Teses em Teoria e Pesquisa do Comportamento (Doutorado) - PPGTPC/NTPC
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2334
O Doutorado Acadêmico iniciou-se em 2000 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento (PPGTPC), que integra o Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento (NTPC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Teoria e Pesquisa do Comportamento (Doutorado) - PPGTPC/NTPC por Orientadores "MAGALHÃES, Celina Maria Colino"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Fragilidade e condições de saúde de idosos ribeirinhos da Amazônia: indicadores epidemiológicos e aspectos subjetivos(Universidade Federal do Pará, 2017-12-12) NASCIMENTO, Rodolfo Gomes do; PINTO, Denise da Silva; http://lattes.cnpq.br/9586650002626739; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051A presente tese teve como proposta compreender as interações entre os indicadores de fragilidade biológica e condições de saúde de idosos em contexto ribeirinho amazônico. Para tanto, foi realizada uma pesquisa de caráter explicativo-correlacional com 108 idosos na região das ilhas do município de Cametá, Pará. Estruturalmente, a tese está organizada em quatro estudos empíricos. O primeiro estudo permitiu compreender as particularidades das rotinas e do modo de vida desses idosos, bem como as condições habitacionais do contexto ribeirinho. A despeito das condições de habitação e saneamento, a maioria das moradias utilizava geradores de energia particular, abastecimento de água misto e não estava conectado à rede de esgoto, além disso, tinha variados bens de consumo. Sobre o grau de satisfação em relação ao ambiente domiciliar, os mesmos denotaram percepções positivas para todos os domínios investigados. Somado a esses dados, percebeu-se que a maioria dos idosos enfaticamente manifestava apego ao contexto ribeirinho amazônico, apontando o desejo de permanência nesses locais. No segundo estudo, referente às características demográficas e socioeconômicas, viu-se que a maioria dos idosos era do sexo masculino, com idades entre 60 a 69 anos, com cor da pele parda, eram casados, com cinco ou mais filhos e com convivência predominante em seus domicílios com cônjuges e descendentes. A maioria era de indivíduos alfabetizados, com ensino fundamental incompleto, com renda pessoal até um salário mínimo e familiar entre um a dois salários mínimos, aposentados e sem trabalho formal, donos das próprias moradias e exercendo chefia no seio familiar. Ainda houve o predomínio entre aqueles que não recebiam auxílio de programas governamentais e de idosos com prática religiosa católica. O terceiro estudo apresenta e discute os aspectos multidimensionais de saúde. Em geral, os dados apontaram para o predomínio de idosos que avaliaram como regular a sua própria saúde e na comparação social lateral houve o predomínio dos que consideraram sua saúde melhor. A maioria relatou excelente nível de suporte social, não apresentava polipatologia, polifarmácia, nem internação recente. As principais comorbidades relatadas foram doenças reumáticas e problemas oftalmológicos e a maioria usava poucos medicamentos. Quanto ao acesso aos serviços de saúde, a maioria relatou que caso houvesse necessidade conseguiriam acessar. Houve o predomínio de idosos com história pregressa de tabagismo, sem o hábito etilista e com uma percepção positiva sobre a prática alimentar. Eram em maioria eutróficos, porém apresentavam fator de risco cardiovascular, não apresentavam indicativo de sarcopenia e eram em maioria normotensos. Além disso, não apresentavam comprometimento cognitivo, indicativo de sintomas depressivos nem histórico recente de quedas. Com relação à capacidade funcional, houve o predomínio daqueles com excelente desempenho para AIVD e ABVD. No quarto e último estudo, discutem-se a fragilidade biológica, operacionalizada pelo fenótipo proposto por Fried et al. (2001) e suas associações com os indicadores multidimensionais. Os resultados apontam para uma baixa prevalência desta síndrome (9,3%) sendo a maioria da amostra classificada como idosos não-frágeis (51,9%), confrontando o que outras pesquisas com