Dissertações em Letras (Mestrado) - PPGL/ILC
URI Permanente para esta coleçãohttps://repositorio.ufpa.br/handle/2011/2311
O Mestrado Acadêmico iniciou-se em 1987 e pertence ao Programa de Pós-Graduação em Letras (PPGL) do Instituto de Letras e Comunicação (ILC) da Universidade Federal do Pará (UFPA).
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Navegando Dissertações em Letras (Mestrado) - PPGL/ILC por Linha de Pesquisa "LITERATURA, MEMÓRIAS E IDENTIDADES"
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Dissertação Acesso aberto (Open Access) O aprender poético na obra Grande Sertão: veredas de João Guimarãres Rosa(Universidade Federal do Pará, 2019-02-21) PALHETA, Marcos Roberto Pinho; FERRAZ, Antônio Máximo von Sohsten Gomes; http://lattes.cnpq.br/5982898787473373O objetivo desta pesquisa é investigar o aprender poético presente na obra Grande Sertão: Veredas, de João Guimarães Rosa, tendo como fio condutor o sentido do pensar, como um deixar-se atingir pela questão fundamental do humano enquanto ser-no-mundo, exposto no caminho de sua constituição ontológica pela linguagem originária, no constructo ontológico da personagem Riobaldo. Nesse sentido, pretende-se pesquisar o sentido poético originário que é tecido na obra-prima de João Guimarães Rosa, para situá-la como uma narrativa poético-educadora, ou seja, aquela que é poética porque realiza a verdade ontológica do ser e que é educadora porque realiza o humano como cuidador dessa verdade, como ente, cuja essência é ser-no-mundo. Não o humano como experiência entificadora, no interior das condições predeterminadas de uma ciência, considerado um sujeito formal do conhecimento, mas que somente pode ser encontrado na situação finita do entre-ser e que se realiza como transcendência finita. Propõe-se observar a obra Grande Sertão: veredas como uma narrativa cosmogônica que introduz o aprender poético como linguagem originária, revelando, na trajetória de Riobaldo, a travessia hermenêutica do aprender, como tarefa de um pensar questionante que realiza o humano no mundo. Mostrar, também, que a narrativa rosiana é poética, pois atravessa a palavra em uso instrumental, revelando, com isso, a linguagem originária como expressão poética. A linguagem é poética porque revela o próprio oculto na impropriedade da existência no mundo. É a expressão do poeta-pensador, porque toda linguagem é, originariamente, poesia.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Araguaia em verso e prosa: os poemas da guerrilha veiculados pelo Resistência (o jornal em defesa dos direitos humanos)(Universidade Federal do Pará, 2018-08-30) MELO, Ivania da Silva Pereira de; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958A guerrilha do Araguaia, movimento revolucionário ocorrido no norte do Brasil durante a primeira metade da década de 1970, ganhou destaque nas páginas do jornal Resistência, tanto em verso como em prosa. Em fevereiro de 1979 o mensário alternativo de Belém do Pará publicou, com exclusividade, oito poemas transcritos do folheto Primeiras Cantigas do Araguaia, assinado por Libério de Campos. Com o propósito de identificar o enquadramento de tais textos na poética de resistência, buscou-se apoio nas aproximações de Alfredo Bosi sobre a resistência como tema e como processo. Por se tratar de produções inseridas em um contexto de militância política, adotou-se uma abordagem fenomenológica. Outras duas verificações, realizadas através dos procedimentos observacional e comparativo, merecem destaque no texto, são elas: a função desempenhada pelo jornal Resistência referente aos direitos humanos; e a semelhança entre a existência do guerrilheiro e a do homo sacer no sentido de “vida nua”, ou seja, aquele que passa à ilegalidade e é obrigado a viver em uma zona de indiferença sob a condição de matável, desprotegido juridicamente e com o corpo exposto à violência extrema, comparação realizada com base nos fundamentos de Giorgio Agamben. Este trabalho apresenta três sondagens que relacionam Literatura, Imprensa e História, sendo estas duas últimas importantes suportes para o desenvolvimento do estudo realizado sobre os “poemas da guerrilha do Araguaia”.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A contística das águas como escrita do desastre e da catástrofe: vidas viradas pelo avesso na Pan-Amazônia(Universidade Federal do Pará, 2021-01-22) SOUZA, Irisvaldo Laurindo de; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958; https://orcid.org/0000-0003-1575-5679Esta Dissertação de Mestrado resulta de uma pesquisa que investigou a representação das águas na literatura amazônica, com foco na contística que tem como leitmotiv os desastres hidrológicos típicos da região. Dentre eles a “llocllada” andina, as terras caídas, as enchentes e a maré fluviomarinha conhecida como pororoca. O corpus é constituído por seis histórias curtas de quatro autores: “Terra caída”, de Alberto Rangel (2008), que integra o livro Inferno