Teses em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (Doutorado) - PPGDSTU/NAEA
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2297
O Doutorado Acadêmico em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido pertence ao Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (PPGDSTU) do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos (NAEA) da Universidade Federal do Pará (UFPA). O Doutorado em Ciências – Desenvolvimento Socioambiental iniciou em 1994, absorvendo o debate crítico de ponta na época nos temas sobre desenvolvimento, planejamento e questões ambientais.
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Navegando Teses em Desenvolvimento Sustentável do Trópico Úmido (Doutorado) - PPGDSTU/NAEA por Orientadores "FIGUEIREDO, Silvio José de Lima"
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Tese Acesso aberto (Open Access) A Arte popular na Amazônia (Ilha do Marajó): a salvaguarda de um patrimônio imaterial pela sua reinvenção artística(Universidade Federal do Pará, 2019-12-02) BOUTTEVILLE, Monique Sobral Delamare de; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800; LÉGERET, KatiaEsta pesquisa está localizada na região amazônica, mais precisamente na ilha de Marajó, e se interessa por algumas de suas práticas artísticas tradicionais: o carimbó, dança e música tradicional comuns no Estado do Pará e em certas regiões amazônicas, incluindo o Marajó, e a pratica da contação. As obras de artistas carimbó e contadores de histórias da ilha são solidárias com as populações locais e produzem marcos que contribuem para a construção da identidade dos marajoaras (habitantes da ilha). Eles ajudam a combater a invisibilidade das populações da Amazônia, produzidas por fortes interesses econômicos e pela falta de políticas públicas eficientes na região. O não reconhecimento, pelas autoridades, desses territórios - tão imaginários quanto geográficos e pertencentes aos amazônicos / marajoaras - acentua os mecanismos de submissão impostos à população local. É por isso que questionamos as possíveis condições para a continuação dessas práticas na ilha do Marajó, como atos estéticos e sociais de oposição a um esmagamento poliformico e com objetivo simbólico, institucional, econômico e político. Assim, o problema central, ao qual estamos tentando responder com nosso estudo, questiona a possibilidade de uma "salvaguarda viva" desses patrimônios culturais intangíveis.Tese Acesso aberto (Open Access) O Carimbó é do carimbó: culturaS, sabereS e políticaS(Universidade Federal do Pará, 2019-09-30) BOGÉA, Eliana Benassuly; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800A Constituição Federal de 1988 como Marco Regulatório da Redemocratização do Brasil dá forma ao nosso trabalho através da livre apropriação da organização desse texto legal para travarmos debates próprios do nosso tempo. Nessa perspectiva, apresentamos nossa problemática em giras/rodas de carimbó tal e qual vivenciamos o processo de construção da tese em aproximadamente dez anos de convívio com o movimento social organizado do carimbó que nos motivou compreender/questionar os conflitos internos/externos identificados e cuja preocupação foi enxergarmos as pessoas, mulheres/homens, do carimbó que permanecem carimbozeirXs mesmo quando fora da cena. Assim sendo, nosso referencial teórico ultrapassa o objeto de pesquisa para reconhecer um corpus carimbozeiro e com isso cunharmos o que denominamos de campo daS culturaS e nesse espaço social identificarmos/destrincharmos aS culturaS como direitoS antes/durante um Brasil pós-golpe de 2016. No Título Do Carimbó, percorremos os saberes e políticas de dentro e de fora da cena, significa que Xs carimbozeirXs nos interessam mais do que o carimbó expressão artística e manifestação cultural largamente tratado em outros trabalhos científicos. Nossa gira/roda derradeira ecoa nossas esperanças de que este trabalho contribua para compreender e agir num Brasil e num planeta que nos transformam em estrangeiros de nós mesmos.Tese Acesso aberto (Open Access) Corpo de Cristo, máscaras de diabos: etnopolítica e espaços de performance nos Diablos Danzantes de Yare, Venezuela(Universidade Federal do Pará, 2019-08-22) FERREIRA JÚNIOR, Amarildo; ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth; http://lattes.cnpq.br/0087693866786684; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2713210031909963Esta pesquisa analisa as relações