Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6713
O Doutorado Acadêmico iniciou-se em 2012 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC por CNPq "CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LINGUAS INDIGENAS"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Aspectos morfossintáticos em mebengôkre: transitividade e marcação de argumentos(Universidade Federal do Pará, 2021-08-20) GOMES, Edson de Freitas; GALUCIO, Ana Vilacy Moreira; http://lattes.cnpq.br/3697197245602067; https://orcid.org/0000-0003-0168-1904O sujeito marcado canonicamente em Mẽbêngôkre já vem sendo descrito na literatura sobre a língua há alguns anos, no entanto, a descrição do sujeito marcado não-canonicamente ainda é um campo que precisa ser mais explorado e que mostra ser muito produtivo. A temática do sujeito que recebe marcação diferente do padrão canônico é bastante atual e relevante, pois, pode trazer informações novas para o conhecimento da morfossintaxe da língua e contribuir para o maior conhecimento de fenômenos ainda carentes de descrição. O estudo do sujeito não canônico pretende possibilitar a discussão sobre a realização do sujeito Mẽbêngôkre, mas sem perder de vista que ainda falta muito a ser feito para que esta hipótese seja confirmada definitivamente. Partindo desse cenário, esta tese tem o objetivo principal de descrever as formas como o sujeito é marcado em Mẽbêngôkre, com foco nas estratégias principais utilizadas para a marcação de sujeitos canônicos e não-canônicos, em especial o sujeito dativo, marcado pela posposição mã, e o sujeito locativo, marcado pelas posposições kãm, jã e bê. O padrão não-canônico de sujeitos em Mẽbêngôkre será tratado com base nos testes referentes às propriedades de codificação e comportamentais do sujeito propostos por Keenan (1976); Sigurðsson (2004); Eythórsson; Barddal (2005); Barddal; Eythórsson (2009 e 2016), entre outros autores. A análise apresentada baseia-se em dados oriundos de pesquisa de campo, obtidos por meio de gravação com consultores indígenas de aldeias Mẽbêngôkre, localizadas na reserva Gorotire, município de São Félix do Xingu, Sul do estado do Pará. A metodologia é baseada na aplicação de testes sobre as propriedades de codificação como a marcação de caso nominal, a indexação de argumentos no verbo e a ordem dos constituintes na sentença e das propriedades comportamentais como controle do reflexivo, controle e apagamento nas orações coordenadas e subordinadas, e mudança de referência. Os dados mostram que, além do sujeito marcado canonicamente, existe também o sujeito que é marcado formalmente por morfemas que são posposições e os testes morfossintáticos realizados mostram que estes sujeitos são aprovados na maioria dos testes propostos, no caso do sujeito dativo, e em alguns, no caso do sujeito locativo. Um argumento que corrobora a análise dos prefixos indexados em posposições como sujeito é o fato de estes prefixos serem duplicados pelo pronome nominativo, tal qual ocorre com o sujeito marcado canonicamente.Tese Acesso aberto (Open Access) Livro didático e práticas em sala de aula para alfabetização em Parkatêjê(Universidade Federal do Pará, 2021-08-17) QUARESMA, Francinete de Jesus Pantoja; FERREIRA, Marília de Nazaré de Oliveira; http://lattes.cnpq.br/4291543797221091; https://orcid.org/0000-0001-9995-1938As populações indígenas do Brasil estão fortemente ameaçadas de extinção. Consequentemente, suas línguas e culturas também correm perigo de desaparecer. Ao longo dos mais de 500 anos do contato, ocasionado pela chegada dos portugueses, o número de povos e de línguas indígenas reduziu (SEKI, 2000). O contato com a cultura não indígena tem levado essas comunidades à extinção ou ao monolinguísmo em Língua Portuguesa. Assim, são necessárias ações urgentes em prol da preservação dos indígenas e da revitalização de suas línguas. No cenário atual, a educação escolar indígena, por meio do ensino formal das línguas tradicionais dessas comunidades, tem sido compreendida pelos próprios nativos como estratégia para preservação e fortalecimento dessas línguas. Mas para que a escola cumpra tal propósito, as metodologias praticadas em sala de aula para ensino-aprendizagem das línguas indígenas e os livros didáticos que apoiam o processo educacional devem ser coerentes com a realidade e a especificidade do povo atendido por eles. Partindo desse pressuposto, este estudo visou contribuir para o processo de ensino-aprendizagem formal da Língua Parkatêjê, uma língua do Complexo Dialetal Timbira, falada pela Comunidade Indígena Parkatêjê, localizada no sudeste paraense. No contexto atual, devido ao intenso contato com a sociedade circundante, o Parkatêjê tornou-se a língua de herança da geração indígena infantil, monolíngue em Português, mas com grande potencial de aprendizagem daquela língua, capaz de reverter o quadro de obsolescência linguística. Nesse sentido, esta pesquisa realizada junto aos Parkatêjê, é fruto da necessidade de investimentos em estudo que favoreçam