Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/6341
O Doutorado Acadêmico pertence ao Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica (PPGG) do Instituto de Geociências (IG) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Teses em Geologia e Geoquímica (Doutorado) - PPGG/IG por Linha de Pesquisa "GEOLOGIA MARINHA E COSTEIRA"
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Tese Acesso aberto (Open Access) Acúmulo e exportação de carbono, nitrogênio, fósforo e metais em canais de maré dos manguezais de Marapanim, Costa Norte Brasileira(Universidade Federal do Pará, 2020-12-18) MATOS, Christiene Rafaela Lucas de; SILVA, José Francisco Berrêdo Reis da; http://lattes.cnpq.br/1338038101910673; https://orcid.org/0000-0002-8590-2462; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Neste estudo foi avaliado o potencial dos sedimentos de canais de maré de manguezais em acumular e exportar carbono, nutrientes (N e P), e metais (Fe e Mn), além de avaliar como a sazonalidade regional, chuva-estiagem, influenciam nos parâmetros físico-químicos, nos processos diagenéticos e nos fluxos de nutrientes e metais na interface água-sedimento (IAS). O estudo foi realizado no sistema estuarino do rio Marapanim (norte do Brasil), o qual é influenciado por extensas áreas de manguezais bem desenvolvidos, parte da maior floresta de manguezal contínua e mais bem preservada do mundo, situado aproximadamente a 200 km a oeste da foz do rio Amazonas. Os resultados desse trabalho estão apresentados em dois artigos. O primeiro trata sobre o potencial de estoques e acumulação de carbono orgânico total (COT), nitrogênio total (NT) e fosforo total (PT), além de investigar as potenciais fontes de matéria orgânica (MO) nos sedimentos de canais de maré dos manguezais de Marapanim. O segundo avaliou a influência da sazonalidade nas condições físico-químicas, nos processos diagenéticos e nos fluxos de nutrientes e metais ao longo da IAS dos canais de maré estudados. Durante a estação chuvosa, os valores de salinidade intersticial diminuíram como consequência do aumento da precipitação e da vazão do rio Marapanim, com uma zona de mistura-diluição intensa nos primeiros 15 cm de profundidade. O zoneamento redox dos sedimentos oscilou em resposta aos padrões de chuva, com as maiores concentrações de Fe2+ e Mn2+ em camadas mais profundas de sedimentos durante a estação seca. Em condições subóxicas, os sedimentos dos canais de maré atuam como uma fonte de Fe2+, Mn2+, NH4 + e PO4 3- para a coluna de água e esses fluxos foram impulsionados pela chuva. Os resultados indicaram que os sedimentos dos canais de maré dos manguezais de Marapanim são bastante eficazes na retenção de carbono, nutrientes e ferro na fase sólida do sedimento do que na exportação para as águas costeiras, enquanto contribuem significativamente para o ciclo oceânico de Mn. O potencial desses canais de marés para esses elementos está diretamente relacionado à granulometria, às fontes e susceptibilidade de degradação da MO. A variabilidade temporal na formação da pirita revelou que os mecanismos de retenção da fase sólida também são suscetíveis a efeitos sazonais, com menores concentrações de enxofre redutível ao cromo (CRS, principalmente fração pirita) na estação de estiagem. Portanto, mostramos que essas variabilidades sazonais implicam em mudanças substanciais nas propriedades físico-químicas e nos processos diagenéticos, afetando a liberação de metais e nutrientes na IAS e seus acúmulo no sedimento.Tese Acesso aberto (Open Access) A aplicação da cromatografia gasosa acoplada (GC-FID), isótopos estáveis, palinologia e razão C:N na reconstituição paleoambiental de manguezais do Estado da Bahia e Espírito Santo.(Universidade Federal do Pará, 2024-07-30) SILVA, Fernando Augusto Borges da; ALBERGARIA-BARBOSA, Ana Cecília Rizzatti de; http://lattes.cnpq.br/2666263256585897; FRANÇA, Marlon Carlos; http://lattes.cnpq.br/8225311897488790; https://orcid.org/0000-0002-3784-7702Os manguezais dependem de fatores geomorfológicos, geoquímicos e climáticos ideais para que possam se desenvolver. O Brasil, por apresentar um litoral bastante recortado sob regime climático tropical e sub-tropical apresenta condições adequadas ao estabelecimento desses ecossistemas e distribuição. A dinâmica desses manguezais pode ser influenciada por fatores ligados às variações climáticas e alterações no fluxo hidrodinâmico, que resultam em modificações no aporte de sedimentos e origem da matéria orgânica, alterações que podem ser observados ao longo do Holoceno de modo distinto nas diferentes regiões do país. No litoral nordeste e sudeste, a evolução desses ecossistemas está associada a flutuações do nível relativo do mar (NRM) e à dinâmica sedimentar, enquanto na região sul, a mudança na distribuição dos manguezais é reflexo das flutuações do NRM e mudanças climáticas ocasionados pelo aquecimento global. Estudos recentes buscam descrever a evolução desses ambientes a partir da caracterização elementar e isotópica da matéria orgânica. Essas constituem importantes ferramentas na reconstituição paleoambiental. Entretanto, é necessário lembrar que a análise comparativa do maior número de parâmetros independentes possíveis é relevante ao passo que agrega valor à pesquisa e aumenta a confiabilidade nos dados a serem analisados, gerando informações mais precisas. Portanto, visando desvendar a dinâmica da matéria orgânica em ambientes de manguezais, bem como compreender movimentos de expansão e/ou contração desses ecossistemas, foram realizadas análises de n-alcanos por cromatografia gasosa acoplada (GC-FID), associadas ao estudo sedimentar, análises polínicas, análises isotópicas e elementares, sincronizadas com datações por 14C e 210Pb, as quais permitiram a obtenção de informações sobre processos biogeoquímicos pretéritos e alterações ambientais durante o Holoceno e o Antropoceno na planície costeira da foz do rio Itapicuru (BA) e na foz dos rios Barra Seca e Jucu (ES). Assim, os resultados desta pesquisa estão apresentados em cinco artigos científicos. O primeiro, ver capítulo III, trata sobre a expansão dos manguezais na foz do rio Itapecuru (BA) durante o Antropoceno. O segundo artigo científico (capítulo IV) trata da dinâmica dos manguezais na foz rio Barra Seca, litoral norte do Estado do Espírito Santo. O terceiro artigo (capítulo V) aborda sobre a ferramenta da palinologia utilizada na compreensão sobre a dinâmica da vegetação costeira. O quarto artigo (capítulo VI) apresenta as alterações ambientais ocorridas na foz do rio Jucu, litoral central do Estado do Espírito Santo. Por fim, o quinto artigo apresenta os resultados das análises de n-alcanos, comparadas com dados isotópicos, elementares, palinológicos e datações na planície costeira do rio Barra Seca.Tese Acesso aberto (Open Access) A dinâmica dos manguezais no Nordeste do Brasil: uma abordagem a partir de dados de sensores remotos e SIG.(Universidade Federal do Pará, 2015-11-27) PEREIRA, Edson Adjair de Souza.; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252; 3282736820907252O presente estudo avalia a dinâmica dos manguezais do nordeste do Brasil nas últimas quatro décadas a partir de uma metodologia de classificação de imagens de sensores remotos orientada a objetos geográficos (GEOBIA). Esta metodologia combina informações espectrais, temporais e espaciais de imagens multitemporais para criar objetos (áreas de manguezais) consistentes para uma análise estatística a partir de imagens classificadas. O objetivo deste trabalho foi avaliar as mudanças na cobertura florestal dos manguezais em todos os estados do nordeste brasileiro entre os anos de 1975 e 2008 no que diz respeito ao aumento ou diminuição em suas áreas em resposta as variações naturais (erosão e acresção) e antrópicas (aquacultura/salinicultura). Para isto, foram processadas e analisadas imagens de sensores remotos (RADAMBRASIL, ALOS PALSAR, LANDSAT TM e SRTM) a partir da abordagem de GEOBIA. Durante o período estudado, observou-se uma redução da área de floresta de mangue de ~1.545 km2 em 1975 para ~1.480 km2 em 2008. Isto representa um perda líquida de ~65 km2, o que equivale a uma diminuição de 13% na área de floresta de mangue. Dos nove estados estudados apenas o Ceará e Pernambuco apresentaram um ganho na cobertura dos manguezais, enquanto todos os demais sofreram redução. Dentre o total de área de floresta de mangue perdida no período estudado (~953 km2), os tanques de aquacultura/salinicultura representam ~10%. É importante ressaltar que nos estados do Rio Grande do Norte e Ceará a conversão de áreas de manguezal em tanque de aquacultura/salinicultura já representam ~41% e 32% da área total de mangue perdida, respectivamente. Portanto, é possível concluir que a metodologia utilizada para avaliar a dinâmica dos manguezais no nordeste do Brasil a partir de diferentes fontes de dados de sensoriamento remoto foi extremamente eficaz. Novas estratégias de recuperação e de uso sustentável das áreas de manguezal devem ser estabelecidas com vistas a conservar este ecossistema para gerações futuras.Tese Acesso aberto (Open Access) Efeitos das mudanças climáticas nos limites austral e boreal dos manguezais americanos durante o Holoceno e Antropoceno(Universidade Federal do Pará, 2021-09-08) RODRIGUES, Érika do Socorro Ferreira; KAM, Biu Liu; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228Durante