Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6713
O Doutorado Acadêmico iniciou-se em 2012 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC por Orientadores "FERRAZ, Antônio Máximo von Sohsten Gomes"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Apropriar-se: o acontecimento poético em contos de Clarice Lispector: (...à beira do abismo, estamos)(Universidade Federal do Pará, 2019-09-04) ATAÍDE, Luciana de Barros; FERRAZ, Antônio Máximo von Sohsten Gomes; http://lattes.cnpq.br/5982898787473373A presente pesquisa pretende identificar a relação entre Ser, linguagem e pensamento em narrativas de Clarice Lispector, tendo como referência, principalmente, contos que a escritora produziu ao longo da vida, desde as “Primeiras histórias” – narrativas produzidas na década de 1940 – até as “Últimas histórias” – produzidas na década de 1970. Ao todo serão estudadas vinte e uma narrativas nas quais vigora o Ser enquanto questão. Porém, excertos de outras narrativas também se farão presentes, já que a abordagem será permeada pela busca do acontecimento poético apropriante – Ereignis – por meio da problematização das noções de escrever e pensar, técnica e arte, ser-só e ser-com, finitude e singularização, Eu e Mundo. A intenção é mostrar o entrelaçamento ser-homem-linguagem-verdade sob o labirinto da questão da origem. Nas narrativas de Clarice emerge o projeto investigativo que visa a desdobrar a essência do homem que acontece como linguagem – já que ela é a casa do Ser e em sua habitação mora o homem – sendo esse um trabalho de escuta, compreensão e interpretação das Questões inerentes à condição humana. Assim, partindo do aporte fenomenológico-hermenêutico será possível estabelecer uma relação entre literatura de Clarice Lispector com pensadores como Martin Heidegger (especialmente), Merleau-Ponty, Gaston Bachelard, Manuel Antônio de Castro, dentre outros de grande relevância para este estudo. Outro referencial de grande destaque que dará suporte a este estudo é a obra O segundo sexo (1980) da pensadora Simone de Beauvoir dentro da linha do ‘tornar-se’ no que se refere à condição humana em possibilidades e também no que tange à relação assimétrica de gênero que tende a reduzir a liberdade feminina dentro da sociedade. Clarice não trabalhou apenas como a palavra, mas também com o pensar que proporciona a percepção do velar e desvelar do homem, possibilitando a este a apropriação de si mesmo, já que se trata de um dizer poético que se mostra como a dimensão fundante da condição humana, revelada por meio de uma força avassaladora por gestar uma nova visão de mundo que reside além da superficialidade cotidiana. Trata-se, portanto, neste estudo, de narrativas (contos) que expõem o trabalho artístico-literário de Clarice no qual a poesia habita na proximidade do pensamento construindo um dizer que evoca a essência da linguagem.Tese Acesso aberto (Open Access) Tornar-se: uma apredizagem poética pelos romances de Clarice Lispector(Universidade Federal do Pará, 2021-09-14) DOLZANE, Harley Farias; FERRAZ, Antônio Máximo von Sohsten Gomes; http://lattes.cnpq.br/5982898787473373“A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser humano”. A constatação que se encontra em Uma aprendizagem ou livro dos prazeres (1969), já nos lança na questão que norteia este diálogo com a obra romanesca de Clarice Lispector: a necessidade de “tornar-se um ser humano”. É possível interpretar essa necessidade de chegar a ser o que se é como procura que movimenta todo o gesto da escritura da autora brasileira. No procurar dá-se a tensão e a tessitura de um diálogo original que a totalidade da obra de Clarice, sobretudo por seus romances, estabelece com as raízes do pensamento ocidental e oriental. A partir desse diálogo é que se projeta o presente trabalho que pretende interpretar cada um dos romances de Clarice Lispector como manifestação da Aprendizagem Poética, quer dizer, como um trajeto possível de que dispõe o leitor para a compreensão de si na questão de ser. Deste modo, o trabalho articula uma ontologia que se põe a procura do sentido do ser como movimento criativo possibilitador de aberturas de/para outras possibilidades de realizações. Ao mesmo tempo, no ensaio de uma trama hermenêutica e ficcional que perpassa cada um dos romances da autora, propicia-se a percepção da maneira pela qual tal dinâmica se destina a cada ser humano (leitor) como convite para a própria realização na auto-procura em meio a linguagem (logos).Tese Acesso aberto (Open Access) Viajar e existir em Primeiras Estórias, de João Guimarães Rosa(Universidade Federal do Pará, 2022-01-10) CARVALHO, Taís Salbé; FERRAZ, Antônio Máximo von Sohsten Gomes; http://lattes.cnpq.br/5982898787473373Viajar e existir são questões originárias que nos lançam em pro-cura de nós mesmo, e se manifestam enquanto demanda pela palavra em busca de nos conhecermos enquanto entre-acontecer. Estas questões se dão em diálogo com uma das obras mais originais e originárias de João Guimarães Rosa, Primeiras Estórias, em que manifesta as questões primeiras nas quais o ser humano habita, e que vigoram enquanto linguagem por meio de enredos-questão, personagens-questão, imagens-questão que conduzem o leitor a se perguntar sobre o sentido do ser e da vida, em travessia, enquanto aprendizagem poética, rumo a desvendar a questão-mistério do livro: “Você chegou a existir? Este estudo nasceu com o objetivo de pesquisar como são manifestadas as questões do viajar e do existir em Primeiras Estórias, tendo como hipótese que, pelo diálogo com a obra literária, em que se percebe uma narrativa que projeta o leitor na e pela pro-cura do seu ser, somos lançados em travessia por buscar um educar poético que nos conduza à clareira do questionar, na qual habita o mistério entre o todo saber e o não saber, em busca do que nos é próprio — nossa humanidade, e, por isso, chegamos a existir? O método — méta (entre) hodós (caminho) — a ser percorrido enquanto escolha dos caminhos teóricos a serem tomados vai se desvelando pelo caminhar. Uma possibilidade de percurso para o acontecer dessa aprendizagem foi o educar poético que lança mão da circularidade hermenêutica enquanto processo de leitura–escuta da obra literária em que, ao dialogar com a obra e questioná-la, o leitor passa a ser por ela questionado, tentando cumprir seu destino: tornar-se humano em travessia: existir. Esta viagem-pesquisa se justifica, tendo em vista que em todo pro-curar vigora o diálogo entre a tensão — dobra entre ser e não-ser — e a tessitura — vigorar de um modo próprio no qual as questões desvelam-se no ser que se destina em cada humano — de um diálogo original que a obra de Guimarães Rosa estabelece com as raízes do pensamento ocidental, em que, em suas narrativas, a viagem-leitura se manifesta no existir, e vice-e-versa, enquanto um processo ontológico pelo qual cada ser humano é levado para além dos limites, habitando a dialética entre ser-e-pensar. No “Porto de chegada”, acolho a viagem e me acolho enquanto experiência poética de atravessamento, percebendo que é pela leitura amorosa de Primeiras Estórias que evidenciamos o trajeto ascensional do humano como projeto poético-existencial desta grandiosa obra de Guimarães Rosa: nossa aprendizagem poética que nos conduz ao existir.