verde; “La llocllada” e “Sob as primeiras estrelas” [Cielo sin nubes], do escritor peruano Francisco Izquierdo Ríos (1975; 2010); “A enchente”, do escritor amazonense Arthur Engrácio (1995); e ainda “Poraquê” e “Mamí tinha razão”, do escritor paulista radicado no Pará João Meirelles Filho (2017). Esta pesquisa adota o método comparativo e sua forma de abordagem é qualitativa, com base bibliográfica. A hipótese principal foi observar de que modo a disrupção das águas impacta a experiência do sujeito amazônico tanto em sua relação direta com a natureza como em suas relações com a ordem social vigente. O eixo teórico que orienta a investigação é o conceito de catástrofe, tomado do pensamento filosófico contemporâneo mas diretamente articulado com a doutrina aristotélica da potência humana. A segunda chave teórica utilizada é o conceito de desastre, trazido do pensamento sociológico e também vinculado epistemologicamente à potência do ato natural na doutrina de Aristóteles. Com esse instrumental empreende-se a leitura analítica da contística das águas como alegorização do modus vivendi do homem amazônico e de sua exposição, problemática e por vezes traumática, às potências que regem as ações da Natureza e os fatos da Cultura. A interpretação crítica de textos literários de autores de diferentes épocas e filiações estéticas proporciona assim uma reflexão sobre as fraturas que os desastres das águas provocam no cotidiano e na experiência de sujeitos individuais e coletivos na Pan-Amazônia, bem como sobre os traumas que lhes são impostos na modernidade tardia em função do avanço da civilização do capital na fronteira amazônica.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O dispositivo da delação em regimes de exceção: análise das narrativas No corpo e na alma e Soledad no Recife(Universidade Federal do Pará, 2020-09-29) OLIVEIRA, Samantha Carolina Vieira de; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958; https://orcid.org/0000-0003-1575-5679O estudo analisa o dispositivo da delação em narrativas que remetem ao período da ditadura civil-militar no Brasil. O corpus delimitado para construir a análise é o testemunho No corpo e na alma (2002), escrito por Derlei Catarina de Luca, e o romance Soledad no Recife (2009), escrito por Urariano Mota. Com base nas duas narrativas, foi possível problematizar a perspectiva do dispositivo da delação, categoria proposta para pensar como ocorriam e funcionavam as práticas da delação durante a vigência do Estado de Exceção, e, principalmente, como as práticas decorrentes escaparam como representações para o corpus. Por esse motivo, através do estudo de caso, a análise pontua, sem deixar de recorrer a outros exemplos, como as protagonistas de ambas as narrativas tiveram suas vidas desmobilizadas por conta da delação sofrida. A delimitação do contexto político e histórico foi fundamental, pois parto da análise do conceito de dispositivo pensado por Michel Foucault, cujo pressuposto é de que um dispositivo é uma tecnologia de controle que está em constante readaptação, a depender das suas necessidades, por isso, o trabalho entende como dispositivo da delação – esse situado em um contexto histórico e político – como uma tática de controle readequada de outros tempos e contextos. Para pensar melhor as implicações e nuances do dispositivo da delação, foi necessário sistematizá-lo a partir dos seus elementos de atuação, o que possibilitou a compreensão da prática da delação no interior do dispositivo. E para além, o trabalho também precisou apresentar as implicações da teoria literária no que tange aos estudos do testemunho e do teor testemunhal, conceito pensado por Márcio Seligmann-Silva (2009), uma vez que as duas narrativas precisavam ser problematizadas devido ao seu valor literário e das divergências estruturais apresentadas entre elas, sendo a primeira um testemunho e a segunda um romance de teor testemunhal. Ao levar essas implicações em consideração, esta produção precisou apoiar-se em categorias como “dispositivo”, de Michael Foucault (2017); “Estado de Exceção e soberania”, de Giorgio Agamben (2004; 2010); “Vida precária”, de Judith Butler (2018); além das contribuições teóricas sobre testemunho e teor testemunhal de Cecília de Luque (2003), Valéria de Marco (2004), Eugênia Vilela (2012), Márcio Seligamann-Silva (2017); Tânia Sarmento-Pantoja (2018) e Augusto Sarmento-Pantoja (2019). Por fim, a pesquisa toma como base metodológica a literatura comparada, especialmente por considerar a circulação de determinadas temáticas que emanam das relações entre história e cultura. E, também, do materialismo histórico, sobretudo, por analisar as emanações da barbárie em objetos de cultura e por apostar na percepção do passado como forma de repensar e mudar estruturas do presente.