o Holoceno a distribuiçãos dos manguezais foi controlada em grande parte pelo clima e flutuações do nível do mar. O clima limitou essas florestas às latitudes 30°N e 28°S. Portanto, em resposta ao aquecimento global no Antropoceno, espera-se que os manguezais migrem para latitudes mais temperadas invadindo áreas úmidas colonizadas por marismas (Spartina sp.). O objetivo geral desta Tese é avaliar os efeitos das mudanças climáticas e flutuações do NRM na distribuição dos manguezais americanos ao longo do Holoceno e Antropoceno, baseado em imagens de satélite e drone, fácies sedimentares, diatomáceas, pólen, geoquímica (LOI, XRF, COT, NT, ST, C: N, C: S, δ13C e δ15N) e datações por 210Pb e 14C. Para isto, foi escolhido um estuário do litoral sul do Espírito Santo como representante dos manguezais tropicais (20°41'S), além de regiões costeiras subtropicais situadas na costa norte (26° 6'S) e sul de Santa Catarina (28°29’ S) e litoral da Louisiana (29°09’N). Os resultados desta pesquisa estão apresentados em quatro artigos científicos. O primeiro, (ver, capítulo II) trata sobre os efeitos do aquecimento global no estabelecimento dos manguezais na região costeira da Louisiana (29° 09’ N) durante o Holoceno. O segundo artigo científico (ver, capítulo III) mostra a migração dos manguezais para o limite austral desse ecossistema no continente sul-americano, na região de Laguna, de acordo com o aumento nas temperaturas mínimas de inverno no Antropoceno (costa sul de Santa Catarina, 28°29’ S). O terceiro manuscrito (ver, capítulo IV) avalia os impactos do aumento do nível do mar nos manguezais tropicais do sudeste brasileiro (costa sul Espírito Santo, 20°41'S) durante o Holoceno e Antropoceno, usando uma abordagem multi-proxy. O quarto artigo científico (ver, capítulo V) aborda o estabelecimento dos manguezais na Baía de São Francisco do Sul (costa norte de Santa Catarina, 26°6'S), em resposta ao aquecimento global nos últimos 1000 anos. Os resultados indicaram uma transgressão marinha na costa sul de Santa Catarina (28°29’ S) e litoral da Louisiana (29° 09’ N) no Holoceno inicial. Este processo natural converteu ambientes lacustres em lagunas colonizadas por ervas adaptadas a ambiente estuarino. Na costa tropical brasileira o aumento do NRM no Holoceno médio (2-5 m acima do nível atual) foi determinante para o estabelecimento dos manguezais. Este comportamento foi observado em um estuário localizado na costa sul do Espírito Santo (20°41'S) onde uma planície herbácea foi gradualmente substituída por uma laguna cercada por manguezais entre ~6300 anos cal AP e ~4650 anos cal AP. No entanto, entre ~4650 anos cal AP e 2700 anos cal AP a laguna colonizada por manguezais em suas margens foi convertida em uma planície de maré ocupada por ervas, palmeiras e árvores/arbustos refletindo a redução da influência estuarina no Holoceno tardio, de acordo com a queda do NRM. A partir dos últimos mil anos ocorreu uma diminuição significativa na ocorrência de pólen de manguezal nos sedimentos das planícies de maré do sul do Espírito Santo (390 cal anos AP (1560 DC) e 77 cal anos AP (1873 DC), provavelmente causado por uma queda no NRM associada a Pequena Idade do Gelo (LIA). Estudos paleoclimáticos indicaram flutuações na temperatura durante LIA (380 a 50 anos cal AP) e MCA – Período Quente Medieval (950 a 750 anos cal AP) no Holoceno tardio e consequente mudança na vegetação no sul do Brasil. Estes eventos climáticos provavelmente influenciaram o aparecimento da sucessão de gêneros de manguezais na Baía de São Francisco do Sul (costa norte de Santa Catarina, 26°6' S). Os efeitos da queda e/ou estabilização do nível do mar no Holoceno tardio foram registrados na costa sul catarinense (Laguna, 28°29′S) através da mudança na geomorfologia costeira. Neste mesmo período no litoral de Louisiana (29°09′N), sedimentos arenosos (sedimentos overwash) foram depositados nesses estuários refletindo a migração gradual desses sedimentos em direção ao continente provavelmente resultado de eventos de tempestade. As tendências de NRM na costa sul brasileira (Laguna, 28°29′S) e norte americana (litoral da Louisiana, 29°09′N) a partir do Holoceno médio foram as mesmas apresentando condições físico-químicas apropriadas para o desenvolvimento de manguezais, como ocorreu no litoral do Espírito Santo (~6300 anos cal AP) e na Baía de São Francisco do sul (~1500 anos cal AP). Entretanto, não foram registrados grãos de pólen de manguezal nos sedimentos do atual limite austral (Laguna, 28°29′S) e boreal (litoral da Louisiana, 29°09′N) dos manguezais americanos durante o Holoceno. Neste intervalo de tempo ocorreu uma contribuição significativa de matéria orgânica de origem estuarina em planícies de maré ocupadas por Spartina sp. Em relação ao aquecimento global e aumento do NRM no Antropoceno um aumento de pólen de manguezal nos testemunhos sedimentares do Espírito Santo (20°40'S) refletiram a migração do mangue para planícies arenosas topograficamente mais elevadas anteriormente dominada por vegetação herbácea. Em relação aos manguezais de Laguna (atual limite austral dos manguezais americanos, 28°29′S), análises de pólen e datações de 14C e 210Pb indicaram que os manguezais foram estabelecidos sob influência estuarina entre ~ 1957 e 1986 DC, representados por árvores de Laguncularia sp. Análises espaço temporal com base em imagens de satélite e drone indicaram que os manguezais vêm se expandindo nas últimas décadas com introdução de novos gêneros de mangue. Em nossa área de estudo na Baía de São Francisco do Sul (costa norte de Santa Catarina, 26°6' S), análises palinológicas e datação 14C revelaram que os manguezais se estabeleceram em torno de ~ 1500 anos cal AP representados por Laguncularia sp. seguido por Avicennia sp. (~500 anos cal AP) e Rhizophora sp. apenas no último século. Provavelmente, essa sucessão de gêneros de manguezais foi causada por uma tendência de aquecimento na América do Sul durante o Holoceno tardio e as árvores de Rhizophora sp. pelo aquecimento durante o Antropoceno. Em relação aos manguezais localizados no litoral da Louisiana registros históricos indicaram a presença de pequenos arbustos de Avicennia sp. no início do século XX. Atualmente, estudos de sensoriamento remoto coordenado por Cohen (2021) indicam uma expansão latitudinal de Avicennia sp. colonizando áreas que eram anteriormente ocupadas por Spartina sp. após duas décadas de invernos quentes. Portanto, os manguezais migraram dos trópicos para zonas temperadas na medida que as temperaturas mínimas de inverno aumentaram durante o Holoceno. No entanto, os manguezais de Laguna e Louisiana (atual limite dos manguezais sul e norte americano) estabeleceram- se apenas no início e meado do século XXI, respectivamente. Tal dinâmica dos manguezais americanos estudados na presente tese foi causada provavelmente pelo aquecimento global natural do Holoceno e intensificado durante o Antropoceno. Esse processo também causou um aumento do nível do mar que resultou na migração dos manguezais de zonas baixas para novas planícies de maré mais elevadas.Tese Acesso aberto (Open Access) A evolução dos manguezais nos litorais Nordeste e Sul brasileiros durante o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2020-09-30) FREIRE, Neuza Araújo Fontes; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228A dinâmica dos manguezais durante o Holoceno pode ter sido em grande parte controlada pelas mudanças climáticas e flutuações do nível do mar (forças alogênicas). Entretanto, forças autogênicas podem ter significativamente afetado tais florestas. Distinguir a influência alogênica da autogênica nos manguezais é desafiador, pois os mecanismos relacionados à dinâmica natural dos ambientes sedimentatares (processos autogênicos) tem grande influência no estabelecimento e degradação dos manguezais. Então, impactos causados por processos autogênicos podem ser erroneamente atribuídos aos mecanismos alogênicos. Portanto, é fundamental identificar a chamada “impressão digital” das mudanças globais na dinâmica atual dos manguezais. Essa tese integra dados palinológicos, geoquímicos (δ15N, δ13C e C/N), sedimentológicos e datações por 14C da matéria orgânica sedimentar, juntamente com dados geomorfológicos e de vegetação no intuito de avaliar o grau de influência dos processos autogênicos e alogênicos na dinâmica dos manguezais brasileiros durante o Holoceno. Para tal, foram escolhidos estuários tropicais do Rio Grande do Norte e sul da Bahia, e subtropicais, norte e sul de Santa Catarina com diferentes características climáticas, geomorfológicas e oceanográficas. Na porção oriental do Rio Grande do Norte, próximo a cidade de Natal, o NRM atingiu valores modernos e estabilizou há ~7.000 anos cal. A.P. permitindo o estabelecimento de manguezais nas bordas do estuário do Rio Ceará-Mirim até os dias atuais. Entretanto, mudanças na distribuição espacial dos manguezais ocorreram desde então devido à dinâmica dos canais na região, portanto sendo controladas por processos autogênicos. Considerando os manguezais do Rio Jucuruçu no sul da Bahia, estes sofreram mudanças na sua distribuição horizontal e vertical em decorrência das interações das mudanças do NRM e descarga fluvial. Portanto, a dinâmica desses manguezais estuarinos durante o Holoceno foi principalmente controlada pelas variações do