sociais dos Diablos Danzantes de Yare, confraria eucarística do centro-norte venezuelano, através das quais situa e elucida a complexidade simbólica e sociopolítica dessa festa e de seu respectivo campo social, denominado por Campo Festivo dos Diablos de Yare. Sua proposta diz respeito à compreensão da experiência de ser e estar no mundo e da produção de sentidos dos Diablos de Yare em face aos agenciamentos e às reflexividades pelas quais passam, considerando sua trajetória histórico-social, que fê-los ocupar o centro da festa de Corpus Christi na Venezuela. Caracterizado como uma pesquisa interdisciplinar, este estudo orienta-se por três princípios fundamentais, mutuamente influenciados e organicamente vinculados, os quais consistem no pensamento relacional na construção social da pesquisa; na nova cartografia social como etnografia fundamental à investigação; e na proposição de uma possibilidade de integração praxiológica entre os referenciais teóricos e os quadros obtidos com os trabalhos empíricos realizados, denominada como experiência de ensamble. Realizado na Parroquia San Francisco de Yare do Município Simón Bolívar (Estado Miranda, Venezuela), a pesquisa coletou dados em trabalhos de campo mediante realização de entrevista não diretiva, entrevista diretiva, observação direta, registros audiovisuais e fotográficos, georreferenciamento, e oficina de cartografia social, com concomitante pesquisa bibliográfica e documental. Em seu decorrer, o estudo faz a apresentação contextual do conjunto de festas denominadas por Diablos Danzantes de Corpus Christi de Venezuela, apresenta denso relato etnográfico acerca dos Diablos de Yare, discorre sobre a concretização das segundas vida e vinda cristã na localidade durante os dias de realização da festa e discute as práticas de constituição, distribuição espacial e acionamento de sensos políticos e sociais de expressões incorporadas em espaços de performance, instaurados por meio do que define por processo etnopolítico dos Diablos de Yare. Por fim, a pesquisa realiza a ultrapassagem do entendimento da festa-fato para a apreensão da festa-questão no evidenciamento dos Diablos de Yare enquanto corpos que ressonam especificidades históricas, simbólicas e políticas para compreensão de processos sociopolíticos e culturais que constituem e configuram o local e o nacional na Venezuela.Tese Acesso aberto (Open Access) Direito de permanecer: turismo de base comunitária e desenvolvimento endógeno na Ilha de Marajó - Pará - Brasil(Universidade Federal do Pará, 2024-03-19) BOULHOSA, Marinete da Silva; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800; https://orcid.org/0000-0002-6810-1639A presente tese analisa o turismo de base comunitária na ilha do Marajó, protagonizado pelas comunidades litorâneas do Caju-una, Céu e Pesqueiro, do município de Soure, que fazem parte da Reserva Extrativista Marinha de Soure, na busca de entender como as comunidades locais estão se apropriando do turismo. O objetivo é compreender como essa forma de desenvolver o turismo pode contribuir para o desenvolvimento endógeno e para a autonomia dessas comunidades. Para alcançar essa análise e compreensão, tem-se como objetivos específicos: identificar as experiências de turismo comunitário na Ilha do Marajó, enquanto prática social coletiva; analisar as formas de organização local para o desenvolvimento do turismo de base comunitária, os agentes e atividades envolvidos no processo; caracterizar os perfis dos turistas/visitantes e analisar os processos de socialização dessas experiências turísticas e as conexões com o trade turístico; e problematizar as políticas públicas relacionadas ao turismo na Ilha. A análise das práticas de turismo de base comunitária, foi embasada nos princípios do desenvolvimento endógeno, que valoriza os recursos locais e a participação das comunidades no processo de desenvolvimento, e do pós-desenvolvimento, que questiona as noções tradicionais de desenvolvimento trazendo a centralidade e resistência do lugar. A pesquisa também considerou as perspectivas da decolonialidade, buen vivir e ecossocioeconomia, que propõem uma visão não eurocêntrica e mais holística do desenvolvimento, considerando as relações de poder e as cosmovisões das comunidades locais. A pesquisa é de natureza aplicada, com uma abordagem qualitativa e quantitativa, com objetivos exploratórios, descritivos e explicativos, e procedimentos de pesquisa