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Ele não compreende nossos costumes: literatura, colonização e memória na Trilogia africana, de Chinua Achebe(Universidade Federal do Pará, 2023-12-21) CHAGAS, Alessandra Santos; GUIMARÃES, Mayara Ribeiro; http://lattes.cnpq.br/6834076554286321Chinua Achebe é considerado um dos escritores de maior destaque no cenário literário africano moderno e que possui grande relevância na contemporaneidade, em função de seu projeto político-literário que une história e literatura para a escrita de uma ficção feita a partir das perspectivas e das experiências africanas como contraponto aos discursos, às imagens e às literaturas coloniais. Dessa forma, esta dissertação se propõe a investigar de que maneira a Trilogia africana, escrita por Achebe entre os anos de 1958 e 1964, contribuiu para o estabelecimento de uma nova forma de representação do passado e das experiências tradicionais partindo da perspectiva daqueles que foram colocados à margem da história e dos discursos coloniais. Além disso, buscaremos examinar como a colonização, com práticas de invisibilização e sujeição, provocou transformações sociais, culturais, religiosas e identitárias para a etnia Igbo. Para isso, tomamos como aporte teórico trabalhos como Pollak (1989; 1992), Quayson (2000), Benjamin (1987), Said (2011), Bhabha (2011), Noa (2015), os quais englobam a teoria pós-colonial e os estudos de memória, e também trabalhos críticos do próprio Achebe (1988; 2000; 2012a; 2012b). Com isso, observou-se que o fazer literário de Chinua Achebe, alinhado às demandas político-sociais da Nigéria, buscou representar não só as experiências Igbo anteriores à colonização como forma de resgatar e celebrar as memórias tradicionais, mas também as transformações culturais, religiosas, linguísticas e identitárias advindas da colonização.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Eu intimo-me a reconhecer-me em mim-mesmo: sujeito e memória na poesia de Age de Carvalho(Universidade Federal do Pará, 2019-06-10) VIEIRA, Jessica Daniele de Lavor; GUIMARÃES, Mayara Ribeiro; http://lattes.cnpq.br/6834076554286321A memória constitui-se em elemento importante na poesia de Age de Carvalho, pois, como observado em muitos textos que compõem sua fortuna crítica, há uma realidade biográfica que funciona como ponto de partida para a construção dos poemas e que, ao aliar-se a recursos poéticos variados, desloca-se de seu compromisso com a realidade e transforma-se em matéria de poesia adquirindo grande potência polissêmica. Nesse contexto, percebemos no constante retorno ao passado a voz de um sujeito, o Eu que retém as lembranças que se associam, sobretudo, à busca por sua origem e identidade, enquanto sujeito que reflete seu lugar no mundo. Como aporte teórico do trabalho recorreremos à Blanchot (1997), em seus estudos sobre a natureza da linguagem poética, à Ricoeur (2007), Le Goff (1996) e Halbwachs (2006) sobre a memória, Freud e Lacan (2003) sobre o sujeito, enquanto ser dotado de um aspecto inconsciente, de modo a compreender como essa estrutura se relaciona à memória, e consequentemente, à criação poética. Como corpus, foram selecionados oito poemas dos três últimos livros do poeta: Caveira 41 (2003), Trans (2011) e Ainda: em viagem (2015), pois esses livros têm a memória como elemento importante aliado principalmente a temas poéticos como a amizade, a viagem, o exílio, a terra natal e a origem familiar, trazendo ao poema a presença de um sujeito ligado a questões ontológicas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A fissão no paradigma distópico: 1984 e Verde vagomundo(Universidade Federal do Pará, 2018-10-11) COSTA, Alline Araújo; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958A dissertação analisa, em primeiro momento, o contexto catastrófico e dramático identificado nas narrativas, as formas representativas dos apelos aos contextos históricos que essas têm manifestado. Desta maneira, as referidas produções literárias separadas para análise são Nineteen Eighty-Four (1949), de George Orwell, ambientada em Londres e Verde Vagomundo, de Benedicto Monteiro, ambientada em Alenquer. As obras mantem a memória de episódios marcantes na história do mundo, como a II Guerra Mundial e a Guerra Fria, e mais próximo da realidade nacional, do Brasil, com a Ditadura Militar de 64. Deste modo, Miguel, o tal afilhado-do-diabo, é apresentado como resistente a qualquer tipo de sistema autoritário, ademais, às imposições ditatoriais que alcançara sua pacata cidade rodeada de rios e florestas amazônicas, percebe-se, então, que as memórias de infância contribuem de modo crucial para a postura de resistência adotada pelos protagonistas. Winston, por sua vez, tem constantes flesh’s de memória e sensações de uma Londres diferente da que está vivenciando. Conseguinte a esse pequeno panorama das obras, veremos neste texto o estado de exceção como estrutura distópica da narrativa, condição social essa que pressiona os personagens a se silenciarem diante da repressão e de suas inconformações. Deste modo, é preciso dizer, desde então, que a análise é comparativa no âmbito da infância e da produção de resistência a partir das memórias dos dois personagens, dentro de suas particularidades. Por esse motivo, abordaremos alguns temas que consideramos pertinentes para a pesquisa, tais temas estão presentes no mote de abordagem propostas por Walter Benjamin; Giorgio Agamben; Michel Foucault; Aleda Assmann; Roberto Esposito; Alfredo Bosi, entre outros. Temas como: Memória; Docilização; Silenciamento; Homem Matável.