Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6713
O Doutorado Acadêmico iniciou-se em 2012 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Letras (Doutorado) - PPGL/ILC por CNPq "CNPQ::LINGUISTICA, LETRAS E ARTES::LETRAS::LITERATURA BRASILEIRA"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Desamparo e insulamento nas obras literárias a "Ilha da Ira", de João de Jesus Paes Loureiro e "Órfãos do Eldorado, de Milton Hatoum(Universidade Federal do Pará, 2018-09-12) FERREIRA, Lourdes Nazaré Sousa; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958A presente tese buscou analisar duas obras literárias contemporâneas, o romance Órfãos do Eldorado de Milton Hatoum (2008), e a peça de teatro A Ilha da Ira, de João de Jesus Paes Loureiro, presente no livro “Obras reunidas: teatros e ensaios” (1976). As vozes discursivas que ecoam das personagens nas narrativas foram importantes para responder a argumentação a qual é pautada essa tese: o conceito de desamparo tal como é entendido ao longo de séculos revela-se insuficiente para dar conta das experiências angustiadas e traumatizadas erigidas no texto literário. E como para representar aspectos psíquicos sempre se faz necessário construir sentidos, este estudo teve como fundamento a observação de todos os procedimentos teóricos expressivos para a composição textual. Tornando-se fundamental esclarecer, em vista da proposição que foi exposta e avaliada neste trabalho, os termos insulamento e desamparo. Por isso, o objetivo deste trabalho foi realizar uma leitura comparativa das duas obras, verificando por meio dos discursos das personagens como o desamparo se revela em uma produção literária a partir do século XX. Por esse viés, a reflexão desenvolvida se debruçou sobre visões empreendidas por meio de um estudo teórico-investigativo embasado principalmente num arcabouço teórico transdisciplinar com a psicanálise freudiana, para que fosse ampliado o olhar sobre o desamparo ao emergir do espaço literário. Essas discussões encontraram seu principal suporte teórico nos livros Inibições, Sintomas e Angústia, de Sigmund Freud (1996), Birman (1999), Camon (1990), Maffesoli (1987), Michaud (2001), dentre outros teóricos cuja contribuição foi de cabal relevância como forma de apresentar as argumentações, os seus contextos e as relações que possuem com o cerne da pesquisa. A pesquisa permitiu identificar nas obras do corpus, a existência, como um arsenal metafórico de sensações e afetos que se manifestam com imensa força representativa de comportamentos e conflitos universalizantes, como a solidão, a angústia, a violência, o abandono, a falta. Por isso, o desamparo será entendido, neste estudo, que ao erigir das produções literárias contemporâneas se apresentará como um agregador de afetos e sentidos sendo pertinente tomá-lo como paradigma ou ferramenta analítica para a compreensão de outros textos ficcionais semelhantes.Tese Acesso aberto (Open Access) Entre cabeças, olhos e boca: transitanto por Moqueca de maridos e História do olho(Universidade Federal do Pará, 2020-12-22) FERNANDEZ, Rafaella Dias; LEAL, Izabela Guimarães Guerra; http://lattes.cnpq.br/2507019514021007Esta tese inicia-se com uma reflexão sobre a leitura do mito da criação e da destruição do mundo para os Tupinambá. A partir desta narrativa, surge um elemento fundamental para este povo: a terra sem mal. Após uma reflexão sobre a importância desta terra para os Tupinambá, constata-se que a vingança e a antropofagia são vetores de força e auxiliam a construir a memória deste povo indígena. Estes dois componentes, tão primordiais para os Tupinambá, surgem também como elementos essenciais para compreender as narrativas presentes no livro da antropóloga Betty Mindlin, Moqueca de Maridos – mitos eróticos indígenas. De autoria da antropóloga e de narradores indígenas de seis etnias: Makurap, Tupari, Wajuru, Djeoromitxí, Arikapú e Aruá. Vale salientar que os seis povos indígenas que constroem os registros dos mitos no livro derivam do tronco Tupi, tal qual os Tupinambá. Após a leitura, verificou-se a presença constante da vingança, assassinatos, tortura, erotismo e antropofagia. Com isto, propõe-se analisar o sentido simbólico de cada vetor destes presentes nas narrativas indígenas e sua provável relação com a novela História do Olho, de Georges Bataille. Essas duas leituras, longe de serem conflitantes, flagram a relação intrínseca que há entre dois campos tidos