idosos urbanos evidenciam. O domínio do fenótipo que mais contribuiu para a determinação da fragilidade foi a “exaustão” (30,6%) e os principais fatores associados foram: idade mais avançada, chefia familiar, trabalho, risco cardiovascular, declínio cognitivo, sintomas depressivos, comorbidades múltiplas. Dado o ineditismo desta tese, os resultados permitem notar que a ação conjunta entre os fatores de natureza biológica, psicológica, social, histórica, ecológica e cultural interagem e influenciam-se reciprocamente conferindo desenvolvimento e uma baixa condição de fragilidade biológica entre os idosos ribeirinhos investigados. Por fim, espera-se que estas evidências motivem a realização de novas pesquisas sobre desenvolvimento/envelhecimento nestes contextos.Tese Acesso aberto (Open Access) Maus-tratos contra crianças e adolescentes: limites e possibilidades de atuação de profissionais de saúde(Universidade Federal do Pará, 2015-04-17) VELOSO, Milene Maria Xavier; MAGALHÃES, Celina Maria Colino; http://lattes.cnpq.br/1695449937472051; https://orcid.org/0000-0002-1279-179XA questão dos maus-tratos contra crianças e adolescentes se constitui em um sério problema de saúde pública, visto que pode produzir morbidades e/ou mortalidade, além de problemas para o seu desenvolvimento em todo ciclo de vida. Nesse sentido os profissionais de saúde tem um papel importante na identificação, notificação e atendimento dos casos. O presente trabalho objetivou investigar a percepção de profissionais de saúde sobre maus-tratos contra crianças e adolescentes, suas atitudes e dificuldades para o manejo desse fenômeno, bem como analisar o perfil das notificações de violência realizadas no município de Belém-PA para propor possibilidades de atuação. O estudo foi desenvolvido a partir de dois eixos: dados secundários coletados no Sistema de Notificação de agravos de Notificação (SINAN-Net), do município de Belém-PA, no período de 2009 a 2013, e dados primários, a partir da aplicação de dois questionários estruturados em 174 profissionais de saúde da atenção básica de um Distrito Administrativo do mesmo município. Os dados foram analisados a partir do programa BioEstat 5.3.Foram identificados 6.381 casos de violência contra crianças e adolescentes notificados no período. O tipo de violência mais prevalente foi a sexual, associada à violência física e/ou psicológica, com média anual de 89,55% para meninas, com maior prevalência na faixa etária de 11 a 14 anos (39,97%). Para os meninos a violência sexual também foi o tipo mais prevalente (74,48%), seguida da violência física, porém, mais frequentemente na faixa-etária de 6 a 10 anos (42,46%). A violência foi principalmente praticada por indivíduos identificados como amigos ou conhecidos, seguido do padrasto. O estudo, realizado com os profissionais da saúde, demonstrou que cerca de 30% referiu nunca ter percebido uma criança e ou adolescente vítima de algum tipo de violência em sua rotina de trabalho, com destaque para os agentes comunitário de saúde. A negligência foi percebida por 60,74% dos profissionais, todavia somente 19,05% desses relataram tê-la notificada. Por outro lado, a violência sexual foi a menos referida (24,14%), porém exibiu maior taxa de notificação (50,0%). A violência física foi notificada somente por 39,47% dos profissionais que a identificaram e a violência psicológica, por 34,88%. Entre os técnicos de nível superior 50,0% disseram não conhecer a ficha de notificação e 86,11% nunca a utilizaram. Além disso, 25,82% relataram ter sofrido algum tipo de violência na infância e/ou adolescência. Os dados demonstram a urgência de políticas públicas direcionadas às famílias e a comunidade para que os ciclos de violência contra crianças e adolescentes sejam interrompidos e para incentivar outras possibilidades de convivência comunitária sem violência. Aliado a isso, é indispensável uma política de educação permanente voltada aos profissionais de saúde, para que os dispositivos legais possam ser efetivados na prática cotidiana desses profissionais, garantindo a proteção integral às crianças e adolescentes a partir de ações intra e intersetoriais.