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie: um Bildungsroman Ex-cêntrico(Universidade Federal do Pará, 2020-08-31) AZEVEDO, Maria Tereza Costa de; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958; https://orcid.org/0000-0003-1575-5679Esta pesquisa parte da análise do romance Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie, com base no paradigma do Bildungsroman (romance de formação), no entanto, há igualmente aspectos que transcendem o modelo clássico deste subgênero romanesco. Para dar conta da trajetória que compõe o problema, a pesquisa se divide em quatro sessões. A primeira corresponde à introdução, na qual é apresentada a hipótese central deste trabalho: a suposição de que pode haver caracterização transgressora do Bildungsroman, identificada após a leitura do romance e dos diálogos com sua fortuna crítica. Na segunda sessão, nos debruçamos sob estudos acerca da Bildung e do Bildungsroman, a fim de revisitar a história de ambas as categorias e suas características canônicas, bem como as modificações do modelo literário ao longo do tempo. Na terceira sessão são evidenciadas as transgressões ocorridas no modelo literário, presentes na recepção contemporânea do paradigma e, sobretudo, devido ao conceito de ex-centricidade, tal como proposto por Linda Hutcheon em Poética Do Pós-Modernismo. A quarta sessão retoma os princípios clássicos do Bildungsroman, desta vez, aplicados ao romance Hibisco Roxo, com o objetivo de analisar a trajetória da formação da protagonista, procurando salientar os aspectos que constituem fugas ao paradigma canônico do Bildungsroman além de discutir se o esclarecimento e a emancipação podem ser entendidos como categorias capazes de dar visibilidade à transformação sofrida pela protagonista e, consequentemente, pelo paradigma literário, constituindo-se assim nas principais atribuições daquilo que, ao final do estudo, chamamos de Bildungsroman ex-cêntrico. Para dar conta das discussões presentes neste estudo, além das elucidações sobre as relações entre literatura ex-cêntrica e poética da pos-modernidade, de Linda Hutcheon, nos baseamos também em pressupostos e conceitos desenvolvidos por Mikhail Bakhtin, Cristina Ferreira Pinto e Wilma Maas, acerca da origem e do percurso do Bildungsroman; sobre o esclarecimento e a, consequente, emancipação que este conceito proporciona temos como fundamento as obras de Immanuel Kant e Theodor Adorno, respectivamente.Dissertação Acesso aberto (Open Access) I dwell in possibility: a tradução poética de Emily Dickinson por Mário Faustino(Universidade Federal do Pará, 2022-03-21) OLIVEIRA, Filipe Brito de; LEAL, Izabela Guimarães Guerra; http://lattes.cnpq.br/2507019514021007Emily Dickinson é uma das mais célebres poetas norte-americanas de todos os tempos. Sua poesia tem sido lida por sucessivas gerações, que encontram em seus poemas reflexões sobre o espetáculo das coisas, da natureza e da vida. Não é à toa que sua poesia tem sido traduzida há quase um século no Brasil por grandes nomes da nossa literatura. O objetivo desta dissertação é estudar as traduções realizadas pelo poeta e crítico literário Mário Faustino (1930 – 1962), publicadas no Suplemento Dominical do Jornal do Brasil na página Poesia-Experiência. Para isso, o trabalho foi dividido em três capítulos. O primeiro discute a vida e a obra de Emily Dickinson, bem como os elementos que compõem a poética da escritora. O segundo capítulo apresenta Mário Faustino e as condições de produção e circulação das traduções que ele realizou. O terceiro capítulo analisa os poemas selecionados por Faustino e suas traduções, de modo a observar as estratégias adotadas por ele para recriar os poemas em nosso idioma. Para fundamentar tal pesquisa foram utilizadas as obras de Berman (2002), D’Hulst (2001), Martin (2007), dentre outros autores. Podemos afirmar que as traduções de Faustino possuem grande valor formativo à geração de leitores e escritores ao longo da década de 50, seja pelo alcance que o suplemento literário teve, seja pelo papel desempenhado por Faustino na apresentação e crítica de autores que se utilizavam da experimentação da palavra como instrumento de produção poética.