como distintos: os mitos indígenas e a literatura ocidental. Após uma análise investigativa, constatou-se que há pontos em que ambos aparentemente são ressoantes. Assim, em que sentido é possível pensar em convergências entre os mitos e a novela batailliana? Qual o sentido simbólico da violência, do erotismo e da antropofagia em ambos? Desta forma, o objetivo central desta tese é propor uma análise comparativa entre as obras e problematizar o sentido metafórico do erotismo, da antropofagia e da violência em cada uma das obras. A convergência entre a literatura francesa e os mitos eróticos indígenas foi pensada por Eliane Robert Moraes, estudiosa do erotismo no Brasil. A autora situa uma breve correspondência entre ambos ao afirmar que o imaginário indígena soa bastante familiar para quem conhece a moderna literatura erótica. Para realizar este trabalho, fundamentamo-nos principalmente dos estudos de Georges Bataille, O Erotismo (2013) e A literatura e o mal (2015), de Georges Didi-Huberman, A Semelhança Informe (2015), e do antropólogo Eduardo Viveiros de Castro, A inconstância da alma selvagem (2016). Deste modo, com o intuito de dar fôlego a um trabalho inédito de comparação entre ambos, visamos propor ressonâncias temáticas e ressaltar as diferenças nas duas leituras.Tese Acesso aberto (Open Access) O projeto literário de Dalcídio Jurandir: a relação autor e obra(Universidade Federal do Pará, 2024-10-17) PINHEIRO, Lucilia Lúbia de Sousa; PRESSLER, Gunter Karl; http://lattes.cnpq.br/0100053541433805A tese examina a configuração do projeto literário de Dalcídio Jurandir (1909-1979). Três aspectos podem ser destacados na produção romanesca do autor: o moderno romance de formação, o romance realista e o romance realista socialista, que se caracterizam pela linguagem poética e a complexidade narrativa, pela descrição detalhada do ambiente social e psicológico e pela importância da formação escolar e para o mundo. Este último ponto, o da formação, evoca uma conexão inerente entre a trajetória dos personagens dos romances e a própria vida do autor politicamente engajado. Os três aspectos são exemplificados especialmente em três romances: Chove nos campos de Cachoeira (1941), Marajó (1947) e Linha do Parque (1959). Ao abordar o projeto literário e a imagem do autor é necessário, em primeiro lugar, analisar a recepção crítica desde a primeira publicação até a crítica acadêmica especializada e, em segundo lugar, compará-la com a abordagem narratológica e a identificação e análise dos “níveis de comunicação e das instâncias da obra narrativa” (Schmid, 2014, p. 46). Os conceitos “autor concreto” e “autor abstrato” (Schmid, 2014, p. 47-65) representam uma conexão dialética entre a biografia do autor, suas afirmações sobre a produção literária (“autor concreto”) e a percepção e “criação” de Dalcídio pela crítica (“autor abstrato”). A questão da formação indica um forte vínculo entre o autor Dalcídio e os personagens principais do corpus deste estudo (Alfredo, Missunga, Iglezias) e denota significativamente o seu projeto literárioTese Acesso aberto (Open Access) Tornar-se: uma apredizagem poética pelos romances de Clarice Lispector(Universidade Federal do Pará, 2021-09-14) DOLZANE, Harley Farias; FERRAZ, Antônio Máximo von Sohsten Gomes; http://lattes.cnpq.br/5982898787473373“A mais premente necessidade de um ser humano era tornar-se um ser humano”. A constatação que se encontra em Uma aprendizagem ou livro dos prazeres (1969), já nos lança na questão que norteia este diálogo com a obra romanesca de Clarice Lispector: a necessidade de “tornar-se um ser humano”. É possível interpretar essa necessidade de chegar a ser o que se é como procura que movimenta todo o gesto da escritura da autora brasileira. No procurar dá-se a tensão e a tessitura de um diálogo original que a totalidade da obra de Clarice, sobretudo por seus romances, estabelece com as raízes do pensamento ocidental e oriental. A partir desse diálogo é que se projeta o presente trabalho que pretende interpretar cada um dos romances de Clarice Lispector como manifestação da Aprendizagem Poética, quer dizer, como um trajeto possível de que dispõe o leitor para a compreensão de si na questão de ser. Deste modo, o trabalho articula uma ontologia que se põe a procura do sentido do ser como movimento criativo possibilitador de aberturas de/para outras possibilidades de realizações. Ao mesmo tempo, no ensaio de uma trama hermenêutica