bibliográfica, pesquisa de campo e pesquisa-ação. Os resultados da pesquisa apontaram para o surgimento de um processo embrionário de turismo no Marajó que se dá a partir das iniciativas locais, que apesar dos problemas e limitações que apresenta, tem gerado benefícios socioeconômicos às comunidades, em contraposição ao modelo de turismo convencional excludente que ocorre há décadas no Marajó. Os resultados da tese contribuirão para a compreensão das práticas de turismo de base comunitária na ilha do Marajó e para a reflexão sobre alternativas mais justas e democráticas de desenvolvimento, considerando as especificidades locais e as perspectivas das comunidades.Tese Acesso aberto (Open Access) Jardins botânicos: preservação, práticas sociais, gestão e turismo no ambiente urbano(Universidade Federal do Pará, 2019-08-28) CARDOSO, Silvia Laura Costa; MIRANDA, Elis Araujo; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800; https://orcid.org/0000-0002-6810-1639Esta tese analisa a dinâmica no campo de relações da gestão em jardins botânicos urbanos. O objetivo principal da pesquisa foi analisar os processos de gestão implementados nos jardins botânicos urbanos de Belém do Pará, a partir das relações entre os agentes do campo dos jardins botânicos e suas gestões, e, da configuração de um campo relacional por meio das políticas públicas urbana e de meio ambiente e seus desdobramentos no planejamento e na gestão, em espaços públicos verdes urbanos: o Bosque Rodrigues Alves – Jardim Zoobotânico da Amazônia, o Museu Paraense Emilio Goeldi – Parque Zoobotânico e o Parque Naturalístico Mangal das Garças, a fim de compreender se as práticas que qualificam os jardins botânicos influenciam o gerenciamento desses espaços públicos. Paralelamente, apresenta a análise das experiências de gestão nos jardins botânicos urbanos de Brasília, Recife, Rio de Janeiro e Curitiba, cujo objetivo foi identificar as características dos processos de gestão implementados que favoreceram a compreensão do cenário dos jardins botânicos paraenses. O estudo, com caráter interdisciplinar, realiza uma intersecção teórico-metodológica e seu marco referencial é a abordagem do Campo Social associada ao estudo das dinâmicas caracterizadas pelos processos de gestão e pelas práticas sociais nos espaços públicos verdes urbanos. De cunho qualitativo, a pesquisa foi realizada com base em estudos exploratórios por meio da combinação entre pesquisa bibliográfica, análise documental, pesquisa de campo e survey, com observação simples e entrevistas não diretivas junto aos agentes que com eles se relacionam e/ou influenciam. As idiossincrasias são evidenciadas entre discursos e práticas de gestão ambiental. As formas de gestão analisadas ainda apresentam lacunas e dificuldades para uma atuação mais ampliada, pois os aspectos ambientais apresentam-se como uma temática periférica e pouco articulada com as demais políticas ambientais e urbanas. A implementação de jardins, por si só, não garante a sustentabilidade dos recursos naturais de forma efetiva, seja pela descontinuidade na manutenção de sua infraestrutura e de seu pessoal, ou ainda pelo baixo envolvimento dos agentes sociais que se relacionam direta ou indiretamente com o espaço verde. Dadas as diferentes formas de gestão, não é possível afirmar qual o melhor modelo para gerenciar um jardim botânico urbano em função das peculiaridades locais. Portanto, o que deve haver é mais de uma forma de gestão a ser implementada por cada jardim, conforme suas necessidades e interesses, sendo que, para alcançar os desafios que se apresentam depende da maneira como serão implementadas as ações necessárias, levando-se em conta que a capacidade institucional deverá ser objeto de ações específicas e contínuas, aliadas à maior participação democrática popular na tomada das decisões. A atuação dos jardins botânicos na RBJB ainda é incipiente, devido à desarticulação política entre os membros, à vulnerabilidade do fortalecimento e da cooperação da organização das instituições, enquanto promotoras das políticas públicas para jardins botânicos, atreladas à baixa participação social. Estes são fatores relevantes a serem considerados na formulação de uma proposta de gestão ambiental efetiva.Tese Acesso aberto (Open Access) O Lazer e as relações socioambientais em Belém - Pará(Universidade Federal do Pará, 2012-06-18) BAHIA, Mirleide Chaar; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800Esta