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A memória das representações de morte e AIDS no conto e no cinema na década de 80(Universidade Federal do Pará, 2018-08-23) ARAÚJO, Francisco José Corrêa de; SARMENTO-PANTOJA, Carlos Augusto Nascimento; http://lattes.cnpq.br/3263239932031945A presente dissertação intitulada “A Memória das Representações de Morte e Aids no Conto e no Cinema da Década de 80” analisa como se constituiu a memória das representações de morte e aids na contística de Caio Fernando Abreu e na produção cinematográfica do final da década de 80. Por isso, neste processo recorremos às contribuições literárias, históricas, sociológicas, filosóficas e artísticas a respeito das relações entre memória, morte e aids. A década de 80 foi marcada pela descoberta da aids e essa descoberta gerou medo mundial por conta dos altos níveis de letalidade da doença. Podemos dizer que a descoberta do vírus HIV “imobilizou” a ciência, pois foi responsável por provocar um conjunto de situações traumáticas, que envolveram o silenciamento, o preconceito e o enlutamento. Por isso, buscamos: identificar o processo de construção da memória na história das representações de morte e aids no Brasil; reconhecer como Caio Fernando Abreu, em Os dragões não conhecem o paraíso (1988), representa a morte relacionando-a com a aids utilizando uma linguagem literária de resistência; e refletir sobre o teor testemunhal do filme: Caminhos Cruzados (Dirigido por Rob Epstein. EUA/1989). A pesquisa aqui proposta segue uma metodologia de estudo bibliográfico, no qual concluímos que a memória da aids nos anos 80 revela uma representação de morte catastrófica e silenciadora, marcada pelo preconceito e ineficiência de políticas públicas, contudo testemunha também a resistência de movimentos sociais pelas conquistas de direitos. Assim, a existência da construção de uma memória coletiva que representou a realidade histórica da aids nos possibilita a esperança de dias melhores onde o ser humano se relacione mais harmonicamente com a morte, onde haja maior entendimento sobre a diferença entre viver com HIV e morrer de aids. E nesta construção textual, a literatura ainda tem muito a contribuir para romper os silêncios que cercam a temporalidade do existir.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Memória e história em el país de la canela, de William Ospina(Universidade Federal do Pará, 2018-12-08) ABREU, Francelina Barreto de; ALMEIDA, Carlos Henrique Lopes de; http://lattes.cnpq.br/9511564560016368Esta dissertação tem como objetivo analisar a representação do passado destacando como se constitui o elemento memória na matéria histórica aqui representada pelo romance El país de la canela (2008) do escritor colombiano William Ospina. A obra faz parte de uma trilogia que conta ainda com Ursúa (2005), o primeiro livro publicado, e La serpiente sin ojos (2012), o último. A partir da análise do referido romance, partimos do pressuposto de que a persistência das memórias de dominação, imposição de cultura e exercício do poder, estabelecido no contato entre colonizador e colonizado, possibilitam que aproximemos a narrativa do Novo Romance Histórico Latino-americano, gênero que se apropria da matéria histórica viabilizando sua representação. Nesse sentido, o empreendimento analítico perpassa pelos pressupostos teórico-metodológicos da Nova Narrativa Latino-americana (AÍNSA, 1991; FLECK, 2017; MENTON, 1993), da relação Memória/História (BENJAMIN, 1987; GAGNEBIN 2006; HALBWACHS, 2004; LE GOFF, 2011; ROSSI, 2010), e da Decolonialidade (QUIJANO, 2005; MALDONADO-TORRES, XXXX). Portanto, a análise realizada favorece a compreensão de como as memórias coletivas, individuais e históricas guardam os rastros dos grupos vencidos no período da colonização, que por meio da obra recebem sua representatividade diante de um narrador mestiço.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Memória e poder em narrativas do imaginário amazônico(Universidade Federal do Pará, 2016-08-31) SOUSA, Alex Dax de; SIMÕES, Maria do Perpétuo Socorro Galvão; http://lattes.cnpq.br/0672011058049782As ciências sociais, desde muito cedo, ocuparam-se em estudar as relações sociais de poder. Buscar entender o funcionamento dos sistemas reguladores de dominação e as manifestações de resistência a este sistema impulsiona diversas pesquisas no âmbito acadêmico. Esta dissertação inquieta-se ao tentar reconhecer as relações de poder, como mecanismos exercidos capilarmente no discurso particular da memória, disposta em narrativas orais da Amazônia paraense. Localizado nos estudos da literatura oral, a investigação que se pretende percorre uma reflexão interpretativa sobre a construção social do imaginário, a partir de Michel Maffesoli, sobre imaginário simbólico coletivo, em consonância com Paes Loureiro, acerca da poética no imaginário amazônico. Para situar a discussão conceitual em memória, usou-se textos de Ecléa Bosi e Paul Ricouer, acerca da relação memória/sociedade e memória/poder, respectivamente. O debate acerca das relações de poder está assentado nas propostas de Michel Foucault, em defesa de uma analítica das formas de poder engendradas na sociedade para exercer a dominação de uns sobre outros. O mito amazônico do boto servirá como esteio central para desenvolver uma interpretação destas relações de poder, fundamentada em paradigmas falocêntricos que visam a manutenção da dominação masculina. Assim, a leitura do trabalho é orientada sob a sondagem de como o imaginário simboliza uma relação de poder, sobretudo fálica, e de como este poder alcança a memória e lá se instala, sendo possível percebê-las por meio das narrativas orais amazônicas.