e ficcional que perpassa cada um dos romances da autora, propicia-se a percepção da maneira pela qual tal dinâmica se destina a cada ser humano (leitor) como convite para a própria realização na auto-procura em meio a linguagem (logos).Tese Acesso aberto (Open Access) Vida literária na Belém oitocentista: a contribuição do Diário de Belém para o desenvolvimento das Letras na capital paraense (1882-1889)(Universidade Federal do Pará, 2018-11-08) SILVA, Alan Victor Flor da; SALES, Germana Maria Araújo; http://lattes.cnpq.br/8723885160615840A partir da pesquisa que realizamos em diversas histórias literárias, verificamos que os únicos escritores de prosa de ficção nascidos na província do Pará durante o século XIX mencionados nessas obras são Inglês de Sousa, Marques de Carvalho e José Veríssimo. O estudo desempenhado em dicionários, enciclopédias e antologias, no entanto, revelou que Inglês de Sousa saiu da região onde nasceu aos onze anos de idade e nunca mais retornou para a terra natalícia, assim como a pesquisa em histórias literárias evidenciou José Veríssimo mais como crítico e historiador da literatura e Marques de Carvalho, por sua vez, como um escritor naturalista sem importância nem para o desenvolvimento da produção literária paraense nem tampouco para a evolução da literatura brasileira. A catalogação que realizamos também em dicionários, enciclopédias e antologias, em contrapartida, demonstrou um número um pouco mais expressivo de autores radicados na província do Pará durante o Oitocentos que se dedicaram à imprensa periódica e à produção literária. Esses escritores, porém, não obtiveram visibilidade nacional nem alcançaram um lugar no cânone da literatura brasileira. Do mesmo modo, a pesquisa na imprensa periódica belenense oitocentista realizada por membros do Grupo de Estudos em História da Literatura (GEHIL), coordenado pela Profa. Dra. Germana Maria Araújo Sales, também tem demonstrado um considerável número de escritores colaborando com produções escritas tanto em verso quanto em prosa de ficção para periódicos que circularam pela capital paraense durante as últimas décadas do século XIX. Não estamos nos referindo, portanto, a publicações traduzidas nem extraídas de periódicos provenientes de outras províncias do Brasil, mas sim a publicações originais elaboradas para serem lançadas primeiramente em jornais que circularam por Belém. As dissertações provenientes da pesquisa realizada por membros do GEHIL em periódicos belenenses oitocentistas, no entanto, têm procurado estudar a circulação de versões traduzidas da prosa de ficção assinada por escritores estrangeiros ou de produções extraídas de periódicos de outras províncias do país assinadas por escritores brasileiros. Em razão dos poucos estudos sobre escritores que se firmaram a partir de publicações originais para a imprensa periódica belenense, procuramos promover um trabalho que se dedicasse a percorrer um caminho sobre a circulação e a produção de prosa de ficção assinada por escritores que se estabeleceram na capital paraense durante o século XIX e contribuíram para a imprensa periódica belenense oitocentista. O nosso intento, portanto, não é colocar em evidência autores cujas produções foram traduzidas ou extraídas de outros periódicos que circularam por lugares distintos do território brasileiro, mas sim escritores que se localizaram na capital paraense e escreveram narrativas ficcionais originais para a imprensa periódica belenense oitocentista. Para desenvolvermos a pesquisa, selecionamos como principal periódico a ser estudado o Diário de Belém (1868-1892), pois esse jornal circulou diariamente na capital paraense, perdurou por mais de uma década em circulação e foi o primeiro a oferecer oportunidade e espaço para que escritores radicados em Belém se aventurassem pela atividade da produção literária. A partir das considerações que tecemos, pretendemos, com esta tese, demonstrar como escritores e jornalistas envolvidos na imprensa periódica belenense oitocentista interpretaram alguns temas, por exemplo, associados à (in)existência de uma literatura na Amazônia ou na província do Pará, à publicação de obras assinadas por escritores fixados em Belém, às escolas literárias do século XIX, assim como o Romantismo, o Realismo e o Naturalismo, entre outros. Além disso, objetivamos traçar um perfil da prosa de ficção publicada no Diário de Belém assinada por escritores radicados na capital paraense.
