Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6713
O Doutorado Acadêmico iniciou-se em 2012 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC por Afiliação "EAUFPA - Escola de Aplicação da Universidade Federal do Pará"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Ensino e aprendizagem de línguas adicionais na complexidade: a emergência do método por projetos(Universidade Federal do Pará, 2024-08-22) CARNEIRO, Tiago da Fonseca; MAGNO E SILVA, Walkyria Alydia Grahl Passos; http://lattes.cnpq.br/6129530461830312; https://orcid.org/0000-0001-8572-147XA aprendizagem baseada em projetos (ABP) tem recebido cada vez mais atenção na discussão internacional e nacional, uma vez que visa aproximar os estudantes de questões cotidianas e de alta relevância em sua comunidade, bem como de competências e habilidades para a vida no século XXI, de forma que a aprendizagem de conteúdos escolares ocorra a partir da reflexão sobre esses problemas e desafios comunitários (Bender, 2014). A ABP atende, portanto, às demandas previstas na Base Nacional Curricular Comum (BNCC) pois torna a aprendizagem significativa no lugar e tempo em que ocorre. Entretanto, no contexto do ensino e aprendizagem de línguas adicionais (EALA), a inexistência de um método por projetos (MpProj) fundamentado em discussões próprias da Linguística Aplicada (LA) impõe desafios ao professor quanto à sua implementação, sobretudo ao considerar a sala de aula como um sistema adaptativo complexo (SAC). Em vista disso, o objetivo geral deste trabalho é propor o MpProj à luz da complexidade. Especificamente, os seguintes objetivos foram satisfeitos: 1) situar o MpProj na LA fazendo referência à abordagem do qual deriva, nomeadamente, a Abordagem Múltiplas Inteligências; 2) descrever como o desenho do MpProj opera como condição inicial para a ABP; e 3) indicar como a visão da sala de aula como um holograma pode apoiar o professor no uso do MpProj enquanto método complexo. No tocante à metodologia, realizamos uma pesquisa-ação com alunos do 1º ano do Ensino Médio de uma escola pública de Belém fazendo uso dos seguintes instrumentos de pesquisa: grupo focal, protocolo de observação e protocolo de avaliação. Os resultados indicam que a proposta do MpProj e a sugestão de procedimentos subjacentes mitigou a dificuldade de incorporar elementos da ABP ao EALA, em especial devido à emergência do eixo gerencial. Além disso, ratificou-se que o MpProj deva operar como condição inicial, de forma que seu desenho esteja aberto às contingências e que a visão da sala de aula como um holograma favorece a adaptação retroativa do desenho do método. De forma prospectiva, esperamos que o MpProj possa favorecer a implementação de um currículo bilingue na referida escola, uma vez que pode ser utilizado como método de outra abordagem, a “Aprendizagem integrada de conteúdo e língua” (Content and Language Integrated Learnig – CLIL).Tese Acesso aberto (Open Access) Entre cabeças, olhos e boca: transitanto por Moqueca de maridos e História do olho(Universidade Federal do Pará, 2020-12-22) FERNANDEZ, Rafaella Dias; LEAL, Izabela Guimarães Guerra; http://lattes.cnpq.br/2507019514021007Esta tese inicia-se com uma reflexão sobre a leitura do mito da criação e da destruição do mundo para os Tupinambá. A partir desta narrativa, surge um elemento fundamental para este povo: a terra sem mal. Após uma reflexão sobre a importância desta terra para os Tupinambá, constata-se que a vingança e a antropofagia são vetores de força e auxiliam a construir a memória deste povo indígena. Estes dois componentes, tão primordiais para os Tupinambá, surgem também como elementos essenciais para compreender as narrativas presentes no livro da antropóloga Betty Mindlin, Moqueca de Maridos – mitos eróticos indígenas. De autoria da antropóloga e de narradores indígenas de seis etnias: Makurap, Tupari, Wajuru, Djeoromitxí, Arikapú e Aruá. Vale salientar que os seis povos indígenas que constroem os registros dos mitos no livro derivam do tronco Tupi, tal qual os Tupinambá. Após a