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Narrares ancestrais e testemunhais na escrita desaldeada de Eliane Potiguara e Daniel Munduruku(Universidade Federal do Pará, 2024-02-29) ALBUQUERQUE, Rosalia dos Santos; SARMENTO-PANTOJA, Tânia Maria Pereira; http://lattes.cnpq.br/3707451019100958; https://orcid.org/0000-0003-1575-5679Nesta pesquisa recorremos primeiramente ao processo histórico das gênesis da literatura de autoria indígena no Brasil, bem como às proposições a respeito da configuração da literatura de Autoria Indígena, segundo Graça Graúna (2012) e FIGUEIREDO (2018). Também, buscando compreender questões etnográficas sob a luz de MONTOYA (2012), a fim de explorar as figurações do contador de história, como aquele a quem é dada a responsabilidade como transmissor de saberes e guardião das ancestralidades, o Xamã, e nesse processo buscamos verificar se assim como nas culturas africanas, também é-nos possível associar o Xamã ao Griô, com quem guarda semelhanças quanto à função social e à performance. Esse percurso nos deu condições para analisar mais detidamente a presença do contador de histórias e sua relação com a ancestralidade nas narrativas de autoria indígena - Metade Cara, Metade Máscara (2004), de Eliane Potiguara e Meu vô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória (2009), de Daniel Munduruku, ambas profundamente marcadas pelos paradigmas das narrativas memorialísticas: a história de vida e mais especialmente o testemunho. Procuramos por fim, compreender como a figuração do contador de histórias, que propomos como o Xamã, potencializa a resistência na escrita literária do indígena desaldeado, condição muito presente em Metade Cara, Metade Máscara e Meu vô Apolinário: um mergulho no rio da (minha) memória. A hipótese da pesquisa é a de que o desaldeamento vem ao texto como uma cisão, um (des)encontro entre dois mundos, que coloca em perigo o ser do sujeito indígena, perigo a que ambos os narradores respondem com o testemunho sobre a catástrofe do desaldeamento e, sobretudo, sobre a ancestralidade, como forma de sobrevivência identitária. Para dar conta da análise apresentamos alguns conceitos e reflexões, como os de (Márcio Seligmann-Silva 2017; Sarmento-Pantoja 2014), Augusto Sarmento-Pantoja (2019), Paul Zumthor (1993), dentre outros.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A natureza do feminino decolonial no romance latino-americano: representações ecofeministas em Eva Luna e tropical sol da liberdade(Universidade Federal do Pará, 2021-01-28) LARANJEIRA, Jéssika Vales; ALMEIDA, Carlos Henrique Lopes de; //lattes.cnpq.br/9511564560016368Na literatura latino-americana, em especial as criadas por mulheres, há uma curiosa sucessão de narrativas que relacionam, em alguma medida, as explorações das mulheres e da Natureza. Essa percepção evidencia a necessidade de articulação entre diversas perspectivas críticas para ampliar o alcance de uma crítica ecofeminista delecolonial. Desse modo, este trabalho tem como objetivo identificar representações ecofeminstas como mecanismos de resistência à colonialidade nos romances Eva Luna (1987), da chilena Isabel Allende, e Tropical Sol da Liberdade (1988), da brasileira Ana Maria Machado. Para isso, a pesquisa foi desenvolvida sob abordagem qualitativa dedutiva de natureza teórica a partir de duas categorias de análise: as relações de cuidado e as percepções sensíveis sobre a Natureza. No corpus teórico, destacam-se: Zinani (2013) e Navarro (1995) quanto à mulher na literatura; Perrot (2017) quanto à historicidade da mulher como categoria social; Quijano (2005 e 2008) e Lugones (2008 e 2010) quanto à decolonialidade latino-americana; Kheel (1993) e Shiva (2001, 2003 e 2018) quanto à filosofia ecofeminista e Candau (2016), Bosi (1994) e Sarlo (2007) quanto à memória, a identidade e a resistência, temáticas que envolvem as narrativas analisadas com frequência. Como resultados comparativos entre os romances, foram identificadas duas similaridade de resistência ecofeminista e subversão à colonialidade: a valorização/ressignificação do trabalho de cuidado feminilizado e a escrita como meio de visibilizar a perspectiva feminina marginalizada.