tese desenvolveu uma análise sobre a dinâmica do campo relacional do lazer em Áreas Verdes Públicas Urbanas. O objetivo principal foi analisar as vivências de lazer e sua intermediação nas relações socioambientais em Belém, a partir de uma trajetória balizada nas relações entre os agentes do campo do lazer; na configuração desse campo relacional, por meio das vivências em três dessas áreas, quais sejam, o Bosque Rodrigues Alves Jardim Zoobotânico da Amazônia, a Praça Batista Campos e o Parque Estadual do Utinga, e nos programas, projetos e ações de lazer e meio ambiente existentes nas mesmas. Como opção teórico-metodológica, foram seguidas as orientações propostas por Pierre Bourdieu, explorando seu referencial teórico-metodológico nas investigações e os conceitos de campo e de habitus, mas também se alicerça em teorias que tratam do lazer, da urbanização de Belém, de natureza e de Áreas Verdes Públicas Urbanas. De cunho qualitativo, esta pesquisa foi realizada com base em estudos exploratórios, por meio da combinação entre levantamento bibliográfico, análise documental e pesquisa de campo, com observação simples e entrevistas não diretivas. Foi possível observar que há o reconhecimento da existência do lazer institucionalizado, já que na sociedade moderna o espaço e o tempo nas grandes metrópoles passa a adquirir esse caráter, mas também fica evidente que o cidadão vivencia o lazer como prática livre, como necessidade humana, muitas vezes se utilizando deste como intermediador de suas relações com a natureza. Neste sentido, percebeu-se que existem diversas formas de relações nessas áreas e um lazer de qualidade poderia melhorar tais relações. Entretanto, no campo relacional do lazer em Áreas Verdes Públicas Urbanas, algumas instituições representantes do poder público que deveriam estar presentes nessas áreas e atuar de forma direta no referido campo, mostram-se ausentes.Tese Acesso aberto (Open Access) Memórias e resistências: os marcos sociais da memória de feirantes e moradores do bairro da Terra Firme, em Belém-PA(Universidade Federal do Pará, 2018-09-11) SILVA, Ana Cláudia dos Santos da; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800Esta pesquisa apresenta elementos de base teórico-metodológica para a reflexão sobre a relação entre memória social/individual, sociabilidade e pertencimento nas cidades modernas. Com o objetivo de caracterizar os marcos sociais da memória coletiva do bairro da Terra Firme, em Belém do Pará, a partir das formas de interação, estratégias e táticas de resistência e configuração de identidades de seus atores (feirantes e antigos moradores) e o fortalecimento do sentimento de resistência e pertencimento ao lugar percebido nas suas trajetórias e experiências de vida. Propõem-se como recorte do estudo os espaços públicos que compreendem a feira, o mercado e as ruas circundantes, onde ocorrem as práticas cotidianas representadas pelas trocas, conversas com linguagem própria, formas específicas de fazeres e saberes que caracterizam a identidade do bairro. Entende-se que esses espaços se configuram como espaços de memória, de interações e de práticas relacionadas ao cotidiano. A Feira e o Hortomercado, juntamente com as lutas sociais, são entendidos como catalizadores das singularidades e regularidades do bairro, onde a cena da vida cotidiana se apresenta nas diversas formas de sociação, sociabilidade, interações e conflitos. Como metodologia foram utilizadas a História Oral, para a coleta de relatos das narrativas de memória dos atores sociais do bairro (moradores e feirantes), mostrando seus percursos biográficos e as formas de pertencimento e suas estratégias para reforçar os laços sociais e resistência à ausência de diversas políticas públicas. Outra metodologia utilizada foi a etnografia de rua (ECKERT, 2003), que consiste em caminhadas pelas ruas do bairro, visando à descrição dos espaços da rua, feira e hortomercado, além da observação das interações sociais que se estabelecem nesses espaços. As narrativas dos moradores expressam o seu apego pelo bairro e seus espaços de vivência e pertencimento. Suas histórias de vida levam a perceber a sua realidade, pautada na resistência pela luta cotidiana em busca de uma vida melhor. Partindo destes relatos, identificam-se quatro marcos de memória que envolvem aos quadros espaciais e temporais de feirantes e moradores do bairro: 1) Paisagem do