nível do mar e mudanças na precipitação que afetou a descarga fluvial. Esses mecanismos alogênicos foram os principais condutores da dinâmica desses manguezais. Entretanto, durante os últimos 600 anos na foz do Rio Jucuruçu, fatores intrínsecos ao sistema deposicional ganharam relevância controlando o estabelecimento e migração dos manguezais através da formação e erosão de planícies de maré lamosas, abandono e reativação de canais (processos autogênicos). No caso dos manguezais de Santa Catarina, o aumento do nível do mar até o Holoceno médio foi determinante para o estabelecimento de planícies de maré apropriadas para a ocupação de pântanos. Entretanto, os manguezais não toleraram as baixas temperaturas dessa época na região. Os dados indicam o surgimento de manguezais com Laguncularia por volta de 1.700 anos cal. A.P., seguido por Avicennia, e por último, árvores de Rhizophora, gênero menos tolerante ao frio, em torno de 650 anos cal. A.P. em São Francisco do Sul, norte de Santa Catarina. Os manguezais de Laguna, sul de Santa Catarina, composto por Laguncularia e Avicennia, foram estabelecidos no atual limite austral dos manguezais sulamericanos somente nas últimas décadas. Não foram encontradas evidências da presença de manguezal em Laguna durante o Holoceno. O estabelecimento desses manguezais na região, provavelmente, foi iniciado durante o Antropoceno, como consequência do aumento das temperaturas mínimas de inverno no sul do Brasil. Considerando as mudanças nas taxas de precipitação sobre as bacias de drenagem que alimentam estuários com manguezais, assim como as tendências de aumento do nível do mar e de temperatura até o final do século 21, provavelmente, os manguezais estuarinos tropicais migrarão para setores topograficamente mais elevados no interior dos vales fluviais, onde sua extensão dependerá do volume de descarga fluvial interagindo com o aumento do nível do mar. Os manguezais subtropicais devem expandir para zonas mais temperadas na medida que as temperaturas mínimas de inverno aumentem. Esse processo deve causar um aumento na diversidade de espécies de mangue, como a introdução do gênero Rhizophora no atual limite austral dos manguezais, posicionado em Laguna-SC. Entretanto, no caso de um forte aumento no nível do mar, os relativamente novos manguezais subtropicais também devem migrar para setores topograficamente mais elevados da costa.Tese Acesso aberto (Open Access) Geomorfologia, mudanças na fonte de matéria orgânica e vegetação em planícies de maré próximas a foz do rio Amazonas durante o Holoceno(Universidade Federal do Pará, 2011-11-11) GUIMARÃES, José Tasso Felix; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228; 8809787145146228Dados geomorfológicos, fácies sedimentares, pólen, esporos, isótopos do carbono e nitrogênio, razão C/N e datações por 14C permitiram a identificação e discussão sobre a relação entre os principais processos morfológicos, sinais climáticos e suas influencias nos padrões de vegetação das planícies de mare próximas a foz do Rio Amazonas durante os últimos 5500 cal anos AP. Assim, os resultados da margem do Rio Amazonas (área da cidade de Macapá, Amapá) indicam influencia marinha relacionada a presença de manguezal em planícies lamosas de mare entre 5560 - 5470 anos AP e 5290 - 5150 anos AP. Posteriormente, a área de manguezal retraiu seguindo o retorno de condições mais úmidas e aumento da descarga do Rio Amazonas. Um processo comum de retrabalhamento da planície de maré através da migração lateral de um canal meandrante ocorreu na área de estudo, com desenvolvimento subsequente de uma vegetação transicional sob influencia de água doce. Seguindo a sucessão natural da vegetação em condições climáticas e hidrológicas estáveis, a expansão das florestas de várzea (vegetação inundada por agua doce) ocorreu desde 600 – 560 cal anos AP ate o presente. Além disso, considerando as planícies de maré localizadas a oeste da foz do Rio Amazonas (área da cidade do Amapá, Amapá), estas condições estáveis também favoreceram a permanência do manguezal nas planícies de maré com deposição de matéria orgânica marinha durante, pelo menos, os últimos 2350 - 2300 cal anos AP. Dados de geomorfologia, salinidade da agua, altura máxima de inundação, series históricas de chuvas e fácies sedimentares foram utilizadas na analise das unidades morfológicas e geobotânicas, e suas mudanças de curto período para entender os principais processos atuantes em planícies de mare a noroeste da foz do Rio Amazonas (área da cidade de Calcoene, Amapá) durante os últimos 30 anos. Assim, esta área de estudo foi subdivida em planalto e planície costeira. O planalto costeiro apresenta uma superfície plana a levemente ondulada modelada por processos erosivos. Avulsão de canais aluviais e feição birdfoot possivelmente relacionada a seis lobos deltáicos foram também identificadas neste compartimento. A vegetação e representada por várzea e cerrado. A planície costeira tem um comprimento médio de 10 km, e apresenta canal fluvial de maré, paleocanais, lagos, várzea, campos herbáceos, manguezal, cadeias de chenier, barras lamosas alongadas de maré, planícies lamosas e mistas de maré (não vegetada). As fácies sedimentares indicam ambientes dominados por onda e maré. A presença de lagos e cinturão de lagos, coexistência dos campos herbáceos e manguezal na planície costeira podem estar relacionados ao abandono e preenchimento de canais de maré. A analise temporal destas feições indica redução da área do cerrado, expansão das áreas de várzea e manguezal, e formação de extensas planícies lamosas de mare durante os períodos mais secos sob influencia do El Nino. Os períodos mais úmidos sob influência do La Nina provavelmente favoreceu o aumento das áreas de várzea e lagos sobre as áreas de cerrado, e a expansão do manguezal. Desta forma, a diminuição dos índices de chuva durante o El Nino pode ter reduzido o influxo do Rio Calcoene e permitido um aumento da propagação da maré, transporte e deposição de lama ao longo do canal fluvial de maré e seus canais secundários com posterior desenvolvimento do manguezal e estabilização do substrato lamoso próximo a linha de costa durante o La Nina. Considerando uma escala de tempo maior, durante o Holoceno médio e superior, a análise dos dados de morfologia, fácies sedimentares, palinologia, isótopos do carbono e nitrogênio das planícies de maré da cidade de Calcoene-Amapá, indicou que esta planície apresentou alternâncias entre ambientes de supra e intermaré. A porção proximal desta planície esta relacionada ao setor transicional entre o planalto e a planície costeira, e representa o estagio final de preenchimento de uma feição côncava para cima formada por um canal abandonado que contribui para o acumulo de água sob fluxos de energia muito baixos, estabelecimento de pteridófitas e outros vegetais terrestres ao redor do lago formado desde 5280 - 5160 cal anos AP. Durante os últimos 2840 - 2750 cal anos AP, a fonte de lama cessou e matéria orgânica autoctone tornou-se predominante, assim como o aumento na contribuição de matéria orgânica terrestre (plantas C3), principalmente representada pela vegetação de várzea. Campos herbáceos já colonizavam a planície de maré durante os últimos 3170 - 2970 cal anos AP. Entretanto, parte da porção distal da planície de maré relacionada com os campos herbáceos foi coberta por cadeias de chenier entre 3170-2970 e 220-140 cal anos AP. O estabelecimento do manguezal, caracterizado por matéria orgânica estuarina, pólen de Rhizophora e Avicennia, ocorreu após 1350-1290 cal yr B.P e 220-140 cal anos AP na áreas do G3 e G2, respectivamente. Este padrão de empilhamento dos sedimentos indicando retrogradação, com fácies distais sobre fácies próximais, e transição gradual do depósito herbáceo para o depósito de manguezal sugere que a criação de espaço de acomodação pode ter sido produzida durante um aumento da ação de ondas, frequência de inundação da mare e evolução de canais secundários na área de estudo como resultado de um aumento progressivo no nível relativo do mar. A integração de todos estes dados sugere que os processos morfológicos, padrões de vegetação e as fontes de matéria orgânica das planícies de maré de Calcoene, Amapá e Macapá foram influenciados pela interação entre o nível relativo do mar, mudanças climáticas e hidrológicas, e dinâmica dos canais de maré durante o Holoceno.Tese Acesso aberto (Open Access) Hidrodinâmica, transporte e proveniência sedimentar no baixo rio xingu e sua importância como “Tidal River” amazônico(Universidade Federal do Pará, 2022-07-14) MEDEIROS FILHO, Lucio Cardoso de; LAFON, Jean Michel; http://lattes.cnpq.br/4507815620234645; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994Está pesquisa é fundamentada na investigação dos processos (geológicos e hidrodinâmicos) que regem a evolução recente de um grande tributário do baixo Amazonas, o rio Xingu. O intuito foi investigar a evolução sedimentar e fluxos hidrológicos, a partir de dados já consolidados sobre o preenchimento de sua ria e como tem se estabelecido seus padrões de transporte e aprisionamento de sedimentos, seus efeitos sazonais e de maré, além compreender o papel do rio Amazonas como regulador na dinâmica de seu afluente. Medições hidrodinâmicas de vazão, velocidade e nível d’água juntamente com amostras de sedimentos de fundo e MPS foram coletados