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A personagem Michele da série 3%: ambiguidades, patriacardo e branquitudes na construção do seu perfil(Universidade Federal do Pará, 2024-05-29) SANTOS, Rayza Carolina Rosa dos; SARMENTO-PANTOJA, Carlos Augusto Nascimento; http://lattes.cnpq.br/3263239932031945; https://orcid.org/0000-0003-0552-4295Em 2008 houve o lançamento da distopia infanto-juvenil Jogos Vorazes de Suzanne Collins, obra que viria a influenciar uma tendência literária e sequencialmente audiovisual de distopias produzidas para o público majoritariamente jovem e jovem adulto, sendo em sua maioria protagonizadas por mulheres. E no cinema, mais especificamente, por mulheres brancas. No presente trabalho, é neste específico contexto que analisamos a protagonista Michele (Bianca Comparato), da série brasileira 3% (2016-2020). Analisamos a construção do perfil desta, evidenciando as marcas dos preceitos patriarcais e as suas relações com a representação de movimentos de resistência. A obra foi escolhida por ter sido a primeira produção totalmente brasileira da empresa de streaming Netflix e, consequentemente, por sua grande difusão de público. O seriado está sendo estudado a partir do seu contexto de produção e lançamento – com pontuais comparações com outras distopias e os perfis femininos de suas protagonistas – com base em teorias feministas de gênero, sobretudo as de bell hooks (2019) e Audre Lorde (2019) e demais autoras contemporâneas. Por fim, analisamos a obra a partir da perspectiva dos estudos teóricos sobre a branquitude e seus mecanismos de manutenção de poder, de autoras como Linda Alcoff (2015), Cida Bento (2022), Lia Vainer Schucman (2012) e Françoise Vergès (2019), pois neste estudo foi possível perceber que distopias audiovisuais protagonizadas por figuras femininas e, principalmente, brancas, ganharam força nos últimos anos como tendência de produções feitas para uma grande circulação e comercialização, sendo marcadas por representações de resistências pouco radicais. Assim, o trabalho aqui apresentado buscará evidenciar que apesar do contexto de representação de resistência, ainda é perceptível na narrativa a manutenção de certos aspectos do status quo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) A perspectiva labiríntica na memória do narrador em Verde Vagomundo, de Benedito Monteiro(Universidade Federal do Pará, 2018-09-13) MORAES, Nayana Regina de; SIMÕES, Maria do Perpétuo Socorro Galvão; http://lattes.cnpq.br/0672011058049782; https://orcid.org/0000-0002-1365-6258Este estudo aborda a perspectiva da memória do narrador-personagem no romance Verde Vagomundo (1972), de Benedicto Monteiro. A pesquisa parte de imbricamentos narrativos observados a partir de elementos que constituem a memória individual e coletiva do personagem major Antônio, que ao regressar para sua cidade natal, depara-se com o imaginário de memórias da Amazônia ribeirinha. A memória de major transita por recordações de um passado distante do cotidiano urbano, na medida que, ao defrontar-se com as imagens de sua terra natal, a personagem-narrador reelabora o lugar da infância, aproximando-se de narrativas ligadas à tradição oral. Busca-se, ainda, entender o contexto ao qual está inserida a obra de Benedicto Monteiro, haja vista a interação da referida prosa literária com a atmosfera política da ditadura militar brasileira. Adiante, avalia-se a pertinência de teorias do narrador contemporâneo, cujo estudo aqui interpreta a memória como bifurcação de experiências subjetivas do homem moderno, urbano e fragmentado. Ao regressar a sua cidade de origem, o narrador de Verde Vagomundo concebe na narrativa a experiência de tensão do homem no mundo. A base teórica da discussão compreende os estudos de Walter Benjamin (1987), Theodor Adorno (2003), Silviano Santiago (1989), Cândido (1989) (2007), Henri Bergson (1999), Maurice Halbawachs (2003) e Jacques Le Goff (2014).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Realismo traumático na novela Na colônia penal(Universidade Federal do Pará, 2018-08-31) DIAS, Êrlan Queiroz; SARMENTO-PANTOJA, Carlos Augusto Nascimento; CV: http://lattes.cnpq.br/3263239932031945Esta dissertação abordará o realismo traumático focalizando como objeto de estudo a novela ficcional em prosa intitulada Na colônia penal, publicada em 1919, de Franz Kafka e a novela gráfica, publicada no ano de 2011, por Sylvain Ricard e Maël. Essa análise busca comparar os objetos de estudo para compreender como o realismo traumático se expressa nessas novelas. Sendo este produzido pela manifestação da violência pela figura autoritária e opressora (Oficial) e é direcionada ao personagem martirizado (Condenado), através da presença de uma sentença que o levará à violência, a opressão, a tortura, ao trauma e a morte. A análise percorrerá para além do texto e da novela gráfica, o que potencializa a percepção as características do realismo traumático. Para isso, consideramos algumas abordagens teóricas a respeito das novelas gráficas e dos realismos: traumático e abjeto, a partir dos estudos de Hal Foster (2017), Karl Erik Schøllhammer (2013) e Julia Kristeva (1982). E no que se refere à relação da novela gráfica com as temáticas do trauma e do choque, empregamos as