O papel da governança na Floresta Nacional do Carajás para o efetivo desempenho na conservação da cobertura florestal

As unidades de conservação são estratégias de preservação e manutenção dos remanescentes florestais e biodiversidade dos biomas locais, assim como para o equilíbrio do manejo sustentável e a mitigação as mudanças climáticas. O uso da terra em áreas protegidas pode ocasionar o declínio das áreas florestais nesses espaços, fazendo com que o objetivo de criação proposto para a criação da Unidade de Conservação, seja ineficaz. Uma governança eficaz e equitativa pode auxiliar na busca do desenvolvimento sustentável nessas áreas. No presente estudo foram avaliados os efeitos da governança na gestão da Floresta Nacional do Carajás para a conservação da cobertura florestal na região, compreendendo como as práticas de governança impactam o desempenho das ações de conservação. Foram utilizadas imagens geoprocessadas de uso da terra, provenientes do Mapbiomas dos anos 1998, 2004, 2010, 2016 e 2022 bem como uma análise qualitativa das atas de reuniões do conselho consultivo dos anos de 2018 a 2023. Constatou-se que as atividades de mineração e pastagem são crescentes na FLONA, assim como a perda de formação campestre e afloramentos rochosos. Mesmo com a perda de vegetação campestre, os remanescentes dos tipos florestais tiveram pouca perda dentro desses espaços. As atas mostraram uma participação ativa nas discussões para a conservação ambiental diante da mineração, porém, as ações para atividades de pastagens são inexistentes. Foram discutidos também a proposta do novo zoneamento para a extração de minérios em outras zonas na FLONA. Ainda que discutidas, as ações diante das atividades propostas ainda são pequenas, levando ao crescimento da mineração e pastagem no local e consequentemente, a perda de vegetação. Para alcançar um desempenho efetivo na conservação da cobertura florestal, é essencial investir na melhoria contínua da governança, promovendo uma gestão ambiental mais integrada, transparente e ativa, visando ações a todas as atividades antrópicas de uso da terra e uma educação ambiental mais assertiva, inclusiva e dinâmica.