em 3 períodos anuais (fevereiro, junho e novembro). Os resultados deram subsídios para investigação da interação Xingu-Amazonas e a evolução da morfologia de fundo do baixo Xingu. Os resultados sugerem um enchimento da ria tanto pelo próprio rio Xingu, formando um proeminente delta de cabeceira, quanto pelo rio Amazonas, onde as variações das marés transportam sedimentos a montante no rio Xingu. Por outro lado, grandes áreas na parte central da ria indicam uma sedimentação lamosa. A geoquímica elementar permitiu traçar parte da história dos sedimentos e rochas de origem, juntamente com a análise dos elementos imóveis (Al, Ti, Zr, Hf, Th) e dos elementos terras raras (ETR) por serem pouco fracionados durante os processos de intemperismo e concentram-se nos sedimentos de fundo em detrimento da fração dissolvida dos rios. Os depósitos preservados no baixo rio Xingu, além de drenar regiões cratônicas em zonas mais elevadas, ratificam que o material de fundo é derivado de fontes heterogêneas com composições predominantemente ígnea intermediaria e que foram submetidos a importante reciclagem durante o transporte fluvial. A modelagem hidrodinâmica permitiu apontar a descarga fluvial como forçante mais relevante para dinâmica de deposição lamosa na ria do Xingu. A partir de um modelo numérico foi possível extrapolar a dinâmica de fluxo e transporte para além das fronteiras abertas, ou seja, a porção central da ria, elucidando o mecanismo de interação entre a descarga fluvial e maré e a dinâmica sedimentar associada. A determinação das amplitudes e fases das componentes de maré, sejam as de origem puramente astronômico ou decorrentes de águas rasas, assim como do nível médio e a descarga horária mostraram-se fundamentais para o entendimento dos processos regentes.Tese Acesso aberto (Open Access) Ictiólitos da Formação Pirabas, mioceno do Pará, Brasil, e suas implicações paleoecológicas(Universidade Federal do Pará, 2011-06-01) COSTA, Sue Anne Regina Ferreira da; RICHTER, Martha; http://lattes.cnpq.br/9381228195500524; ROSSETTI, Dilce de Fátima; http://lattes.cnpq.br/0307721738107549A Formação Pirabas (Oligo-miocênica), a qual é representada por depósitos carbonáticos ao longo da costa norte brasileira entre os estados do Pará e Piauí, é reconhecida por sua riqueza fossilífera. Entre os diversos fósseis destaca-se paleoictiofauna, por sua abundância nos afloramentos, porém a ausência de controle estratigráfico e faciológico destes fósseis restringiu o seu potencial de utilização em interpretações paleoambientais. A utilização conjunta de técnica de peneiramento úmido para recuperação de ictiólitos e análise faciológica e microfaciológica de sedimentos retirados dos depósitos da Formação Pirabas, expostos na mina B17 (Capanema-PA), possibilitou pela primeira vez utilizar fósseis de vertebrados para a elaboração de um modelo de reconstituição paleoambiental interdisciplinar. Os 3.594 ictiólitos recuperados, juntamente com as 5 associações faciológicas e 4 microfácies carbonáticas levaram à conclusão de que estes depósitos da Formação Pirabas foram formados em sistema deposicional marinho-marginal, com diferentes ambientes geneticamente associados como antepraia, praia, laguna, canal de maré e delta de maré, que fariam parte de um sistema estuarino com influência de onda, marcado por quatro diferentes ciclos deposicionais, relacionados a possíveis episódios transgressivo-regressivos. O ambiente estuarino foi confirmado pela assembléia de ictiólitos, formada tanto por espécimes dulcícolas, representada pela família Characidae, de ocorrência inédita para a unidade, quanto por espécimes marinhos, por exemplo, os tubarões. Diversos tipos dentários, possivelmente atribuídos a representantes de águas salobras, também reforçam o ambiente proposto tais como os gêneros Sarpa e Dasyatis, ambos igualmente registrados pela primeira vez. A distribuição da comunidade ictiológica evidencia controle paleoambiental, tendo-se registrado sua maior abundância em depósitos de canal de maré. Entretanto, a influência do nível relativo do mar resultou no desenvolvimento de ciclos deposicionais transgressivos-regressivos, que também exerceram forte controle na distribuição estratigráfica dos ictiólitos registrados na Mina B17, reforçando a importância de estudos interdisciplanares no refinamento da reconstituição paleoecológica desta unidade.Tese Acesso aberto (Open Access) A influência marinha nas águas do lago Arari (ilha de Marajó-Pa) durante o Holoceno com base em indicadores biológicos e isotópicos.(Universidade Federal do Pará, 2011-03-14) SMITH, Clarisse Beltrão; COHEN, Marcelo Cancela Lisboa; http://lattes.cnpq.br/8809787145146228; 8809787145146228Este trabalho teve por objetivo realizar a reconstituição paleoambiental da área da bacia de drenagem do Lago Arari (Ilha de Marajó-PA) durante os últimos 7.250 anos A.P. Foram aferidas as condições físico-químicas atuais da água do lago, assim como sua composição botânica (fitoplâncton e macrófitas). A partir de nove testemunhos de sedimento, distribuídos no Lago Arari, na planície herbácea e no litoral leste da Ilha de Marajó, foram identificadas a granulometria e as estruturas sedimentares, além do conteúdo polínico, isotópico (_15N e _13C) e elementar (C/Nmolar) que permitiram uma correlação lito, bio e quimioestratigráfica entre os locais de amostragem. O controle temporal dos eventos foi obtido através de quatorze datações 14C. A análise integrada destes dados sugere três fases de importante transformação da bacia de drenagem do lago em estudo: Fase 1, entre 7.328-7.168 e 2.306-2.234 cal. Anos A.P., os depósitos sedimentares são classificados como silte argiloso e silte arenoso, apresentando predominantemente estruturas sedimentares do tipo lenticular e wavy com presença significativa de grãos de pólen de manguezal e valores da razão molar C/N, _13C e _15N compatíveis com um ambiente deposicional lagunar. Na fase 2, entre 2.306-2.234 até ~500 cal. anos A.P. ocorre diminuição no fluxo energético na área de estudo, os depósitos sedimentares passam a apresentar estrutura plano paralela ou são depósitos maciços. Apesar dos dados de pólen sugerirem ausência de manguezal nessa fase, os valores isotópicos e elementares continuam a indicar contribuição preferencial de matéria orgânica aquática marinha. Na fase 3, a partir de ~500 cal. anos A.P. ocorre o estabelecimento do sistema lacustre, pois a deposição sedimentar reflete fluxo energético relativamente baixo e a influência marinha torna-se gradativamente menor, aumentando a contribuição de algas de água doce. Além disso, torna-se perceptível um suave aumento na matéria orgânica derivada de plantas terrestres resultado da expansão da planície herbácea que atualmente coloniza a rede de drenagem do Lago Arari. Hoje os bosques de manguezal estão restritos apenas à zona do litoral leste da Ilha de Marajó. De acordo com o modelo proposto nesse trabalho, a diminuição da influência marinha, com consequências para a hidrodinâmica, matéria orgânica e vegetação da região do Lago Arari, teve como causa principal a interação aumento no nível de mar seguido da diminuição na descarga fluvial dos rios que compõe a região de estudo.Tese Acesso aberto (Open Access) lndicadores de estabilidade da matéria orgânica em terras pretas nos sítios arqueológicos Jabuti e Jacarequara (Pará)(Universidade Federal do Pará, 2015-09-02) SENA, Luciana Freitas de; KERN, Dirse Clara; http://lattes.cnpq.br/8351785832221386; 8351785832221386; LEMOS, Vanda Porpino; http://lattes.cnpq.br/1829861620854008; 1829861620854008As condições ambientais da região amazônica favorecem o intemperismo e a decomposição do material orgânico do solo, tornando-o empobrecido em nutrientes e dificultando o uso agrícola. Porém, na mesma região, áreas que foram modificadas pela ação antrópica pretérita, conhecidas como Terra Preta Arqueológica (TPA), apresentam propriedades diferenciadas, dentre as quais, destaca-se a elevada estabilidade da matéria orgânica do solo (MOS) que em algumas pesquisas é atribuída às interações entre a MOS e demais constituintes do solo, tais como carbono pirogênico e minerais do solo. Neste estudo foram selecionados dois sítios arqueológicos no Estado do Pará, o Jabuti, tipo cemitério habitação, localizado no município de Bragança, e o Jacarequara, tipo sambaqui, situado no município de Barcarena, a fim de avaliar a estabilidade da matéria orgânica em TPA, a partir de soluções extraídas dos solos (profundidades de 30 e 80 cm) e dos próprios solos (coletados durante a implantação dos extratores no mês de dezembro de 2013) em áreas de TPA e adjacências. A caracterização das soluções dos solos foi realizada no período compreendido entre os meses de março e junho de 2013, com base nas propriedades macroscópicas e nos indicadores químicos: concentrações de carbono dissolvido (orgânico, inorgânico e total), determinados pelo método de combustão; pH, Eh e condutividade. As avaliações da estabilidade de MOS nas fases sólidas da TPA e áreas adjacentes (ADJ) foram feitas com base na verificação textural dos solos, indicadores químicos (pH, concentrações de carbono orgânico e dos nutrientes Ca, K, P, Na, e Mg) e biológico, representado pela biomassa microbiana, determinada pelo método de irradiação/extração e expressa em termos de carbono (Cbm) e nitrogênio (Nbm). Os resultados obtidos das