O Som automotivo: patrimonialização, política e mercado

Esta pesquisa investiga o pedido de patrimonialização do som automotivo que ocorreu pela Câmara Municipal de Belém-PA, em especial no levantamento das condutas dos agentes nos instrumentos utilizados no processo, e analisa as relações de valorização que envolvem os bens culturais imaterais. Em seu decorrer, apresenta o movimento cultural do Som Automotivo, sua prática, sua produção e suas representações sociais, o que aprofunda as relações entre a cultura e o consumo moderno. Foram coletados dados de campo sobre cultura, identidade e bem cultural nas cidades de Belém (PA), Imperatriz (MA), Chapecó (RS) e Osasco (SP). O trabalho de campo utilizou das técnicas de entrevista, observação direta, com levantamento em jornais, sites, redes sociais, pesquisa bibliográfica, participação em eventos do movimento cultural (festas, encontros e campeonatos), além de uma exposição dos carros automotivos na Universidade Federal do Pará, em 2018, e da criação de uma rede de interação virtual e presencial, por meio da rede social WhatsApp. Finalmente, reflete sobre as condutas e os instrumentos utilizados sob a chancela do Estado para o reconhecimento de valores e interesses culturais constítuídos socialmente durante o processo patrimonial, a partir de sujeitos históricos e de uma política e prática nacional, e que confluem para uma desordem no modo de fazer patrimonial em que se inserem. Observa-se, outrossim, a formação de expressões culturais sonoras na sociedade moderna, a partir de um imaginário político-cultural e de uma cultura híbrida de massa com estilos de vida diversificados.