passado de florestas e águas; 2) o presente da rua e da lama; 3) os movimentos sociais: as lutas para sobrevivência; 4) a Feira e Hortomercado, espaços de trocas e conflitos. Estes marcos foram identificados no sentido que estabelecem uma linha divisória convergente para o passado de luta e resistência no bairro da Terra Firme.Tese Acesso aberto (Open Access) A participação no turismo em cenário de mudanças políticas: instância de governança regional no Alto Tapajós, Estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2023-12-20) FARIAS, Kassia Suelen da Silva; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800; https://orcid.org/0000-0002-6810-1639Diante do novo panorama democrático do Brasil (2018 a 2021), esta pesquisa tem como objetivo central analisar a participação dos agentes da Instância de Governança Regional no campo da Região Turística do Alto Tapajós. Tal proposta está centrada na hipótese de que embora a institucionalização das Instâncias de Governança Regionais (IGRs) tenha sido reforçada no cenário político dos últimos quatro anos do governo federal, e esteja dando (oficialmente) respostas aos anseios participativos, a forma como ela está se concretizando na rede de turismo do Pará fragiliza o cumprimento dos preceitos da participação. Assim, estimula uma confusão entre o processo participativo e o processo mercadológico, na medida em que conferem aos espaços participativos finalidades jurídicas e financeiras, para que se adequem às exigências do mercado. Decorrente disto, o modelo participativo proposto, com a formalização e institucionalização, direciona para fins que não dão conta da pluralidade dos agentes envolvidos na dinâmica do campo do turismo. A análise tem como pressuposto teórico-metodológico o conceito de campo, que se trata de uma ferramenta importante, pois possibilita identificar as relações estruturadas pelo turismo em um dado espaço social (Bourdieu, 1996; 2004a; 2007; 2014). Trata-se do reconhecimento do objeto relacionado à um contexto e, principalmente, aos agentes que se inserem no campo do turismo, sem se esgotar a uma única natureza ou conhecimento. A pesquisa estrutura-se numa abordagem qualitativa, na qual se considera a necessidade de um aprofundamento das relações sociais, tendo-se como escolha metodológica a análise bibliográfica e documental. Recorre-se a realização de sistemáticas visitas de campo, realizadas em agosto e setembro de 2021, maio de 2022 e abril de 2023, no município de Itaituba. A visita de campo foi útil para descobrir e para fundamentar as problemáticas do estudo, possibilitando coletar informações referentes ao processo de mudanças no planejamento do turismo do Pará e da institucionalização das instâncias de governança de turismo. Além disso, foram realizadas entrevistas com agentes inseridos em um espaço social, dotados ao mesmo tempo de categorias de percepção e de apreciação (Bourdieu, 2007). A seleção dos agentes entrevistados levou em consideração a representatividade dos agentes na Instância de Governança Regional do Alto Tapajós. Os resultados revelam que a participação definida para as IGRs se distanciou da sua concepção original, tendo em vista que os instrumentos públicos voltados para o desenvolvimento do turismo e para a ampliação da participação no processo decisório do turismo cedem à lógica do funcionamento da empresa privada. O planejamento participativo, proposto pelo Programa de Regionalização do turismo (PRT) esvazia-se numa lógica de oferta e demanda da ação pública. A IGR Associação Desenvolvimento Turístico da Região do Tapajós (ADTUR), tem grande dificuldade para assumir as atribuições de coordenação na Região Turística, tendo em vista que não há uma articulação efetiva (interesse) dos gestores municipais da região, como também não há pluralidade de agentes, que possam garantir a participação apregoada pelo PRT. Outro fato importante é que existe uma sobreposição de interesses no campo da região turística do Alto Tapajós o que impede pensar a região para além de uma fronteira econômica.Tese Acesso aberto (Open Access) As Regiões turísticas do estado do Amapá e as políticas públicas(Universidade Federal do Pará, 2023-03-16) SANTOS, Christiano Ricardo dos; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800Esta produção científica, denominada tese de doutorado, intitulada “As regiões turísticas no estado do Amapá e as políticas públicas”, exigiu a sistematização