concepções de Gina Ross (2014), Sigmund Freud (1980) e Walter Benjamin (1986).Dissertação Acesso aberto (Open Access) Tempo e memória em o Cacaulista e o coronel sangrado, de Inglês de Sousa(Universidade Federal do Pará, 2018-01-19) GONÇALVES, Messias Lisboa; FERRAZ, Antônio Máximo von Sohsten Gomes; http://lattes.cnpq.br/5982898787473373Inglês de Sousa nasceu na cidade interiorana de Óbidos, localizada no estado do Pará, em 28 de dezembro de 1853, e faleceu no Rio de Janeiro, em 6 de setembro de 1918. O escritor passou a maior parte de sua vida fora da cidade natal, mas foi na região amazônica que se inspirou para compor as suas obras literárias: História de um Pescador (1876), O Cacaulista (1876), O Coronel Sangrado (1877), O Missionário (1891) e Contos Amazônicos (1893). É possível cogitar que a valorização, apenas, da textura documental sócio-político-histórica pela crítica foi responsável por instaurar o obscurecimento do lastro estético dos romances O Cacaulista e O Coronel Sangrado. No entanto, é justamente o lastro estético que os mantém vivos. Sendo assim, esta pesquisa objetiva estudar as questões do tempo e da memória postas em obra por esses romances. Diante disso, é necessário lançar-se no abismo do pensamento e realizar uma crítica literária enquanto escuta poética das questões. Para uma maior compreensão e aprofundamento, esta pesquisa limitou-se à reflexão do personagem protagonista Miguel Faria, que migra de um romance para o outro. Dessa forma, entende-se que esse personagem-questão vive uma experienciação com o tempo, que foge àquele cronometrado pelo relógio ou mesmo àquele pensado pela ciência, e no seu tempo experiencia o tempo humano e poético. Para realizar este intento, dialogou-se especialmente com Henri Bergson (1859-1941), Martin Heidegger (1889-1976), Benedito Nunes (1929-2011) e Manuel Antônio de Castro (1941-) para pensar a escuta poética das questões naqueles romances inglesianos.Dissertação Acesso aberto (Open Access) Tempo e narrativa: interseções entre filosofia e relato de um certo oriente, de Milton Hatoum(Universidade Federal do Pará, 2019-10-29) JESUS, Stélio Rafael Azevedo de; CASTILO, Luís Heleno Montoril del; http://lattes.cnpq.br/3519128535996125; https://orcid.org/0000-0002-2507-5346Esta dissertação discorre acerca de tempo e narrativa, focando nas interseções entre filosofia Relato de um certo Oriente, de Milton Hatoum. Utiliza a obra Temps et Récits, de Paul Ricoeur, como guia fundamental na análise da díade proposta. Além disso, o caráter fenomenológico do tempo fornece uma chave para um estudo qualitativo da análise do tempo em Relato, ao mesmo tempo um estudo da narrativa, perpassando pela Poética de Aristóteles como elemento importante para o desenvolvimento da noção de tríplice mimese e teoria narrativa, presente na obra teórica em questão. Pensar o fenômeno do tempo e seus aspectos essenciais para a fabulação da escrita é elemento fundamental que resulta na constatação da experiência de escrever a temporalidade. Nesse sentido, a escrita dessa temporalidade em Relato de um certo Oriente refigura a experiência humana no tempo e suas formas de produzir signos e abstrair sentidos, ao transpor ao mundo da linguagem a recriação artística da imagem-tempo.Dissertação Acesso aberto (Open Access) O testemunho Arbiter, o auricular caminho da memória: o ouvir e reproduzir em maus de art Spiegelman e em I was a child of holocaust survivors de Bernice e Eisenstein(Universidade Federal do Pará, 2023-08-02) GONÇALVES, Gustavo Reis; SILVA, Alessandra Fabrícia Conde da; http://lattes.cnpq.br/8747999892547499; https://orcid.org/0000-0003-2731-8708; SARMENTO-PANTOJA, Carlos Augusto Nascimento; http://lattes.cnpq.br/3263239932031945Com o fim da Segunda Guerra Mundial e a libertação dos campos de concentração, em meio a diversas situações de traumas, os sobreviventes desses espaços concentracionários falaram sobre suas experiências e seus relatos foram tomados como testemunhos direto dos eventos. Entretanto, as gerações posteriores produziram relatos relacionados à shoah, como é o caso de dois filhos de sobreviventes, cujas obras, Maus de Art Spiegelman e I was a child of holocaust survivors de Bernice Eisenstein, são o objeto de estudo desta dissertação. Não estando nos campos de concentração, como seus pais, seus testemunhos são de caráter auricular, o que nos leva a considerar a teoria do testemunho arbiter para analisarmos as duas narrativas, oriundas do convívio com a memória da shoah. Esta é uma pesquisa bibliográfica e, de tal modo, utilizamos estudos de autores que tratam da memória, testemunhos e representação, como Le Goff (1996), Assmann (2011), Agamben (2008), Sarmento-Pantoja (2019), Benveniste (2016), dentre outros. Nesta dissertação, procuramos demonstrar como as características do testemunho arbiter se fazem presentes nas obras selecionadas, considerando seus gêneros e os aspectos narrativos singulares no modo de narrar.
