa, a Dona Nena, como é popularmente conhecida. Para esta pesquisa utilizaram-se as seguintes metodologias: observação participante, realizada no ponto de venda, para obter compreensões acerca das estratégias de divulgação, venda e alguns dos comportamentos dos consumidores; entrevistas com o setor administrativo e estratégico da empresa; netnografia, com o intuito de coletar e analisar informações online sobre a empresa e seu públicoalvo; análise de material comunicacional dos conteúdos impressos e digitais da empresa, sobretudo na rede social digital Instagram e no site www.vidacaboca.com.br e revisões de produções científicas e bibliográficas, O estudo baseia-se na análise dos processos de origem, produção e divulgação do chocolate, bem como dos demais produtos e experiências oferecidas pela Filha do Combu, e das estratégias de construção e divulgação da marca Filha do Combu ao inserir, nas suas ações comunicativas, de consumo e de construção de marca, conceitos de sustentabilidade, ambientabilidade e marketing de experiência. A pesquisa ainda apresenta alguns dos desafios e negociações mercadológicas que a empresa realiza ao considerar como o consumo do chocolate do Combu pode despertar memórias afetivas e de representatividade midiática, o que acaba por demarcar e construir conceitos, valores e status representados pela empresa e faz uso dos diferenciais de mercado advindos da própria marca representada pela Amazônia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Apuração, desinformação e whatsapp na rotina jornalística: os atravessamentos da pandemia de Covid-19 nas redações de TV de Belém (PA)(Universidade Federal do Pará, 2023-06-02) SILVA, George Luiz Miranda da; CUNHA, Elaide Martins da; http://lattes.cnpq.br/3778190981135428; https://orcid.org/0000-0001-7723-7055Assim como outras atividades, o Jornalismo também precisou se adaptar ao chamado “novo normal” com a chegada da pandemia de Covid-19. O WhatsApp - que já era bastante utilizado pelas emissoras de TV de Belém (PA) - se tornou ainda mais estratégico para a produção de telejornais após o início da crise sanitária. Os produtores e produtoras passaram a acumular funções e a utilizar ainda mais o aplicativo no tráfego de conteúdo e no contato com o público, personagens, especialistas e fontes oficiais. Diante disso, a proposta desta pesquisa foi investigar quais procedimentos foram adotados por esses profissionais para filtrar e apurar as informações que chegam às redações, por meio do aplicativo, após março de 2020, mês em que o Pará registrou o primeiro caso de Covid-19 e as medidas restritivas começaram a ser implementadas no Estado. O trabalho também se propõe a indicar o perfil dos profissionais que integram o quadro de produção jornalística das emissoras de TV da capital paraense, incluindo gênero, faixa etária e tempo de profissão, além de mapear a percepção destes profissionais sobre o combate à desinformação, os desafios do cargo e a defesa do Jornalismo em tempos de tantos ataques sociais e institucionais à imprensa. A pesquisa é amparada nos conceitos de Desordem da Informação (WARDLE e DERAKHSHAN, 2017), Cultura Participativa (JENKINS, 2009), Interatividade (LEMOS, 1997), entre outros. Para alcançar os objetivos deste estudo, adotou-se metodologia de abordagem qualitativa e utilizou-se as técnicas de aplicação de questionário online, que contemplou 28 profissionais de seis emissoras de Belém, além de entrevistas semiestruturadas e observação participante. Os resultados da pesquisa apontam que 100% dos entrevistados utilizam o WhatsApp na rotina de trabalho e a maioria se sente responsável pelo combate à desinformação, embora alguns tenham ficado em dúvida se já colocaram um conteúdo no ar sem a devida apuração. Os procedimentos de checagem mais comuns entre os produtores são: pedir mais informações ao denunciante, pesquisar o assunto na internet e pedir posicionamento a fontes oficiais. Quanto ao perfil dos profissionais, o estudo evidencia que o quadro de produção das emissoras é formado, majoritariamente, por profissionais jovens e com pouco tempo de carreira. A pesquisa também aponta que os profissionais enfrentam conflitos na realização de seus trabalhos, principalmente pelo acúmulo de funções e precarização da profissão.