o fortalecimento de línguas ameaçadas. Por meio dessa, buscou-se investigar um aporte teórico-metodológico de ensino-aprendizagem eficiente para o ensino da Língua Parkatêjê em nível de alfabetização que subsidie a produção de livro didático indígena, práticas de sala de aula e currículo escolar nessa língua. O hibridismo teórico-metodológico inspirado nos conceitos de Gêneros Textuais, da Abordagem Comunicativa e da Psicogênese da Língua Escrita foi apontado como uma alternativa para embasar atividades escolares que promovam, paralelamente, o desenvolvimento de competências e habilidades orais e escritas em crianças matriculadas no 1º ano/9 do Ensino Fundamental da Escola Indígena Estadual de Educação Infantil, Fundamental e Médio Pẽptykre Parkatêjê. Como característica da pesquisa-ação, os resultados desta investigação culminaram em uma proposta de matriz de referência curricular para o ensino da Língua Parkatêjê em nível de alfabetização de crianças Parkatêjê; uma proposta de concepção de livro didático indígena para o ensino dessa língua no nível mencionado, com atividades a serem elaboradas em sequências didáticas voltadas para o 1º dos três anos/séries escolares que compreendem o Ciclo de Alfabetização; e uma proposta de livro didático indígena de leitura do alfabeto Parkatêjê ilustrado. De caráter bibliográfico, documental e de campo, esta pesquisa configurou-se como qualitativa e aplicou técnicas de coleta de dados coerentes à sua natureza, pautando-se nos pressupostos teóricos da Linguística Aplicada, da Linguística Descritiva e da Educação.Tese Acesso aberto (Open Access) Tendência tipológicas de harmonia nasais e palatização em línguas indígenas brasileiras(Universidade Federal do Pará, 2020-07-31) BARAÚNA, Fabíola Azevedo; PICANÇO, Gessiane Lobato; http://lattes.cnpq.br/8504849027565119; https://orcid.org/0000-0001-5699-1470Este trabalho trata do processo de assimilação fonológica de harmonia nasal e palatalização em línguas indígenas. A assimilação de traços, de acordo com Odden (2005), constitui-se como o processo fonológico mais comum de ocorrer nas línguas e, dentre os processos assimilatórios, a harmonia nasal e palatalização figuram como os mais frequentes nas línguas do mundo (KRAMER E UREK, 2016). Por essa razão, nesta tese, apresentam-se algumas tendências observadas nesses dois processos em línguas indígenas brasileiras. Objetiva-se definir padrões ou singularidades nos processos de assimilação nasal e palatal em 31 línguas indígenas brasileiras, pertencentes a grupos linguísticos diferentes, sendo provenientes de dois troncos (Tupí e Macro-Jê), três famílias maiores (Aruák, Pano e Karib); três famílias médias (Nadahup, Yanomami e Nambikwara); e duas famílias menores (Katukina e Chiquitano). Essa diversificação permitiu delimitar padrões e singularidades linguísticas observados em cada processo, além de verificar como se manifestam nessas línguas e quais são suas semelhanças e diferenças em relação aos principais parâmetros que definem processos fonológicos: gatilhos, alvos, direcionalidade e natureza (fonética, fonológica ou morfofonológica). O estudo foi realizado seguindo a abordagem tipológica e o material de análise para esta pesquisa é composto por teses, dissertações e artigos divulgados no meio científico. Os dados pertencentes a essas línguas foram compilados e organizados em planilha, evidenciando a família linguística a qual a língua pertence, o local onde é falada, as informações dos gatilhos, alvos, segmentos resultantes e direção dos processos. Além disso, são realizadas exemplificações fonéticas e fonológicas das palavras das línguas analisadas para comprovação dos parâmetros de assimilação. Como fundamentação teórica básica utilizou-se, para a análise do processo de harmonia nasal, o trabalho de Walker (1998, 2011) e, para a palatalização, os estudos de McCarthy e Smith (2003), além de Bateman (2007). Ao longo da tese, discute-se, inicialmente, sobre a tipologia linguística, de maneira geral, e tipologia fonológica, de modo mais específico. Em seguida, são apresentadas as famílias e troncos aos quais as línguas analisadas pertencem. Por fim, realiza-se uma explanação dos processos assimilatórios, descrição e análise das línguas. Os resultados desta pesquisa apontam que, embora alguns parâmetros estejam em conformidade com os tipos e tendências já atestados sobre esses processos, há outros que divergem ou estão interligados entre si (tipos de gatilhos x grupos de alvos; natureza x direcionalidade). Em relação à harmonia nasal, as cosoantes nasais tendem a ser o gatilho do processo, enquanto as vogais tendem a ser os alvos. Em relação à palatalização, o gatilho tende a ser de vogal alta anterior e os alvos tendem a ser consoantes coronais. Nos dois processos, a natureza e direção do processo se relacionam, de modo que se a natureza é fonológica, o espalhamento tem tendência a ser regressivo; se a natureza é morfofonológica ou fonética, o espalhamento tem tendência a ser progressivo.