leitura, verificou-se a presença constante da vingança, assassinatos, tortura, erotismo e antropofagia. Com isto, propõe-se analisar o sentido simbólico de cada vetor destes presentes nas narrativas indígenas e sua provável relação com a novela História do Olho, de Georges Bataille. Essas duas leituras, longe de serem conflitantes, flagram a relação intrínseca que há entre dois campos tidos como distintos: os mitos indígenas e a literatura ocidental. Após uma análise investigativa, constatou-se que há pontos em que ambos aparentemente são ressoantes. Assim, em que sentido é possível pensar em convergências entre os mitos e a novela batailliana? Qual o sentido simbólico da violência, do erotismo e da antropofagia em ambos? Desta forma, o objetivo central desta tese é propor uma análise comparativa entre as obras e problematizar o sentido metafórico do erotismo, da antropofagia e da violência em cada uma das obras. A convergência entre a literatura francesa e os mitos eróticos indígenas foi pensada por Eliane Robert Moraes, estudiosa do erotismo no Brasil. A autora situa uma breve correspondência entre ambos ao afirmar que o imaginário indígena soa bastante familiar para quem conhece a moderna literatura erótica. Para realizar este trabalho, fundamentamo-nos principalmente dos estudos de Georges Bataille, O Erotismo (2013) e A literatura e o mal (2015), de Georges Didi-Huberman, A Semelhança Informe (2015), e do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, A inconstância da alma selvagem (2016). Deste modo, com o intuito de dar fôlego a um trabalho inédito de comparação entre ambos, visamos propor ressonâncias temáticas e ressaltar as diferenças nas duas leituras.Tese Acesso aberto (Open Access) Formação inicial de professores de Francês língua estrangeira no ensino remoto: a ótica da avaliação formativa no desenvolvimento do agir didático(Universidade Federal do Pará, 2022-06-28) ALVES, Luciana de Oliveira; CUNHA, Myriam Crestian Chaves da; http://lattes.cnpq.br/0057919162522146; https://orcid.org/0000-0002-9635-5054A presente tese de doutorado trata da formação à prática do docente de línguas-culturas estrangeiras, no âmbito da disciplina Estágio Supervisionado, vista como o espaço ideal para o desenvolvimento de competências profissionais de ensino, pois relaciona atividades específicas ao campo de estágio e atividades reflexivas, no campo da formação. Considera-se que, juntas, aumentam as chances de apropriação, pelos aprendentes, do métier de docente de línguas estrangeiras, em outras palavras do agir didático que precisam desenvolver para realizar, em sala de aula, as ações didático-pedagógicas que ajudem efetivamente seus alunos a aprender. Parte-se da hipótese de que a didatização do agir didático pode ser favorecida, no âmbito da Didática das línguas-culturas (HALTÉ, 1992; PUREN, 1999; DUPLESSIS, 2007), por meio de um dispositivo de formação que leve à apropriação de dimensões desse agir pela prática e pela reflexão sobre essa prática. Para isto, articula-se, do ponto de vista teórico: os aportes da avaliação formativa, enquanto abordagem didático-pedagógica e dispositivo de ação, neste caso, de formação docente (ALLAL, 1989; FERNANDES, 2020); os estudos sobre o agir docente (BUCHETON, 2008; 2019), que discutem as práticas docentes e/ou as interações dinâmicas da sala de aula; as pesquisas sobre os gestos profissionais (JORRO, 2004) e os gestos didáticos (DOLZ; SCHNEUWLY, 2009) do professor de línguas, bem como sobre os gestos do formador (PANA-MARTIN, 2015; GAGNON; DOLZ, 2018), que fornecem modelos e análises fundamentais para a compreensão do exercício da docência; os princípios e aparatos conceituais e metodológicos da Ergonomia da Atividade (SAUJAT, 2004a; AMIGUES, 2004, 2009) e da Clínica da Atividade (CLOT, 1999, 2010), que buscam ressituar o ensino como atividade profissional; e as pesquisas sobre a prática na formação docente e a profissionalização do ensino, especialmente no que diz respeito à reflexividade do professor (SCHÖN, 1983; PERRENOUD, 2001b; ALTET, 