do objetivo geral que se apresenta em analisar a região turística no estado do Amapá e as políticas públicas. Para a realização da pesquisa, pôde-se contar com a metodologia da investigação científica, a partir dos princípios do devir constante, da dinamicidade que envolveu a investigação, buscando a sequência lógica de sua concretização. Portanto, o enfoque adotado foi qualitativo e quantitativo, de desenho não experimental, apresentando o nível exploratório descritivo, quando se utilizou como instrumentos de coleta de dados a entrevista aplicadas entre os gestores do turismo no estado do Amapá, agentes de produção do turismo e em instituições não governamentais e análise documental. Como resultado da investigação, inicialmente pelas abordagens aos investigados, constatou-se que as regiões turísticas do Amapá ocorrem de forma tímida, isolada e não apresenta suporte suficiente em todos os campos que se efetive o turismo. Com base nos respondentes e na análise documental, ficou clara a ausência de investimentos ao turismo no estado do Amapá, uma vez que não lança políticas públicas ao incentivo do turismo, mesmo considerando que o Amapá é rico em espaços naturais que são atrativos para turistas internos e externos, visto que, aos olhos de quem defende a preservação da natureza, o estado do Amapá já teria se manifestado ao enriquecimento turístico, tendo em vista que, na Amazônia Legal, registra ser o estado da federação brasileira que dispõe de 97% do ambiente em preservação e, diante disto, além de pontos turísticos, dispõe de belezas naturais que devem ser contempladas por todos, mas por um processo sistemático e responsável de turismo, para o estado, para a nação e para o mundo.Tese Acesso aberto (Open Access) Reserva de desenvolvimento sustentável Rio Negro (AM) e sua relação com o turismo de base comunitária: perspectivas de gestão local na Amazônia e percepção das comunidades(Universidade Federal do Pará, 2017-10-30) SOUSA, Roberta Maria de Moura; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800Esta tese teve como objetivo principal analisar o processo de gestão do Turismo de Base Comunitária (TBC) implantado na Reserva de Desenvolvimento Sustentável (RDS) Rio Negro (AM) e sua relação com as comunidades Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Tumbira, Santa Helena do Inglês, São Sebastião do Saracá, São Thomé, Santo Antônio do Lago do Tiririca e Nossa Senhora do Perpétuo Socorro do Acajatuba, localizadas na margem direita da RDS pertencentes ao município de Iranduba (AM) compondo o Mosaico de Áreas Protegidas do Baixo Rio Negro, considerando a atuação da Fundação Amazonas Sustentável (FAS) e do Estado. Para responder os questionamentos que nos inquietara, foi necessário elaborar um referencial teórico-metodológico que nos possibilitasse um entendimento das observações feitas em campo mediante um diálogo com a teoria. Diante disso, buscamos alicerçar o estudo em teorias que tratam do turismo articulando com a noção de uso do território, do espaço e lugar como aspecto social. De cunho qualitativo, esta pesquisa foi realizada com base em estudos descritivos, exploratórios, por meio do levantamento bibliográfico, análise documental e pesquisa de campo, com observação, entrevistas, narrativas orais, oficinas participativas para o planejamento do turismo e construção dos mapas mentais. Os resultados revelaram que em cada comunidade pesquisada há dificuldades em planejar o TBC e isso se perpetua principalmente pelas ações do Estado, no que diz respeito às políticas públicas em interpretar o turismo pela ótica econômica, distanciando-o de seus compromissos sociais e ambientais. Da mesma forma, foi possível observar que a FAS, atua suplementarmente ao Estado do Amazonas a implementação de políticas governamentais e projetos que contemplem o desenvolvimento turístico. Embora almeje novas práticas sustentáveis por meio do TBC, está atrelada a um processo político alheio aos princípios da sustentabilidade, e utiliza-se do discurso ambientalista para se integrar na sociedade e minimizar os conflitos e insatisfações das comunidades tradicionais, incutidas na gestão participativa. Nesse direcionamento, as instâncias decisórias no campo do planejamento e gestão do turismo promovem relações de poder e dependência sob a lógica da dominação do capital financeiro. Além disso, acredita-se que os moradores da RDS Rio Negro que se reconhecem e se