soluções de solos indicaram que nos dois sítios os valores de pH são mais elevados em profundidade (80 cm), sendo que, no sítio Jacarequara foram determinados valores de até 7,2 para esse parâmetro, enquanto que, no sítio Jabuti os resultados de pH não ultrapassam o valor 6. Os valores máximos de Eh (mV), condutividade (µs) e carbono orgânico dissolvido (mg L-1) no sítio Jacarequara, a 30 cm de profundidade foram respectivamente +201 mV, 427 µs e 13 mg L-1 e, na área adjacente a este sítio, na mesma profundidade os maiores valores foram +128 mV, 72 µs e 23 mg L-1 para os mesmos parâmetros. No sítio Jabuti e sua ADJ, a 30 cm de profundidade, os valores máximos respectivos das áreas foram Eh igual a +108 mV e +96 mV; condutividade 138,87 µs e 59,85 µs e carbono orgânico dissolvido 12 mg L-1 e 21,08 mg L-1. Comparando-se as áreas de TPA e suas respectivas ADJ, os dados de Eh e carbono orgânico dissolvido remetem a componentes mais estáveis nas soluções de solo das áreas de TPA, devido aos valores mais oxidantes e as menores concentrações de carbono orgânico dissolvido, os resultados de condutividade, que é um indicador da concentração de íons, são mais elevados nas TPA reportando a maior disponibilidade de nutrientes. Em ambos os sítios, os solos apresentaram textura arenosa, tanto nas áreas de TPA quanto nas ADJ, sendo esta última mais arenosa. Nos solos do sítio Jacarequara e sua ADJ, no intervalo de 20 a 30 cm de profundidade, foram obtidos os seguintes valores, respectivamente: 119,82 g kg-1 e 20,34 g kg-1 para MOS; pHH2O igual a 6,8 e 4,9; 183 mg/dm3 e 5 mg/dm3 de P (disponível); 39 mg/dm3 e 29 mg/dm3 de K (trocável); 14,8 cmolc/dm3 e 0,7 cmolc/dm3 de Ca (trocável); 0,1 cmolc/dm3 e 1,7 cmolc/dm3 de Al (trocável), 181,26 µg g-1 e 88,74 µg g-1 de Cbm e 3,27 mg kg-1 e 1,91 mg kg-1 de Nbm. No solo do sítio Jabuti, os valores determinados foram: 83,66 g kg-1 de MOS, pHH2O igual a 4,4; 55 mg/dm3 de P (disponível); 59 mg/dm3 de K (trocável); 0,3 cmolc/dm3 de Ca (trocável); 4 cmolc/dm3 de Al (trocável); 92,56 µg g-1 de Cbm e 1,41 mg kg-1 de Nbm; na área adjacente a este sítio, os valores foram: 13,13 g kg-1 de MOS, pHH2O igual a 4,6; 4 mg/dm3 de P (disponível); 29 mg/dm3 de K (trocável); 0,3 cmolc/dm3 de Ca (trocável); 1 cmolc/dm3 de Al (trocável), 27,54µg g-1 de Cbm e 0,96 mg kg-1 de Nbm. Assim como em outros sítios arqueológicos com TPA, o Jacarequara e o Jabuti apresentaram valores significativamente mais elevados de nutrientes quando comparados às áreas circunvizinhas, com exceção do elemento Ca no Jabuti. Nos sítios, partículas carbonáceas foram investigadas, não apresentando resultados intrínsecos a carbono pirogênico. Nas áreas de TPA, os resultados obtidos a partir das análises dos solos, indicaram relação positiva entre biomassa microbiana, matéria orgânica e nutrientes, o que pode ser associado a melhor qualidade do solo nessas áreas quando comparadas as suas ADJ, condizendo com os dados evidenciados nas soluções de solo. Comparando-se os dois sítios, os resultados indicam que a MOS do sítio Jacarequara apresenta constituintes mais estáveis.Tese Acesso aberto (Open Access) Materiais construtivos e sua biodeterioração em fortificações da Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2017-03-29) NORAT, Roseane da Conceição Costa; COSTA, Marcondes Lima da; http://lattes.cnpq.br/1639498384851302; https://orcid.org/0000-0002-0134-0432Tese Acesso aberto (Open Access) Morfologia e análise da sucessão deposicional do vale inciso Quaternário de Marapanim, Norte do Brasil.(Universidade Federal do Pará, 2009-11-03) SILVA, Cléa Araújo da; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252; 3282736820907252O setor costeiro situado a leste da foz do rio Amazonas é caracterizado por diversos sistemas estuarinos, que abrigam amplas áreas de manguezal, com aproximadamente 7.600 km2. O estuário do rio Marapanim é influenciado pelo regime de macromarés, com moderada influência de ondas. Os aspectos morfológicos e morfoestratigráficos foram definidos mediante a utilização de imagens de sensores remoto (i.e, Landsat-7 ETM +, RADARSAT-1 Wide e SRTM), integradas com dados batimétricos e de depósitos superficiais. A faciologia dos depósitos sedimentares quaternários foi caracterizada a partir de testemunhos coletados através dos sistemas vibracore e rammkersonde. A datação dos depósitos foi realizada pelo método MAS radiocarbono (14C). Morfologicamente o estuário foi subdividido em foz, funil e curso superior. A foz e o funil estuarino (interno, médio e externo) são influenciados por uma energia mista, onde ondas e macromarés desempenham um papel importante no controle hidrodinâmico e no transporte e distribuição dos sedimentos. A integração dos dados reflete um modelo evolutivo de preenchimento de vale inciso, definido por uma superfície basal que limita depósitos quaternários e terciários, os quais se encontram recobertos por areia fluvial, que constitui o trato de sistema de mar baixo. O estágio inicial da última transgressão propiciou o trapeamento de sedimentos fluviais no interior do vale. Posteriormente, esses sedimentos foram recobertos por depósitos lamosos transgressivos que migraram em direção ao continente. Em condições de nível de mar estável ocorreu amplo desenvolvimento e progradação de planícies lamosas (pântano de água doce e manguezais) em direção à foz estuarina, concomitante a pulso transgressivo responsável pelo recobrimento desses depósitos por outros, arenosos (praias e dunas) e a migração de depósitos de intermaré para níveis topográficos mais elevados, representando a configuração atual. O modelo evolutivo proposto se aplica ao setor costeiro nordeste do estado do Pará, caracterizado pela profusão de sistemas estuarinos originados durante a última transgressão holocênica.Tese Acesso aberto (Open Access) Morfologia e dinâmica de médio (1958-2010) e curto (2007) períodos da planície costeira de Almofala, Município de Itarema, Ceará(Universidade Federal do Pará, 2011-05-24) AGUIAR, Ponciana Freire de; EL-ROBRINI, Maâmar; http://lattes.cnpq.br/5707365981163429; https://orcid.org/0000-0001-7850-1217A pesquisa enfoca a análise da morfologia e da dinâmica da linha de costa em médio (1958-2010) e curto período (2007) da planície costeira de Almofala (NW do Ceará, Nordeste do Brasil), incluindo as praias de Almofala, da Barreira e de Torrões influenciadas por altas temperaturas (>25ºC), precipitação média de 1172,21 mm, velocidade média dos ventos de 5,5 m/s, regime de meso-marés (média de 1,48 m), e altura significativa das ondas de 0,56 m. Os objetivos focalizam: (1) a identificação das unidades e subunidades geomorfológicas (na escala 1:50000); e (2) a avaliação da dinâmica da linha de costa para o médio período (1958-2010) e o curto período (2007). A metodologia consistiu: (1) no mapeamento das unidades e subunidades geomorfológicas da PCA, utilizando o MDT e o mapa de declividade; (2) no monitoramento multitemporal da linha de costa para o médio período: com integração de fotografias aéreas e de imagens Quickbird (1958/2004 - 46anos); e interpretação visual de imagens Landsat (1977/2010 - 33anos); (3) na quantificação e mapeamento das zonas de erosão e acresção da linha de costa; (4) na variabilidade morfosedimentar para o curto período (2007) das praias de Almofala, da Barreira e de Torrões; e (5) zoneamento geoambiental com análise da vulnerabilidade e adequação de áreas pelas formas de uso e ocupação. Na PCA, tem-se as seguintes unidades geomorfológicas e subunidades associadas: Planalto Costeiro (tabuleiros litorâneos com 8031957 m², e plataforma de abrasão com 34654 m² de sedimentos da Formação Barreiras); e a Planície Costeira (planície aluvial com 944912 m²; a planície estuarina que inclui - planície de intermaré com 5782520 m², planície lagunar com 1449466 m², e delta com 66696 m²; e a planície arenosa - dunas fixas/eolianitos com 13879382 m², dunas móveis com 1463971 m², e praia com 837031 m²). Durante o período estudado (1977/2010 - 33 anos), a linha de costa de Almofala migrou várias vezes, tanto em direção ao continente como em direção ao oceano: na seção 3.1 - o recuo de 785 m, com taxa anual de 13,15 m/ano, retroprogrando -1,3 Km²/46 anos (1958/2004), avançou 570m e progradou 888.045,47 m²/46 anos, com taxa anual de 6,3 m/ano; na seção 3.2 - o recuo foi de 668 m, a uma taxa de erosão foi 12,24 m/ano, retrogradando -0,98 km²/ 33anos (1977/2010), e avançou 394 m, com taxa de acresção de 8 m/ano, progradando 0,37 km²/33anos. As praias de Almofala, da Barreira e de Torrões se comportaram com RTR de onda dominante. O parâmetro ε mostrou sistema barra e calha longitudinal nas praias de Almofala e de Torrões, com areias finas (44%), e estágio reflectivo na praia da Barreira, com areias médias (29%). O parâmetro _ teve estágios de terraço de maré baixa na praia de Almofala, e dissipativo nas praias da Barreira e de Torrões. Estas praias são semi-expostas, aos ventos e ondas, com erosão nas praias da Barreira (-64,5 m³) e de Torrões (-72,1 m³), e acreção (62,83 m³) em Almofala. A praia de Torrões possui alta vulnerabilidade aos riscos ambientais (erosão), a praia da Barreira possui de média a alta vulnerabilidade e a praia de Almofala possui média vulnerabilidade a oeste e baixa vulnerabilidade a leste. O mapa geoambiental possibilitou identificar: com a maior área incluindo APP’s, áreas de risco, áreas