2010). O objetivo geral desta tese é contribuir para a elaboração de um modelo de didatização do agir didático, adotando a avaliação formativa como dispositivo de formação (SOUZA E SILVA, 2022) na formação inicial do professor de línguas estrangeiras, no âmbito da disciplina de Estágio supervisionado. Para isso, realizou-se uma pesquisa qualitativa, de tipo colaborativa (VINATIER; MORRISSETTE, 2015; DESGAGNÉ, 2001; MOTTIER-LOPEZ, 2020), em diálogo com o princípio metodológico de alternância na formação (PERRENOUD, 2001b; ALTET, 2010). A pesquisa foi desenvolvida totalmente na modalidade remota, no âmbito da disciplina Estágio supervisionado 1, do curso de Letras- Francês da Faculdade de Letras Estrangeiras Modernas da Universidade Federal do Pará, contando com um total de três participantes: uma professora-formadora, a pesquisadora colaboradora e uma estagiária. Chegou-se à conclusão de que o dispositivo proposto, graças ao duplo movimento, por um lado, de observação, análise e regulação que caracteriza a avaliação formativa e, por outro, de reflexividade e focalização nos gestos didáticos (SCHNEUWLY, 2009), favoreceu fortemente a didatização do agir didático – objeto de formação – e permitiu assim a apropriação da perspectiva didática na formação dos professores de Francês Língua Estrangeira envolvidos.Tese Acesso aberto (Open Access) Narrativas em silêncio: descrição e análise sociolinguística da Língua de Sinais de Fortalezinha-PA, Brasil(Universidade Federal do Pará, 2021-02-25) CHAGAS, Anne Carolina Pamplona; SOUZA, Ivani Fusellier; http://lattes.cnpq.br/7240672296199161; OLIVEIRA, Marilucia Barros de; http://lattes.cnpq.br/9728768970430501; SALLANDRE, Marie-AnneTrata-se de uma tese cujo objetivo é realizar a descrição e análise sociolinguística da língua de sinais emergente utilizada por uma micro comunidade de surdos que vive na Vila de Fortalezinha localizada no arquipélago de Maiandeua, município de Maracanã, estado do Pará. A descrição será seguida de análise sociolinguísticas, a partir do estudo de redes, a fim de se avaliar: a natureza dos vínculos e dos contatos estabelecidos na comunidade, a percepção e atitude linguística que esses falantes fazem da língua de sinais que utilizam e da língua de sinais institucionalizada (LIBRAS), bem como apontar as possíveis variações decorrentes do contato entre as duas línguas sinalizadas. Em decorrência do fenômeno complexo que se propõe a analisar, esta pesquisa se insere na confluência de três abordagens teóricas, quais sejam: a Antropologia Linguística de Duranti (1997, 2003, 2004) e os conceitos chaves de práticas socais e o método Etnográfico de Hymes (1962, 1996); Sociolinguística Variacionista, conforme Labov (1972), mais precisamente as definições de redes sociais de Bortoni-Ricardo (2011); a Teoria de Semiologia das línguas de sinais Cuxac (1983, 1996, 2000) o estudo de Línguas de Sinais Emergentes estabelecidos por Fusellier-Souza (2004, 2006), bem como nas categorizações propostas por Sallandre (2014, 2020 e 2021). O corpus que constitui o objeto de estudo desta pesquisa fundamenta-se em 49 registros audiovisuais de narrativas contadas pelos 10 surdos da micro comunidade da Vila de Fortalezinha e, também, entrevistas com 13 dos seus familiares e amigos. Ao todo, tem-se um total de 23 colaboradores. O corpus foi coletado em meio a encontros presenciais, iniciados e finalizados em 2017, por meio de pesquisa participante na qual adotaram-se os protocolos da Sociolinguística e da Etnografia. A descrição dos dados foi realizada a partir de uma grade de análise paramétrica, plurilinear e simultânea desenvolvida para o presente estudo. Com base nos resultados apresentados, confirma-se que os vínculos e contatos estabelecidos e mantidos entre os membros dessa comunidade asseguram os usos linguísticos comuns e a coesão da tessitura da rede social na qual esses sujeitos estão inseridos, configurando-se, portanto, como um poderoso símbolo de identidade e um fenômeno de resistência característico de grupos linguísticos minoritários.