identificam enquanto “povo do lugar”, se sente excluídos do processo de planejamento e gestão das atividades turísticas. Por outro lado, eles acreditam o TBC é um veículo potencial para transformação social e como alternativa de conservação da natureza, inclusão social, além de, ser capaz de gerar renda para a localidade. Finalmente, observou-se que a forma organizacional do turismo atende as preferências individuais, portanto não havendo a intenção de promover o desenvolvimento em uma perspectiva local.Tese Acesso aberto (Open Access) Turismo e políticas públicas na Amazônia brasileira: instâncias de governança e desenvolvimento nos municípios de Santarém e Belterra, oeste do estado do Pará(Universidade Federal do Pará, 2012) NÓBREGA, Wilker Ricardo de Mendonça; FIGUEIREDO, Silvio José de Lima; http://lattes.cnpq.br/2578700144404800O objetivo geral deste trabalho é analisar a dinâmica das instâncias de governança e governabilidade nos municípios de Santarém e Belterra, Oeste do Estado do Pará através das intervenções associadas ao Programa de Regionalização do Turismo (PRT). Para isso, foi necessário estabelecer seis objetivos específicos: 1) Identificar o processo de formação das instâncias de governança e governabilidade; 2) Identificar as características do processo decisório de governança e governabilidade adotada nos municípios de Santarém e Belterra; 3) Analisar a condução do PRT através da atuação das instâncias de governança e governabilidade; 4) Caracterizar as instâncias que atuam diretamente no PRT; 5) Investigar as relações desempenhadas entre as entidades representativas nas instâncias de governança e governabilidade; 6) Identificar o papel exercido pelas instâncias de governança e governabilidade voltadas ao desenvolvimento turístico. A metodologia do trabalho foi do tipo pesquisa descritivo-explicativa e exploratória sobre a relação entre governança, políticas públicas e turismo. Além do material bibliográfico, foi realizada uma coleta de dados in loco, através de formulários estruturados voltados aos representantes de instituições que compõem três (03) instâncias de governança nos municípios de Santarém e Belterra que interagem diretamente com o PRT: (Grupo Gestor/Santarém Belterra); (Conselho Municipal de Turismo - COMTUR Santarém); (Fórum Regional de Turismo – FORETUR Tapajós). Os dados foram analisados sob um extenso marco teórico como: Souza (2000; 2002); Barquero (2001); Bourdenave (1994); Boullón (2005); Schneider (2005); Azevedo & Anastasia (2002), entre outros. Os resultados obtidos apontam que elementos como: a) Processo eletivo dos integrantes das instâncias; b) Equilíbrio da representatividade da Instância; c) Desempenho das Instâncias, d) Participação qualitativa entre os membros da instância, e) Realização de avaliações sistemáticas do grupo, f) Quantidade e qualidade das parcerias firmadas pela Instância, e g) Disseminação e acesso das informações entre os integrantes da instância ainda carecem de um nível capaz de estimular o desenvolvimento local. A lógica de constituição de arenas públicas contemplaram muitos setores da sociedade, inclusive o turístico, portanto, em função do uso da racionalidade política instalada em arenas que discutem democraticamente as melhores decisões no campo do planejamento e gestão do turismo, constatou se que as arenas públicas que negociam o desenvolvimento turístico no Oeste do Pará estão atreladas a um processo de agregação de preferências individuais incutidas pelos representantes legais e não incorporaram uma dimensão deliberativa stricto sensu, que envolve também a formação e a transformação das preferências na construção do consenso e na discussão do dissenso. Além disso, acredita-se que as instâncias de governança são demasiadamente desestimuladas ao exercício da participação no processo de planejamento e gestão devido à sobreposição de ações desencadeadas pelo resultado de inúmeras tentativas fracassadas de políticas voltadas ao turismo na região desde a década de 1970. Finalmente observou-se que as instâncias de governança turística tomaram uma forma organizacional que atende as preferências individuais pautadas no aspecto unicamente econômico, em virtude do PRT está pautado na construção de produtos materializados a partir da construção de roteiros turísticos, ou seja, um viés comercial, portanto não havendo a intenção de promover o desenvolvimento em uma perspectiva local/regional.