adequadas a ocupação, e áreas degradadas, por processos naturais (erosão costeira) e antrópicos, para contribuir com o planejamento ambiental e gerenciamento costeiro.Tese Acesso aberto (Open Access) Morfologia e sedimentação em um estuário de macromaré e plataforma adjacente, margem equatorial brasileira(Universidade Federal do Pará, 2025-06-30) MIRANDA, Artur Gustavo Oliveira de; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252; https://orcid.org/0000-0003-0252-808XCompreender a dinâmica morfossedimentar em estuários de macromarés é desafiador, especialmente em sistemas de grande escala, onde a morfologia e os sedimentos de fundo não são bem conhecidos. Uma investigação sem precedentes das mudanças morfológicas e da variabilidade espacial e sazonal dos sedimentos superficiais do estuário de São Marcos e da plataforma continental adjacente foi realizada com objetivo de verificar a evolução morfobatimétrica multidecadal (1977 a 2022) e modificações dos padrões sedimentares de curto prazo representando a sazonalidade climática, caracterizado por uma estação seca e uma estação chuvosa (2020 a 2021). Os resultados extraídos da periodicidade de 45 anos, a partir da comparação entre as cartas náuticas, evidenciaram um padrão de transporte de sedimentos que explica os principais mecanismos para a evolução das feições morfológicas regido pelas correntes de vazantes. Um terceto delta subaquoso altamente deflexivo, estruturado em um ambiente marinho com dominância do processo oceanográfico das macromarés foi revelado na plataforma continental interna, deflexão que se afastam dos modelos clássicos de ambientes dominados pelas marés. O estuário apresentou instabilidade morfológica na porção abaixo do funil estuarino, porção proximal ao Terminal Portuário de São Luís e estabilidade morfológica acima do funil, englobando o baixo estuário e plataforma continental interna. A variação da quantificação do balanço sedimentar do estuário e da plataforma continental interna indicaram que ambos os ambientes apresentaram comportamento do balanço sedimentar claramente negativo, acarretando aumento do volume liquido nos últimos quarenta e cinco anos de 1,1x109 m³ equivalente a 2,91x1012 tm-3 de sedimentos erodidos, com tendências das taxas de erosão de 6,4x1010 tm-3/ano e taxa volumétrica de 2,4x107 m³/a dentro do estuário. Da mesma forma, a plataforma continental interna apresentou aumento de 1x109 m³ do volume líquido quantificando 2,65x1012 tm-3 de sedimentos erodidos, com taxa do volume líquido de 2,2x107 m³/ano e taxa de sedimentos erodidos na ordem de 5,9x1210 tm-3/ano. Estabelecendo crescimento do volume líquido total, em ambos os ambientes de 2,1x109 m³, correspondendo ao total de sedimentos erodidos de 5,56x1012 tm-3, com as taxas de volume líquido de 4,6x107 m³/ano e 12,3x1010 tm-3/ano de sedimentos escavados. O balanço sedimentar entre isóbatas revelou que o estuário experimentou expressivas perdas de sedimentos até o limite das isóbatas de -30 m e abaixo da isóbata de -30 m os sedimentos comportaram-se antagonicamente. Já a plataforma continental interna evidenciou significativo aumento do volume líquido até a isóbata de 25 m, em seguida apresentou comportamento deposicional com atenuação do volume líquido até o limite da isóbata de -45 m. Para caracterização dos depósitos sedimentares, 284 amostras de sedimentos do período seco e 281 amostras do período chuvoso foram coletadas, analisadas e espacializadas, quantificando as porcentagens de lama, silte e argila, areia, matéria orgânica e carbonato de cálcio para ambos períodos sazonais, bem como as classificações texturais dos sedimentos superficiais, baseadas segundo as propostas de (Wentworth,1922), Shepard (1954) e Larsonneur (modificado por Dias, 1996). No período seco, os sedimentos do estuário eram constituídos predominantemente pelas classes texturais areia fina e areia média e a plataforma adjacente era constituída predominantemente por sedimentos de areia média, com a classe textural areia representando 70% do total das amostras do período seco. No período chuvoso, o estuário apresentou praticamente o mesmo comportamento da distribuição dos sedimentos superficiais do período seco, era constituído predominantemente por areia com a maior porcentagem de areia fina seguida da areia média e a plataforma continental era predominantemente constituída por areia fina e areia média, denotando a maior influência da sazonalidade climática sobre a região da plataforma continental adjacente. A forte atividade de maré na área de estudo é a principal responsável pela dinâmica morfossedimentar do estuário e da plataforma continental adjacente.Tese Acesso aberto (Open Access) Mudanças da cobertura, uso do solo e produção de minério de ferro em minas a céu abertona Austrália e no Brasil: um indicador de intensidade de explotação mineral(Universidade Federal do Pará, 2023-05-26) SANTOS, Diogo Corrêa; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252O minério de ferro é um recurso de suma importância para o desenvolvimento de uma nação. Com o avanço tecnológico, industrial e urbano, principalmente dos países asiáticos, a demanda por este recurso vem aumentando consideravelmente nas últimas décadas. Consequentemente, mudanças da cobertura e uso do solo (MCUS) vem ocorrendo nas áreas mineradas dos países com maior produção de minério. A Austrália e o Brasil são os maiores produtores de minério de ferro no mundo. Em 2019, alcançaram a produção de 930 milhões de toneladas (mt) e 480 mt, respectivamente. Entretanto, pouco se sabe sobre a extensão do uso do solo necessário para explotação de minério de ferro na escala das minas a céu aberto produtivas nesses dois países. Diante disso, esta tese de doutorado teve como objetivos (1) mapear as MCUS no tempo e no espaço em áreas de mineração de ferro nos países dois com maior produção do mundo; (2) estimar a área utilizada para explotação de minério de ferro, assim como a produção de minério acumulada desde a década de 1980 até 2019; e (3) determinar um indicador de intensidade de explotação mineral, representado pela produção de minério em milhões de toneladas por quilômetro quadrado (mt/km²) para as principais minas de ferro da Austrália e do Brasil. Para este fim, imagens de satélite Landsat 5 TM (1984 e 1986) e Sentinel-2B (2019) foram processadas para mapear as MCUS em áreas de minas de ferro a céu aberto na região de Pilbara na Austrália Ocidental província mineral de Hamersley e na região de Carajás (PA), Corumbá (MS) e Quadrilátero Ferrífero – QF (MG) no Brasil, a partir da técnica de Análise de Imagens Baseado em Objetos Geográficos (GEOBIA). Os valores de produção de minério de ferro por área minerada foram extraídos dos anuários estatísticos da produção mineral dos dois países. Os resultados mostraram que a mineração de ferro na Austrália em 1986 ocupava uma área de 41,45 km² e foi expandida para 875,06 km² até 2019. No Brasil em 1984 a extensão da mineração de ferro era de 109,53 km² e se estendeu para 295,75 km² em 2019. A Acurácia global e o índice kappa do conjunto das imagens classificadas ficaram acima de 90%, indicando a ótima qualidade do mapeamento. Os dados de produção de minério de ferro acumulado entre os anos de 1984 a 2019 mostraram que a Asutrália alcançou a produção total de 8.4 bilhões de toneladas de minério de ferro neste período, em uma área minerada de 875,06 km², o equivalente a 9.7 mt/km². Enquanto o Brasil atingiu a produção total de 7.03 bilhões de toneladas em uma área de 297,75 km². O Indicador de intensidade de explotação mineral mostrou que o Brasil e a Austrália produziram o equivalente a 23.6 mt/km² e 9.7 mt/km², respectivamente ao longo do período estudado. O estudo concluiu que (1) a área de solo minerado cresceu em todas as minas nos dois países analisados entre 1984 e 2019, sendo que a maior expansão foi detectada na Austrália; (2) a alta produção de minério de ferro na Austrália e no Brasil e as consequentes MCUSs são impulsionadas pela alta demanda dos países asiáticos com destaque para a China; e (3) o indicador de intensidade de explotação mineral mostrou que as minas de ferro do Brasil apresentaram a melhor relação entre produção mineral vs. Área minerada em comparação à Austrália. Esta relação permite afirmar que os dois países alcançaram um patamar de produção extremamente alto em uma área proporcionalmente diminuta, em especial no Brasil. Por fim, esta tese de doutorado contribuiu para quantificar a extensão das áreas das minas de ferro, compreender a intensidade da produção deste minério e as consequentes MCUS nestes dois países.Tese Acesso aberto (Open Access) Ostracofauna da Formação Solimões (Atalaia do Norte, Amazonas, Brasil): taxonomia, implicações paleoambientais e bioestratigráficas.(Universidade Federal do Pará, 2017-09-12) PEREIRA, Ana Paula Linhares; RAMOS, Maria Inês Feijó; http://lattes.cnpq.br/4546620118003936; 4546620118003936O estudo de ostracodes provenientes dos testemunhos 1AS-7D-AM, 1AS-8-AM e 1AS-31-AM, perfurados no município de Atalaia do Norte, Amazonas, Brasil, permitiu reconhecer 9 gêneros e 30 espécies; o gênero eurihalino Cyprideis é o mais abundante e diverso, com 19 espécies já identificadas e duas novas espécies descritas nesse trabalho: C. atalaiensis sp. nov. e C. dictyon sp. nov. Outros gêneros marinhos e/ou transicionais (Paracypris, Perissocytheridea, Rhadinocytherura, Pellucistoma e Skopaeocythere) e nãomarinhos (Cypria, Cytheridella e Penthesilenula) foram encontrados, além de outros microfósseis (foraminíferos, peixes, moluscos e palinomorfos) que foram utilizados como elementos auxiliares nas interpretações paleoambientais e bioestratigráficas da Formação Solimões. A análise integrada da distribuição estratigráfica de ostracodes e palinomorfos nos testemunhos 1AS-8-AM e 1AS-7D-AM, permitiu datar a sequência do Eomioceno ao Neomioceno. Foram observadas, através dos fósseis- index, cinco zonas palinológicas já propostas para a Formação Solimões: Verrutricolporites, Mioceno Inferior; Psiladiporites–Crototricolpites, final do Mioceno Inferior ao início do Mioceno Médio; Crassoretitriletes, Mioceno Médio; Grimsdalea, final do Mioceno Médio ao início do Mioceno Superior; e Asteraceae, Mioceno Superior. A distribuição das espécies de Cyprideis permitiu reconhecer cinco zonas equivalentes às zonas palinológicas, das quais quatro já estabelecidas anteriormente, embora seus limites temporais tenham sido alterados nesse estudo: C. aulakos, renomeada para C. sulcosigmoidalis, final do Mioceno Inferior a início do Mioceno Médio; C. caraionae, Mioceno Médio a início do Mioceno Superior; C. minipunctata, início do Mioceno Superior; e C. cyrtoma, início do Mioceno Superior. Além dessas, é proposta aqui uma nova zona de ostracode: C. paralela, do Mioceno Superior. A análise bioestratigráfica integrada (palinologia e ostracodes), bem como o registro da microfauna associada revela uma sequência que inicia no Mioceno Inferior, com influência de ambientes costeiros, atestada pela presença de palinomorfos e foraminíferos tipicamente de manguezal. No Mioceno Médio as condições paleoambientais passam a ser de um ambiente flúvio-lacustre, com influência marinha. Finalmente, no Mioceno Superior, apesar de ainda apresentar intervalos de influência marinha, premomina um ambiente flúvio-lacustre em direção ao topo da sequência estudada.Tese Acesso aberto (Open Access) A pluma do rio Amazonas: fonte: dinâmica e transporte de sedimentos para estuários e manguezais do litoral leste amazônico.(Universidade Federal do Pará, 2024-06-14) SILVA, Ariane Maria Marques da; ASP NETO, Nils Edvin; http://lattes.cnpq.br/7113886150130994; https://orcid.org/0000-0002-6468-6158O setor sudeste da Zona Costeira Amazônica (Southeastern Amazon Coastal Zone – SACZ) inclui a mais extensa faixa contínua de manguezais do mundo, com mais de 20 estuários de macromarés. Nessa área, um grande volume de sedimentos finos tem se depositado durante o Holoceno, porém, sabe-se que os rios locais são de água preta, transportando pequenas quantidades de sedimentos em suspensão. Desta forma, nos últimos anos, surgiram questionamentos relacionados às principais fontes e os mecanismos de transporte de sedimentos finos para os estuários e para o desenvolvimento dos manguezais na região. Recentemente, foi evidenciada a existência de uma fonte offshore de sedimentos lamosos para os manguezais. Por sua proximidade, o rio Amazonas tem sido visto como o provável fornecedor de sedimentos, com uma vazão média de 170x103 m3.s-1 e concentração de sedimentos em suspensão de ~80 mg.L-1, o que representaria uma fonte praticamente inexaurível de lama tanto para os estuários quanto para os manguezais. Porém, a proveniência e processos de transporte pelos quais a lama do Amazonas alcançaria a SACZ, propiciando a grande progradação dos manguezais, não são ainda completamente compreendidos, uma vez que, a pluma do Amazonas é principalmente derivada para noroeste. Neste sentido, a constituição sedimentar da plataforma interna e seu retrabalhamento precisam ser também avaliados, bem como a possibilidade de suprimento de lamas a leste da região de estudo. O presente estudo visou a integração e complementação de esforços acerca da dinâmica de sedimentos nos estuários (Mocajuba, Caeté e Gurupi) e manguezais da SACZ, combinando estudos na plataforma continental interna. Para tal, ferramentas e abordagens da hidrodinâmica, sedimentologia e biogeoquímica foram utilizadas para a identificação e entendimento das fontes e mecanismos de transporte de sedimentos lamosos para o setor, compondo um gradiente de distância da foz do rio Amazonas, bem como uma escala de dimensões das bacias hidrográficas locais. O estuário do rio Mocajuba apresenta aspectos bastante peculiares quanto a morfologia e hidrodinâmica. A morfologia do estuário é fortemente influenciada pela evolução estrutural e pelas falhas causadas pelos eventos neotectônicos desde o Neógeno, resultando em áreas profundas e retilíneas nas porções inferior e média do estuário. A maré se propaga estuário adentro sem sofrer significativas deformações, resultado da combinação entre a morfologia herdada e a hidrodinâmica. A salinidade apresentou maiores valores durante os períodos secos, enquanto a concentração de sedimentos em suspensão foi maior durante os períodos chuvosos. A circulação estuarina no Mocajuba é similar aos fiordes, devido a profundidade, porém, sem estratificação de salinidade. Não houve formação da zona de turbidez máxima estuarina devido às áreas de alta profundidade, baixas velocidades de corrente e baixa concentração de sedimentos em suspensão. No entanto, em ambos os períodos, uma “cunha turva” foi observada perto da foz do estuário, evidenciando a influência da pluma do rio Amazonas. O estuário do rio Caeté é classificado como planície costeira, dominado por marés, com regime semidiurno e consideráveis variações durante as fases de sizígia e quadratura. Do ponto de vista científico, este é um dos estuários mais conhecidos da SACZ, com trabalhos abrangendo áreas da geologia, geomorfologia, hidrodinâmica, sedimentologia, geoquímica, biogeoquímica, ecologia em geral, dentre outras áreas. Para a presente Tese, o estuário do Caeté foi considerado um “estuário modelo” devido a localização geográfica (em relação às distâncias da foz do rio Amazonas e dos estuários dos rios Mocajuba e Gurupi), o tamanho da bacia hidrográfica e os dados disponíveis em artigos científicos que comprovam a influência de uma fonte externa de sedimentos finos. O Gurupi é um típico estuário de planície costeira, raso, em formato de funil, dominado por maré, porém, parcialmente misturado. A salinidade e concentração de sedimentos em suspensão foram maiores na foz e diminuíram a montante. A zona de turbidez máxima estuarina foi observada em ambas as estações, porém, o aumento da descarga fluvial atenuou e deslocou essa zona em direção ao mar. A maré se propagou assimetricamente, com efeito hipersíncrono próximo à foz, sendo atenuado a montante. No que se refere a matéria orgânica sedimentar, os dados evidenciaram que as amostras estuarinas apresentam valores de δ13C mais negativos, como resultado da maior influência terrestre e dos manguezais. Os valores de δ13C das amostras coletadas na plataforma interna apresentaram valores menos negativos, indicando mistura entre as fontes de carbono marinha e manguezais. Além disso, os resultados evidenciaram que o tamanho da bacia de drenagem dos rios locais também é um fator relevante na dinâmica de matéria orgânica. O rio Gurupi, por exemplo, é grande o suficiente para contribuir com sedimentos orgânicos e terrígenos para o estuário e para plataforma interna. Em síntese, os estuários da SACZ são caracterizados pelo regime de macromarés, sujeitos aos aspectos particulares da geologia, geomorfologia e do rio local. No estuário do Mocajuba, a morfologia herdada apresentou forte influência nos processos hidrodinâmicos e sedimentares. Por outro lado, no estuário do Gurupi, a elevada vazão fluvial teve papel fundamental na dinâmica estuarina.Tese Acesso aberto (Open Access) O potencial do sensoriamento remoto SAR no mapeamento, discriminação de gêneros e estudo da dinâmica de floresta de mangue na região Amazônica.(Universidade Federal do Pará, 2019-04-26) COUGO, Michele Ferreira; FERNANDES, Marcus Emanuel Barroncas; http://lattes.cnpq.br/8943067124521530; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252Esta tese tem como objetivo geral abordar o potencial dos dados de sensores SAR para diferenciar gêneros de mangue através de dados polarimétricos, estimativa de biomassa através da estrutura dos bosques e em produzir mapas temáticos as florestas de mangue através do uso de imagens SAR multifrequência. Dados SAR polarimétricos (Radarsat2), multifrequência (banda X, C e L) foram utilizados para cumprir este objetivo. A área de estudo e a península de Ajuruteua, localizada no setor leste da Zona Costeira Amazônica. Os manguezais desta região são considerados preservados e estão presentes as espécies: Rhizophora mangle, Avicennia germinans, Avicennia schaueriana e Laguncularia racemosa, sendo a especie R. mangle a espécie dominante na região. Através de uma imagem polarimétrica Radarsat-2, banda C, foram avaliadas as respostas polarimétricas das parcelas com dominância dos dois principais gêneros ocorrentes na região (Rhizophora e Avicennia). Pela analise dos gráficos das respostas polarimétricas não foi possível definir um padrão por gênero que permitisse a diferenciação de gêneros através deste parâmetro. A análise do mecanismo de espalhamento foi realizada através das decomposições polarimétricas da matriz de coerência e covariância. No plano H-α todas as parcelas de vegetação foram classificadas na zona 5 de media entropia, zona atribuída ao espalhamento da vegetação e, na zona 6 de media entropia associada ao aumento da rugosidade superficial. Apenas a classe campos apresentou valor de H menor que as demais classes, o que a destacou das demais. As imagens dos mecanismos de espalhamento: double-bounce, volumétrico e superficial não permitiram a separação dos gêneros dominantes na região. Na serie temporal anual de imagens Sentinel1-A o comportamento do σ° nas polarizações VV e VH foi similar e não apresentou diferenças com relação a valores de biomassa total. As variações dos valores de retroespalhamento ao longo do ano foram relacionados as condições ambientais (precipitação e regime das mares), alterações no dossel (fenologia) e ao ângulo de incidência. Os valores de σ° foram maiores no período do mês de maio ao fim de agosto e no mesmo período os valores da razão σ°VH/σ°VV foram menores, reflexo da dinâmica do dossel dos manguezais da região visto que este período e marcado pela maior produção de serrapilheira, apesar da modesta oscilação (1,5 dB). O uso das imagens SAR multifrequência para classificação no Random Forest dos ambientes da península baseada teve o melhor índice Kappa com valor de 0,53 para o modelo que incluiu imagens Sentinel1-A e ALOS-PALSAR, com Kappa da classe mangue de 0.90. A classe mangue anão apresentou discordância global (ate 10%) mais alta que as demais, principalmente no tipo permuta com as classes mangue, planície hipersalina e outros, sendo que as duas ultimas tiveram os menores índices Kappa por classe em todas as classificações. A classe mangue apresentou discordância global de no máximo 5% e índice Kappa maior que 0,90 em todas as classificações. Diante do exposto, concluímos que a abordagem por gênero de mangue, mesmo com elevado n amostral, não produz diferenças significativas para a distinção dos gêneros através de técnicas polarimétricas, quer seja resposta polarimétrica ou técnicas de decomposição. Dois avanços podem ser ressaltados no estudo dos manguezais através de series temporais Sentinel-1A, a razão de polarização σ°VH/σ°VV esta relacionada a dinâmica do dossel e o uso de imagens trimestrais de estações diferentes para a classificação das florestas de mangue. Além de ser reconhecido o potencial de uso das imagens SAR para o mapeamento das florestas de mangue principalmente quando utilizadas séries temporais de sensores nas bandas C e L através de técnicas de aprendizado de maquina. das florestas de mangue. Além de ser reconhecido o potencial de uso das imagens SAR para o mapeamento das florestas de mangue principalmente quando utilizadas séries temporais de sensores nas bandas C e L através de técnicas de aprendizado de máquina.Tese Acesso aberto (Open Access) Radar de abertura sintética aplicado ao mapeamento e reconhecimento de zonas úmidas costeiras(Universidade Federal do Pará, 2011-12-09) TEIXEIRA, Sheila Gatinho; SOUZA FILHO, Pedro Walfir Martins e; http://lattes.cnpq.br/3282736820907252O uso da imagem SAR na identificação de zonas úmidas costeiras, sob diferentes configurações de aquisição e diferentes condições ambientais é um tema de pesquisa na fronteira do conhecimento na área de sensoriamento remoto. Para que seja avaliada as potencialidades do uso de imagens SAR em ambientes costeiros tropicais foi escolhida uma Área de Proteção Ambiental da Baixada Maranhense para ser investigada, dado o estado de preservação da área de estudo, onde observa-se, principalmente os ecossistemas manguezais, campos salinos e campos inundáveis por água doce. Imagens RADARSAT e ALOS PALSAR em diferentes modos de imageamento foram adquiridas em diferentes condições ambientais. Em imagens RADARSAT-1 Wide 1 foi possível a separação entre os manguezais e os campos inundáveis, nas estações seca e chuvosa, principalmente quando as imagens foram adquiridas em condições de precipitação nula, pois havendo umidade no sistema a separação entre estes ambientes tende a diminuir pelo incremento no retroespalhamento. Não foi verificada a influência da condição de maré alta, nos valores de retroespalhamento das imagens RADARSAT-1. A classificação automática contextual baseada na frequência conseguiu separar os manguezais dos campos inundáveis e da água, nas duas estações dos campos inundáveis e da água, nas duas estações do ano. As imagens RADARSAT-1 Wide e Fine, adquiridas durante o período chuvoso, sob altas precipitações, diferentes condições de maré e diferentes ângulos de incidência (20º - 47,8º) foram transformadas pelo método de análise por principal componente que atestou que as mesmas são altamente correlacionadas. A análise do retroespalhamento destas imagens mostrou uma baixa separabilidade para ângulos de incidência menores (20º a 31º), enquanto que nas imagens adquiridas em ângulos maiores (41º a 47º) a separabilidade é um pouco maior, quando analisado os ambientes manguezais e campos inundáveis. Em imagens multipolarizadas RADARSAT-2 e PALSAR-HH, adquiridas na estação seca, em áreas de campos inundáveis, salinos e pastejados foi verificado que o parâmetro de microtopografia HRMS, das áreas de campos, influenciou cerca de 49% os valores de σ0, da imagem PALSAR-HH. Para as imagens RADARSAT-2, nas polarizações HV e VH, esta influência foi baixa, cerca de 24% e 26%, respectivamente. Nas polarizações paralelas a microtopografia não exerceu influência nas variações de sigma zero. Portanto, imagens SAR podem ser consideradas uma excelente fonte de dado para o reconhecimento e monitoramento de zonas úmidas costeiras tropicais.Tese Acesso aberto (Open Access) Taxonomia, paleobiogeografia, paleoecologia e bioestratigrafia (Ostracoda) do Oligo-Mioceno da Formação Pirabas (Pará, Brasil).(Universidade Federal do Pará, 2015-07-14) NOGUEIRA, Anna Andressa Evangelista; RAMOS, Maria Inês Feijó; http://lattes.cnpq.br/4546620118003936; 4546620118003936O limite Oligo-Mioceno é marcado por uma das maiores transgressões marinhas do planeta registrados na Formação Pirabas, uma unidade predominantemente carbonática exposta no litoral Norte do Brasil. A identificação dos ostracodes provenientes de 35 amostras de afloramentos e 22 do testemunho de sondagem FPR-160 Primavera, desta unidade, por meio do estudo comparativo do material tipo das coleções de Bold e Howe, bem como da literatura consultada, permitiu o registro de 36 novas espécies, 12 espécies deixadas em “aff.” e três em “cf.”; 27 espécies comuns ao Neógeno do Caribe; duas espécies reconhecidas para outras áreas e uma já descrita para a unidade em estudo previamente, além de 38 deixadas em nomenclatura aberta, completando um total de 119 espécies. Este extensivo estudo taxonômico proveu de um banco de dados robusto para o refinamento dos estudos paleoambientais, bioestratigráficos e paleogeográficos, além de contribuir com o incremento do registro da paleobiodiversidade dos ostracodes do Neógeno do Norte do Atlântico Sudoeste. A classificação taxonômica dos ostracodes rendeu aproximadamente 23 famílias, 64 gêneros e 119 espécies. A associação de fácies indicam ambientes desde marinho raso plataformal a lagunar, e a variação de salinidade inerente destes ambientes foi indicado por ostracodes dos gêneros Haplocytheridea, Cytheridea, e, principalmente, Perissocytheridea e Cyprideis associados à foraminíferos bentônicos dos gêneros Ammonia e Elphidium. As 27 espécies comuns às unidades do Caribe, mostraram estreita similaridade em comparação com o significativo número de espécies novas registrados para a Formação Pirabas. A irradiação, restrição e extinção da ostracofauna, devido à processos tectônicos e eustáticos nestas regiões, durante o Oligo-Mioceno, proporcionaram um novo arranjo na sua distribuição e, consequentemente das províncias paleobiogeográficas. Desta forma, a ostracofauna da Formação Pirabas insere-se em uma nova subprovíncia que correlaciona-se com as subprovíncias Caribeanas. Ainda, o registro de cinco espécies-guias Glyptobairdia crumena, (N5/N6) e Neocaudites macertus (N4 e N5) inseridos na Zona Globigerinatella insueta e, Porkonyella deformis (N6 a N16), Cytherella stainforthi (N2 a N5) e Quadracythere brachypygaia (N3 a N6) nas Zonas Globigerinoides trilobus, Catapsydrax dissimilis e Catapsydrax stainforthi permitiram estabelecer o intervalo Neooligoceno – Eomioceno para a unidade em apreço. As mais de 100 espécies registradas dentro deste intervalo proporcionaram o reconhecimento de uma Zona Cytherella stainforthi, qual é subdividida em quatro subzonas: Jugosocythereis pannosa, Quadracythere brachypygaia, Glyptobairdia crumena e Pokornyella deformis com limites marcados pela primeira e última ocorrência ao longo das sequências estudadas. Este novo biozoneamento, preliminarmente calibrado com as zonas de foraminíferos planctônicos, correspondentes às zonas N3 à N7 de Blow, permitiu estabelecer as idades Chatiano ao Burdigaliano para a Formação Pirabas, e estender as biozonas propostas para a região caribeana através da bioestratigrafia dos ostracodes do Neógeno da região norte do Brasil. Assim, a aplicação do zoneamento com ostracodes deste intervalo é de grande importância para a correlação local, intrabacinal e regional, particularmente onde o controle de foraminíferos, nanofósseis ou palinomorfos é pobre, principalmente devido à característica litorânea dos depósitos da Formação Pirabas.
